Ações de curto prazo são essenciais, pois “no longo prazo estaremos todos mortos”

PNUD Video Extincao

https://climainfo.org.br/2021/11/17/acoes-de-curto-prazo-sao-essenciais-pois-no-longo-prazo-estaremos-todos-mortos

ClimaInfo, 17de novembro de 2021.

As metas net zero com mira em 2050 são consideradas por muitos como um avanço, mas se tornam irrelevantes se as ações não começarem imediatamente. A transição precisa avançar rapidamente no curto prazo.

Daniela Chiaretti, no Valor, falou com Adam Steiner, administrador do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), quem citou a frase de J.M.Keynes (no título) para reforçar que “para termos uma chance de net zero em 2050, o que acontece nos próximos anos, até 2030, faz muita diferença.”

Steiner se mostrou otimista, dizendo que, apesar da pandemia, a Europa alocou bilhões de euros para a retomada verde; Biden lançou um pacote de trilhões para o estímulo à transição energética; a Índia implantará 500 GW em renováveis até 2039; e a China alcançará o pico de suas emissões antes de 2030. Vale lembrar que foi o PNUD que assinou aquele vídeo climático que viralizou, no qual um dinossauro invade a Assembleia da ONU e aconselha: “Não escolham a extinção”.

Em tempo: A subida repentina dos preços do gás natural na Europa fez subir em sua esteira o preço do carvão e do petróleo no mundo todo. E o pessoal do nuclear se apressou em voltar a se vender como fonte limpa e climaticamente neutra. Segundo o Valor, o setor pressiona a Comissão Europeia a incluir as usinas na categoria de “energia limpa”. Alemanha, Áustria, Dinamarca, Portugal e Luxemburgo são contra. A ministra do Meio Ambiente alemã, Svenja Schulze, disse que energia nuclear é muito arriscada, lenta e não sustentável. A França batalha pela inclusão da nuclear no rol das fontes limpas, afinal, elas geram 75% da eletricidade consumida no país. A Economist, que também acha que a nuclear é opção, deu uma matéria sobre uma planta semidesativada na Califórnia. Com a onda de calor deste ano, a demanda subiu e, junto, o medo de que a oferta não seria suficiente, o que, para a revista, já é motivo para ressuscitar os dinossauros nucleares.