Interferência humana já impacta 85% de áreas com alto nível de biodiversidade.

Um novo estudo internacional mostra que as regiões que abrigam 75% dos vertebrados ameaçados estão sendo mais afetadas pelas atividades humanas do que se pensava. Grande parte das 35 regiões classificadas como ‘hotspots’¹de ao redor do mundo sofrem com a influência das atividades humanas, concluíram pesquisadores australianos.

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por Fernanda B. Müller, do CarbonoBrasil

desmatamentowikiborneo Interferência humana já impacta 85% de áreas com alto nível de biodiversidade

Abrigando três quartos dos mamíferos, aves, répteis e anfíbios da Terra, muitos deles endêmicos (que não ocorrem em outros locais) e ameaçados de extinção devido à perda de habitat, esses locais são prioritários para a conservação.

“Os hotspots onde se pensava que havia a maior cobertura de vegetação natural têm registrado os maiores declínios aparentes, então estamos em níveis críticos”, notou o principal autor do estudo, Sean Sloan, da Universidade James Cook (Austrália).

Os pesquisadores usaram imagens de satélite de resolução moderada e alta e o Google Earth – localizando estradas, habitações e incêndios – para mapear as áreas de vegetação ainda não perturbadas e concluíram que cerca de 15% da cobertura original (mais de 3,5 milhões de Km2) permanece intacta.

Eles encontraram a maior perda de vegetação nativa nas florestas tropicais da cordilheira Gates Ocidental (Índia), nas ilhas do Pacífico, nas Montanhas do Cáucaso e da Ásia Central, no sul da África e no Japão.

Os autores alertam que menos de 5% da vegetação original persiste na Mata Atlântica brasileira (um dado ainda mais alarmante do que o constatado pela SOS Mata Atlântica), na costa leste da África, na península anatoliana (Irã e Turquia), em Madagascar, no Mediterrâneo e na região da Micronésia-Polinésia.

A região da Ásia-Pacífico é a de maior preocupação, já que tem a mais alta concentração de hotspots no mundo. Os cientistas pedem por mais recursos para a conservação e por mais ações para acabar com a perda de habitats.

“Estamos em uma batalha global pela conservação, mas, ao contrário de um médico de campanha, não podemos simplesmente focar naqueles hotspots que tem a maior probabilidade de sobreviver”, disse Sloan.

“Cada um tem uma biodiversidade única, então perder até mesmo um seria catastrófico”, completou.

O co-autor do estudo, William Laurance, da mesma universidade, disse que os habitats são cruciais para a biodiversidade mundial.

“Se perdermos os hotspots, diremos adeus para mais da metade de todas as espécies da Terra. Seria comparável ao evento de extinção em massa que matou os dinossauros”, alertou Laurance.

Veja o estudo: Remaining natural vegetation in the global biodiversity hotspots

¹ Hostspots são regiões que concentravam os mais altos níveis de biodiversidade e onde as ações de conservação seriam mais urgentes. Ele chamou essas regiões de Hotspots.

* Publicado originalmente no site CarbonoBrasil.

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Anversos da crença

Não vislumbro um futuro humano plástico, mas muito plástico no futuro desumano. E não falo de monturos, falo de montanhas de plástico impuro. Falo de futuro suástico, inseguro, iconoclástico. Plásticos grandes e pequenos, moles e duros, que se amontoam. Nanoplástico que se respira, que se bebe e se come, se adoece, se morre e se consome. Presente fantástico de futuro hiperplástico, plástico para sempre, para sempre espúrio, infértil e inseguro. Acuro todos os sentidos e arrepio em presságios. Agouros de agora, tempos adentro, mundo afora. Improvável um futuro fúlguro! Provavelmente escuro e obscuro. Assim, esconjuro e abjuro!

João Marino