O colesterol não é o culpado

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Fred Kummerow, Professor Of Veterinary Biosciences

Fred Kummerow, aos 99 anos de idade, em 201304.10.1914/31.05.2017

O colesterol não é o culpado

 

http://media.mercola.com/ImageServer/Public/2017/June/Interview-FredKummerow-Cholesterol.pdf

Uma entrevista especial com o Dr. Fred Kummerow

(nt.: esta entrevista aconteceu no ano de 2014)

By Dr. Joseph Mercola

 

DM  :   Dr. Joseph Mercola

FK  :   Fred Kummerow

 

DM: A doença cardíaca é uma das causas que lidera os óbitos nos e ao colesterol é, frequentemente, atribuída a culpa. Mas isso é realmente justificável? Olá, aqui é o Dr. Mercola, auxiliando para que todos nós tomemos o controle sobre nossa saúde. Hoje, iremos ter a companhia do Dr. Fred Kummerow, um dos pioneiros que lideraram esta questão. Por cerca de 8 décadas – sim, todos ouviram corretamente – oito décadas (nt.: destaque dado pela tradução), ele vem pesquisando toda a ciência dos lipídios, do colesterol, das doenças do coração e mesmo da nutrição. Desde o final dos anos 70, também tem estudado o desequilíbrio de nutrientes na dieta norte americana, grande indicado como desencadeador da questão da . Seu mais novo livro, “Cholesterol Is Not the Culprit” (nt.: https://www.amazon.com.br/Cholesterol-Not-Culprit-Preventing-Disease/dp/0983383561), foca sobre a química básica dos alimentos; como nosso organismo funciona; e como os alimentos se enquadram dentro de toda esta equaçãoSeja bem vindo e gratidão por estar aqui conosco, Dr. Kummerow.

FK: Grato por você me convidar.

DM: Estou encantado, realmente, com seu novo livro, [se pudesse] nos brindar com alguns comentários ou alguns dos cinco pontos fundamentais que poderão surpreender os leitores sobre seu guia a respeito de como podemos prevenir as doenças do coração.

FK: Bem, primeiro mostro em meu livro que não precisamos identificar o colesterol como fonte para desenvolver uma doença do coração. Mostramos isso em porcos que depois de nascidos foram examinados por patologistas, mestres e doutores, que haviam trabalhado durante um breve tempo comigo. Mostraram que a patologia dos porcos que tinham dois anos e meio, as células nos seus corpos, as células de suas artérias, tinham exatamente o mesmo tipo de estrutura como eram as células de alguém que tinha morrido por doença cardíaca. Isso mostrava que não se precisa uma fonte de colesterol para produzir doenças do coração.  Também demonstramos que comer ovo não causa doenças cardíacas. Em 1957, mostramos que pessoas que comem parcialmente gordura hidrogenada e pessoas que tenham sido autopsiadas nesta época continham ácidos graxos trans em suas artérias e também em seus outros tecidos corporais. Escrevi este artigo que foi publicado no periódico Science. Este foi o primeiro artigo que mostrava que os ácidos graxos trans  (nt.: destaque dado pela tradução), presentes na gordura hidrogenada, causam doenças cardíacas.

DM: Em que ano foi isso?

 FK: Em 1957.

 DM: Puxa! Isso foi há 57 anos (nt.: destaque dado pela tradução). Você foi o primeiro pesquisador a fazer esta associação. Agora a Food and Drug Administration/FDA (nt.: agência dos EUA que trata de alimentos e fármacos) está finalmente aproximando-se deste tema, mas não por sua própria vontade. Não dispôs você de algo que pudesse processar a FDA para que rotulasse isso na embalagem ou mesmo reduzisse suas quantidades na dieta norte americana?

FK: Isso foi muito recentemente. Mas deixe-me retornar ao ponto onde o colesterol realmente torna-se o foco. Em 1975, a Federal Trade Commission/FTC (nt.: Comissão Federal de Comércio) começa a tratar da questão dos ovos quando realizou um audiência para tratar deste tema. Quando fui questionado sobre os ovos, disse-lhes que eram uma boa fonte de nutrientes. Nesta época não tinha claro o que causava as doenças cardíacas. No entanto, todos os médicos neste momento testemunhavam sob juramento de que o colesterol era a fonte das doenças do coração e que comer ovos poderia gerar problemas cardíacos.

DM: Era a McGovern Commission?

FK:Federal Trade Commission é uma comissão governamental, sim.

DM: Não, a McGovern. Pensava que fossem…

FK: Não, não era a McGovern Commission. Não, esta era do senado. Era uma a comissão do Senado. Escrevi um artigo sobre isso e informei que uma dieta nutritiva era necessária e que o colesterol não era a fonte das doenças cardíacas. Assim, o que você está se referindo é uma situação muito recente. Em 2009, escrevi uma súmula, que tinha cerca de 3.000 palavras, questionando a FDA para remover os ácidos graxos trans e a gordura hidrogenada, de todas as dietas. A hidrogenização do óleo de , remonta a 1910… A gordura nesta época era bem apropriada, uma gordura suave. Podia ser usada para produzir e concentrados vegetais. Foi usada – a formulação foi utilizada de 1915 até 1965. Em 1968, quando estava no subcomitê da American Heart Association, disse ao Dr. Moses, então diretor médico, que eu considerava que deveríamos olhar com mais cuidado, já que os dados oriundos dos Centers for Disease Control and Prevention/CDC (nt.: Centros de Controle e Prevenção de Doenças, órgão vital na saúde dos EUA) mostravam que a cada ano, desde 1910, mortes de doenças cardíacas haviam aumentado a tal ponto que estava agora em 600.000 mortes por ano. Suspeitava naquele momento que eram causadas pela presença de ácidos graxos trans na dieta dos norte americanos.

O Institute of Shortening and Edible Oils concordou em menores quantidades de ácidos graxos trans na gordura baixando de 43 para 27%. Havia acessado a estes 43% de um executivo da corporação Proctor & Gamble. Tempos depois, a margarina tinha, pelo menos, 50% de gordura trans nela. Em outras palavras, metade dos ácidos graxos nesta margarina era trans. Os ácidos graxos trans impedem a síntese de prostaciclina (nt.: atua também como um protetor gástrico). A prostaciclina é necessária para manter o sangue fluindo. As pessoas que ingeriram esta margarina de 1910 a 1968 não podiam produzir nenhuma prostaciclina, assim seu sangue coagulava e acabavam morrendo de morte súbita (nt.: destaques dados pela tradução).

A indústria concordou baixar a quantidade de gordura trans. Depois disso, a morte por 100.000, como mostrado pelos CDC, gradualmente baixou novamente. Havia uma curva ascendente de aumento de mortes. E então, depois disso, a mudança que aconteceu novamente foi sua queda. No entanto, ainda havia 600 mil mortes em 2011. Assim, ainda havia excessivos ácidos graxos trans na dieta. Foi por isso que escrevi e publiquei um artigo, mostrando que se baixássemos esta gordura a zero, poderíamos não ter mais mortes súbitas.

DM: Muitos de nossos assinantes não têm um conhecimento avançado em bioquímica. Gostaria que você explanasse de maneira simplificada o que é gordura trans para que eles possam entender melhor tudo isso. Ouvimos muitas coisas sobre este fato, mas sob uma perspectiva estrutural, isso é muito confuso para algumas pessoas.

FK: Perfeito. Estruturalmente, as gorduras trans são ácidos graxos sintetizados. Quatorze deles são formados durante a hidrogenização, ou seja, durante a elaboração desta gordura (nt.: Você sabe como é fabricada a margarina?). Estas não estão presentes em nenhuma gordura animal ou vegetal. Estão parcialmente presentes somente nas gorduras hidrogenadas. Elas impedem a formação de prostaciclina que é necessária para o sangue fluir.

DM: Agora, eu pensava que havia uma gordura trans que ocorria naturalmente. Acho que é o ácido vacênico no leite de vaca.

FK: Exato. Mas, ele é um tipo completamente diferente de gordura trans. É muito mais complexo quanto à nossa química. Da mesma forma como mostra que o ácido oleico, por exemplo, que está presente no azeite de oliva, tem o que chamamos de dupla ligação. A gordura trans quebra a cadeia errada de carbonos que estão presentes no ácido oleico. Essa posição é o que se chama 9 posição. A gordura no soro do leite ou na manteiga, por exemplo, está na posição 11. O corpo trabalha inteiramente diferente entre estes dois. A posição 11 não causa dano; já a  posição 9, quando há gordura trans nesta posição, causa danos. E impede a síntese de prostaciclina.

DM: Interessante.

FK: É esta complexidade da química que faz a diferença. E a Food and Drug Administration fez, por anos a fio, esta confusão quanto a estes dois ácidos. Um causa problemas; já o outro não.  

DM: Grato por ter nos explicado isso. Interrompi-lhe quando estava descrevendo as diferentes e surpreendentes causas das doenças cardíacas e os aspectos que podem nos ajudar a preveni-las. Se pudesse retomar esta lista, será realmente maravilhoso.

FK: Recentemente publicamos outro trabalho. Mostra que existem dois lipídios (chamamos tanto de gorduras como lipídios) em nossa dieta: (1) aqueles ácidos graxos trans que viemos comentando que estão parcialmente nas gorduras hidrogenadas; e (2) a outra é produzida pela alta ingestão de alimentos fritos, a gordura que é usada em frituras comercialmente, e que podemos mesmo ter em casa – as gorduras poliinsaturadas. A maioria delas é poliinsaturada. Isso significa que ela pode ser facilmente oxidada. Ela facilmente se altera em ácido graxo que pode fluir para nossa corrente sanguínea e causar a formação de mais tromboxano (nt.: constritores na corrente sistêmica, vasodilatadores na circulação pulmonar e potentes agentes hipertensivos. Mas em homeostase no organismo com as prostaciclinas).

Tromboxano é o fator que coagula nosso sangue. Temos então a prostaciclina que mantém o nosso sangue fluindo e o tromboxano que coagula. Temos que então ter muito cuidado quanto às taxas de sua presença em nosso corpo, ou seja, as quantidades deles em nosso sangue. Isso é uma explicação bem simplificada.

Para o outro fator, o outro ácido graxo, o outro colesterol, o colesterol oxidado, que está presente em pessoas, em nosso sangue quando comemos este tipo de gordura – muito dele está mais em pessoas que fizeram operação coronariana ‘bypass' do que as que não. Esta é uma das coisas que detectamos. Temos sete destes oxiesterois (nt.: regulação da homeostase do colesterol, inflamação e diferenciação celular) no sangue e dois deles foram detectados em coelhos alimentados com colesterol. São encontrados cinco deles em coelhos e sete em pessoas. Os dois que não são encontrados nos coelhos são detectados em gorduras que foram aquecidas excessivamente. Gema de ovo em pó, por exemplo. Estamos ingerindo este tipo de que contêm este tipo de ácidos graxos.

Ingerir alimentos que tenham sido fritos em gorduras que foram sobre utilizadas é uma das fontes. A outra fonte é a gordura parcialmente hidrogenada, os ácidos graxos trans. Estes dois fatores – em vez do colesterol – são responsáveis pelas doenças do coração. Esta publicação está online e prontamente sairá em papel também.

DM: Incrível. E qual o periódico?

FK: A publicação é Clinical Lipidology, que é publicado na Grã Bretanha.

DM: Formidável. Você é um verdadeiro pioneiro. O mito completo sobre estas questões começou há 60 anos, ou antes, (suspeito que nos anos 50). Talvez pudesse nos dar a sua perspectiva do porque estava neste processo. Você foi uma das poucas pessoas que realmente testemunhou tudo isso. Pelo que entendi deste fato, o culpado, um dos principais, parece ter sido Ancel Keys, que morreu há uns 10 anos. Talvez pudesse nos dar sua visão pessoal sobre como esta confusão persiste por tão longo tempo: culpar o colesterol e não realmente focar sobre as causas verdadeiras que você já mencionou – as gorduras trans e estes desequilíbrios com a prostaciclina. Pode então compartilhar conosco sua visão sobre isso?

FK: Certo. Em 1906, um patologista russo alimentou coelhos tanto com colesterol como com ovos. Detectou sinais de aterosclerose – começo dos sinais da doença do coração – nas artérias dos coelhos. Isso foi interpretado como uma demonstração de que o colesterol em ovos foi o responsável pela doença do coração.

Ancel Keys, eu o conheci muito bem. Jantei com ele uma vez. Sei quais eram suas ideias. Mas ele teve concessões dos National Institutes of Health (NIH) (nt.: equivalente ao Ministério da Saúde no ). Certa vez ele fez um estudo com pessoas na Finlândia no verão e com pessoas na Itália no inverno. Ele surgiu com essas idéias de que as pessoas que comiam mais gorduras saturadas e mais gorduras hidrogenadas tinham mais doenças cardíacas em comparação com pessoas na Itália que não comiam esse tipo de gorduras; eles ingerem mais gordura na forma do azeite de oliva, por exemplo, do que as duras. Mais tarde, ele confessou que estava errado no que estava pensando. Fez isso antes de morrer.

DM: Ele estava parcialmente correto, embora denegrisse as gorduras trans, os óleos hidrogenados. No entanto, parece que ele acabou confundindo tudo porque não separou ou diferenciou este fato entre gorduras saturadas e as gorduras trans. Poder-se-ia dizer isso, corretamente, da sua perspectiva?

FK: Perfeitamente. Acabou confundindo os médicos porque dizia, bem no começo, que o colesterol era a causa da doença cardíaca e muito mais tarde terminou se retratando sobre isso.

DM: Estou curioso, sobre sua perspectiva novamente, de como um só homem teve tão grande e profunda influência sobre toda uma estratégia e também a posição do sistema de saúde, praticamente de todo o mundo, em vilipendiar o colesterol e as gorduras saturadas e não se entendeu a verdadeira causa que você elucidou há quase 60 anos.

FK: Bem, isso tudo é porque os médicos que cursavam a faculdade neste tempo, não tinha a cadeira de bioquímica em sua formação. Eles não tinham condições de avaliar isso por ser bioquímica que estava tão envolvida em todo este quadro mais do que qualquer outra área que tivessem notícia, quando se compara com diferentes tipos de dietas entre as pessoas. Isso ainda está ocorrendo hoje em dia. Os médicos ainda recebem dinheiro dos NIH para compararem um grupo de dietas com outro. São coisas como comer mais carboidratos, por exemplo, ou comer mais gorduras poliinsaturadas como gorduras vegetais e compararem isso às quantidades de doenças cardíacas que eles se defrontam.

Este é um quadro muito confuso porque alguns deles podem constatar de que mais carboidratos causam mais doença do coração e que gorduras poliinsaturadas poderiam causar menos. A quantidade de um tipo de gordura que se coma não faz muita diferença a menos que se coma gorduras hidrogenadas – estas fazem. Você está certo. Eles não avaliam quais gorduras eles estão ingerindo ou usando, serem tanto gorduras hidrogenadas como gorduras animais. Faz diferença nas dietas se estiverem se alimentando ou que estejam observando.

DM: Sim. Imagino que deva ter sido bastante frustrante para você pelo método de disseminação da informação que existia quando estava fazendo suas pesquisas. Agora, é claro, nos últimos 20 anos, temos tido a Internet, sendo relativamente fácil espalhar a informação.

Mas, você sabe, uma das missões deste nosso website é realmente levar o conhecimento que seja originário de pesquisa realmente sólida de cientistas como você no sentido de auxiliar a difundi-las com as pessoas ao redor do mundo e não ficarem esperando por um modelo tradicional com ampla aceitação e adoção. Assim, poderemos colher os benefícios da verdade, realmente da verdade quanto à saúde, na medida em que o melhor possa ser discernido daquilo que é manipulação, torcida ou pervertida, pela submissão aos interesses das corporações ou dos governos. Há outra área que é tão importante quanto esta. Certamente uma das áreas que estamos envolvidos no sentido de elucidar para que as pessoas entendam a verdade sobre os OGMs, os . O desafio e a tragédia é que há financiamentos  e também processos de patenteamento, envolvidos neste tema. Mas efetivamente, quase todas as universidades que lidam com a área agrícola, foram capturadas por estas corporações que, na verdade, manipulam genes e são as donas das patentes, vendendo tanto agrotóxicos como herbicidas e outros insumos, como é o caso da . Como resultado, qualquer pesquisador que se opõe a tudo isso, não recebe fundos para pesquisas. Isso se torna um caso de recursos mesmo. Tudo se complicou por também terem colocado aspectos legais no topo de tudo com a questão das patentes. Por isso, agora é ilegal fazer-se pesquisa mesmo que o cientista seja autossuficiente em termos de fundos. Gostaria se você pudesse comentar sobre este desafio quanto a fundos que tenha ou se continua a obter para as pesquisas que estiver fazendo.

FK: Fico feliz que tenha trazido esta questão dos fundos de pesquisa porque no começo da minha carreira em 1955 quando cheguei na Universidade de Illinois, tinha grandes volumes de recursos originários dos NIH. Era o principal investigador de cinco fundos de pesquisa. Tinha uma bolsa ligada a treinamento. Da mesma forma, tinha recurso financeiro para a construção de um laboratório, vindo dos NIH 

Em 1975, quando atuava como um especialista testemunha junto à audiência da Federal Trade Commission, estava em oposição ao que todos os cardiologistas neste tempo estavam dizendo. Em 1975, eu havia renovado um de meus fundos e eu tinha recebido uma correspondência dos NIH, informando que o que eu estava fazendo estava tudo de acordo. Mas eu não tinha questionado por recursos suficientes, assim eles não iriam me dar fundos nunca mais. Daí em diante não tive mais nenhum centavo dos NIH porque eu divergia dos cardiologistas [sobre o] que eles estavam afirmando.

Felizmente, dispunha de um grande fundo de recursos da Wallace Foundation, que me financiou por 28 anos até H.B. Wallace falecer. E não recebi mais nenhum recurso. Entraram neste processo as fundações Weston A. Price Foundation e a Hildebrand Foundation. Não dispus mais de dinheiro de nenhuma outra fonte. Tenho hoje somente duas pessoas que ainda trabalham comigo no laboratório, ativamente. Estamos trabalhando sobre a causa da doença de Parkinson e da de Alzheimer. Mas não tenho nenhum fundo exatamente agora para estas pesquisas.

DM: Esta é uma observação interessante ou testemunho sobre o que ocorreu em 1975. Estou encantado, você sabe. Quando tentei provocar que viessem os detalhes do por quê quase existiu um conluio quanto à persistência do mito do colesterol, você atribuiu à ignorância dos médicos porque não teriam bioquímica em sua formação. Mas, vendo mais claramente, alguns dos líderes na profissão tiveram bioquímica e alguns deles provavelmente até tivessem graduação mais elevada nesta área. Devem haver outras variáveis, especialmente aquelas que poderiam efetivamente bloquear seus fundos de pesquisa que vinham dos NIH. Você não acha que haviam executivos da indústria ou de outros tipos de influências que poderiam ser fatores determinantes nisso?

FK: Fico gratificado de levantar esta questão porque depois que o Dr. Cooper deixou os NIH… Ele foi o principal responsável porque também tinha testemunhado por esta mesma linha. Ele testemunhou de que ovos causavam doença cardíaca. Eu lhe disse que não concordava com ele de maneira nenhuma. Pouco depois que ele se retirou dos NIH, recebi um telefonema do Dr. Merrick  que era o responsável pela liberação dos fundos para os projetos. Perguntou-me se queria um recurso para pesquisas. Inclusive auxiliou-me a escrever uma introdução para isso. Infelizmente ele morreu antes de se aposentar, dois meses antes desta visita ao site. Eu tinha 15 sites para visitantes. Quando perguntei a um colega porque ele não ocupava este lugar, ele disse: “nós estávamos dois anos a frente do seu grupo de visitantes do site. Você só pode ter uns dois ou três anos para se financiar.”

Mais tarde quem estava então na liderança dos NIH, estimulou-me a solicitar um recurso para a central de financiamentos. Eu fiz. A concessão foi aprovada pelos pesquisadores que examinaram os subsídios, uma comissão formada por 20 pessoas dos NIH nesta área particular e que deveriam ser especialistas no tema. Todos concordaram que eu deveria receber o dinheiro. No entanto havia ainda um outro setor nos NIH – o chamado conselho. É constituído tanto por leigos como por cientistas, decidindo em conjunto. E este grupo não concordou que eu deveria ter este recurso. Resolvi então mudar quem seria o investigador principal. E este foi o Dr. Schwartz, que estava na faculdade de medicina, e ele também recebeu o consentimento para ter o financiamento, mas novamente, o conselho não autorizou. Não sei o que aconteceu nessas áreas.

O Dr. Willet, que faz parte da Harvard Medical School, enviou uma correspondência ao editor do periódico Journal of Nutrition, que era publicado pela Organização Mundial da Saúde/OMS (nt.: World Health Organization/WHO). Ele escreve nesta carta dirigida a eles de que eu havia sido pisoteado por forças muito poderosas. Não sei quem são estas forças poderosas. No entanto, elas certamente tiveram poder suficiente para me impedir… Não sei como tudo isso aconteceu. Só posso imaginar…

DM: No entanto, eles tiveram sucesso. Eles não querem que você saiba. Na verdade, não querem que ninguém saiba. Eles são realmente muito espertos. São muito sofisticados. E dispõem de imensos recursos, tanto financeiros como políticos para manipularem o sistema para alcançarem seus objetivos. Isso é exatamente o que fazem. Retardam de que a verdade se desvele para ser disseminada entre as pessoas. Como resultado, centenas de milhares, se não milhões, de pessoas morrem prematuramente de forma desnecessária em razão de suas supressões e acabam sendo beneficiadas com o tom gerado provavelmente por dezenas de bilhões de dólares ou mais.

FK: Recentemente, a FDA chegou à conclusão tendo por base a minha…

DM: Pelo processo que você acionou?

FK: Não. Um jurista, um advogado, chamou-me. Veja, após eu ter submetido este dossiê à FDA, supus receber uma resposta dela, mas não. Eles me chamaram e disseram: “Você nunca teve uma resposta?”. Eu imaginei que teria uma resposta dentro de seis meses. No entanto, após a entrada do dossiê, foram três anos..

Eles violaram a lei. Deveriam ter respondido. [Este advogado perguntou] “Você gostaria que eu processasse a FDA em seu nome?” Eu disse, “Não, vá em frente.” E foi isso que ele fez. É isso que Margaret Hamburg começou a considerar neste último dia 07 de novembro (nt.: era diretora da FDA em novembro de 2013 – ver https://br.reuters.com/article/topNews/idBRSPE9A608R20131107) a possibilidade de banir os ácidos graxos trans e as gorduras hidrogenadas (nt.: ver – https://globoplay.globo.com/v/4257804/). Mas de novo, ela deu à indústria 60 dias para formularem seus comentários.

A indústria disse: “Oh, este tempo não será suficiente,” porque é tempo do Dia de Ação de Graças, do Natal e mesmo do Ano Novo. Assim eles querem mais outros 60 dias. O que ela lhes concedeu. Lá por 8 de março (nt.: 2013), ela supõe-se que decidirá. Mas neste meio tempo, ela terá recebido todas as argumentações das indústrias. Uma das justificativas foi feita pela FDA era de que haviam 30.000 itens na nossa dieta que continham ácidos graxos trans.

DM: Trinta mil.

FK: Trinta mil itens.

DM: Wow.

FK: Todas as indústrias que não estão usando gordura trans, queriam que Margaret Hamburg declarasse que os ácidos graxos trans deveriam ser totalmente banidos das dietas. Agora a FDA ainda está avaliando todos estes comentários. Até agora, eles olharam para 40 deles. Pode-se ver pelo que fez a FDA. Ela só observa como as argumentações se apresentam. Tinha recebido 1.500. No entanto, até este momento ela examinou 40 que foram publicados. Vê-se que há um longo caminho a frente para que a FDA passe por todas estas ponderações.  .

DM: Você imagina outros três anos?

FK: Eu não tenho ideia quanto tempo isso demandará.

DM: Você ou seu advogado tem alguma ideia de uma impressão se a FDA fará alguma ação favorável e vá bani-las? Ou você pensa que a indústria irá prevalecer novamente e manipulará todo o processo e assim elas podem continuar vendendo este ?   

FK: Tudo isso dependerá de como as pessoas irão acreditar que a gordura trans deverá ser tirada da sua dieta. Isso tudo depende de como as pessoas acreditem que a gordura trans deve ser retirada das dietas. Há posições que dizem que sim, que ela deve ficar fora. Mas, não sei quem ganhará. Isso dependerá tanto da FDA como da opinião do público se querem que ela fique ou não na dieta da população.

Quando se considera como quantos itens alimentares têm isso neles… Por exemplo, sobre a margarina a indústria vem dizendo, “Bem, só fica um pouquinho. Resta somente 0, 134 gramas na dieta, então podemos dizer que está tudo bem.” E todas as indústrias deixariam este poucadinho se fossem autorizadas. Ainda haverá uma ingestão entre duas a três gramas por dia. E assim permanecerão pessoas morrendo subitamente. Agora, em 2011, 325 mil sucumbem de morte súbita e isso não é uma estimativa minha. E assim continuaremos [vendo] pessoas morrendo de morte súbita.

Agora, quero voltar e mostrar que, em 1958, se eu alimentasse um rato com gordura trans e após tirasse de sua dieta, em um mês, ela não estaria mais no seu corpo. Em outras palavras, a gordura trans não deverá permanecer como tal. Ou seja, a gordura trans toda se metabolizará. Não terá mais gordura trans no corpo. E isso é uma verdade. Se, então hoje, a FDA decidisse que não haveria mais gordura trans nas dietas, no próximo mês as pessoas que tivessem ingerido esta gordura acabariam não apresentando mais em seus corpos. Ela teria sido metabolizada. Poderíamos então ter – no próximo ano e nos seguintes – menos casos de morte súbita.

DM: Esta é uma informação encorajadora para se conhecer e entender. Somos gratos por ter mencionado isso porque a situação é para se ter cuidado com aquilo que se come. A trágica realidade, claro, é porque 95% da alimentação que a maioria dos norte americanos está comendo, é processada. Alimento processado é onde está alojada esta gordura. [São] 37.000 produtos com ela, algo que é inacreditável.

Mas o ponto chave aqui é que não se tem que esperar para que a FDA faça estas ações. Não precisamos esperar que a indústria aja. Podemos fazer isso por nós mesmos, simplesmente mudando nossa dieta. Significa então eliminarmos todo o alimento processado (nt.: destaque dado pela tradução). Isso pode incluir os alimentos dos restaurantes porque se pensarmos que eles não estão agregando aos seus cardápios alimentos processados, se terá outro pensamento a considerar, porque este não é o caso. Comida de restaurante, alimento processado – a chave é cada um fazer o próprio alimento.

Se pudermos eliminar isso tudo de nossa dieta, use tudo fresco, vegetais cultivados próprios do consumo, usar gorduras saudáveis e proteína animal em quantidades apropriadas, iremos ficar saudáveis. Toda a gordura trans que ainda esteja em nosso organismo, será eliminada de nosso sistema em 30 dias. Acho que esta é a dica de ouro: não precisamos depender do governo; podemos fazer por nós mesmos. Precisamos ainda fazer esta pressão neste sentido porque a maioria das pessoas não fará isso ai. Continuarão se alimentando com alimentos processados.

FK: Recomendo em meu livro que para o desjejum podemos comer um ovo; uma colher de sopa de farinha de aveia cozida ou pão de trigo (que foi molhado na água para ficar mais suave; uma colher de sopa de iogurte; uma colher de chá de nozes, nozes moídas do tipo amêndoas ou nozes; algumas frutas, dois ou três tipos diferentes de frutas (alguma colorida porque as frutas coloridas e mesmo alguma que não seja, todas têm antioxidantes nelas); dois ou três tipos de vegetais; uma fonte de carne (por exemplo, carne de gado, de porco, de galinha, peixe e frutos do mar como caranguejo ou camarão); e um queijo como fonte de proteína.

Agora, também existem outras chamadas proteínas integrais. Elas contêm todos os amino ácidos que nosso fígado precisa todos os dias para trabalhar e produzir todos os milhares de diferentes químicos em nosso corpo. O fígado faz tudo isso. É apenas um processo maravilhoso que se pode construir somente com poucas coisas que comemos. Temos que ingerir uma completa fonte de todos os amino ácidos que somente são encontrados em alimentos de origem animal.

Um dos médicos da Cleveland Clinic escreveu um livro, de 400 páginas sobre o que se deve comer. Ele recomenda somente quatro ovos por semana. Também grãos como trigo, milho e arroz como a mais baixa fonte de proteínas que se poderia comer. Todos estes grãos são incompletos em um aminoácido chamado triptofano. Precisamos de todos os aminoácidos para podermos construir os tipos de células que nosso organismo necessita. Não precisamos muito. Mas necessitamos todos eles. Necessitamos também dois ácidos graxos chamados de n-6 e n-3 (nt.: duas famílias de ácidos graxos poliinsaturados – PUFA -, cada uma representada por um ácido essencial: o ácido linoleico, família ômega-6, e o ácido alfa-linolênico, família ômega-3) para fazermos as células de nossas artérias produzirem a prostaciclina (que mantém o nosso sangue fluindo) e também aquelas que geram tromboxano (que gera os coágulos sanguíneos). Temos que ter todo isso balanceado.

Soma-se a isso, que temos que comer fontes destes quatro minerais – cálcio, magnésio, sódio e potássio. Existe minerais traço que estão presentes em nossos vegetais, frutas e carne. Não precisamos ficar preocupados com eles se tivermos uma dieta bem balanceada. Teremos todos estes fatores que necessitamos. Para jantar, como expliquei: comer vegetais tanto crus como cozidos, frutas, da mesma forma, carnes e produtos lácteos. Por falar nisso, tomar um copo de leite tanto no desjejum como no jantar.

DM: Felizmente, temos o leite in natura.

FK: Há somente 4% do leite que se pode acessar no supermercado.

DM: Certo. Você não dispõe de uma fonte de leite in natura?

FK: Não. Não conheço. Existe muito pouco leite in natura disponível. Quem puder ter, melhor. O governo federal irá permitir isso, mas…

DM: Exato.

FK: Agora, eu não tenho nenhuma objeção para quem quer consumir leite in natura. Está bem. No entanto, a maneira como o leite vem sendo produzido, penso ser uma boa ideia ingerirmos leite pasteurizado. Mas esta preferência é uma decisão pessoal.

DM: Certamente. Claro, se formos ter um leite de laticínios comerciais evidentemente que este seria o caso. Mas se tivermos acesso a um leiteiro cuidadoso, que tenha poucas vacas e que as alimente e as trata bem, vá buscar dele o leite in natura.

FK: Perfeito. De acordo.

DM: Você foi efetivamente o grande responsável pela descoberta da associação da pelagra (nt.: doença nutricional caracterizada por deficiência de vitamina B3 – niacina – e triptofano) e a niacina além de ser a primeira pessoa, o primeiro pesquisador, a identificar o fato de que as gorduras trans eram a maior causa das doenças cardíacas. Você foi a primeira pessoa a descobrir isso, o que é inominável. Foi uma descoberta incrível. E agora, você ainda está em plena pesquisa. Estudando sobre o Alzheimer e o Parkinson.

Eu gostaria, ao se aproximar dos 100 anos de idade… Quero dizer, o que me impressiona sobremaneira em você é a sagacidade de sua mente, a clareza de seus pensamentos e a habilidade de refazer todos os detalhes. Seu cérebro ainda trabalha realmente de forma esplêndida. Ou seja, uma série de pessoas consegue chegar à sua idade, mas elas já perderam tudo isso. O Alzheimer, como a maioria das pessoas sabe, é uma epidemia. As estimavas são de que uma em cada três pessoas, irá ter esta doença – que é assustadora pela perda do nosso cérebro.

Se você pudesse compartilhar quaisquer outras percepções sobre como alcançar este nível, ter cem anos de idade, estar ainda ativo em sua profissão e desfrutar de uma mente afiada como a sua. Existem algumas recomendações além de uma dieta saudável como a que acaba de compartilhar?

FK: Posso lhe dizer o que eu penso: ter uma dieta saudável.  Exercitar-se todos os dias. Costumo ir nadar ao meio dia, almoço no meu laboratório. Antes vou nadar por, pelo menos, meia hora. Também ando de bicicleta. Vou pedalando da minha casa para o meu trabalho, todos os dias. E tem um quilômetro e meio de distância. Acredito que exercitar-se é muito importante. Em meu livro, tenho uma forma de exercício para as pessoas. Em meu livro tenho uma maneira para as pessoas se exercitarem. Digo-lhes para tomarem seus pulsos, façam os seus exercícios em algum lugar seguro, sentem-se novamente, tomem novamente seus pulsos e esperem até que retornem ao valor original tomado. Fazer isso por uma meia hora ou mais. Eles perceberão que seus pulsos no repouso na tardinha ou mesmo à noite, irá para 62, 64 ou 65. Eles vão cair dos 72 para estes pontos. O coração está mais relaxado e bate mais devagar quando a pressão sanguínea cai. Esta é uma situação que se pode alcançar. Está delineado no meu livro. O texto também fala o que gera as doenças cardíacas, como cheguei a estas percepções e todas as coisas diferentes que fiz, como examinar as veias que vieram do Dr. Cook depois de suas operações de by-pass. Ele tirou uma veia da perna e usou-a como um reparo das obstruções de suas artérias coronárias. Tive partes destas veias que foram tiradas e pude analisá-las em suas composições. Elas mostraram que haviam se alterado de suas composições originárias – da placenta, por exemplo, tinha somente 10%. Veias e artérias das pessoas que foram operadas de by-pass tinham de 40 a 60% do que é chamado de esfingomielina.

A esfingomielina é parte dos fosfolipídios que estão em volta das artérias para protegê-las. Ela vai mudando no decorrer de nossa existência. A mudança ocorre porque ingerimos gorduras oxidadas, aquelas gorduras que foram muito oxidadas. Nós é que fazemos isso. Quando metade das artérias estiver agora com esfingomielina, o sal no sangue faz com que ele tenha uma carga negativa; já o cálcio nas artérias tem uma carga positiva. Então, este cálcio adere à parede da artéria e gradualmente faz com que a artéria coronária se calcifique. Isso agora está bem conhecido. É a calcificação envolvida neste processo, até o ponto em que o sangue não pode mais fluir através dessa artéria coronária. O coração não recebe o suprimento de sangue que precisa e começa a doer. [Todo mundo] sabe isso. Claro, vai-se a um médico, e uma operação de bypass coronário nos salvará. Hoje são 300.000 delas neste país, por ano. Portanto, é importante manter nossa artéria livre de calcificação. E podemos fazer isso não comendo essas gorduras oxidadas.

Essa situação é o que gera este problema. Claro, mencionei outra coisa que é: se não ingerirmos gorduras trans, não haverá interferência no nosso fluxo sanguíneo. Não haverá nada … As gorduras trans não terão influência, porque não as comendo, logicamente que não estarão lá. Essa é a outra razão para doenças cardíacas. Ambos os componentes que comemos – a gordura trans e a gordura oxidada. Se simplesmente não as ingerirmos, não teremos doença cardíaca.

DM: Acha que a vitamina K2 desempenha um papel significativo na calcificação arterial?

FK: Isso não está provado. Mas posso lhe contar algo. Tenho um pesquisador post-doc trabalhando comigo que está focado nas vitaminas K e D. Ele acredita que a vitamina D não gerará danos se tivermos vitamina K em nossa dieta, também. Agora, um médico da Universidade de Harvard tem orientado as pessoas (e outros médicos também começaram a fazer o mesmo), ou seja, ingerir grandes quantidades de vitamina D. Isso irá gerar calcificação… Vitamina D em pequenas quantidades é necessário. Mas em grandes quantidades, nós mostramos isso pesquisando em porcos… Alimentamos porcos  pequenos também, por dois meses com vitamina D em excesso. Analisados, constatamos que eles tinham mais aterosclerose e mais princípios de doença do coração em suas artérias do que aqueles que não haviam ingerido. O meu professor principal na minha formação foi o Dr. Steenbock da Universidade de Wisconsin. Foi quem descobriu a vitamina D em 1920. E patenteou sua descoberta.  O que fez foi expor sementes de trigo ao sol. Após alimentou animais de laboratório com estas sementes e comparou com aqueles alimentados com sementes que não haviam sido expostas ao sol. Os animais que foram alimentados com as sementes expostas, não apresentavam raquitismo, diferente dos que foram com sementes não expostas. Patenteou este uso de irradiação para impedir desordens de vitamina D. O processo empregava o leite que deveria passar por uma grade de aço para ser irradiado com a vitamina D e produzia 400 unidades de vitamina D por litro. Novamente tiveram patente sobre este processo. Também requererem que houvesse uma análise para se ter certeza de que a vitamina D estava lá. Esta patente foi declarada inválida pela Suprema Corte em 1948. Mas, no entanto, a vitamina D vem sendo feita a partir do colesterol irradiado. É feita a partir… É extraído da lã de ovelha que contém colesterol. Esta é a fonte atual de vitamina D.

DM: Sim, e penso que vem da lanolina, não é?

FK: No começo a maior parte. Agora não sei de onde vem. Antes era da Holanda.

DM: Não, o componente atual está na lã de ovelha, acredito que a lanolina, o ácido graxo que eles irradiam.

FK: Sim a lã de ovelha tem lanolina. E isolam o colesterol dela.

DM: Certo. Então é assim que fazem. Grato por estas observações a respeito da vitamina D. Venho há tempos propondo sobre isso para que as pessoas entendam a importância desta situação. Sendo portanto contrário de que as pessoas se encham disso. Seu interessante comentário e as pesquisas que conduziu, mostraram que teremos as artérias calcificadas se ingerirmos quantidades excessivas. Pessoalmente não ingiro vitamina D de maneira oral por uns quatro anos, gerando esta vitamina em meu organismo através da exposição diretamente ao sol. Quando se faz isso desta forma, nosso organismo através de um mecanismo de biorrealimentação, regula as quantidades que se pode absorver. É realmente muito difícil termos esta calcificação devido a quantidades excessivas de vitamina D porque nosso organismo participa disso em vez de estar sendo forçado pelo processo de ser garganta abaixo em níveis que não são necessários ou queridos.

FK: Está correto. Todos os ensaios que fizemos com a vitamina D, naquele momento, foram para a Food and Drug Administration. De fato, escrevemos um artigo que imprimimos com seu auxilio para fazermos todos estes ensaios. Fizeram uma série de ensaios sobre a vitamina D em nossos suprimentos de alimentos. Atualmente a FDA não tem feito qualquer verificação de vitamina D que esteja no mercado.

DM: Sim.

FK: Coloca-se quaisquer quantidades de vitamina D que se queira e não há regulamentação sobre isso.

DM: Uma boa maneira de tê-la é do próprio sol ou de uma cama de bronzeamento segura, permitindo ainda que houvesse o mesmo componente de auto regulação e os mecanismo de retroalimentação. E ao finalizar, quero lhe perguntar se haveria algum outro comentário que queira fazer.

FK: Bem, que leiam o meu livro.

DM: Bem, eu quero fazer uma recomendação, também. Você foi muito gentil em enviar-me uma cópia de seu livro. Existem muitos exemplares de livros sobre colesterol no mercado. Nenhuma questão. Dezenas e dezenas. Mas este especificamente está escrito pela pessoa que foi o primeiro que descobriu a verdadeira causa da doença do coração ou, pelo menos, uma de suas causas – exposição à gordura trans – que aconteceu há 57 anos. Se o leitor tiver algum interesse em colesterol, encorajo veementemente a adquirem o livro do Dr. Kummerow. Está disponível online, na Amazon. É uma leitura fantástica. Ele deve estar em sua biblioteca.

FK: Todos os médicos na Europa acreditam em mim, mas os deste país estão ainda completamente fisgados pelo colesterol. E o principal tratamento hoje em dia é ainda tentar baixar os níveis de colesterol no sangue.

DM: Sim, de fato. Mesmo um destes tratamentos, o Lipitor, gerou longe um excedente de 10 bilhões de dólares para a corporação que o fez. Podemos ver que há um grande incentivo financeiro para perpetuar este mito. Adicionando-se, é claro, que isso aí nem inclui as mais de 300.000 cirurgias ‘bypass' que são feitas a cada ano. Imagino que o custo de cada uma estará em torno de mais 50.000 dólares. Podemos pegar estes números e calcularmos tudo isso aí. [Tem] uma quantidade muito significativa de faturamentos neste mito.

FK: Certamente. Um controle melhorado sobre o que está acontecendo nas doenças cardíacas já iria compensar. Não precisamos tê-las… Nem precisamos de muito dinheiro para estes nossos cuidados sobre a saúde. Haveria menos necessidade de todo este dinheiro que agora precisamos desembolsar para os profissionais da saúde.

DM: Tudo bem. Quero lhe agradecer por todo seu trabalho pioneiro e pelos seus esforços para difundir a verdade e ajudar a reeducar as pessoas sobre as causas fundamentais de uma das causas mais comuns de morte no mundo em desenvolvimento que é a doença cardíaca. Você é uma verdadeira inspiração para todos nós. E eu lhe desejo o melhor.

FK: Obrigado por me convidar.

[END]

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, em dezembro de 2017.

 

 

 

 

 

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