Parte 7: 

DuPont tergiversa a respeito do PFOA 

Site em inglês: http://www.ewg.org/reports/pfcworld/part7.php

A DuPont está numa grande enrascada de regularização junto à EPA. E isto poderá significar grandes confusões na área econômica para a empresa. Em resposta à crescente e desfavorável divulgação pela imprensa, a DuPont tem repetidamente insistido de que exposição ao PFOA, ou C8, não apresenta nenhum risco à saúde humana. Esta tergiversação de relações públicas está claramente fora de compasso com as recentes conclusões tiradas pela EPA, com dados publicados em periódicos especializados e com dados embutidos nas 50.000 páginas de estudos patrocinados pela indústria submetidos à EPA que o EWG revisou e agregou na forma pesquisável online (click for searchable database). 

Em resumo, aqui está a DuPont escamoteando os riscos do PFOA à saúde e a análise do EWG a respeito de conhecimento científico recente: 

1.      A DuPont afirma que os níveis de PFOA encontrados em sangue humano são muito baixos para serem um risco à saúde. Esta conclusão é contraditória face às descobertas recentes do estudo financiado pela indústria sobre reprodução de ratos. Após analisar este trabalho a EPA iniciou uma “revisão prioritária” do PFOA para determinar se a ação de regulamentação que promove contra o composto é amparada pela Seção 4(f) da Lei de Controle de Substâncias Tóxicas (nt.: com a sigla de TSCA em inglês) face a preocupação de que este composto químico causa efeitos adversos tanto no desenvolvimento como na reprodução em animais. O passo mais recente da revisão prioritária da EPA é a expedição de uma avaliação de risco que mostra que os níveis de PFOA no sangue em mulheres e jovens estão perigosamente próximos dos níveis de PFOA no sangue que causa sérios danos em animais de laboratório.

 

2.     A DuPont afirma que não há evidências ou dados que demonstrem que o PFOA cause efeitos adversos à saúde humana. A DuPont relatou somente um estudo sobre saúde nos registros públicos com trabalhadores expostos ao PFOA. E ainda estaria limitado a analisar os níveis de enzimas do fígado que estavam significativamente aumentados nos trabalhadores. Mais preocupantes são as descobertas dos estudos financiados pela 3M que mostram que nos trabalhadores com altas exposições ao PFOA a causa de morte mais provável é significativamente o câncer de próstata e doenças cérebro-vascular. Outro estudo com o PFOA também financiado pela 3M detectou que trabalhadores expostos estão significativamente mais passíveis de necessitar de cuidados em relação ao câncer de próstata, a lesões do trato gastro-intestinal, à vesícula biliar e desordens pancreáticas, além de inflamação urinária na bexiga. Interpretar estes estudos é complicado porque todos eles têm falhas significativas de projeto e são baseados em pequeno número de pessoas. Além disso, cânceres e outras doenças relacionadas foram detectados.  A consistência dos efeitos sobre a saúde entre a condição dos trabalhadores e os estudos laboratoriais são impressionantes.

 

3.     A DuPont nega que o PFOA seja deletério ao processo de desenvolvimento e à reprodução. A revisão prioritária da EPA sobre o PFOA foi iniciada precisamente em razão das preocupações crescentes de seus cientistas quando percebiam os danos do PFOA, em estudos com animais, ao desenvolvimento e à reprodução.

 

4.     A DuPont enfatiza que o fígado é o órgão alvo mais importante para a agressão do PFOA. O PFOA agride virtualmente todos os órgãos e sistemas testados, incluindo o cérebro, as glândulas pituitária, adrenais, tiróide, os ovários, o trato reprodutivo masculino, o sistema imunológico e os rins. Também gera tumores nas glândulas mamárias, nos testículos, pâncreas e fígado.  Os efeitos sobre os ovários, a pituitária, os rins, o baço e as vesículas seminais foram causados pelo PFOA em doses baixas, as mesmas que foram observadas sobre o fígado.

 

5.     A DuPont afirma que o PFOA causa efeitos danosos em animais de laboratório por um simples “mecanismo de ação” que não é relevante para a pessoa humana. O PFOA causa efeitos adversos por, pelo menos, cinco mecanismos de ação, quatro dos quais são claramente relevantes para humanos. Somente quanto a um destes mecanismos, a “proliferação de peroxissoma” (nt.: as peroxissomas são organelas presentes nos eucariotes cuja função é livrar a célula de substâncias tóxicas –conforme a Wikipedia) os cientistas estão debatendo sua relevância em relação aos humanos. A proliferação de peroxissomas está claramente conectada ao envenenamento do fígado em ratos. Os cientistas não sabem se esta proliferação é responsável pelo envenenamento do fígado em macacos, dos altos níveis de enzimas do fígado em trabalhadores ou se diferentes mecanismos causam estes efeitos. O PFDA (C10), uma substância química irmã do PFOA, tem demonstrado ser a causadora da proliferação de peroxissomas em células cerebrais humanas.

 

A tergiversação da DuPont vs. a análise do EWG

 

Relação entre níveis de PFOA em sangue humano e os efeitos adversos em animais de laboratório. 

A Dupont tergiversa. Em 18 de março de 2003, sua equipe apresenta a seguinte informação à mídia, indicando que os seres humanos podem beber mais do que 2.000 galões (nt.: cada galão tem 3,78 litros) de água potável contaminada para alcançar a quantidade que possa envenenar animais de laboratório [1] [slide 15]:

 

Avaliação da ciência: É a dose (em estudos animais) relevante?

Efeito (Modelo animal)

Efeito em nível não observado

Consumo humano equivalente em galões de água com 3 ppb de PFOA

Fígado- crônico
(rato e primata)

0.5 mg/kg

>2,000 gal. por dia

Câncer
(ratos)

2.0 mg/kg

>2,000 gal. por dia

Reprodução/Desenvolvimento
(ratos)

10 mg/kg

>40,000 gal. por dia

Reprodução do Gráfico da DuPont 

Análise do EWG. A DuPont deturpou tanto o “efeito em nível não observado” destes estudos como indica que as pessoas nunca podem ser expostas ao PFOA em níveis altos bastante para se aproximar dos níveis de doses dadas aos animais de laboratório. Em nenhum dos estudos a DuPont se refere de que os cientistas encontraram uma dose que não cause dano significativo aos animais de laboratório [EWG critical study summary table | EPA Hazard Assessment - PDF páginas 60, 77, 78-79].

Mais perturbadora é a conclusão da EPA de que os níveis do PFOA na população em geral estão próximos aos níveis encontrados no soro de fêmeas de rato alimentadas com 10 mg/kg/dia ou o equivalente a beber “> 40.000 gal. por dia” de acordo com a DuPont. Em razão de que nenhuma pessoa evidentemente não bebe nada semelhante a 40.000 galões de água num dia, a única interpretação da análise da EPA é que a DuPont não tem explicação de como a população de todo os EUA pode ter acumulado quantidades substanciais de PFOA.

Os moradores próximos à fábrica Washington da DuPont perto de Parkersburg, West Virginia, que foram expostos ao PFOA através da contaminação local pelo ar e pela água potável, provavelmente têm os mais altos níveis no sangue de PFOA em relação aos níveis da população em geral sobre o qual a EPA expressou preocupação. A DuPont estimou que a população que vive perto da fábrica de Washington pode ter níveis no sangue que excedam 1 parte por milhão (ppm) pela contaminação da água potável com 3 partes por bilhão (ppb) de PFOA por seis anos.

Este nível de contaminação na água potável (3 ppb) é 50 vezes mais baixo do que o contraditório nível de classificação da água para consumo recentemente determinado pelo West Virginia Department of Environmental Protection [2,3] . Ratas fêmeas com níveis sanguíneos com estas quantidades deram cria a filhotes que morreram precocemente e apresentaram maturação sexual atrasada, crescimento diminuído, ciclo reprodutivo alterado e demonstraram danos no fígado, na pituitária, no cérebro, nas vesículas seminais, nos testículos, nos epidídimos, no baço e no timo na vida adulta [4].

 

Tabela 1. Efeitos observados em estudos em situação crítica do PFOA (ver mais sobre efeitos observados em estudos de situação crítica)

Efeito (modelo animal)

Nível com efeito não observado

Efeitos observados na menor dose testada

Fígado-cronico
(primata)

DuPont afirma: 0.5 mg/kg

Fato: DuPont não testou mesmo os 0.5 mg/kg no estudo crônico em primata

Fato: o PFOA causa efeitos em todas as doses

3 mg/kg/dia: um de quatro macacos morreu, (teve paralisia de membro posterior, falta de coordenação muscular e não respondeu ao toque); aumento do peso do fígado e aumento da bilirrubina total, pigmento da bile que vem da hemoglobina nas células vermelhas velhas do sangue

Câncer
(rato)

DuPont afirma: 2 mg/kg (~ 1.6 mg/kg/d ou 30 ppm)

Fato: o PFOA causa efeitos em todas as doses, incluindo 1.6 mg/kg/d (30 ppm)

1.6 mg/kg/dia: mudanças celulares no ovário, pulmão (fêmeas); glândula salivar (macho); falta de coordenação muscular (fêmea) e possível tumor da tiróide (macho)

Reprodução/ Desenvolvimento
(rato)

DuPont afirma: 10 mg/kg

Fato: o PFOA causa efeitos em todas as doses em ratos machos (1, 3, 10 e 30 mg/kg/d)

1 mg/kg/d (efeitos em machos): crescimento decrescente; danos ao fígado, rins

 

Fonte: Compilado pelo EWG/Environmental Working Group. 

PFOA e os efeitos sobre o trabalhador

 

DuPont enrola. Na mesma apresentação à mídia de 18 de março de 2003, no slide 18, a equipe da DuPont incorretamente declara que nenhum efeito sobre a saúde dos trabalhadores foi observado [1]: 

Avaliação da Ciência - Dados Humanos

 

 

Resultados finais Avaliados

 

 

Declaração da Dupont

 

Mortalidade

 

Sem Efeitos

 

Câncer

 

Sem Efeitos

 

Enzimas do Fígado

 

Sem Efeitos

 

Colesterol

 

Sem Efeitos

 

Hormônios da Reprodução

 

Sem Efeitos

 

Hormônios de Crescimento

 

Sem Efeitos

                 Reprodução do Gráfico da DuPont 

EWG Responde: 

O PFOA conectado às mudanças nas enzimas do fígado. Escondendo a certeza destas afirmativas, a DuPont reportou nos registros públicos somente um estudo sobre saúde com trabalhadores expostos ao PFOA e ele estava limitado a medir-lhes os níveis de enzimas do fígado que estavam significativamente aumentadas . Este estudo foi conduzido em 1981[5] em resposta às preocupações crescentes da equipe médica da Dupont já que os trabalhadores da fábrica Washington apresentavam, provavelmente, os níveis mais altos de enzima de fígado, indicando que seu funcionamento estava anormal. Marcado como “pessoal e confidencial” neste estudo o superintendente da equipe médica da DuPont observou que: “Meus resultados preliminares sugerem que o C-8 [PFOA] exposto a trabalhadores pode ter possivelmente avaliações positivas quanto à função do fígado mais freqüentemente do que a população da fábrica como um todo e que o número na lista de empregados assalariados e ativos que tiveram infarto do miocárdio, de 1974 até 1977, foi um tanto maior do que a expectativa baseada na experiência de toda a companhia”[6]. A Dupont falhou não seguindo a trilha da doença cardiovascular no estudo seguinte. A avaliação da função anormal do fígado é rotineiramente encontrada em animais de laboratório expostos ao PFOA.

 

O PFOA conectado a mudanças nos padrões de mortalidade entre os trabalhadores. Estudos sobre mortalidade foram conduzidos na fábricas da 3M em Cottage Grove, MN[7,8]. Nestes estudos, os níveis de fluorquímicos no soro sangüíneo não foram medidos. Em vez disso, a exposição foi avaliada em razão da função do trabalhador. A causa da morte era determinada via certidão de óbito. Os trabalhadores com longo tempo na Divisão Química da fábrica da 3M de Cottage Grove, MN, apresentavam 3,3 vezes mais probabilidade de morrer de câncer da próstata ao serem comparados aos trabalhadores que não atuavam na Divisão Química[8] .

O estudo seguinte sobre mortalidade constatou que os trabalhadores com exposições definitivas de PFOA, tinham elevada a 15 vezes mais sua probabilidade de morrer de doenças cérebro-vascular [7]. Outras causas de morte que foram aumentadas nos trabalhadores da Divisão Química, apesar de não serem estatisticamente significativas, foram cânceres dos testículos e do pâncreas . No entanto, estes estudos envolveram muito pouca gente e uma simples incidência de câncer pode alterar os resultados de um estudo de uma constatação de “sem aumento” para um “aumento estatisticamente significativo”. Mas, é importante notar-se que o PFOA danifica a próstata [4]  e causa ambos tumores, testículos e pâncreas, em ratos [9,10]. Acrescentando, os trabalhadores da 3M da fábrica de Cottage Grove, MN, têm mais probabilidades de morrerem de câncer de bexiga, sem levar em consideração onde executam seu trabalho, do que a população em geral [11].

A 3M também conduziu um estudo sobre “atendimento médico”. Foi conduzido na fábrica de Decatur, AL, para se estimar o por quê os trabalhadores da DuPont procuram atendimento médico. Os trabalhadores com as mais altas e longas exposições ao perfluorcarbonos têm significativamente mais probabilidade de solicitação atendimento para câncer de próstata, neoplasmas do trata gastro-intestinal (especialmente pólipos benignos do cólon), desordens da vesícula biliar e do pâncreas, cistites e infecções do trato inferior urinário [12]

O PFOA conectado a cânceres em animais e os estudos com os trabalhadores. Quatro de cinco tipos de tumores causados pelo PFOA ou pelo PFOS em animais (fígado, testículos, mamas e tiróide) têm aumentado significativamente nos norte-americanos durante os últimos 10 a 25 anos [13-15]. O PFOA causa três destes tipos de tumor – fígado, testículos e mama – em ratos [16 pp. 78-79]. O PFOA está sendo associado com aumentos estatisticamente significativos em mortes de câncer de próstata e com trabalhadores da 3M buscando atendimento médico para câncer de próstata (em trabalhadores da fábrica de PFOA em dois estudos separados [7,12]). Outros estudos de curta duração mostram que os químicos que degradam até o PFOA causam alterações celulares na consistência da tiróide com um “mecanismo de ação” conhecido como condutor de tumores da tiróide em roedores [17-23].

 

O PFOA conectado a mudanças no colesterol, nos hormônios da reprodução e do crescimento em estudos com trabalhadores, animais ou com ambos. Aumentos no soro dos níveis de PFOA estão significativamente associados ao aumento de triglicerídeos e nos níveis de colesterol além do decréscimo da high-density lipoprotein (HDL) ou o “bom” colesterol.  O PFOA também está positivamente associado com o triiodotironina (T3), um tipo de hormônio da tiróide [24,25].

A análise dos níveis de hormônio no sangue coletado de trabalhadores na fábrica de Cottage Grove da 3M em 1993 e 1995, detectou que os trabalhadores na categoria de mais alta exposição ao PFOA (> 30 ppm no sangue) têm níveis 10% mais altos de estradiol do que outros grupos de empregados que lidam com o PFOA. Este efeito não foi estatisticamente significativo, podendo ser devido ao pequeno tamanho da amostra no grupo de mais alta exposição (somente 4 em 1993 e 5 em 1995)[26]. Um estudo mais antigo também encontrou uma relação entre o PFOA e estrogênio [29] .O PFOA demonstrou aumentar o estradiol em estudos com animais [27]. Níveis de aumento do estradiol causam significativos danos ao aparelho reprodutivo dos machos [28]. Trabalhadores na categoria de alta exposição também tiveram níveis aumentados do hormônio tirotrófico (nt.: é o hormônio thyroid stimulating hormone com a sigla em inglês TSH), um sinal de que os trabalhadores devem estar sob o risco de um hipotiroidismo [26,29] . O hipotiroidismo afeta, numa estimativa, 4,6 por cento da população nos EUA, na maioria mulheres, e está conectado a danos no cérebro do feto [30,31]. Face serem poucas as trabalhadoras mulheres na fábrica da 3M, a equipe de pesquisadores tem habilidade limitada para estudar tanto doenças como a função reprodutiva feminina.

 

O PFOA e o câncer

 

DuPont tergiversa. No slide 11 da apresentação à mídia, em 18 de março de 2003, e equipe da DuPont de forma desorientada declara que o PFOA não é carcinogênico para humanos [1] :

 

Análise dos Efeitos sobre a saúde do PFOA

 

 

SIM

NÂO

Carcinogênico Animal

 

X

 

Carcinogênico Humano

 

 

X

                Reprodução do Gráfico da DuPont

 

EWG Responde: A DuPont inequivocadamente contou à mídia em 18 de março de 2003 que o PFOA não é um carcinogênico humano. Até aquele momento a DuPont nunca havia reportado um incidente de câncer em seus trabalhadores expostos ao PFOA. De fato, o último registro público com os estudos da DuPont com relação à saúde dos trabalhadores com altas exposições de PFOA foi em 1981 e neste estudo a DuPont perscrutou somente os níveis de enzima do fígado, não o câncer ou quaisquer outros resultados sobre a saúde.

A 3M, a produtora original do PFOA, nunca estudou incidência de câncer em trabalhadores expostos ao químico, mas eles estudaram a mortalidade por câncer. Detectaram que os trabalhadores da divisão química tinham mais probabilidade de morrer por câncer de próstata do que os trabalhadores menos expostos [8]. Os trabalhadores têm mais possibilidades de morrerem de doenças cérebro-vascular.

A 3M também conduziu o que é citado como “um estudo de caso de atendimento médico”, no qual eles encontraram que os trabalhadores expostos ao PFOA estavam mais propensos a buscarem tratamento para cânceres do trato reprodutivo masculino (incluindo o câncer de próstata) quando comparados a trabalhadores que a 3M acredita expostos a quantidades menores de PFOA [12] .

 

De acordo com a última diretriz sobre câncer proposta pela EPA, liberada no início deste ano (nt.: 2005), o PFOA pode ser classificado como um provável carcinogênico humano em razão de ser encontrado em muitos de seus critérios para esta categoria [16 p. 62]:

• “Um agente que foi avaliado positivamente em mais de uma espécie, sexo, raça, local ou rota de exposição com ou sem evidência de carcinogenicidade em humanos”;

O PFOA causa tumores tanto em ratos machos (testículo, fígado e pâncreas) como em ratas fêmeas (mamários), desta forma recebe este critério pela avaliação positiva em mais de um sexo e de local no organismo.

• “Um estudo positivo que é fortalecido por outras linhas de evidência, por exemplo, de uma associação entre exposição humana e câncer (mas não o bastante para interferir numa associação causal), ou que o agente ou um importante metabólito cause eventos geralmente conhecidos por estar associado com a formação do tumor (tal como a reatividade do DNA ou o controle do crescimento celular) provavelmente relacionado neste caso à resposta do tumor“;

·        Para começar, as descobertas de cânceres que originam no PFOA não são suficientes para projetar conclusões de causalidade em humanos, mas há uma concordância impressionante entre evidência de câncer em trabalhadores do PFOA e os órgãos alvo do PFOA serem conhecidos em animais O PFOA recebe este critério porque inibe a habilidade das células do fígado de se comunicarem umas com as outras, que é chamado de lacuna na confluência de comunicação intercelular (nt.: sigla em inglês GJIC que significa Gap Junctional Intercellular Communication)[32].

·        Normalmente, as células não se multiplicam de forma incontrolada porque as células vizinhas secretam sinais químicos, através de processos como o GJIC, para prevenir sua multiplicação excessiva. Então, quando a GJIC decresce, as células – incluindo as de câncer – podem crescer descontroladamente. O decréscimo da GJIC é um sinal que os PFCs podem estar atuando como promotores de tumor, o que significa que, mesmo que eles não danifiquem diretamente o DNA, fazem isto facilmente para as células de câncer que se multiplicam, gerando mais células cancerosas, eventualmente redundando num tumor.

·        Finalmente, o PFOA aumenta a produção de estradiol, uma forma potente de estrogênio, pelo incremento da atividade da enzima do fígado que converte a testosterona em estradiol (a aromatase)[27,33]. Trabalhadores masculinos junto a uma das fábricas da 3M podem também ter aumentado os níveis de estrogênio no sangue [26,29]. Apesar do estrogênio ser necessário para o perfeito funcionamento das funções dos organismos, muito estrogênio é um fator de risco para certos tipos de câncer. Por exemplo, o tipo de estrogênio utilizado na terapia de reposição hormonal (TRH) é classificado como um conhecido carcinogênico humano, conectado aos cânceres uterino e de mama [34]. O aumento dos níveis de estrogênio tem implicado em câncer testicular [35] e um aumento anormal da próstata [28,36].

Quatro de cinco tipos de tumores causados pelo PFOA ou pelo PFOS em animais (fígado, testículos, mamas e tiróide) têm tido um aumento significativo entre os norte-americanos durante os últimos 10 a 25 anos[13-15] . O PFOA causa três destes tipos de tumor - fígado, testículos e mamas – em ratos [16 pp. 78-79]. Outros estudos de curto prazo mostram que os químicos que se degradam até o PFOA causam alterações celulares da tiróide em consonância com o “modo de ação” que se sabe que induz a tumores da tiróide em roedores [17-23].

 

O PFOA e a toxicidade ao desenvolvimento e à reprodução.

 

A engodo da DuPont. Também no slide nº 11 da apresentação pública da DuPont em 18 de março de 2003, seu estafe declara que o PFOA não é tóxico para os processos de desenvolvimento e da reprodução, mesmo depois da EPA ter iniciado uma revisão prioritária em razão de suas preocupações sobre os resultados de um estudo sobre a reprodução em 2002:

 

Análise dos Efeitos sobre a Saúde do PFOA

 

 

SIM

NÃO

 

Tóxico ao Desenvolvimento

 

 

X

 

 

Tóxico à Reprodução

 

 

 

 

X

           

              Reprodução do DuPont graphic 

 

EWG responde: Longe da consideração de que o PFOA “não é tóxico ao desenvolvimento”, a EPA concluiu até aqui exatamente o oposto. Ela desenvolveu uma avaliação de risco como parte de sua “revisão prioritária” do PFOA para determinar se uma ação expedita de regulamentação contra este composto é garantida pela Seção 4(f) da Lei de Controle das Substâncias Tóxicas (nt.: em inglês Toxic Substances Control Act-TSCA). A EPA considerou esta ação porque (de acordo com a agência) “preocupações quanto à toxicidade para o desenvolvimento se fortaleceram em razão dos resultados de um estudo com o APFO [PFOA] sobre o aparelho reprodutivo de duas gerações de ratos” [35 p. 56].

Baseados em resultados poderosos de estudos sobre a reprodução em ratos e pela comparação dos níveis no sangue nestes animais afetados com os níveis no sangue da população, os cientistas da EPA concluem até aqui que crianças, com os níveis mais altos de PFOA detectados no sangue, têm menos de um décimo de margem de segurança do que o nível que a própria EPA considera como seguro. Neste debate da EPA, a “margem de exposição” para as crianças mais expostas é exatamente de 7, quando deveria ser normalmente pelo menos de 100[35 p. 51].

De acordo com os cientistas da EPA, o PFOA causa “aumentos significativos em tratamentos ligados a mortes”[37 - PDF p. 37] nas proles com doses que não afetam as mães. Apresenta sérias variações em alterações no peso de vários órgãos, incluindo o cérebro (decréscimo), próstata (decréscimo), fígado (aumento), timo (decréscimo), pituitária (decréscimo) e rins (aumento em grupos de baixas doses, decréscimo em grupos de altas doses) [80 PDF pg 179-191] . As proles de ambos os sexos apresentaram maturidade sexual postergada [4,37 PDF páginas 38-39] . A morte de um número significativo de filhotes entre o 2° e o 4° dia depois de desmamados em experimentos nos quais a mãe foi exposta ao PFOA, é altamente rara, aumentando sombrias preocupações sobre a toxicidade do PFOA em relação à população.

Acrescente-se que o PFOA causa, em estudos com animais, um aumento significativo no baixo peso dos filhotes ao nascerem. O baixo peso no nascimento é reconhecido como um fator de risco para resistência à insulina ou diabetes do Tipo II, à pressão alta e a doenças cardiovasculares mais tarde em sua vida [38,39]. Estudos também mostraram que os riscos à saúde permaneceram mesmo para aquelas crianças com baixo peso ao nascer que alcançaram o peso normal mais tarde na infância, incluindo riscos para pressão sangüínea alta, derrame cerebral, resistência à insulina e intolerância à glucose [40-46].

Outros estudos mostraram que o PFOA causa inúmeros efeitos nos órgãos reprodutivos de machos e fêmeas, tais como tumores testiculares [9,10,27], decréscimo na produção de espermatozóides [9], tumores nas glândulas mamárias [9]  e efeitos celulares nos ovários [9]. O PFOA também afeta a glândula da próstata, as vesículas seminais, epidídimos e os testículos [4], além de aumentar os níveis de estrogênio [27,47,48].

 

PFOA e a toxicidade ao fígado

 

Engodo da Dupont. Na apresentação para a mídia em 18 de março de 2003, no slide nº 13, a equipe da DuPont afirma que os ratos são um modelo de animal muito suscetível e que a toxicidade ao fígado é o efeito mais sensível:

 

O efeito é relevante?

 

·        O modelo de animal mais suscetível – rato

·        Efeito mais sensível – dilatação do fígado

·        Entendemos por que o PFOA causa dilatação ao fígado em ratos?
– Sim – induz a proliferação das peroxissomas

Reprodução do Gráfico da DuPont

 

EWG Responde: O rato é o modelo de animal mais estudo para o PFOA, mas pode não ser o mais suscetível. Somente dois estudos procuraram os efeito do PFOA em macacos [49,50], espécies de animais de laboratório que estão, biologicamente, mais próximos dos humanos. É difícil afirmar se é o rato ou o macaco o mais sensível já que os cientistas das indústrias não estão aptos a identificarem a dose de PFOA que não cause dano a ambas as espécies. Um de quatro macacos morreu no grupo da mais baixa dose num estudo de seis meses com exposição ao PFOA [49] . Acrescente-se que nem a 3M nem a DuPont conduziram um estudo sobre a exposição crônica nem sobre o aparelho reprodutivo em macacos; o mais longo estudo conduzido no tempo, equaciona a um mero 3,3% das expectativa de vida do macaco e é igual a pouco mais do que dois anos de exposição na população [51]. Além disso, o estudo de mais longa exposição de macacos ao PFOA não incluiu fêmeas; somente macacos machos foram testados [49]. Em sua última avaliação de risco, a EPA concluiu que as fêmeas são mais suscetíveis que os machos aos efeitos do PFOA.

O fígado é o órgão mais estudado quanto ao PFOA, mas não é o mais sensível. O PFOA causou toxicidade virtualmente a todos os órgãos e sistemas testados, incluindo o cérebro, a pituitária, as adrenais, a tiróide, ovários, trato reprodutivo masculino, sistema imunológico e rins. O PFOA também causa tumores nas mamas, testículos, pâncreas e fígado [35].

Ambos os estudos sobre ratos a respeito de câncer e reprodução sugerem que a dilatação do fígado é exatamente um dos muitos efeitos de sensibilidade. E os efeitos sobre os ovários, a pituitária, os rins, o baço e as vesículas seminais foram originários do PFOA nas mesmas doses ou menores quando os efeitos sobre o fígado foram observados. Nas ratas fêmeas, os efeitos adversos no ovário [9] ocorrem a uma dose 10 vezes mais baixas do que a dose que causou toxicidade ao fígado . Igualmente, no estudo sobre reprodução em ratos, aumentos significativos no número de mortes de filhotes e o decréscimo no tamanho da pituitária ocorreu em fêmeas expostas ao PFOA em doses que não causam dilatação no fígado. A prole masculina no estudo sobre a reprodução mostrou alterações no peso de quatro órgãos diferentes a baixas doses – os rins, o baço, o fígado e as vesículas seminais [4].

Nos macacos, o PFOA causa dilatação do fígado nas mesma dose que resultou em morte para um de quatro macacos testados [49]. A DuPont não tinha idéia o que matou o macaco, assim eles não podiam afirmar publicamente que não foi o envenenamento do fígado que resultou na morte do macaco [35 p. 54; p. 58].

A pesquisa da indústria não estabeleceu o que está causando a dilatação do fígado detectada nos macacos, parentes muito próximos dos humanos. Os cientistas da indústria detectaram que o PFOA aumenta o tamanho do fígado em macacos em todas as doses estudadas e os estudos celulares apontam para o dano mitocondrial, não a proliferação das peroxissomas [35 p. 5, p. 9] como o mecanismo de ação. Além disso, os trabalhadores da 3M e da DuPont expostos ao PFOA muitas vezes tiveram os níveis da enzima do fígado alterada, sinalizando dano ao fígado [5,6,25,52]. Simplesmente colocados, as descobertas nos trabalhadores e os estudos dos macacos mostram que o envenenamento do fígado pelo PFOA é relevante para os humanos.

 

A relevância das descobertas em animais de laboratório para os humanos

 

Engodo da DuPont. Também no slide nº13, a equipe da DuPont indica que os efeitos observados em animais de laboratório não são relevantes para humanos:

 

O efeito é relevante?

 

·        É este mecanismo relevante para os humanos?
– Improvável

             Reprodução do Gráfico da DuPont

 

EWG Responde: O PFOA causa efeitos adversos por, pelo menos, cinco mecanismos de ação, quatro dos quais são claramente relevantes para os humanos. Os cinco mecanismos de ação que foram identificados para os PFCs até aqui são: toxicidade mitocondrial; ruptura da membrana celular que resulta no decréscimo da comunicação celular; a proliferação das peroxissomas; o aumento da produção de estrogênios; e o decréscimo dos níveis do hormônio da tiróide ou hipotiroidismo.

 

A relevância de somente um destes mecanismos de ação para as pessoas, chamada “proliferação das peroxissomas” está atualmente sob forte debate. A proliferarão das peroxissomas está claramente conectada à toxicidade ao fígado nos ratos, mas ainda é desconhecido se esta proliferação das peroxissomas ou outro mecanismo de ação é responsável pelo envenenamento do fígado observado em macacos ou os níveis da enzima do fígado observados nos trabalhadores. A proliferação das peroxissomas não pode explicar todos os efeitos tóxicos do PFOA. O PFOA causa toxicidade virtualmente a todos os órgãos e sistemas testados, incluindo o cérebro, pituitária, adrenais, tiróide, ovários, trato reprodutivo masculino, sistema imunológico e rins. O PFOA também gera tumores mamários, testiculares, pancreáticos e do fígado. Ovários, pituitária, rins, baço e vesículas seminais foram afetados pelo PFOA, nas mesmas doses ou abaixo daquelas onde se observou efeitos sobre o fígado.

 

A relevância da proliferarão das peroxissomas para humanos está na pauta do dia dos grandes debates. A decisão da Agência Internacional para Pesquisa de Câncer (nt.: em inglês International Agency for Research on Cancer/IARC) em 1995, defendeu de que esta proliferação não é relevante aos seres humanos como um modo de ação causador de câncer. Agora esta conclusão está sob exame minucioso [53-55]. Em críticas recentes, um cientista de destaque no governo observou que muitos medicamentos humanos têm a condição de serem proliferadores das peroxissomas, o que mostra claramente que os humanos respondem a estes químicos. Acrescente-se que num encontro da IARC, surpreendentemente, foi ignorado um trabalho que detectou aumento da atividade da enzima peroxissoma em células de fígado humano seguinte à exposição a um outro químico que gera esta proliferação [54,56]. Recentemente, os encontros da IARC foram colocados sob severa crítica de numerosos cientistas como sendo fortemente sobrecarregado com os cientistas das indústrias [53,54,57-62].

 

Argumentos sobre a relevância da proliferação das peroxissomas para os humanos podem ser controvertidos para o PFOA já que seu irmão químico, C10 ou PFDA, demonstrou causar este tipo de proliferação em células humanas cerebrais (células do fígado não foram estudadas) [63].

Os estudos financiados pela indústria testam, de forma desproporcional, efeitos da proliferação das peroxissomas sobre outras ações produzidas por outros mecanismos de ação. Com relação ao PFOA, outros efeitos tóxicos mais importantes alteram o metabolismo de lipídeos, os tumores pancreáticos e geram danos ao sistema imunológico, à tiróide e ao trato reprodutivo (incluindo tumores testiculares e da glândula mamária) [4,10,27,33,49,64-70].

Estes “efeitos tóxicos testados de forma desproporcional” são extremamente claros para o C10, químico irmão do PFOA que difere somente pela adição de 2 carbonos e 4 átomos de flúor. Entre, 1985 e 1992, nove estudos foram publicados descrevendo os efeitos do C10 (PFDA) sobre o metabolismo dos lipídeos, a glândula tiróide, sistema imunológico e trato reprodutivo [71-79]. Nenhum estudo publicado desde 1992 seguiu os efeitos dramáticos na tiróide, no sistema imunológico e no trato reprodutivo descritos entre 1985 e 1992. O C10 também foi detectado no sangue humano, mas ainda não está sob exame de regulamentação pela EPA apesar de seu perfil toxicológico ser virtualmente idêntico ao PFOA, diferindo somente na potencialidade.

 

Referências:

 

[1] DuPont (2003). March 18, 2003 DuPont media briefing presentation by Paul Bossert, plant manager of DuPont Washington Works.

[2] West Virginia Department of Environmental Protection (WVDEP) (2002). Press Release: Health Level for C8 announced by expert team.

[3] Hilderliter, PM and Jepson, GW. 2001. A simple, conservative compartmental model to relate ammonium perfluorooctanoate (APFO) exposure estimates of perfluorooctanoate (PFO) blood levels in humans. DuPont Haskell Laboratory for Health and Enviornmental Sciences.

[4] York, RG (2002). Oral (gavage) two-generation (one litter per generation) reproduction study of ammonium perfluorooctanoate (APFO) in rats. Report prepared for 3M, St. Paul, MN by Argus Research (Horsham, PA). Sponsor's Study No. T-6889.6., US EPA Adminstrative Record AR226-1092, Reviewed in US EPA Adminstrative Record AR226-1137 (pages 282-295; PDF pages 179-191).

[5] Fayerweather, WE. 1981. Liver study of Washington Works employees exposed to C-8: results of blood chemistry testing (not published).

[6] DuPont. 1979. Personal and confidential memo from Dr. Fayerweather (epidemiologis) to Dr. Power (medical superintendent): Status report on Washington Works liver function survey and coronary heart disease mortality study - August 28. 1979.

[7] Alexander, B (2001). Mortality study of workers employed at the 3M Cottage Grove facility. Final Report. Division of Environmental and Occupational Health, School of Public Health, University of Minnesota, April 26, 2001, Reviewed in U.S. EPA Administrative Record AR226-1137 (pages 143-146; PDF pages 40-43).

[8] Gilliland, FD and Mandel, JS. 1993. Mortality among employees of a perfluorooctanoic acid production plant. J Occup Med 35(9): 950-4. Also reviewed in EPA Administrative Record document AR226-1137 (pages 140-42; PDF pages 37-39).

[9] Sibinski, LJ. 1987. Two-Year oral (diet) toxicity/carcinogenicity study of fluorochemical FC-143 (perfluorooctane ammonium carboxylate) in rats. Report prepared for 3M, St. Paul, Minnesota by Riker Laboratories Inc. Study No. 0281CR0012; 8EHQ-1087-0394, October 16, 1987 Reviewed in US EPA "Revised Draft PFOA Hazard Assessment-Robust Study Annex" AR226-1137, (pp. 260-267; PDF pp 157-164).

[10] Biegel, LB., Hurtt, ME., Frame, SR., O'Connor, JC and Cook, JC. 2001. Mechanisms of extrahepatic tumor induction by peroxisome proliferators in male CD rats. Toxicol Sci 60(1): 44-55.

[11] Alexander, B (2001b). Mortality study of workers employed at the 3M Decatur facility. Final Report. Division of Environmental and Occupational Health, School of Public Health, University of Minnesota, April 26, 2001, Reviewed in “Letter from Mr. Charles Auer and Draft Hazard Assessment of PFOA and its Salts with Page 8 was corrected on 4/15/02” U.S. EPA Administrative Record AR226-1093.

[12] Olsen, GW., Burlew, MM., Hocking, BB., Skratt, JC., Burris, JM and Mandel, JH. 2001. An epidemiologic analysis of episodes of care of 3M Decatur chemical and film plant employees, 1993-1998. Reviewed in US Environmental Protection Agency Administrative Record AR226-1137 (pages 156-159; PDF pages 53-56).

[13] Ries, LAG., Eisner, MP., Kosary, CL., Hankey, BF., Miller, BA., Clegg, L and Edwards, BK. 2002. SEER Cancer Statistics Review 1973-1999: Overview in a Single PDF. National Cancer Institute. Bethesda, MD. Available online at http://seer.cancer.gov/csr/1973_1999/sections.html.

[14] Ries, LAG., Eisner, MP., Kosary, CL., Hankey, BF., Miller, BA., Clegg, L and Edwards, BK. 2002. SEER Cancer Statistics Review 1973-1999: Childhood Cancer by the International Classification of Childhood Cancer (ICCC). National Cancer Institute. Bethesda, MD. Available online at http://seer.cancer.gov/csr/1973_1999/sections.html.

[15] Ries, LAG., Eisner, MP., Kosary, CL., Hankey, BF., Miller, BA., Clegg, L and Edwards, BK. 2002. SEER Cancer Statistics Review 1973-1999: Sections of the CSR, 1973-1999, Testis. National Cancer Institute. Bethesda, MD. Available online at http://seer.cancer.gov/csr/1973_1999/sections.html.

[16] Environmental Protection Agency (EPA). 2003. Draft final guidelines for carcinogen risk assessment (external review draft, February 2003). Available online at http://cfpub.epa.gov/ncea/cfm/recordisplay.cfm?deid=55445.

[17] DuPont Haskell Laboratory. 2002. Developmental and one-generation reproduction study: Mixture of poly(difluoro-methylene), alpha-fluoro-omega [2-(phosphonooxy) ethyl]-, monoammonium salt (CAS# 65530-71-4); poly(difluoro-methylene), alpha-fluoro-omega[2-(phosphonooxy) ethyl]-, diammonium salt (CAS# 65530-72-5); poly(difluoromethylene), alpha, alpha’- [phosphinicobis(oxy-2,1-ethanediyl)bis [omega-fluoro-], ammonium salt (CAS# 65530-70-3); isopropyl alcohol (CAS# 67-63-0); and water (CAS# 7732-18-5). US Environmental Protection Agency: Toxic Substance Control Act (TSCA) Section 8(e) Submission Received from 01/02/03 to 1/15/03: 8EHQ-1202-15247A. December 20, 2002. Available online at http://www.epa.gov/opptintr/tsca8e/doc/new8e.htm.

[18] DuPont Haskell Laboratory. 2002. Subchronic toxicity study: Mixture of poly(difluoro-methylene), alpha-fluoro-omega [2-(phosphonooxy) ethyl]-, monoammonium salt (CAS# 65530-71-4); poly(difluoro-methylene), alpha-fluoro-omega[2-(phosphonooxy) ethyl]-, diammonium salt (CAS# 65530-72-5); poly(difluoromethylene), alpha, alpha’- [phosphinicobis(oxy-2,1-ethanediyl)bis [omega-fluoro-], ammonium salt (CAS# 65530-70-3); isopropyl alcohol (CAS# 67-63-0); and water (CAS# 7732-18-5) (Telomer B Phoshate). US Environmental Protection Agency: Toxic Substance Control Act (TSCA) Section 8(e) Submission Received from 02/27/02 thru 03/13/02: 8EHQ-0202-15072A. February 6, 2002. Available online at http://www.epa.gov/oppt/tsca8e/doc/8esub/8e031302.htm.

[19] DuPont. 2002. The updated copy of DuPont Product Stewardship on December 17, 2001. U.S. EPA Administrative Record AR226-1069.

[20] DuPont Haskell Laboratory. 2002. Results of an oral gavage combined 90-day repeated dose and one-generation reproductive toxicity study in rats for poly (oxy-1,2-ethanediyl) alpha-hydro-omega-hydroxy- ether, with alpha-fluoro- omega (2-hydroxyethyl) poly (difluoromethane) (1:1) (telomer B monoether)(CAS Number 65545-80-4; non-HPV). US Environmental Protection Agency: Toxic Substance Control Act (TSCA) Section 8(e) Submission Received from 10/15/01 thru 12/07/01: 8EHQ-1001-14915. November 5, 2001. Available online at http://www.epa.gov/opptintr/tsca8e/doc/8esub/8e101501.htm.

[21] DuPont. 2002. DuPont flurotelomer product stewardship update, presented November 25, 2002. U.S. EPA Administrative Record AR226-1147.

[22] Hill, RN., Crisp, TM., Hurley, PM., Rosenthal, SL and Singh, DV. 1998. Risk assessment of thyroid follicular cell tumors. Environ Health Perspect 106(8): 447-57.

[23] Hurley, PM. 1998. Mode of carcinogenic action of pesticides inducing thyroid follicular cell tumors in rodents. Environ Health Perspect 106(8): 437-45.

[24] Olsen, GW., Burlew, MM., Burris, JM and Mandel, JH (2001). Final report: A longitudinal analysis of serum perfluorooctanesulfonate (PFOS) and perfluorooctanoate (PFOA) levels in relation to lipid and hepatic clinical chemistry test results from male employee participants of the 1994/95, 1997, and 2000 fluorochemical medical surveillance program, 3M Medical Department, Epidimiology 220-3W-05.

[25] Olsen, GW., Burlew, MM., Burris, JM and Mandel, JH (2001). Final report: A cross-sectional analysis of serum perfluorooctanesulfonate (PFOS) and perfluorooctanoate (PFOA) in relation to clinical chemistry, thyroid hormone, hematoloty and urinalysis results from male and female employee participants of the 2000 Antwerp and Decatur fluorochemical medical surveillance program, 3M Medical Department, Epidimiology 220-3W-05.

[26] Olsen, GW., Gilliland, FD., Burlew, MM., Burris, JM., Mandel, JS and Mandel, JH. 1998. An epidemiologic investigation of reproductive hormones in men with occupational exposure to perfluorooctanoic acid. J Occup Environ Med 40(7): 614-22. Also reviewed in U.S. EPA Administrative Record AR226-1137 (pages 147-149; PDF pages 44-46).

[27] Biegel, LB., Liu, RC., Hurtt, ME and Cook, JC. 1995. Effects of ammonium perfluorooctanoate on Leydig cell function: in vitro, in vivo, and ex vivo studies. Toxicol Appl Pharmacol 134(1): 18-25.

[28] vom Saal, FS., Timms, BG., Montano, MM., Palanza, P., Thayer, KA., Nagel, SC., Dhar, MD., Ganjam, VK., Parmigiani, S and Welshons, WV. 1997. Prostate enlargement in mice due to fetal exposure to low doses of estradiol or diethylstilbestrol and opposite effects at high doses. Proc Natl Acad Sci U S A 94(5): 2056-61.

[29] DuPont (1997). Hazard characterization for human health C8 exposure CAS registry no. 3825-26-1. Prepared by L.B. Biegel, Senior Research Toxicologist.

[30] Hollowell, JG., Staehling, NW., Flanders, WD., Hannon, WH., Gunter, EW., Spencer, CA and Braverman, LE. 2002. Serum TSH, T(4), and thyroid antibodies in the United States population (1988 to 1994): National Health and Nutrition Examination Survey (NHANES III). J Clin Endocrinol Metab 87(2): 489-99.

[31] Haddow, JE., Palomaki, GE., Allan, WC., Williams, JR., Knight, GJ., Gagnon, J., O'Heir, CE., Mitchell, ML., Hermos, RJ., Waisbren, SE., Faix, JD and Klein, RZ. 1999. Maternal thyroid deficiency during pregnancy and subsequent neuropsychological development of the child. N Engl J Med 341(8): 549-55.

[32] Upham, BL., Deocampo, ND., Wurl, B and Trosko, JE. 1998. Inhibition of gap junctional intercellular communication by perfluorinated fatty acids is dependent on the chain length of the fluorinated tail. Int J Cancer 78(4):491.

[33] Liu, RC., Hurtt, ME., Cook, JC and Biegel, LB. 1996. Effect of the peroxisome proliferator, ammonium perfluorooctanoate (C8), on hepatic aromatase activity in adult male Crl:CD BR (CD) rats. Fundam Appl Toxicol 30(2): 220-8.

[34] National Toxicology Program (NTP). 2002. 10th Report on Carcinogens. Available online at http://ehp.niehs.nih.gov/roc/toc10.html.

[35] Environmental Protection Agency (EPA). 2002. Revised draft hazard assessment of perfluorooctanoic acid and its salts, November 4, 2002. U.S. EPA Administrative Record AR226-1136.

[36] Thayer, KA., Ruhlen, RL., Howdeshell, KL., Buchanan, DL., Cooke, PS., Preziosi, D., Welshons, WV., Haseman, J and vom Saal, FS. 2001. Altered prostate growth and daily sperm production in male mice exposed prenatally to subclinical doses of 17alpha-ethinyl oestradiol. Hum Reprod 16(5): 988-96.

[37] Environmental Protection Agency (EPA). 2003. Preliminary risk assessment of the developmental toxicity associated with exposure to perfluorooctanoic acid and its salts. March 17, 2003.

[38] Godfrey, KM and Barker, DJ. 2001. Fetal programming and adult health. Public Health Nutr 4(2B): 611-24.

[39] Hales, CN and Barker, DJ. 2001. The thrifty phenotype hypothesis. Br Med Bull 60: 5-20.

[40] Eriksson, J., Forsen, T., Tuomilehto, J., Osmond, C and Barker, D. 2000. Fetal and childhood growth and hypertension in adult life. Hypertension 36(5): 790-4.

[41] Eriksson, JG., Forsen, T., Tuomilehto, J., Jaddoe, VW., Osmond, C and Barker, DJ. 2002. Effects of size at birth and childhood growth on the insulin resistance syndrome in elderly individuals. Diabetologia 45(3): 342-8.

[42] Eriksson, JG., Forsen, T., Tuomilehto, J., Osmond, C and Barker, DJ. 2000. Early growth, adult income, and risk of stroke. Stroke 31(4): 869-74.

[43] Eriksson, JG., Forsen, T., Tuomilehto, J., Winter, PD., Osmond, C and Barker, DJ. 1999. Catch-up growth in childhood and death from coronary heart disease: longitudinal study. Bmj 318(7181): 427-31.

[44] Eriksson, JG and Forsen, TJ. 2002. Childhood growth and coronary heart disease in later life. Ann Med 34(3): 157-61.

[45] Ong, KK and Dunger, DB. 2002. Perinatal growth failure: the road to obesity, insulin resistance and cardiovascular disease in adults. Best Pract Res Clin Endocrinol Metab 16(2): 191-207.

[46] Stettler, N., Bovet, P., Shamlaye, H., Zemel, BS., Stallings, VA and Paccaud, F. 2002. Prevalence and risk factors for overweight and obesity in children from Seychelles, a country in rapid transition: the importance of early growth. Int J Obes Relat Metab Disord 26(2): 214-9.

[47] Palazzolo, M (1993). 13-week dietary toxicity study with T-5180, ammonium perfluorooctanoate (CAS N. 3826-1) in male rats. Report prepared for 3M, St. Paul, MN, Reviewed in US EPA "Draft PFOA Hazard Assessment" AR226-1079.

[48] Cook, JC., Murray, SM., Frame, SR and Hurtt, ME. 1992. Induction of Leydig cell adenomas by ammonium perfluorooctanoate: a possible endocrine-related mechanism. Toxicol Appl Pharmacol 113(2): 209-17.

[49] Butenhoff, J., Costa, G., Elcombe, C., Farrar, D., Hansen, K., Iwai, H., Jung, R., Kennedy, G, Jr.., Lieder, P., Olsen, G and Thomford, P. 2002. Toxicity of Ammonium Perfluorooctanoate in Male Cynomolgus Monkeys after Oral Dosing for 6 Months. Toxicol Sci 69(1): 244-257. Also reviewed in US EPA Reviewed in US EPA "Revised Draft PFOA Hazard Assessment-Robust Study Annex" AR226-1137, p. 244-253.

[50] Goldenthal, EI., Jessup, DC., Geil, RG and Mehring, JS. 1978. Ninety-day subacute rhesus monkey toxicity study: Fluorad ¨ Fluorochemical FC-143. Report prepared for 3M, St. Paul, MN by Institutional Research and Devlopment Corporation (Mattawan, MN). Study No. 137-090. Reviewed in US EPA "Draft PFOA Hazard Assessment" AR226-1079.

[51] Derelanko, MJ. 2000. Toxicologist Pocket HandbookWashington DC, CRC Press.

[52] Gilliland, FD and Mandel, JS. 1996. Serum perfluorooctanoic acid and hepatic enzymes, lipoproteins, and cholesterol: a study of occupationally exposed men. Am J Ind Med 29(5): 560-8. Reviewed in US Environmental Protection Agency Administrative Record AR226-1137 (pages 153-155; PDF page 50-52).

[53] Tomatis, L. 2002. The IARC monographs program: changing attitudes towards public health. Int J Occup Environ Health 8(2): 144-52.

[54] Melnick, RL. 2002. The IARC evaluation of di(2-ethylhexyl)phthalate (DEHP): a flawed decision based on an untested hypothesis. Int J Occup Environ Health 8(3): 284-6.

[55] Metrick, M and Marias, AJ (1977). 28-day oral toxicity study with FC-143 in albino rats. Final report. Report prepared for 3M, St. Paul, MN by Industrial Bio-Test Laboratories. Study No. 8532-10654, 3M Reference No. T-1742CoC, Lot 269., Reviewed in US EPA administrative record number AR226-1079.

[56] Perrone, CE., Shao, L and Williams, GM. 1998. Effect of rodent hepatocarcinogenic peroxisome proliferators on fatty acyl-CoA oxidase, DNA synthesis, and apoptosis in cultured human and rat hepatocytes. Toxicol Appl Pharmacol 150(2): 277-86.

[57] Huff, J. 2002. IARC monographs, industry influence, and upgrading, downgrading, and under-grading chemicals: a personal point of view. International Agency for Research on Cancer. Int J Occup Environ Health 8(3): 249-70.

[58] Sass, J. 2002. Lead IARC towards compliance with WHO/IARC Declaration of Interests (DOI) policy. Int J Occup Environ Health 8(3):277-8.

[59] Baines, CJ. 2003. Transparency at the International Agency for Research on Cancer (IARC). Lancet 361(9359): 781-2.

[60] Kleihues, P. 2003. Transparency at the International Agency for Research on Cancer (IARC). Lancet 361(9359): 781.

[61] Burton, A. 2003. Is industry influencing IARC to downgrade carcinogens? Lancet Oncol 4(1): 4.

[62] No authors listed. 2003. Transparency at IARC. Lancet 361(9353): 189.

[63] Cimini, A., Cristiano, L., Bernardo, A., Farioli-Vecchioli, S., Stefanini, S and Ceru, MP. 2000. Presence and inducibility of peroxisomes in a human glioblastoma cell line. Biochim Biophys Acta 1474(3): 397-409.

[64] Yang, Q., Abedi-Valugerdi, M., Xie, Y., Zhao, XY., Moller, G., Nelson, BD and DePierre, JW. 2002. Potent suppression of the adaptive immune response in mice upon dietary exposure to the potent peroxisome proliferator, perfluorooctanoic acid. Int Immunopharmacol 2(2-3): 389-97.

[65] Yang, Q., Xie, Y., Alexson, SE., Nelson, BD and DePierre, JW. 2002. Involvement of the peroxisome proliferator-activated receptor alpha in the immunomodulation caused by peroxisome proliferators in mice. Biochem Pharmacol 63(10): 1893-900.

[66] Yang, Q., Xie, Y and Depierre, JW. 2000. Effects of peroxisome proliferators on the thymus and spleen of mice. Clin Exp Immunol 122(2): 219-26.

[67] Yang, Q., Xie, Y., Eriksson, AM., Nelson, BD and DePierre, JW. 2001. Further evidence for the involvement of inhibition of cell proliferation and development in thymic and splenic atrophy induced by the peroxisome proliferator perfluoroctanoic acid in mice. Biochem Pharmacol 62(8): 1133-40.

[68] Liu, RC., Hahn, C and Hurtt, ME. 1996. The direct effect of hepatic peroxisome proliferators on rat Leydig cell function in vitro. Fundam Appl Toxicol 30(1): 102-8.

[69] Berthiaume, J and Wallace, KB. 2002. Perfluorooctanoate, perflourooctanesulfonate, and N-ethyl perfluorooctanesulfonamido ethanol; peroxisome proliferation and mitochondrial biogenesis. Toxicol Lett 129(1-2): 23-32.

[70] Haughom, B and Spydevold, O. 1992. The mechanism underlying the hypolipemic effect of perfluorooctanoic acid (PFOA), perfluorooctane sulphonic acid (PFOSA) and clofibric acid. Biochim Biophys Acta 1128(1): 65-72.

[71] Van Rafelghem, M., Andersen, ME., Bruner, R and Mattie, D. 1982. Comparative toxicity of perfluoro-n-decanoic acid in rats and hamsters. Toxicologist 2: 148.

[72] George, ME and Andersen, ME. 1986. Toxic effects of nonadecafluoro-n-decanoic acid in rats. Toxicol Appl Pharmacol 85(2): 169-80.

[73] Kelling, CK., Van Rafelghem, MJ., Menahan, LA and Peterson, RE. 1987. Effects of perfluorodecanoic acid on hepatic indices of thyroid status in the rat. Biochem Pharmacol 36(8): 1337-44.

[74] Van Rafelghem, MJ., Vanden Heuvel, JP., Menahan,LA and Peterson,RE. 1988.Perfluorodecanoic acid and lipid metabolism in the rat.Lipids 23(7):671-8.

[75] Gutshall, DM., Pilcher, GD and Langley, AE. 1988. Effect of thyroxine supplementation on the response to perfluoro-n- decanoic acid (PFDA) in rats. J Toxicol Environ Health 24(4): 491-8.

[76] Harris, MW., Uraih, LC and Birnbaum, LS. 1989. Acute toxicity of perfluorodecanoic acid in C57BL/6 mice differs from 2,3,7,8-tetrachlorodibenzo-p-dioxin. Fundam Appl Toxicol 13(4): 723-36.

[77] Bookstaff, RC., Moore, RW., Ingall, GB and Peterson, RE. 1990. Androgenic deficiency in male rats treated with perfluorodecanoic acid. Toxicol Appl Pharmacol 104(2): 322-33.

[78] Davis, JW, 2nd., Vanden Heuvel, JP and Peterson, RE. 1991. Effects of perfluorodecanoic acid on de novo fatty acid and cholesterol synthesis in the rat. Lipids 26(10): 857-9.

[79] Nelson, DL., Frazier, DE, Jr.., Ericson, JE., Tarr, MJ and Mathes, LE. 1992. The effects of perfluorodecanoic acid (PFDA) on humoral, cellular, and innate immunity in Fischer 344 rats. Immunopharmacol Immunotoxicol 14(4): 925-38.

[80] Environmental Protection Agency (EPA). 2002. Annex of robust study Summaries from the revised draft hazard assessment of perfluorooctanoic acid and its salts, November 4, 2002. U.S. EPA Administrative Record AR226-1137.

 

Next page: Nonstick Pans Kill Birds Próxima página: Parte 8

 voltar ao topo