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“O neoextrativismo está acabando com a América Latina”. Entrevista com Boaventura de Sousa Santos.

Há alguns dias, Boaventura de Sousa Santos, pesquisador e diretor do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (Portugal) visitou a Espanha para o lançamento de dois livros chaves para entender a complexidade da realidade social contemporânea no mundo e no continente europeu: A democracia à beira do caos (Siglo del Hombre) e Democracia, direitos humanos e desenvolvimento (Dejusticia). Nenhum dos dois está em português. El Espectador falou com ele sobre seus trabalhos, a crise europeia e os problemas enfrentados pela América Latina.

Documentário Revela os Perigos de Químicos do Dia a Dia.

Substâncias químicas industriais como o BPA, agrotóxicos e retardadores de chamas estão contribuindo para a infertilidade, defeitos de nascimento, câncer, autismo, doença de Parkinson e muitas outras sérias enfermidades. 84.000 químicos são legais no EUA—todos eles basicamente ainda não estão regulamentados; a cada ano, novos químicos são introduzidos que nem foram completamente testados. Muitos deles são disruptores endócrinos que podem interferir potencialmente com nossas funções hormonais, mesmo em doses extremamente baixas, ou seja, em pequenas quantidades.

Demanda por commodities influencia ritmo do desmatamento.

As políticas de inserção da Amazônia brasileira na economia nacional e mundial fizeram da região uma exportadora de commodities, de forma que a demanda externa por mercadorias como carne, grãos, minérios e madeira influenciam de forma ampla o comportamento dos setores que historicamente são responsáveis pelo desmatamento.

O jorro do hidronegócio.

Se não começar a chover em abundância a partir da próxima semana, os paulistanos terão de pedir água de presente a Papai Noel. Se a chuva só cair sobre a capital e não na cabeceira dos rios que abastecem o Sistema Cantareira, 6,5 milhões de pessoas poderão ficar sem água em suas torneiras. A fonte está secando, e a culpa é menos de São Pedro que de São Paulo; ou, melhor dito, da Sabesp (Companhia de Saneamento Básico de São Paulo), que subestimou os estragos que as mudanças climáticas, a poluição e a extração descontrolada de recursos hídricos vêm causando ao consumo de água, aqui e lá fora.

Na Argentina, bloqueio a Monsanto completa um ano.

Nas Malvinas Argentinas, em Córdoba, haverá comemoração, que promete ser massiva e com um motivo principal: há um ano, freiam a Monsanto, a maior empresa de agronegócio do mundo. Nos últimos doze meses, houve marchas, campanhas informativas, assembleias, a Justiça deteve a construção da empresa; o governo provincial rejeitou o estudo de impacto ambiental; três universidades nacionais questionaram a empresa; a polícia e grupos executaram meia dúzia de repressões sobre a população e um novo estudo confirma a rejeição da população à instalação da Monsanto, em Córdoba. Hoje, será realizado um festival de música, feira de alimentos saudáveis e comemorarão o revés da maior empresa transgênica do mundo.

Leilão de energia acirra disputa pelo rio Tapajós.

Na semana passada, o Ministério de Minas e Energia publicou, no Diário Oficial da União, uma portaria definindo o leilão da usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, no oeste do Pará, para o dia 15 de dezembro. Parte do polêmico projeto do Complexo do Rio Tapajós, que tem sido criticado pelos impactos negativos que irá causar na região, São Luiz deve gerar cerca de 8 mil Megawatts (MW) e está prevista para entrar em operação em 2019.

Monsanto já domina mercado mundial de sementes de hortaliças.

Não é todo dia que o cientista-chefe da Monsanto posa para fotos ao lado de tomates e pepinos. Vegetais nunca estiveram no foco de estudos de Robert Fraley, um dos homens mais valiosos para a multinacional americana por, entre outras coisas, ter descoberto a tecnologia Roundup Read, o "RR" da soja transgênica que catapultou a Monsanto para a liderança no mercado global de sementes.