Empresas pedem que governos ajudem a reduzir emissões.

(NOTA DO SITE: Vale a pena ler este material porque demonstra como as empresas, as grandes geradoras de poluição global, estão se colocando, como se estivessem ‘sob nova direção’!!!). Documento assinado por 70 das maiores corporações do planeta demanda uma resposta política rápida e focada para cortar a liberação de gases do efeito estufa e evitar as piores consequências das . O CEO da Univeler, Paul Polman, afirmou nesta terça-feira (8) que a companhia está perdendo em média R$ 900 milhões por ano devido a eventos climáticos extremos, como as enchentes no Reino Unido e o tufão Hayan nas Filipinas, que afetam suas instalações e o transporte de seus produtos.

 

http://www.institutocarbonobrasil.org.br/noticias2/noticia=736844

Autor: Fabiano Ávila   –   Fonte: Instituto CarbonoBrasil.

“Reconhecemos pela primeira vez que, em termos puramente monetários, o custo da inação para lidar com as mudanças climáticas está começando a ficar acima dos custos da ação (…) Quando digo que não poderemos arcar com os prejuízos da inação climática é uma afirmação literal”, declarou Polman durante um evento em Londres para a divulgação do Comunicado de um Trilhão de Toneladas.

Elaborado pelo Grupo de Líderes Corporativos do Príncipe de Gales, presidido pelo príncipe Charles, o Comunicado de um Trilhão de Toneladas exige, como o nome sugere, que as emissões cumulativas de gases do efeito estufa não ultrapassem um trilhão de toneladas, quantidade considerada limite para evitar que o aquecimento global seja maior do que 2oC.

Citando o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), o comunicado aponta que, se nada for feito, o um trilhão será alcançado em menos de 30 anos.

O exemplo dos prejuízos da Unilever provavelmente está se repetindo em outras companhias, pois nada menos do que 70 das maiores empresas do planeta também assinaram o documento, entre elas Shell, BT, Adidas, TetraPak e EDF Energy.

“Este comunicado é o pedido empresarial para uma resposta política às advertências científicas explícitas relativas aos riscos levantados pelo aumento contínuo dos gases com efeito estufa na atmosfera. Essa resposta, conduzida por ações nacionais, deverá ser captada e reforçada através de cooperação internacional, preferencialmente mediante um acordo global ambicioso, robusto e equitativo”, afirma o documento.

Os signatários recomendam que os governos estabeleçam um prazo para atingir o valor de zero de emissão líquida, desenvolvam uma estratégia credível para transformar o sistema de energia e elaborem um plano para reduzir o uso de combustíveis fósseis, principalmente o carvão.

“Esta é uma mensagem clara das empresas de que vivemos um tempo crítico, no qual os eventos na Ucrânia destacam o problema da segurança energética e o consenso científico nos lembra que é imperativa uma ação coletiva”, afirmou Eliot Whittington, diretor do Grupo de Líderes Corporativos do Príncipe de Gales.

“Não conheço nenhuma organização que já não tenha sentido os impactos das mudanças climáticas em algum nível. Governos, empresas e sociedade civil devem agir para colocar o planeta no rumo das emissões zero até o fim do século”, destacou Niall Dunne, diretor de sustentabilidade da BT.

O comunicado salienta ainda que há oportunidades a serem aproveitadas com as mudanças climáticas, e que empresas e governos preparados podem tirar vantagens ao serem pioneiros na nova economia de baixo carbono.

“Acreditamos que os riscos climáticos podem ser geridos com sucesso e que a transição para uma economia de zero de emissão líquida pode ser efetuada de forma a criar novas oportunidades de negócios, com custos manejáveis.”

Para o CEO da Unilever, lidar com as mudanças climáticas não apenas é compatível com crescimento econômico, como será a única forma de crescer durante o século XXI.

“A boa notícia é que mais e mais empresas estão percebendo isso. Estamos buscando o ponto de transformação para uma nova economia”, disse Polman.

Porém, o Comunicado conclui que, mesmo com a conscientização cada vez maior do problema, a velocidade das ações de adaptação e mitigação climáticas ainda estão muito lentas.

“Enquanto muitos governos e negócios já começaram a introduzir as mudanças necessárias para realizar essa transição, as emissões globais continuam a aumentar progressivamente. A menos que aumentemos o ritmo e a escala da mudança, não vamos gerir com sucesso os riscos da mudança climática. A hora de agir é agora.”