Economia verde ou azul? O autor e empresário belga, Gunter Pauli, sugere um novo modelo: a Economia Azul. As respostas estão nos sistemas naturais.
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Tema focal da Rio+20, a Economia Verde está na agenda global de acadêmicos, políticos e empresários. Mas mesmo com toda essa força, tem gente por aí que não apoia o novo modelo econômico. Um deles é Gunter Pauli, autor do livro The Blue Economy: 10 Years, 100 Innovations, 100 Million Job.
O belga de 55 anos, fluente em sete línguas, viveu em quatro continentes e já criou 10 empresas. Depois de anos trabalhando para incentivar negócios verdes, Pauli desenvolveu uma nova visão: a Economia Azul, um modelo em que o processo de produção é integrado, como em um ecossistema. No modelo azul, a utilização de recursos naturais é evitada sempre que possível, graças a inovações baseadas na natureza.
Segundo Pauli, a economia verde tem grandes falhas. “Estamos pedindo aos consumidores para pagar mais, aos investidores para injetarem mais recursos sendo que as taxas de retorno são mais baixas. Isso pode funcionar para uma pequena parte da população mundial, onde a economia está indo bem. Mas estamos enfrentando uma crise econômica, com altas taxas de desemprego em todos os lugares.”
Portanto, ao invés de prometer resultados positivos no longo prazo, a economia azul produz algo bom imediatamente – como faturamento e empregos. “[O modelo] não depende de muito capital, e sim de inovações inteligentes que organizam processos através da sabedoria da natureza”, diz Pauli. A economia azul é baseada na idéia de que quaisquer que sejam os desafios que nós humanos enfrentamos, os sistemas naturais têm soluções. Basta examinar a natureza melhor. Se imitarmos as soluções do meio ambiente, vamos atingir sustentabilidade, em tudo o que fizermos.
Pauli afirma que já conhece cerca de 100 modelos de negócios azuis, implementados em diferentes partes do mundo. “Tome a bateria, por exemplo. Todos nós já somos acostumados com a bateria. Quem pode imaginar um aparelho celular ou computador sem uma bateria? Mas os sistemas naturais produzem eletricidade constantemente a partir de múltiplas fontes que não têm nada a ver com baterias, nem com os combustíveis fósseis, centrais nucleares ou turbinas eólicas.”
Portanto, é importante fazer perguntas, tais como: O que podemos aprender a partir de uma árvore que gera eletricidade devido ao seu peso sobre as rochas? E como podemos gerar eletricidade através da geração de sódio, potássio e cálcio, que é a forma como nosso coração funciona? Uma vez que compreendermos como a eletricidade é gerada nos ecossistemas, será possível começar a redesenhar centenas de novos produtos.
E para espalhar a economia azul pelo mundo, Pauli sugere: “Não podemos impor nada disso. Mas, inspirar os jovens e apresentá-los a todas essas oportunidades. Esta mudança pode desencadear um fluxo enorme de empreendedorismo pelo mundo.”
(Tradução e adaptação de texto da Odewire)