Jair Bolsonaro discursa para militantes em Porto Alegre na quinta (29)
DE SÃO PAULO
30/06/2017
Em visita a Porto Alegre, na quinta-feira (29), o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) foi recebido com festa por simpatizantes no aeroporto, deu palestra em um evento empresarial e, em entrevista, ligou sua função no Exército à atividade de “matar”.
Durante coletiva, Bolsonaro foi questionado por um jornalista sobre a quantidade de projetos seus que foram aprovados na Câmara ao longo de sua trajetória no cargo.
Bolsonaro disse que aprovar um bom projeto em um mandato já é uma “grande coisa” e citou a substância que ficou conhecida como “pílula do câncer”.
“Estive à frente para aprovar a fosfoetanolamina. Cura ou não cura, não sei. Sou capitão do Exército, a minha especialidade é matar, não é curar ninguém. Mas apresentei junto com mais alguns colegas e aprovamos. Dá certo ou não dá? Vamos dar a chance daquele que tem o dia marcado para morrer tomar a pílula.”
Mais tarde, foi questionado sobre a declaração e falou: “Se eu não fosse preparado para matar, eu não seria militar. Você teria jogado dinheiro fora”.
“Aprendi a atirar com tudo que é tipo de armas, sou paraquedista, sou mergulhador profissional. Sei fazer sabotagem, sei mexer com explosivo. Vocês nos treinam, nos pagam para isso. Eu não quero é falar que a polícia tem que matar inocente, não é por aí. Mas o pessoal que tá com fuzil na mão na rua, nos aterrorizando, eles só têm uma maneira de ser abatido.”
O deputado do PSC apareceu em segundo lugar em todos os oito cenários pesquisados no mais recente levantamento do Datafolha, publicado na última segunda-feira (26).
Dependendo do cenário, ele está em empate técnico na segunda colocação, com nomes como Marina Silva (Rede) e Joaquim Barbosa (sem partido). O ex-presidente Lula lidera em todos os cenários de primeiro turno em que foi incluído.
A Folha procurou a assessoria de Bolsonaro, que informou que não iria se manifestar a respeito da declaração.
Também em Porto Alegre, Bolsonaro foi questionado sobre a possível candidatura presidencial em 2018. Ele disse que a lei eleitoral proíbe que peça votos antes da campanha e que não irá infringi-la. Falou que tem viajado pelo país e que “não quer entrar em uma briga para perder”.