Investimento significativo do governo federal reduzirá as emissões de gases de efeito estufa geradas pela siderurgia no país. Encabeçadas pelos ministérios do Meio Ambiente (MMA) e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as ações para a promoção do carvão vegetal, matéria prima renovável disponível para a produção de aço e ferro, foram lançadas na sexta-feira (7), em Belo Horizonte, pelos ministros Izabella Teixeira e Fernando Pimentel, respectivamente, e por representantes de federações e entidades que representam os empresários do segmento.
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Apesar de ser considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sofrido alterações que se tornaram as causadoras do aquecimento global. As mudanças decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases poluentes, entre eles o dióxido de carbono e o metano. A liberação dessas substâncias na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas e econômicas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura e a pecuária.
Recursos – A medida destinará US$ 43,95 milhões (R$ 105 milhões) para projetos de aumento da eficiência e diminuição das emissões na cadeia produtiva de ferro e aço do estado. Do total, R$ 9,5 milhões são recursos próprios do MMA e R$ 60 milhões serão assegurados pelo MMA, MDIC e pelo Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES). O projeto conta ainda com U$ 7,15 milhões (R$ 16,5 milhões) de recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), além de R$ 11 milhões do governo de Minas Gerais.
O fomento ao carvão vegetal aumentará a eficiência no setor, diminuirá as emissões e incentivará o desenvolvimento da siderurgia. A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, destacou a parceria com o GEF para o programa. “A comunidade internacional está apostando em uma solução que agrega vontade política, competência técnica e científica, inovação tecnológica, viabilidade social e econômica para modernizar a carbonização e tornar a indústria mais competitiva”, analisou.
A liderança brasileira na agenda ambiental foi destacada pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. “Podemos reduzir as emissões em vários setores”, afirmou. “O Brasil é o único país capaz de construir um modelo de desenvolvimento que garanta a segurança do ponto de vista energético ao alimentar e assegure o meio ambiente.”
Diferencial – O segmento produtivo classificou como positivo o conjunto de ações. “Temos, hoje, 100% das usinas do setor de ferro fazendo uso do carvão vegetal. O fato de ser um recurso renovável e menos poluente é um diferencial”, declarou o presidente do Sindicato das Indústrias de Ferro (Sindfer), Fausto Varela. “A indústria do aço está engajada na expansão do uso do carvão vegetal. Entre as nossas propostas, está a construção de um projeto de certificação nacional de empresas sustentáveis”, emendou o presidente do Conselho Diretor do Instituto Aço Brasil, Benjamin Batista Filho.
As ações contribuirão para o atingimento do compromisso internacional de redução das emissões de gases de efeito estufa da siderurgia a carvão vegetal, assumido pelo Brasil, em 2009, na Conferência de Copenhague. Com lançamento do pacote de medidas, estima-se que sejam retirados o mínimo de 450 mil toneladas de CO2 equivalente da atmosfera até 2018.
(Fonte: MMA)