Conexão entre o PVC, o Feto e a Obesidade.

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…e muitos e muitos outros ‘brinquedos’ de crianças…

Resumo da história.

  • Ratas prenhes expostas a pequenas doses do ftalato conhecido como tributiltina (TBT), um químico encontrado no plástico polivinil cloreto (PVC/Vinil), tiveram filhotes, netos e bisnetos com a gordura corpórea aumentada, esteatose hepática (nt.: gordura no fígado) e expressão de gene específico de gordura;
  • O TBT é comumente detectado na poeira doméstica, que é facilmente ingerida pelos pequeninos que engatinham e brincam pelo chão;
  • O tributiltina não é somente comum em PVC, também é detectado em tintas náuticas e é conhecido por se liberar pelas vias navegáveis e ser umulativo na vida marinha, incluindo os frutos do mar que todos podem estar comendo;  e
  • Mais do que 20 substâncias químicas ambientais, agora conhecidas como “obesogênicas” (nt.: ver link – https://nossofuturoroubado.com.br/a-mae-que-expos-as-conexoes-entre-a-obesidade-e-os-quimicos-comuns/) têm mostrado causar ganho de peso em exposição ocorrida durante o desenvolvimento fetal e infantil, apesar de algumas situações também estarem conectadas a exposições em adultos.

 

http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2013/01/30/pvc-plastic-chemical-exposure.aspx

 

By Dr. Mercola

Quando estiveres tomando tua ducha pela manhã, provavelmente não colocarás muita atenção na cortina de vinil do teu chuveiro, exceto quando talvez ela precise de uma limpeza.

E se tua casa tiver um piso macio e flexível de plástico, como os de vinil (nt.: é como os norte-americanos nominam comumente o PVC) ou aqueles assoalhos com esteiras alcochoadas para as crianças brincarem (usados em muitas creches e também nos jardins de infância), provavelmente da mesma forma, não darás nenhuma atenção a eles…

Deves saber que os plásticos são duros e muito rígidos e a única maneira de fazê-los flexíveis é usar os plastificantes como os ftalatos, sendo um deles particularmente prejudicial chamado tributiltina.

Tributiltina não é unicamente um ftalato empregado em PVC, também é detectado em pinturas náuticas onde age como um biocida para o crescimento de cracas, bactérias, algas e outros organismos que se fixam aos cascos de barcos e navios.

Apesar de ter sido banido das pinturas náuticas, seu antigo emprego ainda vem com uma cobrança pesada, esta substância química é conhecida por lixiviar para as vias navegáveis e então se acumula na vida marinha, incluindo os frutos do mar que se usa como alimento. A tubulação de PVC usada para água tratada e esgoto, é outra razão do porquê este ftalato, o tributilina, é agora tão persistente nos ecossistemas. E além disso tudo, também é empregado como preservativo de madeira.

Mesmo Exposições a Baixas Doses a Tributilina Pode Tornar as Futuras Gerações Gordas.

Se tu ou teu filho foram expostos a pequenas quantidades de tributilina (TBT), provavelmente tu nem sabes disso. O que não significa que não ocorrerão efeitos.

Nova pesquisa mostrou que ratas prenhes expostas a baixas doses deste químico (similares às quantidades detectadas amplamente nos ambientes) tiveram filhotes, netos e bisnetos com aumento da gordura corpórea, esteatose hepática e a expressão de genes específicos da gordura.1 Os pesquisadores afirmaram:

“A exposição prenatal à TBT produz efeitos transgeracionais sobre os depósitos de gordura e induz a um fenótipo semelhante à doença hepática gordurosa não alcóolica até a, pelo menos, terceira geração (F3). Estes resultados mostram que exposição precoce a este obesogênico pode levar a efeitos duradouros”.

O que torna, de todos os resultados  do estudo, o mais preocupante é que o TBT é comumente detectado na poeira doméstica, facilmente ingerida pelas crianças que engatinham e brincam sobre o piso. Isso não surpreende considerando o quão difundido está o PVC na maioria dos lares. Além de estar como plástico, cortinas de chuveiro e pisos, o PVC pode também ser o material do papel de parede, das persianas das janelas, bolsas e incontáveis outros artigos de nosso “dia a dia”.

De acordo com um estudo, o TBT e os compostos relacionados organoestânicos (nt.: para saber a relação com o PVC, ver -http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0100-40422003000500015&script=sci_arttext), estes foram detectados em todas as amostras de poeiras domésticas analizadas. A ingestão de poeira pelas crianças foi estimada, em média, acima de 18% da dose diária aceitável para tais químicos proposta pela Organização Mundial da Saúde/OMS (nt.: em inglês – World Health Organization/WHO).2 Foi também detectado de que a taxa de ingestão de organoestânicos entre as crianças devido à poeira doméstica foi, em média, oito vezes mais alta do que as taxas de ingestão calculadas para adultos.

Também é prudente estar preocupado com QUAIQUER plástico flexível, em função de poder estar nele algum aditivo tóxico para induzir à flexibilidade, tornando estes produtos mais úteis, e o mais provável é que este químico nunca tenha sido testado antes quanto à sua toxicidade.

Obesogênicos: Estamos Sendo “Programados” para sermos Gordos?

Como vemos o crescimento das taxas de obesidade em todo o mundo, tanto entre adultos como entre crianças, é imperativo que as exposições a obesogênicos como o TBT sejam encaradas com seridade. O termo ‘obesogênico’ foi cunhado pela primeira vez por Bruce Blumberg, um biólogo da Universidade da Califórnia/Irvine, que também foi o autor do estudo acima.  Ele se refere a um grupo crescente de químicos ambientais conectados com a obesidade (nt.: ver link – https://nossofuturoroubado.com.br/aditivos-plastificantes/a-mae-que-expos-as-conexoes-entre-a-obesidade-e-os-quimicos-comuns). Entre seus primeiros trabalhos sobre o TBT, nota que a exposição a esta substância levava as células-tronco a tornarem-se predispostas a serem células de gordura.

“O aspecto insidioso é que nossos animais eram expostos ao TBT no útero materno, e aqui causa então, como em nenhum outro lugar, efeito ainda mais permanente” ele observou … “Se dermos tributiltina [TBT] a uma rata prenhe, seus descendentes são mais pesados do que os da não exposta … Alteramos a fisiologia destas descendências de tal forma que mesmo se comerem alimento normal, ficarão um pouco mais gordos”.3

Mais de 20 químicos ambientais, a maioria deles conhecidos como “químicos disruptores endócrinos”, têm sido identificados como fazem haver ganho de peso quando a exposição ocorre durante a vida fetal ou no desenvolvimento infantil, apesar de alguns serem conectados a exposições em adulto. Junto ao TBT, também estão incluidos:

 

Atrazina e DDE (metabólito do DDT). Certos medicamentos, tais como o da diabetes ‘Avandia’. O fitoestrógeno genisteina da soja.
Glutamato monossódico (MSG). Ftalatos (detectado amplamente em plásticos PVC, produtos de lavar roupa, produtos de cuidado pessoal, purificador de ar e outros). Fumar cigarro.
Dietilestilbestrol (DES, um estrogênio sintético prescrito para mulheres grávidas até os anos setenta). Bisfenol-A (BPA, dominante em certos plásticos, alimentos enlatados, notas termoimpressas de caixa registradora e de caixa eletrônica). Ácido perfluoroctanóico (PFOA, usado em utensílios anti-aderente, roupas/estofamento anti-manchas, colchões, embalagens alimentares para microondas, etc.).

Baixas Doses Podem Ser Piores do que as Altas.

É muitas vezes aceito, em razão de sermos expostos somente a pequenas quantidades de algum produto químico, de que suas doses são muito baixas para causarem quaisquer efeitos significativos sobre a saúde. No entanto se ao contrário, parece que nosso corpo pode estar ainda mais preparado para responder a baixas doses do que às mais elevadas. Por exemplo, estudos têm mostrado que o BPA teve um impacto sobre as células de gordura de roedores em doses 1000 vezes abaixo daquelas que as agências reguladoras dizem que não causam efeito em seres humanos. Contudo, doses mais elevadas pareciam não ter nenhum impacto.

Como foi escrito no periódico Environmental Health Perspectives:4

“Normalmente os receptores respondem a níveis muito baixos de hormônios, assim faz sentido que eles possam ser ativados por níveis baixos de mimetizadores endócrinos. Enquanto isso altos níveis do químico podem na verdade causar o desligamente conjunto de todos os receptores, prevenindo um resposta posterior. Isso é conhecido como “diminuição de receptores” (nt.: em inglês – “receptor downregulation”). Como resultado, alguns disruptores endócrinos têm efeitos muito maiores em baixas doses do que em altas; além disso, diferentes mecanismos podem estar operando”.

Pode-se Lutar e Recuperar o Dano dos Obesogênicos Ambientais… e Ganhar?

Os químicos presentes em nosso ambiente podem certamente ter um impacto sobre nossa saúde e provavelmente sobre nosso peso. Algumas destas exposições podem mesmo ter ocorrido antes do nosso nascimento, o que significa que isso, até certo ponto, está fora de controle… mas não totalmente. E nem de longe esta é a verdade. Como Blumberg observou, a exposição aos obesogênicos não precisa necessariamente “condenar-nos a sermos gordos”:5

“Não queria dizer que a exposição aos obesogênicos nos tira o livre arbítrio ou nos condena a sermos gordos”, diz ele. “No entanto,  alterará nossos pontos finais metabólicos qanto a ganho de peso. Se tivermos mais células de gordura ou propensão a fazê-las mais, e se nos alimentarmos com a dieta típica, rica em carboidratos e lipídios, que nós comemos [nos Estados Unidos], então provavelmente seremos gordos”.

Blumberg postula que os efeitos da exposição em idade precoce são irreversíveis e estas pessoas irão enfrentar, por toda a vida, a batalha  do inchaço. No entanto, se tais pessoas reduzirem suas exposições aos obesogênicos, também reduzirão os efeitos que podem surgir em exposições  já na idade adulta. Blumberg acredita que é bom reduzir a exposição a todos os tipos de químicos disruptores endócrinos. “Comer orgânico, água filtrada, minizar o plástico em nossas vidas”, afirma ele. “Se não há benefíco e há algum grau de risco, por que expormos a nós mesmos e a nossa família?””

Em outras palavras, vamos ver tudo o que temos em nossa casa e no ambiente de trabalho para determinarmos onde estão nossas grandes possibilidades de estarem vindo estas exposições. Alterações muito simples como as que seguem abaixo, podem reduzir significativamente nossos riscos:

  • Evitar, se possível, plásticos flexíveis;
  • Comer alimentos orgânicos o quanto for possível;
  • Em vez de comer peixe convencional ou de criatórios, ambos muitas vezes pesadamente contaminados com PCBs e mercúrio, suplementar com óleo purificado de krill de alta qualidade ou peixe selvagem pescado e testado em laboratório quanto à sua pureza;
  • Filtrar a água da torneira;
  • Evitar usar plásticos, especialmente para de comidas e bebidas ou nos brinquedos das crianças;
  • Escolher potes e jarras de vidro em vez de estocar os alimentos em embalagens de plástico;
  • Usar produtos naturais sejam cosméticos e itens de cuidado pessoal, produtos de limpeza, materiais para lavar as roupas além de outros itens domésticos;
  • Procurar roupas, móveis, assoalhos, tintas, pinturas e outros itens de construção, para os lares, que sejam naturais e livres de produtos químicos;
  • Substituir os potes, panelas e outros utensílios que sejam com cobertura não aderente por materiais de cerâmica, vidro ou de materiais seguros;  e
  • Substituir a cortina de PVC/vinil do chuveiro por uma feita de tecido ou instalar portas de vidro para o box do banheiro.

Uma Simples “Prescrição” para Perda de Peso.

Se há necessidade de perder peso, não desesperar. Para a maioria das pessoas, restrição severa de carboidratos como açúcares, frutose e grãos na dieta será a chave para a perda de peso. Carboidratos refinados como pães de cereais, bagette, waffles, ‘pretzels’ e a maior parte de outros alimentos processados facilmente se metabolizam em açúcares, aumentando os níveis de insulina no sangue, gerando a resistância à ela que é o fator subjacente número um de quase todas as doenças crônicas e condição conhecida para os humanos, incluindo ganho de peso.

Quando se corta grãos e açúcar das refeições, precisa-se normalmente aumentar radicalmente a quantidade de vegetais que se deve ingerir, como também ter a certeza que está consumindo regularmente, proteina de alta qualidade e gorduras saudáveis. Isso inclui a ingestão de gordura saturada como a de coco (coconut oil), que a pesquisa tem mostrado que pode auxiliar no alinhamento da cintura. Detalhei um guia ‘passo a passo’ para este tipo saudável de programa em meu plano nutricional que é bem abrangente (comprehensive nutrition plan) e eu o encorajo a consultar este guia se estiver tentando perder peso.

Fontes e Referências