Resumo da História
- Pesquisadores detectaram documentos internos da Monsanto que revelam que todos sabiam, há mais de 30 anos, que o glifosato causa adenomas e carcinomas em ratos pesquisados;
- O princípio ativo glifosato está patenteado como um antibiótico e a pesquisa mostra que o produto comercial da Monsanto, ‘Roundup’, danifica nossa flora intestinal. Além de quelar (nt.: ação de formar quelatos que é a maneira que a natureza criou para prender os nutrientes) vitaminas e minerais, o glifosato danifica as bactérias que produzem aminoácidos;
- Documentos secretos e estudos não publicados pela indústria, mostram claramente que a Monsanto já sabia desde 1981 que o glifosato causa crescimento tumorigênico e carcinomas em vários órgãos e tecidos.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2015/07/05/glyphosate-cancer.aspx
By Dr. Mercola
(Nota do site: esta entrevista está traduzida no link – https://nossofuturoroubado.com.br/os-perigos-do-glifosato/).
O glifosato, princípio ativo do herbicida ‘Roundup’ da Monsanto, é um dos herbicidas mais utilizados no mundo.
Estima-se que mais de 500 milhões de quilos são aspergidos, ao ano, em nossos cultivos alimentícios,1,2 provocando de que uma pessoa média consuma várias centenas de quilos de alimentos contaminados com glifosato por ano.
Como isso pode afetar nossa saúde? O Dr. Anthony Samsel, especialista na matéria revela uma série de efeitos adversos do glifosato.
Ao lermos este artigo, provavelmente estaremos muito mais motivados a eliminarmos esta toxina perniciosa de nossa alimentação e tomarmos medidas para tirarmos este veneno de nosso fornecimento de alimentos com o fim de que todas as pessoas fiquem protegidas.
O Dr. Samsel é um cientista e pesquisador apaixonado por jardinagem e agricultura, atuando especialmente na pesquisa sobre o glifosato.
“Estive com o pesquisador Arthur D. Little (ADL) em Cambridge, Massachusetts, durante muitos anos, trabalhando como pesquisador científico em vários tipos de projetos, desde o desenvolvimento de produtos até áreas das ciências ambientais. Mais tarde troquei para as ciências da saúde”, disse.
Ele também fez trabalhos para a Agência de Proteção Ambiental (USEPA/US Environmental Protection Agency) e por ser um especialista em materiais, trabalhou para o Corpo de Engenheiros do Exército dos Estados Unidos (US Army Corps of Engeeniers/USACE – sigla em inglês), Marinha dos Estados Unidos (US Navy/USN – sigla em inglês) e à Guarda Costeira dos Estados Unidos (US Coast Guard/USCG por sua sigla em inglês).
Como exemplo, o Dr. Samsel foi um dos autores do manual do Chemical Hazard Response Information System (CHRIS) para a Guarda Costeira dos Estados Unidos. Ele é também um valioso colaborador dos comentários de nossos artigos.
Além de sua carreira na ciência, também tem e opera várias granjas em New England e foi com esta experiência a que o motivou a começar a investigar os efeitos do glifosato (effects of glyphosate).
“Comecei a usar o glifosato em meus cultivos comerciais e em minhas propriedades lá pelos anos 70 ou princípios dos anos 80, quando recém este herbicida havia chegado ao mercado”, disse.
“Eu, da mesma forma que o restante dos agricultores e das pessoas de todo o mundo, me deixei levar pela publicidade, de que o glifosato era tão seguro como o sal e que se decomporia em produtos químicos inofensivos, não causando nenhum dano. Acreditava tudo isso até que comecei a estudar a substância química.
Ser um pesquisador científico, químico, me levava a saber o que tinha que procurar. Ao ter trabalhado em saúde pública, tinha conhecimento de como os produtos químicos exerciam seus efeitos sobre o corpo humano e no dos animais. Assim comecei a focá-lo a partir deste ponto de vista.
Quanto à minha própria saúde, comecei a sofrer os efeitos. Isso me levou ao caminho de investigar este produto químico porque eu o estava utilizando.”
Urina Humana Convertida em Herbicida…
Uma experiência interessante que o fez pensar foi quando tentou impedir que os cervos comessem suas colheitas. Tendo terminado a urina de coiote, que é um meio eficaz de dissuasão da presença dos cervos, utilizou sua própria urina (urine).
Curiosamente, deu-se conta de que o inço para o qual havia dirigido o jato de sua urina começou a morrer, apesar do fato de não haver aspergido ‘Roundup’ nele. Deu-se conta de que sua própria urina estava atuando como se fosse um herbicida
“Fiz alguns experimentos controlados em casa de vegetação com algumas plantas e o mesmo aconteceu. Essas plantas morreram. Então, comecei a focar minha alimentação”, disse.
“A única comida orgânica que estava comendo vinha de fora de minha horta, o mesmo acontecia com aquilo que envaso e conservo. Para todo o restante, vou ao super mercado onde compro o que preciso em termos de alimentos. Comecei a pensar que, talvez, essa era a razão por que não me sentia bem.
Desta forma comecei a focar no glifosato porque o estava utilizando. Essa foi minha principal exposição química além de meus alimentos convencionais.
Então me dei conta de que estavam usando (glifosato) nos cultivos transgênicos e procurei contactar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para ver em que alimentos poderiam ter a presença de glifosato ou glufosinato.
Este último princípio ativo (glufosinato) é similar ao glifosato e se utiliza nos cultivos transgênicos. Não é tão vastamente utilizado como o glifosato, mas representa um problema para a saúde pública. Todos os herbicidas são “um” problema para a saúde pública. Não deverá haver herbicidas em nossos alimentos. Nenhum mesmo”.
Desta forma comecei a focar no glifosato porque o estava utilizando. Essa foi minha principal exposição química além de meus alimentos convencionais.
Então me dei conta de que estavam usando (glifosato) nos cultivos transgênicos e procurei contactar o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) para ver em que alimentos poderiam ter a presença de glifosato ou glufosinato.
Este último princípio ativo (glufosinato) é similar ao glifosato e se utiliza nos cultivos transgênicos. Não é tão vastamente utilizado como o glifosato, mas representa um problema para a saúde pública. Todos os herbicidas são “um” problema para a saúde pública. Não deverá haver herbicidas em nossos alimentos. Nenhum mesmo”.
90 Porcento da Soja Contém Resíduos de Glifosato.
Por desgraça, as análises para o glifosato e o glufosinato são caras e é a desculpa que o USDA utiliza para não fazer estes provas e não havia dados de contaminações disponíveis para que o Dr. Samsel revisasse.
Finalmente, convenceu o USDA para que liberasse os resultados de uma série de análises realizadas em 2011. No total, foram analisadas 400 amostras de soja e foi detectado de que mais de 90% dela apresentava resíduos de glifosato.
Sem dúvida, quando a agência lhe enviou uma cópia do informe antes de ser publicado, ele se deu conta de que só informavam sobre 300 das 400 amostras.
“Principiei a ler a informação e dei-me conta de que a quantidade de ácido aminometilfosfónico (AMPA sigla em inglês), metabólito do glifosato, estava em níveis maiores do que do próprio glifosato.
Se analisarmos o glifosato, obviamente o encontraremos se o resíduo estiver no cultivo, mas também deverá se encontrar o metabólito AMPA. Mas ao observar os números, simplesmente não tinha sentido. Creio que selecionaram os dados para que eles não excedessem os limites de resíduos definidos pela EPA/Environmental Protection Agency“, disse.
Infelizmente, quando tratou de obter uma explicação sobre a discrepância nos dados, a pessoa com quem havia feito contato no USDA, já não trabalhava mais ali e desde então não pode mais encontrá-la.
Um Grupo Defensor Agora Oferece Análise de Glifosato nos Estados Unidos
Embora o USDA não realize análises de alimentos para detectar resíduos de glifosato, isso poderia rapidamente mudar. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos/EPArecentemente anunciou de que os reguladores norte-americanos poderiam, em um futuro próximo, 3,4,5 começar a realizar análises para detecção de resíduos de glifosato (glyphosate testing). Isso surge em razão da crescente preocupação dos consumidores sobre o impacto na saúde, originário desta substância química.6,7,8,9
Enquanto isso, a Associação de Consumidores Orgânicos (Organic Consumers Association/OCA – sigla em inglês) uniu esforços com o projeto ‘Feed the World‘, para lançar a primeira análise de glifosato ao público em geral.
Segundo o informado pela OCA:
“O projeto, com especial enfoque em mulheres e crianças, pela primeira vez está oferecendo, nos Estado Unidos, análises validadas pelo público para detectarem Glifosato LC/MS/MS (nt.: sigla em inglês da técnica: liquid chromatography coupled electrospray ionization tandem mass spectrometry), na urina, na água e no leite materno… A análise da OCA juntamente com o ‘Feed the World’ e muitas outras organizações, permitirá oferecer uma oportunidade a todos os que queiram saber se foram expostos ou não ao glifosato e em que extensão.
Esperamos que o público, percebendo a extensão de sua exposição—fundamentando no contexto do recente informe da Organização Mundial da Saúde de que o glifosato é um possível carcinogênico humano—, possa gerar uma pressão publica que finalmente obrigue que os governos de todo o mundo proíbam, de uma vez por todas, o Roundup.”
A Importância das Bactérias Para uma Ótima Saúde
O Dr. Samsel entende que nossos problemas digestivos relacionam-se com as bactérias de nossa flora intestinal e que da mesma forma como é com um solo saudável, também nosso intestino necessita dos micróbios benéficos. Isso foi algo que ele ouviu e absorveu de seu avô que o ensinou de que as bactérias saudáveis do solo proporcionam cultivos sãos. Não é uma surpresa saber que quando “limpou” sua alimentação, sua disbiose (nt.: maior presença de flora patogênica) intestinal desapareceu, ao mesmo tempo que uma série de problemas neurológicos que havia começado a surgir.
Neste momento, começou a profundar na compreensão da ciência do microbioma humano (nt.: ver o link – https://nossofuturoroubado.com.br/saude-semeando-o-microbioma-do-nene/). Muitos não conhecem o fato de que o glifosato está patenteado como um antibiótico. Está desenhado para matar as bactérias que é uma das principais formas em que prejudica tanto aos solos como à saúde humana. Pesquisas recentes chegaram, inclusive, à conclusão de que o Roundup (e outros agrotóxicos) promove a resistência aos antibióticos (antibiotic resistance). O Dr. Samsel na realidade foi quem desenterrou as patentes que mostram o glifosato ser um biocida e um antibiótico.
“Alguns dos agentes patógenos, como Salmonella e Pseudomonas, são resistentes ao glifosato. Quando ingerimos resíduos de glifosato, ele se dissocia em um meio ácido. O glifosato ácido então é capaz de fazer um estrago sobre as bactérias, da mesma forma que faz nas plantas. Mata tanto as plantas como as bactérias em nossas plantas.
Nosso intestino tem uma bela ‘forração’ de milhares de espécies diferentes. Cada uma delas tem uma função específica. Poderíamos comparar as bactérias de nosso microbioma às empresas mineradoras e manufaturas. Poder-se-ia ver as bactérias com capacetes de mineiros e escolhendo suas picaretas. Elas minam os minerais em nossa biologia para fornecer o que seu corpo necessita como cofatores para diversos processos bioquímicos. Nossas bactérias também fabricam vitaminas e outras biomoléculas que são essenciais.
Inclusive alguns dos ácidos graxos que servem como moléculas de sinalização, são fabricados por nossas bactérias. Elas fabricam a maior parte das vitaminas B, B6, B9 e B12–que é a cobalamina–essencial para nosso sistema neurológico. Elas também produzem vitamina K e parte de nossa vitamina C. Temos uma relação simbiótica com estas bactérias. Auxiliamos a elas e elas nos auxiliam. Elas ingerem os alimentos e não só os decompõem e os convertem em produtos irreconhecíveis. Decompõem os alimentos e utilizam tudo o que está presente neles”.
As Bactérias Também Produzem Aminoácidos Essenciais e Muito Mais
As bactérias também são responsáveis por produzirem aminoácidos essenciais tais como triptofano, fenilalanina e tirosina. Assim que além de quelar várias vitaminas e outros elementos importantes, o glifosato também interrompe as bactérias que fabricam os aminoácidos aromáticos. Também interrompe a metionina, um aminoácido sulfurado crucial para a desintoxicação e glutamato. Todo isso pode ter uma profunda influência em nossa biologia. Por exemplo, como explica o Dr. Samsel:
“O glifosato altera o aminoácido triptofano aromático e o triptofano é necessário para a produção de serotonina. Naturalmente da serotonina, produzimos a melatonina e da melatonina, a melanina. Existem várias biomoléculas que são muito importantes para nossa saúde e biologia.
A serotonina regula e controla o açúcar no sangre. Também regula o IGF-1 (nt.: sigla em inglês ‘insulin growth factor-1’) que é um fator de crescimento similar à insulina. O IGF-1 é necessário para a neurogênese por sua capacidade de produzir novos neurônios durante toda a vida e também para regular a nossa fisiologia. A serotonina também ativa a enzima óxido nítrico sintase derivada do endotélio (eNOS) que é responsável da secreção de insulina”.
A serotonina também catalisa a produção de óxido nítrico (NO) na vasculatura, proporcionando tônus nas vias respiratórias e relaxamento no músculo liso e os 90% de sua serotonina–que se conhece como um neurotransmissor–na realidade produzida no intestino por certas bactérias, não no cérebro.
Hoje em dia, milhões de prescrições estão orientando para os inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS), que estão projetados para aumentar a serotonina no cérebro. No entanto, 90% delas são produzidas em nosso intestino.
Monsanto Está Sabendo Há Quase 35 Anos Que os Organismos Geneticamente Modificados Promovem o Câncer
O Dr. Samsel finalmente solicitou à EPA a documentação comercial secreta da Monsanto, já que a maior parte do processo de aprovação do glifosato foi com base em estudos que a Monsanto havia feito por contratados externos. Esse processo iniciou aos finais dos anos 70 e terminou em torno de 1983 com o registro da substância química. Desde daí, submeteu-se a algumas revisões. Mas o Dr. Samsel queria ter aceso a esses documentos para investigar o que a EPA e a Monsanto realmente sabiam sobre o glifosato desde o princípio.
“Pedi à EPA, como cientista pesquisador, ter acesso a estes documentos em minha investigação. A Agência de Proteção do Meio Ambiente não aceitou, em princípio”, disse. “No final, o gabinete do senador Shaheen, aqui em New Hampshire, encarregou-se de solicitá-los à EPA… Enviaram [os documentos] em um CD. Teve que assinar um recibo. Também me disse que não poderia compartilhá-los com cidadãos estrangeiros sob as penas da lei…
No entanto, revisei de 12 a 14 destes documentos do arquivo. Eles representam milhares e milhares de páginas de dados sobre pesquisas que se realizaram com animais de laboratório. O que me surpreendeu foi que a Monsanto sabia em 1981 que o glifosato causou adenomas e carcinomas em ratos em que se havia pesquisado…
A maior incidência de crescimento tumorigênico ocorreu na glândula pituitária… o segundo nível mais alto encontrou-se nas mamas das ratas fêmeas, em suas glândulas mamárias… Em terceiro lugar, o crescimento tumorigênico mais elevado detectou-se nos testículos dos ratos machos… “
Em essência, a pesquisa da Monsanto sobre o glifosato mostrou resultados similares aos do Dr. Gilles-Éric Séralini (nt.: ver links – https://nossofuturoroubado.com.br/arquivos/novembro_09/glifosato.html e https://nossofuturoroubado.com.br/carta-de-cientistas-apoiando-pesquisador-frances-transgenicos-ogms/), em cuja pesquisa 10 foi usada alimentação com transgênicos, tendo sido injustamente discriminada e retirada do periódico onde foi publicada 11,12,13,14 devido, em grande parte, à influência da Monsanto. (Este documento do Dr. Séralini posteriormente foi republicado com livre acesso no periódico Environmental Sciences Europe do grupo Springer.15)
A própria investigação da Monsanto também é compatível com a do Dr. Séralini que está idêntica a determinação da Agência Internacional de Pesquisa sobre Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde, de que o glifosato é um “provável carcinogênico humano, Classe 2 A” 16,17,18, situação que a Monsanto agora está tentando retratar.
E mais ainda, a investigação mostra que as doses baixas de glifosato tendem a ter um maior efeito do que as doses mais altas. As doses onde se detectou que gera dano, são comparáveis aos níveis de glifosato que se encontram no trigo, açúcar, milho e soja da dieta norte americana.
A Monsanto Nunca Publicou Estes Resultados Negativos
E então, como a Monsanto e a Biodinamics–a empresa que realiza a pesquisa—ocultaram estes fatos inconvenientes? Segundo o Dr. Samsel, cancelaram os controles e as conclusões condenatórias utilizando dados históricos de pesquisas não relacionadas. Também vale a pena assinalar que estes resultados negativos nunca foram publicados nem em literatura revisada por pares como apresentados à EPA ou à Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA/Food and Drugs Administration).
Está claramente demonstrado a presença de câncer em estudo com alimentação em 26 meses, mas os únicos estudos que a Monsanto publicou são estudos realizados em menos de três meses, ocultando as consequências do consumir glifosato e alimentos transgênicos no transcurso de toda a vida.
“Estou revisando um informe do Biodinamics identificado como Projeto Número 77-2062, ‘Um Estudo de Alimentação com Glifosato Por Toda Vida de Ratas’ e todas as páginas deste documento dizem: ‘Contém informação confidencial da Monsanto Company‘. Aqui tenho uma carta do funcionário de saúde e segurança da Monsanto. Ele estava no topo da direção da corporação neste tempo, voltando em 1981. Nesta sua correspondência, solicita à EPA que lacre os documentos e os trate como segredo comercial. Pessoalmente considero que isso é uma violação ao processo de examinação pública…
Agora que li os documentos envoltos em segredos comerciais da Monsanto, que não estão disponíveis ao público, estou num processo de escrever à Agência de Proteção Ambiental para lhes solicitar que os torne liberados a todos. Não pode haver este direito de reter esta informação ao público. Porque ao se ver estes documentos, percebe-se claramente que a Monsanto já sabia desde 1981 que o glifosato causava crescimento tumorigênico e carcinomas em múltiplos órgãos e tecidos… Do jeito que vamos, estaremos permitindo uma matança de milhares e milhões de pessoas”, disse o Dr. Samsel.
Remover o Glifosato É Imprescindível para Proteger a Saúde Humana e das Gerações Futuras
De acordo com o Dr. Samsel, agora estamos vendo os efeitos do glifosato nas estatísticas de enfermidades humanas. Seu trabalho com a Dra. Stephanie Seneff e a Dra. Nancy Swanson, mostra que as taxas de enfermidades crônicas encontram-se em seu ponto mais alto. Incluem-se os tumores específicos que se encontram na pesquisa de alimentação com glifosato por 26 meses da Monsanto, assim como a pesquisa do Dr. Séralini, na França, dentre outros– especificamente são tumores na glândula pituitária, nos rins, na mama, nos testículos, tireoide e ainda a hiperplasia tímica.
“Recentemente realizou-se uma investigação onde se analisaram as tomografias computadorizadas escaneadas de pacientes que tinham enfermidades da tireoide e que também mostraram ter hiperplasia tímica. E ai, adivinhem o que isso tem a ver com o glifosato? No estudo em ratos, encontraram uma alta incidência de hiperplasia tímica, assim como adenomas e carcinomas da tireoide”, disse o “Dr. Samsel. “Se não eliminarmos esta substância química de nossa cesta de alimentos, todo o mundo se verá afetado. Todo o mundo que está se alimentando com a dieta ocidental. Invariavelmente todos…
Agora, para algumas enfermidades, a taxa de incidência entre os ratos era ligeiramente menos dos 50%—algumas eram tão altas como 80% do grupo tratado. Obviamente, não estamos vendo uma diminuição de tumores em 80% das pessoas nas populações ocidentais. Mas há um caminho que poderíamos trilhar para vê-las finalmente… Os ratos têm uma vida media de dois a dois anos e meio, enquanto que a esperança de vida humana é em torno 80 anos.
Temos comido somente transgênicos nos últimos 15 anos, e paralelamente as estatísticas de enfermidades já estão aumentando e subindo dramaticamente. O Dr. Samsel crê que não tem dúvida de que os alimentos transgênicos diminuirão a expectativa da vida humana.
“No vigésimo mês, os ratos tinham uma taxa de sobrevivência dos 80 aos 90%. Mas, quando chegamos em torno dos 24 meses, mais de 50% dos ratos haviam morrido. Quando chegamos ao vigésimo sexto mês, creio que só nos fica uns 30%”.
Embora a correlação não seja causalidade, tendendo a extrapolar, sugeriria que, ao menos que deixássemos de ingerir glifosato e alimentos transgênicos, a grande maioria de nós contrairá uma enfermidade ameaçadora em nossos últimos anos e muito poucos morreriam de velhos. Outras enfermidades não mortais também estão surgindo em taxas exacerbadas—como transtornos neurológicos– do tipo de autismo, transtorno de hiperatividade com déficit de atenção (TDAH) e uma ampla variedade de problemas comportamentais.
Quando comecei a praticar a medicina nos anos 80, a taxa de autismo era uma criança em cada 10.000. Agora, segundo algumas estimativas, chega-se a ter uma em cada 30. De acordo com as estimativas dos Drs. Samsel e Seneff, na próxima década, a metade de todas as pessoas nascidas tenderão, de alguma forma, a ter autismo. “Isso é correto, se seguirmos na mesma trajetória. Chegaremos a ter uma de cada duas. Algo que será aterrador,” disse o Dr. Samsel.
As Pesquisas Poderão Estar Utilizando Controles Contaminados…
Em uma nota adicional, é importante entender que, quando se faz pesquisas, não analisar a alimentação de controle para detectar a presença de glifosato, poderá distorcer dramaticamente os resultados e ocultar eficientemente os efeitos nocivos. Segundo o Dr. Samsel:
“Eles continuam fazendo isso. A medida que lia mais cuidadosamente os estudos, percebi que não analisavam a água. Eles não analisam o alimento para detectar outros contaminantes. Contatei a empresa Purina e lhes pedi que comentassem sobre os alimentos para cachorros e sua alimentação de laboratório. Eles sim analisam alguns dos agrotóxicos e de fungicidas básicos, como o fosforado malation, outros organofosforados e alguns dos fungicidas.
Mas não analisaram o glifosato nestes alimentos. Regressando ao tempo quando se realizou estes estudos em 1978 e 1980, não analisaram a alimentação, mas os agrotóxicos mais utilizados no cultivo de milho e soja neste tempo para os alimentos de animais, eram os organofosforados. Alguns deles foram carbaril e Lannate.
O que é interessante é que também desenterrei muitas patentes sinérgicas. Li todas as patentes da Monsanto, além das patentes de outras companhias que também haviam trabalhado com glifosato. O glifosato é um produto sinérgico com outros antibióticos, com fungicidas e com a maioria dos produtos químicos que eu vi serem usados em combinação.
Inclusive escrevi acerca de que é sinérgico com imidacloprid (nt.: um neonicotinóide), o agrotóxico sistêmico que tem se relacionado com danos às abelhas. Os efeitos que vieram nos estudos ‘Biodynamics‘ nos controles, eles os estavam administrando alimentos contaminados a estes animais… que são conhecidos por induzir alguns dos crescimentos tumorigênicos. Mas o fato de que os animais alimentados com glifosato tiveram incidências mais altas… mostra que teve uma sinergia com o que haja estado na alimentação”.
Efetivamente, isso é algo que tanto a EPA como a FDA deveriam abordar. Quando são realizadas as análises em laboratório com animais, realmente necessitam focar nos níveis de resíduos de glifosato e de outros produtos químicos no alimento dos animais porque isso pode estar distorcendo os resultados de laboratório, fazendo com que os riscos pareçam inexistentes.
O Problema com as Plantas Transgênicas
Segundo o Dr. Samsel, o glifosato só representa a metade de um problema de duas partes. A outra metade são as plantas transgênicas. Durante os últimos dois anos, esteve realizando experimentos de campo e analíticos em laboratório de 33 variedades de milho transgênico. Este ano, abarcará a soja. Não só têm cultivos transgênicos resistentes a ‘Roundup’, como também existem os cultivos Bt, que produzem seu próprio agrotóxico interno chamado Bacillus thuringiensis (Bt). Mas também têm as toxinas do glifosato e do glufosinato envolvidas, porque em muitos cultivos transgênicos, os genes se acumulam.
“Estou analisando o (milho transgênico) sem tratamento para logo aspergi-lo com o herbicida [glifosato]. Estou analisando os ácidos graxos e o conteúdo mineral. Também analisando os isômeros das vitaminas. O que estou encontrando é que tem uma diferença entre os tratados com herbicida e os que não são tratados.
O herbicida influi inclusive no conteúdo mineral das variedades transgênicas resistentes, fazendo-os particularmente mais deficientes em manganês, cobalto e cobre, mas em particular manganês. Também estou encontrando que os ácidos graxos estão ligeiramente distorcidos, mas também as vitaminas, em particular os isômeros de vitamina E, tocoferol. “
Ele detectou que as variedades transgênicas de óleo de soja, canola e milho (corn oil) contêm principalmente gama-tocoferol oposto ao alfa-tocoferol (tipos de vitamina E). O alfa-tocoferol realmente é benéfico para nossa biologia enquanto que o gama-tocoferol induz à inflamação, particularmente nos pulmões.
Portanto o Dr. Samsel crê que estes óleos transgênicos podem influir nas taxas de asma e a Enfermidade Pulmonar Obstrutiva Crônica (EPOC – sigla em inglês). Em geral, parece claro que centenas de milhões de pessoas poderiam melhorar sua saúde somente evitando o glifosato e os alimentos transgênicos.
A Boa Notícia: Poder-se Eliminar o Glifosato de Seu Sistema Com Muita Rapidez
Uma pergunta importante que provavelmente todos se fazem é, uma vez que se decide evitar os alimentos contaminados com glifosato, como se desintoxicar? Aqui, tem uma boa notícia: o glifosato se elimina muito rapidamente pela urina e pelas fezes—sempre e quando não se esteja mais consumindo.
E se necessitarmos mais razões para deixarmos de comer alimentos contaminados com glifosato, consideremos isso: em uma pesquisa secreto que o Dr. Samsel revisou, encontrou de que o glifosato alcançou rapidamente à medula óssea, onde há a formação dos glóbulos. O glifosato se manteve estável na medula óssea durante, pelo menos, 10 horas.
Os glóbulos brancos produzidos durante esse tempo vão à glândula timo e às amídalas, onde maturam. Assim que o glifosato realmente funciona a nível molecular, afetando não só nossas bactérias, como também nossas células sanguíneas.
Mais importante é que o glifosato também regula genes. Por exemplo, nas bactérias Escherichia coli, o glifosato regula aproximadamente 1.040 genes, muitos deles estão envolvidos com a enzimas do citocromo P450, assim como o glutationa S-transferase, que é outra linha de defesa principal que suas células empregam para desintoxicar.
Como Reduzir a Exposição aos Agrotóxicos em Nossas Famílias
Nossa carga tóxica de contaminação está estreitamente vinculada à nossa alimentação, já que muitos dos produtos químicos aos que estamos expostos diariamente são contaminantes nos alimentos e/ou com sua embalagem. Os alimentos processados não orgânicos nos expõem a maiores quantidades de produtos químicos e toxinas potenciais, incluindo agrotóxicos (pesticides) e organismos transgênicos (GMOs), mas praticamente todos os alimentos integrais que não são transgênicos tendem a estar contaminados, até certo ponto, com agrotóxicos.
Para reduzir a exposição de nossa família, ao glifosato e a outros químicos tóxicos, consideremos, por favor, os seguintes conselhos:
- Comprar frutas e vegetais orgânicos. As frutas e os vegetais que não são orgânicos têm uma alta probabilidade de serem cultivados utilizando agrotóxicos, incluindo maçãs (apples), pêssegos, aipo e batatas. Para obter una lista completa dos produtos mais e menos contaminados, consultar o Guia da ONG EWG.19
- Agregar alimentos fermentados à alimentação. As bactérias do ácido láctico que se formam durante a fermentação do kimchi (fermentation of kimchi) podem ajudar o corpo a decomporem os agrotóxicos, assim que incluir alimentos fermentados (fermented foods) pode ser uma boa estratégia para ajudar nos processos de desintoxicação natural do corpo. Também assegurar-se de consumir fibra (fiber) suficiente na alimentação já que também desempenha um papel importante na desintoxicação.
- Eleger sabiamente os frutos do mar. Optar por variedades de pescado com baixas taxas em mercúrio (low-mercury fish), como o salmão silvestre do Alasca, anchovas e sardinhas e evitar os peixes de criadouros ou fazendas de peixes, que na maioria das vezes estão muito contaminados com PCBs (nt.: fluidos de transformadores elétricos, lembrar derrame no sul da ilha de Sta.Catarina em 2013, chamado de Ascarel) e mercúrio. Para otimizar os níveis de ácidos graxos ômega-3 (omega-3), também considerar ingerir suplemento de óleo de kril.
- Filtrar a água das torneiras. O fornecimento de água municipal pode estar contaminada com certo número de toxinas potenciais, assim, filtrar a água sempre é uma boa ideia. Ter cuidado especial e evitar a água fluoretada (fluoridated water) ao preparar a fórmula infantil.
- Trocar as panelas e utensílios antiaderentes por materiais de cozinha de cerâmica ou de vidro.
- Evitar as embalagens, garrafas e copos de plástico. Trocar por vidro, cerâmica ou variedades de aço inox.
- Evitar o uso de substâncias químicas perigosas nos gramados dos jardins. Caso contratar uma companhia para o cuidado do jardim, assegurar-se de que não utilizam agrotóxicos organofosforados.
- Revisar a política de controle de insetos e ervas nativas do empregador e de sua escola. Se não tiver sido feito, convidar a direção da escola/empregador a optar por um Manejo Integrado que utilize alternativas menos tóxicas.
- Trocar para produtos de higiene pessoal orgânicos e evitar o uso de purificadores ar artificiais, utensílios secantes para a secadora, amaciantes e outras fragrâncias sintéticas. Qualquer produto que contenha “fragrância” conterá, sem dúvida, altos níveis de disruptores endócrinos ftalatos que alteram o sistema endócrino.
O Que São os Transgênicos?
Os transgênicos são produtos originários da engenharia genética, o que significa que sua composição genética foi alterada para induzir uma variedade de características “únicas” de cultivos, fazendo-os resistentes à seca ou dar-lhes “mais nutrientes.” Os defensores dos transgênicos afirmam que a engenharia genética é “segura e benéfica ” e que alavanca a indústria agrícola.
Também diz que os transgênicos ajudam a garantir o suprimento mundial de alimentos e sustentabilidade. Mas, estarão acertadas estas afirmações? Creio que não. Durante anos, manifestei a crença de que os transgênicos representam uma das maiores ameaças para a vida no planeta. A engenharia genética não é uma tecnologia segura nem benéfica que diz ser.
Recursos na Internet Onde se Pode Aprender Mais
Fontes e Referências
- 1 National Pesticide Information Center
- 2 EPA.gov, World and US Pesticide Use Statistics 2007
- 3 Reuters April 17, 2015
- 4 Reuters April 17, 2015 Corrected
- 5 Food Safety News April 21, 2015
- 6 Scientific American April 22, 2015
- 7 Reuters April 22, 2015
- 8 Feed the World Project
- 9 Organic Consumers Association April 22, 2015
- 10 Momsacrossamerica.com July 27, 2013
- 11 Food and Chemical Toxicology November 2012: 50(11); 4221-4231
- 12 Reuters November 28, 2013
- 13 All About Feed November 2013
- 14 New York Times November 28, 2013
- 15 Scientific American November 29, 2013
- 16 Environmental Sciences Europe 2014, 26:14
- 17 The Lancet Oncology March 20, 2015
- 18 US News March 20, 2015
- 19 Institute of Science in Society March 24, 2015
- 20 EWG Guide to Pesticides
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2015.
Adorei o post! Comecei a me interessar depois que li esse link do notícias naturais (http://www.noticiasnaturais.com/2016/01/mel-e-bicarbonato-de-sodio-um-tratamento-surpreendente-para-o-cancer/).
Os alimentos são realmente a nossa cura!