PFAS: Ação judicial alega que Gore-Tex envenenou água potável perto de instalações em Maryland

A água contaminada causou altos índices de câncer e outras doenças relacionadas à exposição ao PFAS na região, alega uma ação coletiva. Fotografia: George Frey/Bloomberg via Getty Images

https://www.theguardian.com/us-news/2025/apr/03/lawsuit-claims-gore-tex-poisoned-drinking-water-near-maryland-facilities

Tom Perkins

03 abr 2025

[NOTA DO WEBSITE: Mesmo com a dramaticidade dos efeitos nefastos que as populações, hoje conscientes, dos malefícios que os ‘forever chemicals’ vêm causando a si mesmas, o tema está objetivamente desvelado! E o movimento da sociedade pressionando tanto os órgãos reguladores como os estados, fazem com que esses crimes corporativos venham à tona. Mostra como a visão de mundo dos meritocratas e da dominação das moléculas sintéticas e alheias às condições de todos os seres vivos de serem ‘naturais’, está por fim desmascarando as Big Corporations – importantíssimo documentário canadense QUE TODOS DEVEMOS VER E MEDITAR SOBRE SUAS INFORMAÇÕES. E não só as petroagroquímicas. E mais do que isso, colocando-as como responsáveis diretas, como réus, de suas atividades espúrias].

Empresa fabrica produto usado para impermeabilizar roupas e águas supostamente poluídas com alguns tipos de Pfas.

Os fabricantes do Gore-Tex, um produto popular comumente usado para impermeabilizar roupas por empresas como North Face e Mountain Hardware, envenenaram a água potável e deixaram moradores doentes ao redor de suas instalações na área rural de Maryland, alegam dois processos judiciais.

As instalações, localizadas a cerca de 145 quilômetros a nordeste de Baltimore, poluíram a água potável com níveis até 700 vezes acima dos limites federais com alguns tipos de PFAS, um grupo de toxinas conhecido como “químicos eternos/forever chemcials” devido à sua longevidade ambiental. A água contaminada causou altos índices de câncer e outras doenças relacionadas à exposição a PFAS na região, alega uma ação coletiva.

Enquanto isso, Maryland está processando a WL Gore and Associates, empresa controladora da Gore-Tex, por supostas violações ambientais. Em ambos os processos, a Gore sabia dos perigos de seus produtos desde a década de 1980 (nt.: destaque em negrito dado pela tradução para demonstrar o inquestionável crime corporativo das corporações que usam, há décadas essas moléculas. Imagina-se quanto as pessoas desportistas que escalam, esquiam etc, vêm se poluindo a si mesmas e o ambiente ao se desfazerem de seus produtos descartados) mas continuou a despejar PFAS em águas locais, que deságuam na Baía de Chesapeake, e liberando essas substâncias por chaminés.

A empresa disse que só tomou conhecimento da presença de PFOA, um tipo comum de composto PFAS, em águas subterrâneas próximas há dois anos e sugeriu que não é responsável por pelo menos parte da poluição.

Philip Federico, advogado dos autores, rejeitou a ideia, observando que os produtos químicos na água correspondem aos usados ​​pela Gore. “Eles realmente não estão em posição de dizer que não é o PFA deles – eles sabem que é, e todos os outros sabem”, disse Federico.

Os PFAS são uma classe de cerca de 15.000 substâncias químicas normalmente usadas para fabricar produtos resistentes à água, manchas e calor. Eles podem se acumular em humanos e no meio ambiente e estão associados a câncer, doenças renais, problemas hepáticos, distúrbios imunológicos, defeitos congênitos e outros problemas graves de saúde.

Em 2023, a EPA constatou que praticamente nenhum nível de exposição ao PFOA (nt.: como são disruptores endócrinos estão muito além da toxicologia clássica que considera que há envenenamento em função da dose) na água potável é seguro. O processo alega que o PFOA foi usado no processo de produção da Gore. Os produtos químicos emitidos pelas chaminés provavelmente atingiram o solo próximo e se infiltraram nas águas subterrâneas, contaminando poços e contaminando o solo agrícola. Problemas semelhantes foram relatados em outras instalações de PFOA.

A Gore, uma empresa com valor estimado em quase US$ 5 bilhões, utilizou PFOA para produzir PTFE, um tipo de PFA, aplicado em roupas, carpetes, móveis, embalagens de alimentos e muito mais. A empresa criou uma página na internet defendendo seu histórico, observando que realizou algumas investigações. A empresa afirmou estar trabalhando com órgãos reguladores estaduais, além de fornecer água potável ou sistemas de filtragem para alguns moradores.

“A Gore nega as alegações nos diversos processos movidos recentemente. Estamos e continuaremos comprometidos com a saúde e a segurança de nossos associados, da nossa comunidade e do meio ambiente”, diz um comunicado no site.

Acrescentou: “Trabalhando com nossos fornecedores, eliminamos o PFOA, a substância citada no processo, de nossa cadeia de suprimentos há muitos anos. Nos defenderemos contra as alegações infundadas por meio de processo judicial, com base em fatos e ciência.”

O processo detalha como a indústria de PFAS sabia (nt.: a 3M), ao longo da década de 1970 (nt.: a gerado mater desta família de ‘forever chemicals’ já sabe há mais de 50 anos dos nefastos efeitos de sua criação), que as substâncias eram perigosas, e um executivo da Gore sabia disso, no máximo, por volta de 1990. Mesmo assim, os resíduos de PFAS da empresa aumentaram à medida que as operações se expandiam, e a empresa informou aos funcionários que a substância era inofensiva, mesmo quando os funcionários adoeceram e alguns morreram de doenças relacionadas ao PFAS (nt.: informações como esta não definem de que as corporações vêm praticando crimes corporativos há décadas?).

O processo alega que a Gore mentiu aos reguladores sobre a poluição do ar causada por PFAS a partir de 1995 e que a empresa também destruiu posteriormente documentos detalhando sua poluição, alega o processo.

Gore tinha conhecimento real, conhecia e compreendia completamente a toxicidade e o perigo à vida humana causados ​​pelo APFO/PFOA em todos os momentos por suas atividades de produção e dispersão”, diz a denúncia.

Cerca de 4.000 pessoas participam da ação coletiva. A ação e o estado de Maryland exigem que a empresa arque com os custos de limpeza, custeie despesas médicas, financie melhorias nos serviços de água e forneça água limpa aos moradores, entre outras ações.

Tradução livre, parcial, de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2025

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