Emergência climática: Mais da metade do Brasil enfrenta a pior seca em 44 anos

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ClimaInfo, 28 de agosto de 2024.

[NOTA DO WEBSITE: Depois desta catastrófica situação em que nos metemos ao permitirmos que a grande fonte de água para este país fosse e esteja sendo destruída. Não se pode mais ignorar o que representam para o Brasil os ‘Rios Voadores’. A fonte que permanentemente regava quase todo o nosso país com as chuvas que nos mantinha, no centro-oeste, no sudeste e no sul, como geradores de alimentos e de sobrevivência das populações, de áreas brasileiras mais habitadas. Sem contar que com a destruição da floresta, nem a Amazônia está conseguindo superar a água ela própria gerava. A irresponsabilidade de cidadãos, sejam os criadores de gado, os sojicultores e mesmo os madeireiros e os devastadores das paisagens que pareciam eternas da Hileia, é tamanha que lhes cega e por isso cospem para cima e lhes atinge em cheio e a uma grande fração do país. Estes são os que se consideram os verdadeiros patriotas. Imbecilidade suprema!].

16 estados brasileiros e o Distrito Federal enfrentam seca severa, a pior já registrada em mais de quatro décadas no Brasil, diz CEMADEN.

A falta de chuvas e as temperaturas acima da média estão dando o tom do clima no Brasil nos últimos meses. O país sofre com sua seca mais intensa desde os anos 1980, de acordo com análise do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (CEMADEN) divulgada no g1. O quadro cobre mais da metade dos estados brasileiros, que enfrentam seca severa e, em algumas áreas, seca extrema.

Das 27 unidades federativas, 16 estados e o Distrito Federal estão sofrendo com a seca nos últimos três meses, que ocorre desde o norte do Brasil, na Amazônia, até o Sudeste e alguns estados do Nordeste e Sul. Na lista, estão Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia, Rio de Janeiro e São Paulo.

“A gente nunca tinha visto de forma tão expandida pelo país, fora dos estados do semiárido, uma seca tão longa. Já são 12 meses de duração. Isso é um cenário muito preocupante”, explicou Ana Paula Cunha, pesquisadora do CEMADEN.

Os primeiros registros da seca ocorreram em junho de 2023, com a chegada do El Niño. O período chuvoso iniciado em outubro, que poderia amenizar a estiagem, acabou sendo menos efetivo, prejudicado por bloqueios atmosféricos que impediram o avanço de frentes frias na maior parte do Brasil.

Já no começo do ano, as chuvas seguiram abaixo do esperado, ao mesmo tempo em que as temperaturas máximas atingiram recordes históricos. Em tese, o calor deveria ter facilitado a formação de chuvas, por conta da evapotranspiração, mas isso não aconteceu.

Tudo isso, no agregado, colocou boa parte do Brasil em um cenário de desequilíbrio hídrico poucas vezes visto. A estiagem, de forma geral, está sendo observada em todo o país, com exceção do Rio Grande do Sul, onde chuvas históricas causaram um dos piores desastres climáticos da história brasileira.

“Quanto mais tempo esse cenário durar, mais impactos ele causa, mas mais do que isso, é mais difícil ainda de recuperar. A situação é tão grave que são necessários ciclos de chuva acima da média para ajudar a amenizar e isso não vai acontecer no próximo ciclo. Não vai ser o suficiente”, disse Cunha. 

CNN BrasilCorreio BraziliensePará Terra Boa e Poder360, entre outros veículos, repercutiram a análise do CEMADEN.