Emergência climática: Na China, 242 mil pessoas evacuadas devido às chuvas torrenciais

Cidade de Yueyang, na província de Hunan (centro da China), 2 de julho de 2024. CNS/AFP

https://www.lemonde.fr/planete/article/2024/07/03/chine-242-000-personnes-evacuees-apres-des-pluies-torrentielles_6246176_3244.html

Le Monde/AFP

03 de julho de 2024

[NOTA DO WEBSITE: Para os negacionistas de todas as estirpes e que consideram que o que tem acontecido no Brasil de norte a sul, com cheias e secas despropositadas e criminosas queimadas, basta ver essa imagem dessa cidade da China. Será uma réplica de Porto Alegre? Ainda os que acreditam que estamos sob os efeitos devastadores da , somos muito tímidos e acanhados. Mesmo os que perderam tudo parecendo acuados, se enquistam, se encolhem. Mas será que não chegou a hora de exigirmos dos que têm os poderes, político econômico e social, que alterem sua fome insaciável de fantasmas famintos, por mais poder, mais dinheiro e que é a população em massa que vive os danos irreversíveis? A escolha e a ação estão nas mãos da população que deve ir às ruas e clamar por mais solidariedade, não de doações, imprescindíveis, mas por potíticas públicas que alterem definitivamente esse descalabro climático que o planeta vive exatamente pelas ações destes insaciáveis insanos e cruéis nababos].

As fortes chuvas dos dias anteriores já provocaram inundações, sobretudo na província meridional de Guangdong. Pelo menos trinta e oito pessoas perderam a vida.

No leste da China, 242 mil pessoas foram evacuadas após as fortes chuvas que atingiram grande parte do país, provocando o caudal do rio Yangtze (Rio Azul), informou a agência oficial de notícias Xinhua.

Terça-feira, 2 de julho, à tarde, as chuvas devastaram “trinta e seis condados e distritos de sete cidades provinciais de Anhui, de acordo com o departamento provincial de gestão de emergências” e afetaram 991 mil habitantes, incluindo 242 mil que tiveram que ser evacuados, detalhou o agência.

A agência de notícias também disse que os níveis de água no rio Yangtze, o mais longo da China, com 6.380 quilômetros, ultrapassaram os limites de alerta na parte que atravessa Anhui, uma província a oeste de Xangai. Também foram elevados os níveis de alerta de outros vinte rios e seis lagos da região.

Na quarta-feira, imagens da televisão estatal CCTV mostraram que um trecho do rio Yangtze subiu tanto que cobriu quase completamente uma escultura na cidade de Wuhu, que normalmente fica 12 metros acima da água. Outras imagens mostraram voluntários vestindo coletes vermelhos patrulhando as margens do rio, equipados com guarda-chuvas, coletes salva-vidas e bóias que guardavam nas proximidades.

Mais de 100 milímetros de chuva foram registados em vinte e quatro horas, entre segunda e terça-feira, por centenas de estações meteorológicas na província de Anhui, segundo a Xinhua. No distrito de Hexi, perto da capital provincial, Hefei, foram contados cerca de 260 milímetros. Dezenas de milhares de agentes estatais foram destacados para monitorizar barragens e diques ao longo do rio, informou a agência oficial.

A previsão é que a chuva continue de quarta a sexta-feira e foi emitido um alerta para possíveis “desastres geológicos” no Sul.

Condições climáticas extremas na China

Na semana passada, quatro pessoas morreram e outra foi dada como desaparecida no dia seguinte a um deslizamento de terra em Hunan, no centro do país, após chuvas recordes.

As fortes chuvas dos dias anteriores já tinham causado inundações, especialmente na província de Guangdong, no sul, emblemática do poder industrial chinês. Pelo menos trinta e oito pessoas perderam a vida.

A China tem enfrentado condições climáticas extremas e temperaturas locais incomuns nos últimos meses. O país é o maior emissor mundial de gases com efeito de estufa – um factor-chave, dizem os cientistas, nas alterações climáticas, que torna estas perturbações climáticas mais frequentes e intensas.

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2024