Greenpeace sobrevoa áreas de queimadas na Amazônia; veja imagens

Amazônia Em Chamas

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

https://g1.globo.com/meio-ambiente/noticia/2022/09/01/greenpeace-sobrevoa-areas-de-queimadas-na-amazonia-veja-imagens.ghtml

Roberto Peixoto, g1

01/09/2022

ONG sobrevoou focos de queimadas registrados pelo Inpe e flagrou desmatamento em área com cerca de 8.000 hectares, equivalente a 11.000 campos de futebol queimando.

A registrou 31.513 focos de queimadas em agosto, o maior número para o mês desde 2010, quando 45.018 focos foram registrados, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe).

Isso apesar de o uso do fogo no bioma estar proibido desde 23 de junho, quando o governo federal publicou um decreto suspendendo a prática por 120 dias no território nacional.

Para mostrar onde o fogo está destruindo a Amazônia, a a organização Greenpeace sobrevoou a região da Amacro (siglas de Amazonas, Acre e Rondônia) no último dia 30 de agosto o e fotografou áreas afetadas. Entre elas, há registro de desmatamento em uma área com cerca de 8.000 hectares, equivalente a 11.000 campos de futebol queimando segundo a ONG.

Sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – que está queimando há dias. — Foto: Nilmar Lage/Greenpeace/Divulgação

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Ao g1, o Greenpeace informou que a localização exata da área ainda está sendo georreferenciada.

“Participo desses monitoramentos há mais de dez anos, e nunca tinha visto um desmatamento tão grande e também com tanta fumaça”, afirma Rômulo Batista, porta-voz de Amazônia do Greenpeace Brasil.

Sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – que está queimando há dias. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Dados do Inpe também apontam que este é o quarto ano consecutivo da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL) que o número fica acima da marca de 28 mil.

O índice também está acima da média histórica para o mês, que está em 26 mil (o cálculo do Inpe não considera os valores do ano corrente).

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

As fotos registradas pelo Greenpeace também mostram uma densa cortina de fumaça sobre uma área degradada na região.

Imagem de 30 de agosto de sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – que está queimando há dias. Localização exata ainda vai ser georreferenciada pelo Greenpeace. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

A organização destaca que do total de focos de calor do ano registrados até 31 de agosto – 46.022, houve um aumento de 16,7% em relação ao ano passado, maior número acumulado para o período desde 2019.

Desse total, 43% ocorreram apenas em dez municípios da Amazônia, sendo cinco deles localizados na região da Amacro, “considerada a nova fronteira de expansão da economia da destruição na Amazônia e que vem acelerando as taxas de desmatamento e queimadas”.

Imagem de 30 de agosto de sobrevoo na região da Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia), em uma área com cerca de 8.000 hectares de desmatamento – a maior em 2022 – que está queimando há dias. — Foto: Nilmar Lage/Greenpeace/Divulgação

Imagem de sobrevoo de 30 de agosto do Greenpeace. Região exata ainda está sendo georreferenciada pela organização. — Foto: © Nilmar Lage / Greenpeace / Divulgação

“Outro fator relevante é o avanço das queimadas em terras públicas. Do total de focos de calor, 13,8% ocorreram em Unidades de Conservação (UCs), e 5,9%, em Terras Indígenas (TI)”, destaca.

A ONG lembra também que mais de 10.600 queimadas, cerca de ¼ do total, ocorreram em florestas públicas não destinadas, comprovando “mais um indício do avanço da grilagem”.

g1 pediu que o Ministério do Meio Ambiente comentasse o registro do fogo na Amazônia durante a proibição da prática. Veja a nota abaixo, na íntegra:

A Operação Guardiões do Bioma, coordenada pelo Ministério da Justiça, com apoio do Ministério do Meio Ambiente, mostra redução de 24% das áreas queimadas em sua primeira fase – entre julho de 2021 e janeiro de 2022.

Foram 3.853 ações preventivas, 1.607 multas aplicadas e 137 maquinários apreendidos, além de 1.580 animais resgatados nos 11 estados onde ocorreu a operação. A segunda fase da Operação foi lançada em junho e conta com investimento de R$ 60 milhões. A iniciativa tem inédita integração entre os ministérios, além de Ibama, ICMBio, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força Nacional, Censipam e Funai.