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PFOA é um poluente invasivo no sangue humano, assim como outros PFCs. Site em inglês: A
DuPont, a 3M e outros fabricantes de PFC tiveram amplas indicações,
décadas atrás, que o PFOA e outros compostos perfluorados contaminavam
o sangue da população em geral dos EUA. Como e por que eles ignoraram
os sinais de perigo é um dos mais perturbadores capítulos nesta tragédia
desvelada da poluição dos PFCs. Em
estudos da companhia 3M submetido aos setores governamentais em 2001,
os cientistas reportavam ter detectado o PFOA em sangue de 96 por
cento de 598 crianças testadas em 23 estados e no Distrito de Columbia.
Apesar disto permanece como o maior estudo de sangue de crianças,
apesar de ele não ter sido o primeiro. Em 1981 a DuPont detectou PFOA
em sangue de cordão umbilical de um bebê e no sangue de uma segunda
criança nascida de uma funcionária de sua fábrica de Teflon em Parkersburg,
West Virginia. Entre sete trabalhadoras grávidas monitoradas pela
DuPont, duas tiveram filhos com defeitos de nascimento – um com um
olho "disforme" e um defeito no ducto lacrimal e o outro
com defeito na narina e no olho. Neste mesmo ano a DuPont despensa
50 mulheres da fábrica [1]. Entre
1972 e 1989, não menos do que nove estudos foram publicados sobre
os níveis de PFCs no sangue da população em geral. Já lá por 1976
houve uma tentativa de por primeiro identifica o PFOA no sangue humano.
Este foi o mesmo tempo em que os PCBs foram banidos (nt.: uma família de organoclorados,
usados em transformadores elétricos e considerados hoje um dos POPs).
Em estudos conduzidos nos últimos seis anos, os cientistas da indústria
detectaram PFOA em uma imensa maioria das amostras de testes de mais
ou menos 3000 pessoas nos EUA. Incluem-se amostras de sangue de 598
crianças, 238 pessoas da terceira idade, residentes no estado de Washington,
e de aproximadamente 2000 doadores de banco de sangue. Cientistas
detectaram agora 15 PFCs no sangue humano – cada um dos quais haviam
testado. Num estudo da indústria de 2001, dos seis PFCs no sangue
humano, os cientistas encontraram quatro em níveis mais altos em crianças
do que em adultos. E as crianças mostravam os níveis mais altos dentre
a média que havia sido medida nos trabalhadores da 3M [3] .
Trabalhos em laboratório recentes aumentaram as preocupações sobre
os efeitos que estes químicos podem ter sobre a saúde e o desenvolvimento
das crianças [4]. O PFOA foi encontrado em níveis similares
em crianças e adultos. No entanto,
as crianças estão sob riscos maiores face aos aumentos dos efeitos
das exposições ao PFOA simplesmente porque seus corpos carregam níveis
mais altos de outros PFCs que têm toxicidades similares ao do PFOA. Uma
vez que o PFOA é introduzido, passa a circular no corpo por anos.
Se novas exposições pudessem ser, de qualquer maneira interrompidas,
o corpo pode necessitar numa estimativa de, mais ou menos, uns 4,4
anos para excretar metade da massa do PFOA acumulada nos órgãos e
tecidos [2].
Mas desde que os humanos passaram a ser expostos mais freqüentemente,
talvez diariamente, via produtos de consumo e contaminação ambiental,
o fato de que o corpo pode excretar lentamente o PFOA, tem menos relevância
à saúde humana do que o aspecto que o PFOA está sendo continuamente
reintroduzido. DE CADA 20 CRIANÇAS TESTADAS, 19 APRESENTAM SEU SANGUE CONTAMINADO COM PFOA. Mesmo
se o PFOA fosse banido de seu emprego, sua presença pode continuar
a se manifestar no ambiente e no sangue humano. Por muito tempo outros
compostos fluorados, presentes em produtos comuns de consumo, degradarão
ao seu metabólito final – o PFOA. A velocidade com que estas transformações
irão ocorrer é totalmente desconhecida. Mas poderá ser por décadas
ou por centenas de anos, dado o que se sabe sobre a velocidade de
degradação de outros precursores dos PFCs. A humanidade poderá estar
exposta a volumes sempre crescentes de PFOA pela contaminação ambiental
traçada através das rotas de exposição (água encanada, alimentação
e atmosfera, por exemplo), mesmo como exposições pós-banimento do
PFOA com o declínio da decomposição destes produtos de consumo. QUINZE PFCs FORAM DETECTADOS NO SANGUE HUMANO.
Em quase 20 estudos conduzidos entre 1972 e 2002, os cientistas detectaram
todos os 15 PFCs definidos para as análises de laboratório, incluindo:
EVIDÊNCIA DA CONTAMINAÇÃO DO SANGUE JÁ NOS
ANOS SETENTA.
O primeiro trabalho para definir a contaminação humana pelos químicos
da 3M foi dado não pela companhia, mas por dentistas pesquisando o
flúor no organismo humano. O Dr. Donald Taves da Escola de Medicina
e Odontologia da Universidade de Rochester reportou uma surpreendente
descoberta no aproveitamento de uma amostra de seu próprio sangue.
Suas análises mostraram que parte do flúor no seu sangue pareceu ser
orgânico e desvinculado dos tipos de flúor acrescidos (controvertidamente)
aos suprimentos públicos de água potável com o intento da higiene
dental. Em
1976 o Dr. Taves e seus colaboradores temporariamente identificaram
um flúor orgânico na amostras de sangue humano como um dos perfluorados
orgânicos da 3M – o PFOA, ou perfluorooctanoic
acid [5]. Os autores especularam que muitos perfluorcarbonos
pareceram estar presentes no sangue humano e que alguns poderiam estar
ramificados ou sulfonatados (outro grupo de compostos perfluorados
da 3M). Os autores com um certo pressentimento especularam a origem
destes químicos no sangue: "Estas descobertas sugerem que há uma
contaminação global dos tecidos humanos com quantidades traço de compostos
orgânicos de flúor derivados de produtos comerciais.... Uma série
de compostos têm uma estrutura consistente com a que detectamos aqui
em relação à fórmula predominante do flúor orgânico presente no sangue
humano com o que é largamente utilizado comercialmente por suas potentes
propriedades surfactantes. Por exemplo, eles são utilizados como repelentes
à água e ao óleo no tratamento de tecidos e couro. Outros usos incluem
a produção de papel encerado e na formulação de cera de assoalho...A
prevalência do flúor orgânico no plasma humano é provavelmente muito
alto visto que 104 de 106 amostras de plasma testados aqui, além de
todas as 35 em um estudo anterior... tinham quantidades detectáveis
.... Com a ajuda do computador acessamos aos websites de pesquisa
bibliográfica usando o Medline
(nt.:
a mais ampla fonte “on line” de informações bibliográfica sobre as
ciências da vida e biomédicas, financiada tanto pela iniciativa pública
como privada), o Toxline
(nt.: a mais ampla
variedade de informações toxicológicas “on line”, podendo ser da Biblioteca
Nacional de Medicina dos EUA como de outros centros do mundo) e o Chemcon (nt.: sigla de Chemical Abstracts Condensates, apoiado pelo Departamento de Educação
dos EUA) não conseguindo nenhum
dado sobre isto [metabolismo e toxicologia destas substâncias químicas].
Era surpreendente o emprego amplamente difundido destes compostos
em produtos comerciais.”[5]. Um
total de nove estudos foram completados entre 1972 e 1989 quantificando
os níveis de flúor orgânico em sangue humano – na população em geral
dos EUA, Argentina, China e Japão [6
(p.13)]. Em
1976 a 3M começou a testar – e descobriu – o PFOA no sangue de seus
trabalhadores [6 (p.13)]. Mas
31 anos depois da descoberta de Taves, a indústria aparente ou deliberadamente
fracassa na continuação de estudos que certamente poderiam ter definido
e confirmado a extensão com que o PFOA havia contaminado a população
em geral. Apesar
de muitas descobertas de PFCs em sangue humano estarem disponíveis
em bibliografia que trata deste tema específico, o diretor médico
da 3M expressou "surpresa" [7] quando
em 1997 testes financiados pela própria companhia demonstravam PFOS
não só no sangue dos trabalhadores, mas também em sangue supostamente
limpo – amostras dos bancos de sangue dos EUA foram usados como amostras
controle nos testes. A 3M reteve as descobertas por nove meses enquanto
conduzia testes confirmatórios. Ela
começou uma série de estudos em seu laboratório ambiental para definir
a extensão que suas substâncias químicas contaminaram a população
e o ambiente. Em março e abril de 1998 seu laboratório ambiental finaliza
dez novos estudos confirmando a presença dos PFCs no sangue da população
em geral. Foram
encontrados em 18 bancos de sangue coligados de todas as partes dos
EUA e em amostras de sangue tomadas das remotas províncias de Linxian
e Shandong na área rural da China em amostras coletadas em 1984 e
1994. Somente em um grupo de amostras os PFCs não foram encontradas:
dez amostras de sangue arquivadas e coletadas de recrutas norte-americanos
na época da guerra do Coréia. Foram amostradas entre 1948 e 1951,
ou seja, em torno de 10 anos antes dos químicos PFOS chegarem à produção
comercial.
*Nota:
Nos documentos da 3M AR226-0178[8] e AR226-0202[9], os níveis do PFOS encontrados
em 1984 e 1994 em amostras da área rural da China que não são distinguidas
separadamente. Três das 12 amostras individuais de 2 grupos de amostras
foram compostas de um total de 9 amostras analisadas. O PFOS foi detectado
em 3 destas 9 amostras nos níveis entre 1 e 5 ppb. OS PFCs NO SANGUE DAS CRIANÇAS. Em 15 de maio de 2001, três anos antes do
dia do primeiro "alerta de risco substancial" da 3M, [11] o
diretor médico da 3M, Larry Zobel, fornece à EPA mais uma notícia
significativa – alguns perfluorcarbonos parecem ser longe mais prevalentes
em crianças do que em adultos e em algumas destas crianças os níveis
são tão altos como os dos trabalhadores da fábrica da 3M [3].
Este
fato desperta a EPA com
relação à contaminação generalizada tanto dos seres humanos como da
vida selvagem com a substância química do produto comercial SCOTCHGARD,
o PFOS. A
3M havia baseado toda a prioridade dos testes com sangue da população
em geral, em amostras coligadas com suplementos de sangue de lojas
que comercializam este produto. Numa nova série de testes, a 3M analisou
amostras individuais de 598 crianças, com idade entre 2 a 12 anos,
de 23 estados mais o Distrito de Columbia, além de 600 adultos (primariamente
entre as idades de 20-69 anos) de seis bancos de sangue de todo os
EUA. O relato de 15 de maio de 2001 da 3M para a EPA demonstrou que
dos seis PFCs detectados em amostras de sangue, quatro foram encontrados
em níveis mais altos em crianças do que em adultos. E as crianças
que mostram os mais altos níveis, estão na média foram detectadas
entre os trabalhadores da 3M [3]. Estudos laboratoriais recentes [4, 12] aumentam as preocupações sobre os efeitos
que estes químicos podem ter sobre a saúde e o desenvolvimento das
crianças. O relato da 3M de 15 de maio de 2001 para a EPA mostra que:
OS PFCs PODEM PERMANECER POR MAIS TEMPO DE
VIDA NOS ORGANISMOS HUMANOS DO QUE SE SUSPEITAVA ANTERIORMENTE. O
estudo do sangue de crianças em 2001 chegou quando a 3M estava também
recuando na afirmativa de como estes químicos de longa vida estão
no corpo humano. As estimativas da 3M sobre a meia vida do PFOS no
corpo humano (o tempo que o corpo humano leva para excretar metade
da quantidade deste químico de seus corpos) têm oscilado entre um
e nove anos. No estudo de 2002, baseados nos níveis de PFOS no soro
de nove ex-empregados de sua fábrica, os cientistas da 3M avaliam
que a meia vida na população é de 8,7 anos [2] . No
mesmo grupo de ex-funconários, a 3M há pouco tempo estimou a meia
vida em humanos ser de 4,4 anos para o PFOA [2]. A meia vida estimada para humano cresceu
assim que a 3M começou a observar a situação de seus trabalhadores
mais assiduamente [2,
23] . Uma
peculiaridade dos perfluorcarbonos é que a meia vida no organismo
é menos relevante às preocupações de saúde do que é para outros químicos.
Os cientistas não conseguem detectar um mecanismo pelo qual o PFOA
e outros PFCs finais podem ser degradados no ambiente. Isto significa
que cada molécula do PFOA no Planeta está aqui para ficar. As oportunidades
para os humanos (e os outros animais) de serem expostos continuamente
ao PFOA podem ser indefinidas, mesmo que ele venha a ser banido. Referências: [1] Environmental Working
Group (EWG). 2002. DuPont Hid Teflon Pollution For Decades. Available
online at http://www.ewg.org/policymemo/20021113/20021213.php. [2] Burris, JM., Lundberg,
JK., Olsen, G., Simpson, C and Mandel, J (2002). Determination of
serum half-lives of several fluorochemicals: Interim Report #2. Study
Sponsor: 3M Company, Corporate Occupational Medicine Department, US
EPA AR226-1086. [3] 3M. 2001. TSCA 8(e)
supplemental notice for sulfonate-based and carboxycylic-based fluorochemicals
-Docket numbers 8EHQ-1180-373; 8EHQ-1180-374; 8EHQ-0381-0394; 8EHQ-05980373.
U.S. EPA Administrative Record AR226-1019. [4] York, RG (2002).
Oral (gavage) two-generation (one litter per generation) reproduction
study of ammonium perfluorooctanoate (APFO) in rats. Report prepared
for 3M, St. Paul, MN by Argus Research (Horsham, PA). Sponsor's Study
No. T-6889.6., Reviewed in US EPA AR226-1092. [5] Taves, DR., Guy,
WS and Brey, WS. 1976. Organic fluorocompounds in human plasma: prevalance
and characterization. In Biochemistry involving carbon-fluorine bonds.
A symposium sponsored by the Division of Fluorine and Biological Chemistry
at the 170th meeting of the American Chemical Society. Chicago, IL.
August 26, 1975ed. Washington DC, American Chemical Society. Vol.:
117 - 134. [6] 3M. 1999. Perfluorooctane
Sulfonate: current summary of human sera, health and toxicological
data. U.S. EPA Administrative Record AR226-0548. [7] 3M. 2000. Charles
Reich, Executive Vice President of Specialty Material Markets for
3M: "It was a complete surprise that it [PFOS] was in the blood
bank supplies." The Washington Post, May 17, 2000. [8] 3M. 2000. Laboratory
composite report: analytical reports of data for fluorochemical analysis
in human sera. U.S. EPA Administrative Record AR226-0178. [9] 3M. 2000. Composite
analytical laboratory report on the quantitative analysis of fluorochemicals
in environmental samples: Report Number FACT GEN-021, GEN-024, GEN-030,
GEN-033, LRN-W2491, W2845, W3197, EOO-1386. U.S. EPA Administrative
Record AR226-0202. [10] 3M. 1998. Working
memorandum on data quality assessment [of the mean and range of PFOS
(ppb) levels in current and historical human populations]. U.S. EPA
Administrative Record AR226-0036. [11] 3M. 1998. TSCA 8(e)
supplemental notice: sulfonate-based and carboxycylic-based fluorochemicals
-Docket numbers 8EHQ-1180-373; 8EHQ-1180-374; 8EHQ-0381-0394; 8EHQ-05980373.
U.S. EPA Administrative Record AR226-0540. [12] Christian, MS., Hoberman,
AM and York, RG. 1999. Oral (gavage) fertility, developmental and
perinatal/postnatal reproduction toxicity study of PFOS in rats. Conducted
for 3M (St. Paul, MN) by Argus Research Laboratories, Inc. Protocal
Number 418-008, Study Number T-6295.9 Reviewed in OECD 11-21-02 Hazard
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Agency Administrative Record AR226-1137 (pages 153-155; PDF page 50-52). [15] Burris, J., Olsen,
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2002. Results of an oral gavage combined 90-day repeated dose and
one-generation reproductive toxicity study in rats for poly (oxy-1,2-ethanediyl)
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poly (difluoromethane) (1:1) (telomer B monoether)(CAS Number 65545-80-4;
non-HPV). US Environmental Protection Agency: Toxic Substance Control
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8EHQ-1001-14915. November 5, 2001. Available online at http://www.epa.gov/opptintr/tsca8e/doc/8esub/8e101501.htm. [22] Olsen, GW., Burris,
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Final Report: Identification of fluorochemicals in human sera. III.
Pediatric participants in a group A streptococci clinical trial investigation,
Study conducted by Corporate Occupational Medicine, Medical Department,
3M Company, 220-3W-05, St. Paul, MN. [23] Burris, JM., Olsen,
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of several fluorochemicals: Interim Report #1. Study Sponsor: 3M Company,
Corporate Occupational Medicine Department, US EPA AR226-0611. [24] 3M. 2002. Analysis
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using exygen method ExM-023-071. Report prepared for 3M, St. Paul,
MN by Exygen Research, State College, PA. Sponsor study number E02-1071;
Exygen Study Number: 023-082 U.S. EPA Administrative Record AR226-1152.
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