A companhia norte-americana de sementes Monsanto recebeu a permissão do Departamento de Segurança Alimentar e Higiene do México (Senasica) para cultivar 63 hectares de milho geneticamente modificado no Estado de Sinaloa, Noroeste do país, para analisar os benefícios econômicos da safra.
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POR UM BRASIL ECOLÓGICO,
LIVRE DE TRANSGÊNICOS E AGROTÓXICOS
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Número 570 – 20 de janeiro de 2012
No ano passado, autoridades do México permitiram que a companhia cultivasse apenas um hectare no nordeste do Estado de Tamaulipas, por conta de preocupações com a contaminação de espécies de milho nativas do México.
O ministro da agricultura do México, Francisco Mayorga, e outras autoridades recentemente disseram que o país precisa avançar rapidamente na utilização da biotecnologia em agricultura, para reduzir a dependência das importações, que aumentou por causa de secas e geadas que atrapalharam a produção doméstica.
A Monsanto pediu aprovação para seis estudos piloto em 2,304 hectares em Sinaloa e Tamaulipas neste ano, mas apenas dois receberam uma resposta. A área aprovada para os dois estudos-piloto foi inferior aos 86 hectares pedidos pela companhia, segundo documento da Senasica.
Fonte: Ruralbr (da Agência Estado), 18/01/2012.
N.E.: Nada justifica o argumento de que a adoção da biotecnologia em agricultura pelo México reduziria a dependência das importações. Vale lembrar que o México ficou dependente de importações, inclusive de milho, depois que aprovou o Tratado Norte-Americano de Livre Comércio (o Nafta, que entrou em vigor em 1994) e foi inundado por produtos estadunidenses subsidiados, a preços que quebraram os agricultores do país (leia mais sobre os efeitos do Nafta no México).
Importante também lembrar que o México é considerado o Centro de Origem do milho e o mais importante centro de diversidade genética da espécie, e que esse valioso patrimônio genético está ameaçado pela contaminação por transgênicos. Em 2001, os pesquisadores Ignacio Chapela e David Quist, da Universidade da Califórnia – Berkeley (EUA), revelaram que variedades crioulas de milho em algumas comunidades remotas do México já estavam contaminadas por transgênicos. O estudo foi fortemente atacado, mas pesquisas posteriores confirmaram a contaminação (leia mais sobre o assunto no Boletim 426).