A alternativa DINCH ao ftalato pode ser menos segura do que se pensava.

DINCH, ou 1,2-ciclo-hexano ácido dicarboxílico di-isononil éster, é comumente usado como alternativa segura aos à base de ftalato. No entanto, um estudo canadense publicado na revista “Environmental Research” agora mostra que o DINCH pode não ser assim tão seguro, tendo demonstrado que este componente exerce efeitos biológicos nos processos metabólicos dos mamíferos.

 

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23/06/2015

Alguns ftalatos, os plastificantes mais conhecidos, foram restritos ou banidos de produtos infantis em muitos países e foram substituídos por DINCH em muitos produtos que têm estreito contato com o organismo humano (dispositivos médicos, brinquedos, embalagens de alimentos), visto que DINCH foi considerado seguro. No entanto, até o momento, não foram encontrados dados revisados por colegas publicamente disponíveis sobre sua toxicologia.

Os pesquisadores da McGill University em Montreal avaliaram os efeitos do DINCH e de dois de seus principais metabólitos (CHDA e MINCH) no tecido adiposo de ratos com experimentos in-vitro. Inicialmente, os pesquisadores usaram DINCH como controle, já que se acreditava ser seguro.

Porém, descobriram que este produto estava agindo do mesmo modo que um tipo de ftalato conhecido como DEHP. O metabólito do DINCH (MINCH) age como um disruptor metabólico ao afetar a diferenciação do tecido adiposo. O efeito de MINCH foi mediado por um receptor envolvido nos sistemas metabólico e endócrino, o que permitiu aos pesquisadores concluírem que MINCH poderia interferir no sistema endócrino de mamíferos.

“O fato de que MINCH pode afetar o metabolismo, que é um importante sistema regulador do nosso organismo, é preocupante”, disse o autor principal Vassilios Papadopoulos. “No momento, é difícil avaliar se a exposição ao DINCH representa um risco à saúde humana, mas populações específicas como trabalhadores profissionais poderiam estar em risco se o nível de DINCH chegar a níveis ambientais tão altos como o banido ftalato DEHP.”