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Relações Humanas (Pág. 1 de 29)

Relações humanas: Os 200 anos da saga alemã no Brasil

É sabido que a história é contada pelos ‘vencedores’ e os litígios ficam por conta dos vencidos. Esse texto publicado pela mídia pública alemã DW procura, dentro de um aparente esforço, mostrar ‘todos’ os aspectos que poderíamos considerar como positivos e negativos da imigração de etnias germânicas desde as primeiras décadas do século XIX. Sob o aspecto historiográfico, este material é importante, mesmo que, por menos que se queira, seja parcial. Infelizmente há um certo vício de origem na história das Américas que remonta à Bula do Papa Alexandre Vl, chamada de ‘Inter Coetera’ ou ‘Inter Caetera’, exarada no final do século XV e que deu origem ao afamado Tratado de Tordesilhas.. Nela era determinado que todas as terras Além Mar seriam dos Reis da Espanha e de Portugal. Ou seja, terra sem gente para gente ‘esfomeada’ por terra e por recursos, na época chamados de ‘especiarias’. E mais, de preferência que fossem ‘economicamente ‘interessantes’. E assim, como o mito de Erisícton da antiga Grécia, nada nem ninguém mereceria ser considerado a não ser os interesses dos Impérios Coloniais de então. E esta ideologia foi se fortalecendo a ponto de ser a verdadeira face da história da maioria das nações que se formaram nas Américas. Assim, haver no Brasil uma pressão para que se pudesse alterar a constituição no sentido de podermos ter duas nacionalidades, abriu as portas para os eurodescendentes de hoje se consideram mais de lá do que de cá. E estarmos vivendo a doutrina do supremacismo branco eurocêntrico com a prática e a fé na colonialidade, passa a ser o paradigma inclusive da invasão nas últimas décadas das ‘novas fronteiras agrícolas’ e da produção desesperada e avassaladora de ‘commodities’, um fato atual, corriqueiro e ‘louvável’. Constata-se tristemente que é a mesma visão de mundo do século XVI até às imigrações, fomentada pelos prepostos dos Impérios, que se espraia, nos dias de hoje, pela Amazônia, pelo Pantanal, pelo Cerrado como já foi na costa atlântica e nos interiores e sertões do Oiapoque ao Chuí. A pergunta é: quando seremos, todos, responsáveis pelas terras que a Humanidade nos colocou como guardiões como os povos originários foram, são e serão desde o passado mais remoto até o futuro mais longínquo de nossos descendentes?

Ética: E os militares? A pergunta que não podemos calar

A razão de publicarmos esse material do Prof. João Rafael, tem tudo a ver com o que agora aparece como ‘teologia da dominação’ e a pergunta é: afinal a quem esses nossos funcionários públicos atendem e defendem? A TODOS os brasileiros ou aqueles aos quais podem ter a mesma identidade ideológico-religiosa? Fica difícil se responder pelo que se viu com as mineradoras e outras ocupações devastadoras da Amazônia, do Cerrado e outras áreas hoje arrasadas do País como com o agronegócio.

A resistência do espírito: Edgar Morin

Honrando sempre esse grande homem do nosso tempo, em nosso ponto de vista a crise é muito mais civilizatória do que antropológica. Nosso website tem trazido tantos aspectos que mostram que a Humanidade vai muito além do pensamento antropocêntrico europeu. Vemos vários Povos Originários de todos os continentes, demonstrando de que a Vida vai muito além da hegemonia do pensamento eurocêntrico. Vê-se que as corporações supremacistas brancas não têm só uma visão de mundo, mas também uma visão sobre o mundo e mais ainda, uma visão de poder sobre todos os mundos. Uma visão obtusa, egocentrada, narcisista, devastadora, de fantasma faminto e autofágica. Seu suicídio civilizatório quer levar nessa avalanche todos os seres vivos do Planeta junto, para o abismo.

Aimé Cesaire e o racismo na histeria contra Lula

Aqui não importa ter sido o Lula que tenha falado sobre a questão Hitler /Holocausto/Israel. O que importa para nós do website é o desvelar que o filósofo de Martinica, Aimé Cesaire, nos traz. A constatação de que o ‘patrimônio’ exclusivo de: ‘sofrimento’, violação, degradação e extermínio dos judeus, pertence somente aos brancos. Para o filósofo, o crime de Hitler foi ele ter praticado contra os supremacistas brancos eurocêntricos. Ou seja, todos os outros holocaustos impetrados pelos supremacistas brancos por todos os continentes, não merecem ser ‘holocaustos’. Esse icônico extermínio com toda a honra que devemos, todo o planeta, reverenciar é só dos brancos europeus que casualmente professam o judaísmo. O resto continua sendo, de acordo com o centro do poder ideológico do supremacismo branco, incluindo para os que professam a colonialidade, só isso: resto de e da humanidade. E assim, como alguém ousa conspurcar esse relicário com o ‘resto’? E vemos que é só e tudo isso.

Brasil indígena precisa de outras Forças Armadas

Felizmente por um lado e infelizmente por outro, o que preservou os nossos Povos Originários da sanha de exrtermínio que sempre mobilizou todos, mas todos mesmo, exércitos de todas as colônias, até os dias de hoje, dos três continentes americanos, foi a lição que o nosso honrado Marechal Cândido Rondon, imprimiu a somente alguns dos militares brasileiros. Nunca consegui entender porque as Forças Armadas brasileiras são contra todos os povos nativos e sempre defendem os interesses econômicos de qualquer cidadão que invada as terras que só são preservadas porque ali viveram e vivem os Povos Originários. São esses que devereriam ser honrados e guarnecidos porque tem sido pela mão deles que ainda temos algo que representa o solo pátrio. Todos os outros, supremacistas brancos, são entreguistas, vassalos, cruéis e autofágicos por seu narcismo gerado pela doutrina do capitalismo individualista e devastador.

‘Cicatrizes em todas as ruas’: o campo de refugiados onde gerações de palestinos perderam o seu futuro

Por que publicar essa matéria? Porque ela nos mostra como a visão de mundo eurocêntrica age em todo o mundo, desde o século XVI. E a similitude com nossa realidade está na mesma ação de como os franceses e os ingleses manipularam na criação do estado de Israel em 1948, sendo o mesmo que os ditadores militares brasileiros fizeram no início dos anos 70 com os povos da Amazônia, todo o centro oeste e o Cerrado. Repetiu-se o que os ibéricos fizeram com o continente da América do Sul no século XVI com suas capitanias hereditárias dos portuguesas e as ‘encomiendas’ dos espanhóis.

“QUERO METER [DINHEIRO] É NO AGROPÓ”

Texto que destaca onde acaba a pressão do supremacismo branco sobre as comunidades que acreditam que o furto praticado por séculos pelo Império Colonial, justificaria a continuação da degradação humana e ambiental, pessoal e coletiva, agora pelas mãos dos colonizados.