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Teflon

Trump se Recusa a Limitar os Nefastos Químicos do Teflon Imiscuídos na Água Potável

14 de outubro de 2019 por Luiz Jacques

Se imaginamos que são só as panelas, ledo engano… o que existe de produtos industriais e até a simples fita ‘veda rosca’, branquinha, que se faz de ‘teflon’ ou PTFE, é algo que nem sonhamos! Infelizmente para todos nós… e pior, para nossos descendentes que ainda nem nasceram!

  • ENVIRONMENT

FEBRUARY 3, 2019

Trump’s EPA Refuses to Limit the Nasty Teflon Chemicals Lurking in Our Drinking Water

“Eu não posso assumir este compromisso” – palavras da EPA.

Tom Philpott
TOM PHILPOTT

A administração da EPA/Environmental Protection Agency (nt.: Agência de Proteção Ambiental dos EUA) do governo Trump, não tem planos de estabelecer um limite legal para dois nefastos químicos sintéticos que se imiscuem na água potável dos EUA. Assim reportou (reported) no início deste ano de 2019, o periódico Politico, de Arlington/Virgínia. 

Elas fazem parte de um grupo de substâncias químicas fluoradas conhecidas como PFAS (nt.: importante se ler este link onde mostra que estas mesmas substâncias estão presentes tanto na água como nos nossos alimentos), e são as per- e polifluoralquil. São químicos que uma vez foram muito apreciados por grande número de indústrias por sua habilidade de fazer as superfícies cobertas por eles serem resistentes ao calor, óleo, manchas, graxas e água (resist heat, oil, stains, grease, and water). Até os EUA começarem a eliminá-los, em 2006, os PFAS foram usados desde todas as panelas com anti-aderentes feitas de ‘Teflon’ (everything from) à embalagens de pipocas para microondas (microwave popcorn bags), indo para embalagens de fast-food (fast-food wrappers), roupas impermeabilizadas à água (water-repellent clothing) até mobiliário. Eles foram também empregadas amplamente em bases militares (widely used at military bases) em espumas para extinguir incêndios em aeronaves. 

Os CDCs/ Centers for Disease Control and Prevention (nt.: Centros de Controle e Prevenção de Doenças, equivalente aos serviços de saúde no Brasil) alertam (warns) que alguns estudos sugerem de que eles “afetam o crescimento, o aprendizado e o comportamento de bebês e crianças mais velhas”, “diminuem a chance da mulher engravidar”, “aumentam os níveis de colesterol” e “afetam o sistema imunológico”, além de “aumentam o risco de câncer”.

Os PFAS são teimosamente persistentes na água e no solo, e continuam sendo uma preocupação no suprimento de água potável.

Infelizmente, os PFAS são obstinadamente constantes tanto na água como no solo e a despeito de terem sido eliminados, eles se mantêm nos suprimentos de água potável. No ano passado, um relatório do Pentágono (Pentagon report) revelou que a água potável de 126 instalações militares em todo o país (126 military installations across the country) continham níveis potencialmente perigosos de PFAS. Em 2017, a gigante petroquímico DuPont e sua subsidiária Chermours, aceitou (agreed) um acordo de 670 milhões de dólares com os residentes de Valley em West Virgínia na região do meio Ohio que clamavam que sua água potável estava contaminada por serem vizinhos de uma de suas fábricas de Teflon (Aqui está uma reportagem aprofundada (deep-dive) sobre este fato, em 2016 feita pelo New York Times Magazine.)

Por anos, os defensores da saúde pública têm vindo instigando a EPA a estabelecer um “nível máxima de contaminação” (“maximum contaminant level”) para os PFAS sob o que determina a Lei de Água Potável Segura (Safe Drinking Water Act). Tal movimento forçaria as concessionárias a testarem a água e se necessário remover as substâncias químicas dos suprimentos de água potável. 

Mas o governo Trump não planeja estabelecer um limite para dois dos PFAS mais comuns— PFOA e PFOS—na água potável, conforme o website norte americano de notícias Politico reportou (reported), citando “duas fontes familiarizadas com a próxima decisão”. Durante suas audiências de conformação no Senado norte americano em janeiro deste ano, o administrador interino da EPA, Andrew Wheeler, prometeu (vowed) tornar a “água potável segura uma prioridade” e disse (said) que a agência lançaria um plano para lidar com os PFAS em “um futuro muito próximo”. Mas quando pressionado a dizer se a EPA definiria um nível máximo para os produtos químicos dentro de dois anos, ele respondeu: “Não posso assumir esse compromisso”.

A água potável de seis milhões de residentes dos EUA excede o limite voluntário da EPA.

Enquanto isso, a EPA mantém um “aviso de saúde” voluntário de que os dois produtos mais comuns, PFOA e PFOS, não devem exceder 70 partes por trilhão/ppt em água potável. E, em um proposta de relatório (draft report) sobre os PFAS divulgado pelo Department of Health and Human Services (nt.: Departamento de Saúde e Serviços Humanos) no ano passado, pesquisadores da Agency for Toxic Substances and Disease Registry (nt.: Agência de Registro de Substâncias e Doenças Tóxicas) consideraram que o limiar de segurança é realmente muito mais baixo: 7 partes por trilhão/ppt de PFOS e 11 partes por trilhão/ppt para o PFOA (7 parts per trillion for PFOS and 11 parts per trillion for PFOA).

A EPA, então sob o comando do ex-administrador Scott Pruitt, tentou interromper a divulgação deste relatório, “depois que um assessor do governo Trump advertiu que causaria um ‘pesadelo de relações públicas’”, o website de notícias da West Virginia Politico relatou (reported), no ano passado.

A EPA não retorna emails perguntando sobre seu plano a respeito das substâncias: PFOA e PFOS. 

Um estudo (study) de 2016 realizado por pesquisadores de Harvard, Universidade da Califórnia–Berkeley, Universidade da Carolina do Norte e EPA descobriu que a água potável para seis milhões de residentes nos EUA excede o limite voluntário da EPA. O Environmental Working Group/EWG (nt.: Grupo de Trabalho Ambiental) tem um mapa (map) de locais em todo o país onde a água potável está potencialmente contaminada com níveis preocupantes de PFAS. De acordo com a EPA (EPA), os filtros de tratamento com carvão ativado podem remover efetivamente os produtos químicos. Aqui estão mais informações (more information) sobre filtragem doméstica de PFAS do Department of Environmental Quality (nt.: Departamento de Qualidade Ambiental) de Michigan.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2019.

Arquivado em: Aditivos / Plastificantes, Corporações, Disruptores Endócrinos, Globalização, Resíduos Marcados com as tags: Infertilidade feminina, PFAS, Saúde Pública, Teflon

Os esportes e o microplástico da Antártica

17 de junho de 2018 por Luiz Jacques

A moda ‘fashion’ dos esportes, em todas as áreas, é baseada em moléculas sintéticas, hoje definitivamente encontradas nas águas oceânicas. Onde tu estás nesta ‘festa’ ?

 

https://exame.abril.com.br/ciencia/poluicao-por-microplasticos-ja-atinge-ate-a-antartica-alerta-estudo/

 

Estudo alerta para contaminação de uma das regiões mais remotas e pristinas da Terra por microplásticos e compostos químicos tóxicos

 

Por Vanessa Barbosa
access_time11 jun 2018, 16h35 – Publicado em 11 jun 2018, 16h34
Navio do Greenpeace na Antártica. (Christian Aslund/ Greenpeace/Divulgação)

São Paulo – Nem as regiões mais remotas e pristinas da Terra estão a salvo da poluição por plásticos. Um novo estudo produzido pela Universidade de Exeter, no Reino Unido, em parceria com a ONG ambientalista Greenpeace, relata a contaminação de amostras de neve e água da Antártica por micropartículas de polímeros sintéticos.

Medindo menos de 5 milímetros de diâmetro, as micropartículas plásticas são uma das maiores ameaças ambientais emergentes da atualidade, segundo a ONU. Sua ampla dispersão pelos ecossistemas marinhos e dificuldade de degradação põem em risco a saúde dos organismos que habitam os oceanos, e afetam toda a cadeia alimentar.

 

Antatica Pesquisa

 

A origem dessa poluição ainda não é conhecida. Outros estudos são necessários para monitorar e traçar o caminho dos resíduos plásticos até a região. Eles podem vir de várias fontes, como navios, estações de pesquisa científica e ainda por meio das correntes marítimas.

O estudo é parte de uma campanha global para criar o maior santuário marinho ao redor das águas da Antártica e proteger o frágil ecossistema da região dos efeitos das mudanças climáticas e de atividades de pesca predatória.

No começo do ano, os pesquisadores passaram três meses coletando amostras de neve e água nas regiões mais remotas da Antártica e constataram que a maior parte delas continham traços de contaminação por microplásticos.

A análise foi realizada nos laboratórios da Universidade de Exeter: das 8 amostras de água analisadas, sete continham fibras de materiais plásticos, incluindo o famoso poliéster, muito empregado na produção de tecidos e malhas, seguido do polipropileno, empregado na produção de embalagens e artigos descartáveis.

Também foram encontras microfibras de náilon, que, por sua elasticidade, é bastante utilizado na fabricação de roupas esportivas e de banho.

MaiôTênis De Nylon Nike
Roupa de banho feminina dentre centenas de outros produtos incluindo as de ‘bike’ e o tênis também de nylon da Nike, a mesma que diz fazer tênis de ‘plásticos que estão nos oceanos’ !

Contaminação química

Sete das nove amostras de neve coletadas durante a mesma expedição continham ainda compostos tóxicos conhecidos como PFCs, sigla de produtos químicos perfluorados.

Compostos PFCs, também chamados de PFASs, são usados para fabricar artigos com características impermeabilizantes e antiaderentes, como panelas não aderentes (de teflon), tecidos, tapetes, revestimentos de embalagens e de cosméticos.

Em 2015, um grupo de 200 cientistas publicou um consenso alertando para os riscos que os PFCs representam para a saúde, como sua capacidade de “imitar” hormônios e, até mesmo, interferir na síntese desses mensageiros químicos do corpo.

Tais compostos químicos podem viajar milhares de quilômetros carregados pelas correntes atmosféricas, até se depositar em neve ou chuva, caindo bem longe de seus locais de origem.

“Os resultados mostram o quão perverso pode ser o impacto das atividades humanas”, disse o Greenpeace em comunicado.

De norte a sul do planeta, não há fronteiras para a poluição plástica. Estudo publicado recentemente na Nature relata que cada litro de gelo marinho do Oceano Ártico contém até 12.000 partículas microplásticas.

Nem mesmo o ponto mais profundo dos oceanos escapa. Em outros estudo, pesquisadores alertaram para a presença de resíduos de materiais plásticos, incluindo uma sacola plástica, na Fossa das Marianas, um abismo que atinge mais de 11 quilômetros de profundidade no Pacífico.

 

Sacola Plastica Fossa Mariana

Registro de sacola plástica situada a 10.898 metros na Fossa das Marianas. (JAMSTEC/Reprodução)

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Tragédia: milhões de pessoas contaminadas por antiaderentes

31 de maio de 2016 por Luiz Jacques

Tragédia: milhões de pessoas contaminadas por antiaderentes. Água de 5,2 milhões de pessoas contaminada por substâncias de antiaderentes. Imagina as águas no Brasil.

 

 

http://www.ewg.org/enviroblog/2016/05/drinking-water-52-million-people-tainted-unsafe-levels-pfcs

 

 

By Bill Walker, Investigations Editor and David Andrews, Senior Scientist
MONDAY, MAY 23, 2016

 

As fontes de suprimento de água potável que servem mais do que 5.2 milhões de norte americanos podem estar contaminadas com duas substâncias químicas artificiais perfluoradas, ou PFCs, em níveis mais altos do que a Environmental Protection Agency/EPA (nt.: Agência de Proteção Ambiental dos EUA) considera agora seguros, de acordo com as análises do EWG/Environmental Working Grup (nt.: ONG importantíssima nos EUA pela seriedade e determinação)  dos dados dos testes da própria EPA.

Desde 2013, um programa de análises obrigatório da EPA detectou níveis elevados destas substâncias químicas em 52 sistemas de fornecimento público de água em 19 estados, mais dois territórios insulares do Pacifico. Estes sistemas tiveram, pelo menos, uma amostra contaminada com um ou ambos PFCs – o ácido perfluoroctanoide/PFOA e o sulfonato perfluoroctano/PFOS – em quantidades maiores do que o novo nível de alerta de saúde para toda a vida, anunciado neste mês pela EPA.

Este novo alerta de saúde para os níveis combinados das substâncias químicas perfluoradas, PFOA e PFOS em água potável é de 70 partes por trilhão (nt.: a sigla é ppt e seu nome em relação à grama é picograma) – algo como uma gota d’água em 20 piscinas com dimensão olímpica. E a EPA diz que neste nível ou abaixo, estas substâncias “não se espera que resultem em efeitos adversos em termos de saúde em exposição ao longo de uma vida.”

Ela informa que este novo nível de alerta foi estabelecido para proteger a saúde durante as janelas críticas do desenvolvimento tanto do nenê como da infância quando os danos são mais prováveis de ocorrer. Mas um consistente volume de pesquisas independentes também relacionaram estas substâncias ao câncer, doenças da tireoide, a disfunção hormonal e outros problemas de saúde (cancer, thyroid disease, endocrine disruption and other health problems), além de uma novíssima pesquisa estar acusando de que elas já causam danos em níveis 70 menores ou mais vezes (70 or more times lower)  do que aquele recomendado pela EPA.

Este nível de alerta não é um limite juridicamente obrigatório, embora depois do anúncio da agência alguns serviços públicos imediatamente advertiram os consumidores (some utilities immediately warned customers) que não tomassem ou usassem a água fornecida. A EPA havia notificado de que isso poderia ser para 2019 ou bem depois, quando definiria um padrão obrigatório para a água potável.

A substância química sintética PFOA, outrora usada para fabricar os produtos Teflon da DuPont e o PFOS,  antigamente um dos ingredientes dos produtos Scotchgard da 3M, são os membros mais destacados de uma classe de substâncias químicas que vêm sendo empregadas, há décadas, por centenas de produtos de consumo ou com aplicações industriais. Ambos também foram empregados para combater incêndios (firefighting) bem como utilizados tanto em aeroportos militares  como comerciais.

Eles foram abolidos depois de revelações de que as indústrias haviam retido por décadas, pesquisas mostrando que estas substâncias químicas eram incrivelmente persistentes no ambiente e que se acumulavam no sangue das pessoas. O órgão público norte americano ligado à saúde CDCs/Centers for Disease Control and Prevention informa de que ambas substâncias contaminam o sangue de quase todos os norte americanos (contaminate the blood of almost all Americans) e que podem ser transmitidos das mães para as crianças ainda não nascidas.

Muitas áreas grandes metropolitanas tiveram detecção em pequeno número de amostras. Não se sabe exatamente quantas pessoas foram servidas com esta água contaminada e desde que as análises foram principiadas, há três anos, alguns sistemas poderiam ainda não estar contaminados.

Contrariamente, o número de pessoas que ingerem água contaminada pode ser na verdade mais alto. O programa de análises da EPA cobre somente uma pequena parcela de sistema de fornecimento d’água que servem menos do que 10.000 consumidores além de não cobrir as fontes privadas. Em torno de 19% (about 19 percent) dos norte americanos bebem água destes sistemas menores e outros 15%  (another 15 percent) obtêm sua água de fontes privadas.

 

Fonte: EWG, do programa da EPA Unregulated Contaminant Monitoring.

 

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, maio de 2016

 

ESTADO CIDADE FORNECEDOR SUBSTÂNCIAS DETECTADAS POPULAÇÃO SERVIDA
Alabama Morgan West Morgan – East Lawrence Water Authority PFOS,PFOA 26,130
Lawrence West Lawrence Water Co-op PFOS,PFOA 14,517
Etowah Gadsden Waterworks & Sewer Board PFOA,PFOS 46,551
Rainbow City Utilities Board PFOA,PFOS 11,748
Southside Waterworks PFOA,PFOS 10,800
DeKalb Northeast Alabama Water System PFOA,PFOS 37,500
Cullman VAW Water System, Inc. PFOS,PFOA 14,958
Arizona Mohave Oatman Water Company PFOS,PFOA 536
Maricopa City of Tempe PFOS,PFOA 165,000
Arizona – Maricopa Indian Community Salt River Public Works PFOS 35,470
California Tulare CA Water Service – Visalia PFOS 132,158
San Joaquin City of Lathrop PFOS,PFOA 12,427
Sacramento CA American Water Co. – Suburban PFOA,PFOS 33,914
Riverside Eastern Municipal Water District PFOA,PFOS 503,700
Riverside City of Corona PFOA,PFOS 155,896
Orange City of Anaheim PFOS,PFOA 346,823
City of Orange PFOS,PFOA 138,640
Yorba Linda Water District PFOS,PFOA 77,513
Butte CA Water Service – Chico PFOS 97,274
Colorado El Paso City of Fountain PFOS,PFOA 20,000
Security WSD PFOA,PFOS 19,000
Widefield WSD PFOA,PFOS 18,343
Delaware New Castle Artesian Water Company PFOA,PFOS 211,494
Florida Pasco City of Zephyrhills PFOS 21,823
Escambia Emerald Coast Utilities Authority PFOA,PFOS 249,872
Massachusetts Hampden Westfield Water Department PFOS,PFOA 42,000
Barnstable Hyannis Water System PFOA,PFOS 35,000
Maine York Sanford Water District PFOS 14,025
Minnesota Washington Oakdale PFOS,PFOA 27,378
Beltrami Bemidji PFOS 13,431
North Carolina Moore Moore County Public Utilities – Pinehurst PFOS,PFOA 19,368
Guilford City of Greensboro PFOS 250,000
New Hampshire Strafford Dover Water Department PFOA,PFOS 28,000
New Jersey Union NJ American Water Co. – Raritan PFOA,PFOS 609,305
Essex South Orange Water Department PFOA 16,924
Bergen Fair Lawn Water Department PFOS,PFOA 32,573
Mahwah Water Department PFOS 24,062
Ridgewood Water PFOA,PFOS 61,700
Atlantic Atlantic City MUA PFOA,PFOS 150,000
New York Suffolk Hampton Bays Water District PFOS 12,500
Suffolk County Water Authority PFOS 1,100,000
Orange City of Newburgh PFOS 28,000
New Windsor Consolidated Water District PFOA,PFOS 30,000
Ohio Greene Wright-Patterson AFB Area A/C PFOA,PFOS 11,791
Cuyahoga City of Cleveland Heights PFOS 46,000
Pennsylvania Dauphin United Water PA PFOA,PFOS 105,649
Bucks Doylestown Twp. Muni. Authority PFOA 8,655
Rhode Island Providence Town of Cumberland PFOA 21,900
Washington King Issaquah Water System PFOA,PFOS 22,926
Wisconsin La Crosse La Crosse Waterworks PFOS 53,000
West Virginia Wood Vienna PFOA 12,507
Berkeley City of Martinsburg PFOS 15,180
Total 5,193,961

Arquivado em: Aditivos / Plastificantes, Corporações, Disruptores Endócrinos, Globalização, Química Artificial, Revolução Industrial, Saúde, Toxicologia Marcados com as tags: Água potável, Antiaderente, Perfluorados, Saúde infaltil, Scotchgard, Teflon

Os segredos corporativos e os perigos do Teflon

12 de abril de 2016 por Luiz Jacques

Os segredos corporativos e os perigos do Teflon. A substância que a transnacional DuPont vem usando para produtos antiaderentes e antimanchas, é novamente colocada em destaque.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2016/01/27/pfoa-teflon-cookware-dangers.aspx

 

Resumo da História

  • A substância artificial PFOA (nt.: sigla em inglês – perfluorooctanoic acid) foi durante décadas um ingrediente essencial nos utensílios de cozinha da DuPont. Também se utilizou em centenas de outros produtos antiaderentes e antimanchas. Atualmente, o PFOA é o sujeito de 3.500 de processos judiciais contra a DuPont, por lesões.
  • As substâncias poli e perfluoroalquil substâncias (nt.: PFAS – sigla em inglês) utilizadas para produzir superfícies antiaderentes, antimanchas e contra água são tóxicas e altamente persistentes, tanto em corpo humano como no ambiente.
  • A Declaração de Madrid, firmada por mais de 200 pesquisadores de 40 países, representa o consenso científico sobre os danos dos químicos PFAS, tanto antigos como novos.

 

Crianca Contaminada Com Pfc

 

By Dr. Mercola

Se ainda utilizarmos utensílios de cozinha antiaderentes (non-stick cookware), o ideal será que reconsideremos este fato muito seriamente. Igualmente será se estivermos utilizando roupas antimanchas ou à prova d’água e se tivermos optado por travesseiros e tecidos à prova de manchas.

Todos estes produtos, e muitos mais, contêm ácido perfluorooctanoico (perfluorooctanoic acid/PFOA, sigla em inglês, também conhecido como C8) que, segundo agora revelado, é muito mais perigoso do que se acreditava.

Durante 50 anos, a DuPont utilizou o PFOA para produzir o teflon. Ao longo do tempo, a corporação sempre vinha defendendo a segurança do PFOA e, até agora, ainda resiste a aceitar os problemas à saúde ocasionados por tal exposição. Por fim, a verdade veio à luz.

Faz mais de 15 anos que venho advertindo os leitores e a todas as pessoas sobre os perigos potenciais do teflon. Como resultado, a DuPont me ameaçou judicialmente muitas vezes.

Para evitar a onerosa ação judicial de parte deste litígio, tive que me abster de utilizar a palavra “teflon” em qualquer artigo sem antes ter recebido uma carta do departamento jurídico da companhia, assim que a evitei durante vários anos quando escrevi sobre os perigos do PFOA.

A evidência agora tornou-se absolutamente clara para o conhecimento de todos, exatamente  como vinha advertindo durante uma década e meia. Os perigos tornam-se indiscutíveis e a conexão da DuPont com este veneno prejudicial à saúde, começa a despertar a atenção dos meios de comunicação.

O New York Times publicou recentemente um artigo detalhado1  (nt.: este artigo será prontamente traduzido) sobre a batalha judicial contra a DuPont durante os últimos 15 anos, a respeito da contaminação do PFOA e seus efeitos tóxicos. Recomendo fortemente que se leia este material por completo. É leitura excelente e imprescindível.

No ano passado, a publicação online The Intercept também publicou um documento 2  em três partes intitulado “The Teflon Toxin: Dupont and the Chemistry of Deception” (O veneno Teflon: Dupont e a química da trapaça”), no qual é detalhada a história que a DuPont utilizou para ocultar os fatos.

Um Advogado Corporativo de Defesa de Substâncias Químicas Torna-se o Pior Inimigo da DuPont

Durante os últimos 15 anos, Rob Bilott, advogado ambiental e sócio do escritório Taft Stettinius & Hollister, travou uma batalha judicial contra a DuPont. Ele é um inimigo inacreditável de uma corporação de substâncias químicas, já que seu escritório havia se especializado em defender clientes corporativos, como as indústrias petroquímicas.

O artigo mencionado do New York Times vai aos detalhes sobre como chegou ao enfrentamento com a DuPont ao representar um agricultor de West Virginia.

No início da década de 80, o agricultor com relutância vendeu 26 hectares de terra para DuPont, para que a corporação instalasse um aterro de lixo.

Na extensão de terra que vendeu à DuPont havia um arroio que corria através dela, e que serpenteava até à área onde o agricultor levava suas vacas para pastar.

Não muito depois da venda, seu gado começou a “agir como enlouquecido” e outros males misteriosos também surgiram. Mais de 150 cabeças já haviam morrido quando o agricultor, Wilbur Tennant, contatou Bilott.

Em resposta à demanda inicial de Bilott, ajuizada em 1999, a DuPont ofereceu assumir uma pesquisa da propriedade de Tennant, com a ajuda da Agência de Proteção Ambiental dos EUA (USEPA, conforme sua sigla em inglês). Três veterinários escolhidos pela DuPont e três da EPA realizaram esta pesquisa.

Segundo relata o artigo mencionado:

“O resultado não detctou de que a DuPont fosse a responsável pelos problemas de sanidade do gado. Ao contrário, o culpado foi o mal manejo do agricultor: “má nutrição, cuidado veterinário inadequado e falta de controle sobre as moscas”.

Em outras palavras, a família do senhor Tennant não sabia como criar seus animais; se as vacas estavam morrendo, era por sua própria culpa”.

Em uma carta que a DuPont enviou à EPA mencionava uma substância que se encontrava no lixão e sobre a qual Bilott nunca havia ouvido falar dela anteriormente, mesmo com toda sua experiência na indústria química. Essa substância era o “PFOA”.

O especialista da área da química contratado para o caso recordou haver lido acerca dos “PFOS” em uma revista especializada, que eram utilizados na produção do ‘Scotchgard’.

Em razão de não poder encontrar nenhuma informação sobre o PFOA, Bilott solicitou à DuPont que compartilhasse aquilo que sabia sobre esta substância. Quando a companhia negou, ele requisitou através de uma ordem judicial para obrigá-la a publicar a documentação, que lhe foi entregue.

Documentos Internos Revelaram a Culpa da DuPont

No final dos anos 2000, ele recebeu mais de 110 mil páginas de material relacionado ao PFOA, alguns deles tinham mais de 50 anos. Entre os documentos havia notas internas privadas, relatórios médicos e estudos confidenciais realizados pelos cientistas da DuPont. Como relatou o artigo mencionado:

“Comecei a se conectar com toda a a historia”, disse Bilott. “É possível que eu tenha sido a primeira pessoa que os revisou em sua totalidade. Pareceu-me evidente o que estava acontecendo: Há muito tempo já sabiam que essa substância era prejudicial”… A história que Bilott começou a conhecer… tinha uma amplitude, uma especificidade e um deslavado descaramento, surpreendentes.

“Fiquei em choque”, disse… Bilott não podia acreditar a escala de material incriminador que a DuPont havia lhe enviado. A companhia parecia não se dar conta do que acabara de lhe entregar. “Esta foi uma destas vezes em que não podes crer naquilo que estás lendo”, disse. “Aquilo que realmente estava ali escrito…

No entanto, a descoberta mais fundamental do caso da família Tennant foi este: no final da década dos anos 80… [a DuPont] decidiu que precisava encontrar um espaço para um aterro para depositar as águas residuais tóxicas… Felizmente, haviam comprado há pouco tempo. 26 hectares… que seriam perfeitos para este fim.

Em 1990, a DuPont havia descartado 7.100 toneladas de águas residuais com PFOA no aterro de “Dry Run”. Os cientistas da DuPont sabiam que do aterro estes escorriam para o resto da propriedade da família Tennant e analisaram a água do arroio “Dry Run“. Continha uma concentração extraordinariamente alta de PFOA.

A DuPont não informou à família Tennant neste momento, nem revelou este fato em seu relatório quando avaliou a questão do gado do que foi encarregado no caso de Tennant, uma década depois: o relatório em que responsabilizava ao mau manejo as mortes das vacas. Bilott então tinha o que necessitava…

Em agosto de 2000, Bilott requisitou o advogado da DuPont, Bernard Reilly e lhe explicou que sabia o que estava se passando. Foi um diálogo breve. A família Tennant tinha a solução…”.

Outras Descobertas Impactantes

De acordo com os documentos, as recomendações dos despejos da DuPont especificavam que o PFOA não deveria se descartado na água de superfície nem nos esgotos.

No entanto, durante décadas a companhia eliminou centenas de milhares de toneladas de pó de PFOA no rio Ohio.

As águas residuais contaminadas com PFOA que chegaram ao aterro da propriedade que compraram da família Tennant, também chegaram ao lençol freático que fornecia água potável de mais de 100 mil moradores das localidades de Parkersburg, Vienna, Little Hocking e Lubeck.

Os documentos demonstraram ainda que durante quatro décadas, as corporações 3M e DuPont realizaram pesquisas médicos secretas com o PFOA, as quais, desde 1961, revelaram problemas potenciais de saúde em ratos e coelhos.

Na década seguinte, a DuPont descobriu que os trabalhadores de suas fábricas tinham altos níveis de PFOA no sangue, mas não informaram à USEPA sobre isso.

Em 1981, a 3M detectou que a ingestão de PFOA ocasionava defeitos de nascimento nas ratas, depois do qual a DuPont analisou as crianças das empregadas grávidas em seu departamento do Teflon. Dois de sete meninos tinham defeitos oculares.

A DuPont novamente decidiu não compartilhar a informação de maneira pública. Em 1984, ela se deu conta de que o PFOA estava nas estações de fornecimento local de água. Em 1991, um dos distritos locais de água tinha níveis de PFOA três vezes mais altos que aquele que a DuPont havia estabelecido internamente como o limite seguro para a água para beber que era de uma parte por bilhão (ppb). Ainda assim, a companhia ficou em silêncio.

Segundo relata o periódico The New York Times:

“Bilott descobriu que, na década dos anos 90, a DuPont entendia que o PFOA causava tumores cancerosos de testículos, pâncreas e fígado nos animais de laboratório. Uma pesquisa de laboratório sugeriu um possível dano do DNA devido à exposição ao PFOA e outra sobre os trabalhadores, relacionou sua exposição com o câncer de próstata”.

Neste momento, a DuPont decidiu desenvolver uma alternativa ao PFOA. Em 1993, haviam encontrado um “candidato viável” que parecia ser menos tóxico. Infelizmente, a companhia tomou uma decisão contrária à troca, pois isso haveria de impactar seus lucros.

Bilott Segue Acionando a DuPont em Nome do Público

Depois de resolver o caso da família Tennant, Bilott decidiu acionar a DuPont por outros danos. Depois de tudo isso aí, se a água potável envenenada com PFOA poderia danificar e matar as vacas, o que poderia estar ocasionando a todas as pessoas que bebem esta água contaminada?

Bilott escreveu um informe de 972 páginas contra a DuPont, ao qual seus colegas se referiam como a “Famosa Carta de Rob”, e que, em março de 2001, foi enviado ao diretor de cada autoridade reguladora relevante, como a USEPA e ao procurador geral dos Estados Unidos.

Em resposta, a DuPont requereu uma ordem de não divulgação deste material para evitar que Bilott compartilhasse a informação que obteve no caso Tennant. A solicitação foi negada e Bilott enviou tudo o que tinha à USEPA.

De acordo com The New York Times:

“Com a famosa Carta, Bilott cruzou uma linha… Havia se convertido em uma ameaça, não só para a DuPont, como também, nas palavras de uma circular interna, “de toda a indústria dos fluorpolímeros”: uma indústria responsável pelos plásticos de alto rendimento que se utilizam em muitos utensílios modernos, entre os quais se encontram produtos de cozinha, cabos de computadores, dispositivos de implante médico, rolamentos e vedações utilizados em autos e aviões.

O PFOA foi só um de mais de 60 mil substâncias químicas que as companhias produziam e lançavam no planeta sem a devida supervisão regulatória.

“A Carta de Rob desnudou um novo panorama”, disse Harry Deitzler, advogado atuante que vive na Virginia Ocidental e que trabalha com Bilott. ‘Antes dessa carta, as corporações podiam  invocar a má percepção pública de que, se um produto químico fosse perigoso, estaria realmente regulamentado’.

Sob a Lei de Controle de Substâncias Tóxicas de 1976, a USEPA pode analisar as substâncias químicas unicamente se tem evidência que assinala que é prejudicial.

Este acordo, que geralmente permite que as companhias químicas se regulem a si mesmas, é a razão pela qual, durante os últimos 40 anos, a USEPA limitou somente cinco substâncias de dezenas de milhares que se encontram no mercado”.[O grifo é meu].

Logo, Bilott ajuizou uma ação coletiva contra a DuPont em nome de todas as pessoas que haviam ingerido a água envenenada com PFOA: cerca de 70 mil pessoas em seis departamento de água, mais dezenas de poços privados. A EPA também começou sua própria investigação sobre o PFOA, com base na informação compartilhada por Bilott.

Em 2001, a EPA anunciou que o PFOA poderia apresentar riscos sobre a saúde do público em geral, através da água contaminada E dos utensílios de cozinha com Teflon. A própria investigação da DuPont mostra que quando seus utensílios antiaderentes se aquecem, descompõem-se em, não menos do que 15 gases e partículas tóxicas, a maioria delas à base de flúor. 3,4

As Calamidades Legais da DuPont Seguem Piorando

Em 2005, a EPA multou a DuPont em 16,5 milhões de dólares devido à violação da Lei de Controle de Substâncias Tóxicas ao reter por décadas informações valiosas sobre os prejuízos à saúde relacionados com o PFOA.

Neste tempo, essa multa era a mais alta que havia sido definida pela EPA. Representava, realmente, menos de dois por cento dos lucros que a DuPont obteve com o PFOA só neste ano, assim que teve um pífio efeito dissuasivo.

Nesse mesmo ano, também se reuniu um painel de cientistas para determinar o efeito do PFOA sobre a saúde humana. Depois de sete anos de investigações, cujos resultados estão detalhados em mais de três dezenas de publicações revisadas em pares, 5 o C8 Science Panel relacionou o PFOA com:

  • Colite ulcerosa
  • Colesterol alto
  • Hipertensão induzida pela gravidez
  • Enfermidade da tireoide
  • Câncer testicular e renal

Até agora, aproximadamente 3.500 pessoas acionaram a DuPont por danos. O primeiro caso que chegou a juízo foi o de uma mulher de Ohio chamada Carla Bartlett, que afirmou que a água potável contaminada com PFOA ocasionou o desenvolvimento de câncer de rins. 6

O caso foi a juízo em setembro de 2015. A DuPont/Chemours demostrou ser responsável por negligência neste caso 7 e o juiz decidiu a favor de Bartlett um valor total de 1,6 milhão de dólares pelo prejuízo. Presume-se que a DuPont apelará. Segundo o The New York Times:

“A negativa continua da DuPont de aceitar sua responsabilidade é exasperante para Bilott. ‘Ao pensar que tenhas negociado de boa fé um acordo que todos acataram e que neste fato se trabalhou durante sete anos, chega-se a um ponto onde algumas coisas deveriam se resolver facilmente, no entanto, seguem sem resposta’, disse.

‘Penso naqueles clientes que esperaram por isso, muitos dos quais estão enfermos ou até já faleceram nesta espera. É para enlouquecer qualquer um’.”

Sua Água Potável Está Contaminada com PFOA?

Em agosto de 2015, a ONG norte americana EWG/Envionmental Working Group revelou num relatório sobre o Teflon, 8,9,10  afirmando de que havia encontrado PFOA em 94 estações de fornecimento d’água, em 27 estados dos EUA.

O EWG também ressalta uma investigação recente em que mostra que o PFOA é perigoso em níveis 1300 vezes menores do aqueles reconhecidos anteriormente pela EPA! Segundo o artigo:

“… [D]ois destacados cientistas ligados à saúde ambiental publicaram pesquisas com implicações alarmantes… [I]nclusive concentrações diminutas de PFOA, abaixo do limite relatado e exigido pelas análises da EPA das estações de fornecimento d’água pública, são prejudiciais.

Isto significa que o nível de advertência para a saúde da EPA é centenas ou milhares de vezes demasiado débil para proteger completamente a saúde humana com uma margem adequada de segurança”.

As áreas de maior concentração de PFOA são: Issaquah, Washington; Wilmington, Delaware; Colorado Springs; Nassau County em Long Island; e Parkersburg, em West Virginia. 11 Com exceção de Parkersburg, estes setores foram incluídos na ação judicial coletiva de Bilott contra a DuPont.

As análises também revelaram que o PFOA se encontra no sangue de praticamente todas as pessoas nos Estados Unidos, como os bebês, já que se transfere da mãe para o filho através do cordão umbilical e do leite materno.

O PFOA, que é muito resistente à degradação, também foi detectado nos animais silvestres de todo o mundo. Inclusive os albatrozes de Sand Island, um refúgio da vida silvestre, no meio do Oceano Pacífico Norte, apresentam esta substância química em seu sistema.

Como afirmou o periódico The Intercept:12

“Ainda que a DuPont já não utilize mais o C8, é atualmente impossível eliminar esta substância de todos os corpos d’água e correntes sanguíneas que estão contaminados com ela. E, já que é tão estável quimicamente (de fato, segundo o que os cientistas podem determinar, nunca se descompõe) espera-se que o C8 permaneça no planeta muito tempo depois de que os seres humanos já não se encontram nele”.

Centenas de Cientistas Emitem uma Advertência Contra os PFAS

Em maio passado, mais de 200 cientistas de 40 países firmaram a chamada Declaração de Madrid, 13,14 que adverte contra os danos de todos os fluorquímicos (PFAS), tanto velhos como novos. Menciona muitos dos efeitos documentados para a saúde relacionados com os velhos PFAS de cadeia longa, como os seguintes: 15

 

Toxicidade hepática Interrupção do metabolismo lipídico e os sistemas imunológico e endócrino
Efeitos de condutas neurológicos adversos Toxicidade e morte neonatal
Tumores em múltiplos sistemas de órgãos Câncer testicular e renal
Disfunção hepática Hipotiroidismo (Hypothyroidism)
Colesterol alto (High cholesterol) Colite ulcerosa
Menor tamanho e peso ao nascer Obesidade (Obesity)
Menor resposta imunológica às vacinas Menores níveis de hormônios e puberdade tardia

 

A Declaração também destaca que:

    1. Apesar de que alguns PFAS de cadeia longa serem regulados ou eliminados gradualmente, comumente se sucedem com os PFAS de cadeia curta com estruturas similares ou compostos com segmentos fluorados vinculados por uniões de éter.
    2. Enquanto que algumas alternativas fluoradas de cadeia curta parecem ser menos bioacumulativas, permanecem ainda como ambientalmente persistentes como substâncias de cadeia longa ou têm metabólitos persistentes.

Além disso, a troca para alternativas de cadeia curta ou outras substâncias fluoradas poderiam não reduzir as quantidades de PFAS no ambiente. Isso porque alguns PFAS de cadeia curta são menos efetivos, podendo exigir maiores quantidades para atingirem o mesmo desempenho.

  1. Embora se comercialize muitas alternativas fluoradas, há muito pouca informação pública disponível acerca de sua estrutura química, propriedades, usos e perfil toxicológico.
  2. Aumentar o uso das alternativas fluoradas ocasionará o aumento no ambiente dos níveis de produtos de degradação perfluorados estáveis e possivelmente também na biota e nos seres humanos. Isso aumentaria os riscos de efeitos adversos na saúde humana e no ambiente.

Uma Nova Reforma da Lei Poderia Anular as Normas Estatais Sobre as Substâncias Químicas Perigosas

Enquanto é cada vez mais claro que necessitamos regras muito mais restritivas para as substâncias químicas, as atualizações propostas para a Lei de Controle de Substâncias Tóxicas de 1976 poderiam dificultar os esforços para proteger as pessoas nos Estados Unidos contra as substâncias químicas perigosas, ao anular as regras químicas estabelecidas pelos estados individualmente.

A lei do Senado (a Lei de Frank R. Lautenberg para a Seguridade Química do Século XXI), que foi aprovada em dezembro de 2015, faz que seja mais difícil para que os estados regulem as substâncias químicas uma vez que a EPA as analisou. Também proíbe os estados de tomarem qualquer ação contra as substâncias químicas que a EPA esteja investigando atualmente.

A versão da Câmara (a Lei de Modernização da TSCA), que evita que os estados regulem novas substâncias químicas, e que é apoiada por mais de 100 grupos da indústria, foi aprovada em junho de 2015. Por agora, estão tentando combinar ambas as leis, já que contêm várias diferenças. Segundo relatou The Intercept: 16

“Apesar de a lei TSCA do Senado deixar intactas algumas restrições estaduais existentes sobre certas substâncias químicas, as cláusulas da lei evitariam que os estados estabelecessem regulamentações no futuro, anulando os esforços que já estão em processo. Tomemos por exemplo a legislação pendente do estado de Washington para proibir as substâncias químicas retardadoras de chamas que se utiliza em móveis e produtos para crianças.  

Os defensores têm trabalhado por anos para se proibir estes disruptores endócrinos e possíveis cancerígenos humanos… Se a EPA puser estas substâncias retardadoras de chamas em sua lista de prioridades… esta lei bloquearia os novos esforços do estado por restringi-los.

Além de limitar as regulamentações estaduais, os projetos da reforma TSCA estão se combinando em uma lei que contenha cláusulas que farão com que seja mais difícil interceptar as importações de substâncias químicas perigosas nas fronteiras dos Estados Unidos, exigem que a EPA designe algumas substâncias químicas como de “baixa prioridade” sem avaliá-las completamente. Nenhuma das versões aborda o grande problema de que as companhias tenham permissão para  lançarem substâncias químicas novas no mercado, sem haver a análise prévia de sua segurança”.

Como Evitar Estas Perigosas Substâncias Químicas

Está bastante claro que não se pode confiar de que a indústria química se regulará a si mesma, e a DuPont é um grande exemplo disso.

Poderia levar décadas antes de que as substancias químicas perigosas sejam reconhecidas como tal e daí, a companhia pode simplesmente trocar para outra que não haja sido analisada nem regulada, e assim continua o jogo de esconde-esconde (whack-a-mole game), já que as substâncias químicas não têm que demobstrar serem seguras antes de utilizá-las. Segundo relato do The New York Times:

“’Pensar que a DuPont tenha podido escapulir durante tanto tempo’, disse Bilott, seu tom demonstra uma mescla de surpresa e raiva, “que puderam seguir gerando lucros destas substâncias, logo obter o acordo das agências do governo para eliminá-las gradualmente, unicamente para trocá-las por uma alternativa de efeitos desconhecidos sobre os humanos; em 2001 informamos às agências sobre isso tudo e praticamente não fizeram nada.

Já são 14 anos de que esta substância segue sendo usada, de que siga presente na água potável de todo o país. A DuPont simplesmente muda em silêncio em direção à substância seguinte. E, enquanto isso, combate qualquer pessoa que tenha sido afetada”.

A Declaração de Madrid17 recomenda evitar qualquer produto que contenha, ou tenha sido fabricado, com as PFAS (nt.: poly-perfluoroalkyl substances – substâncias poli-perfluoralkil – matéria prima para o Teflon) e afirma que entre estas se encontram aquelas que estão os produtos comerciais antimanchas, à prova d’água e antiaderentes. Pode-se encontrar mais orientações úteis no Guide to Avoiding PFCS da ONG EWG.18

Além de enumerar uma variedade de marcas de calçado desportivo conhecidas que utilizam PFC em seus sapatos e roupas, o guia também informa que a Apple admite que a pulseira de seu novo modelo Apple Watch Sport é feito com PFC. Entre outras sugestões que auxiliariam o consumidor a evitar estas perigosas substâncias químicas, é manter-se longe dos seguintes produtos:

Artigos que tenham sido pré tratados com substâncias antimanchas e optar por produtos que evitam este tipo de procedimentos ao comprar móveis e almofadas novas.
Roupa à prova d’água ou antimanchas. Um exemplo é quando um elemento feito com fibras artificiais se descreve como “poroso ou respirável” Estes são tratados efetivamente com politetrafluoretileno (PTFE, sigla em inglês), um fluorpolímero sintético.
Produtos tratados com substâncias químicas retardadoras de chama (flame retardant chemicals),19 entre os quais encontramos uma ampla variedade de artigos para bebê, móveis acolchoados, colchões e almofadas. Opte por materiais que são naturalmente menos inflamáveis como couro, lã e algodão.
‘Fast food‘ e ‘delivery‘ (‘quentinha’), já que as embalagens e caixas normalmente são recobertas com PFC (nt..: substância chamada ‘perfluorcarbono’)
Pipocas de micro-ondas. O PFOA/perfluorooctanoic acid (nt.: ácido perfluooctanóico – perfluorinated chemicals/PFOAs) poderia não só estar presente no revestimento interior da embalagem como também poderia infiltrar-se da embalagem para o óleo durante o aquecimento. Em seu lugar, preparar a pipoca “na forma antiga”, na panela ou pipoqueira.
Utensílios de cozinha antiaderentes e outros utensílios de cozinha deste material. As opções mais saudáveis são a cerâmica e de ferro fundido esmaltado.Ambas são duráveis, fáceis de limpar (inclusive alimentos cozidos mais pegajosos podem ser eliminados depois de ficarem de molho em água quente) e são completamente inertes, o que significa que não liberarão produtos químicos nocivos.

Mesmo que algumas pessoas recomendem usar alumínio, aço inoxidável e utensílios de cobre, não faço, pelas seguintes razões:

Suspeita-se que o alumínio é um grande fator relacionado com a doença de Alzheimer e o aço inoxidável tem uma liga que contém níquel, cromo, molibdênio e carbono. Para aquelas pessoas com alergia ao níquel, isso poderia ser consideração bastante importante.

Tampouco se recomenda os utensílios de cobre porque a maioria das caçarolas deste material vem revestidas com outros metais, por isso geram as mesmas preocupações assinaladas acima. (Os utensílios de cobre devem ser recobertos em razão da possibilidade de envenenamento por ele).

Fio Dental Oral-B e outros produtos de higiene pessoal que contenham PTFE, “flúor” ou “ingredientes perfluorados”. A ONG EWG tem uma base de dados excelente chamada Skin Deep que se poderá acessar para se encontrar opções mais saudáveis.

Fontes e Referências

  • 1,11New York Times January 10, 2016
  • 2,12The Intercept August 5, 2015
  • 3,4Environmental Working Group May 15, 2003, “Canaries in the Kitchen: DuPont has Known for 50 Years”
  • 5C8 Science Panel Research Studies
  • 6Reuters October 6, 2015
  • 7Salt Lake Tribune October 7, 2015
  • 8Environmental Working Group Teflon Report, August 2015
  • 9Environmental Working Group August 21, 2015
  • 10Environmental Working Group August 20, 2015
  • 13,15,17Environ Health Perspect 123:A107–A111, Madrid Statement
  • 14Newser May 1, 2015
  • 16The Intercept January 11, 2016
  • 18EWG’s Guide to Avoiding PFCS (PDF)
  • 19Clean Water Action, PFC Fact Sheet
  • 20EWG Skin Deep Cosmetics Database

 

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, abril de 2016.

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Por que tomar cuidado com panelas antiaderentes

12 de abril de 2016 por Luiz Jacques

Por que tomar cuidado com panelas antiaderentes? Esta história tem muita história no meio. Ver o artigo ‘Os segredos corporativos e os perigos do Teflon’, neste site.

 

 

http://www.cornelionoticias.com.br/posts/23792/por-que-voce-deveria-tomar-cuidado-com-panelas-antiaderentes/

 

Foto: Divulgação

  O antiaderente, no fim das contas, tende a “grudar” na gente.

 

Em 1961, um toxicologista da DuPont alertou aos colegas que a exposição aos químicos da linha de produtos Teflon aumentava os fígados de ratos e coelhos.

Estudos nas décadas seguintes apontaram que não existem níveis seguros para a exposição de animais a esses químicos e que os humanos também podem adoecer se entrarem em contato com eles. Os químicos se acumulam no corpo e resistem à decomposição no ambiente.

O antiaderente, no fim das contas, tende a “grudar” na gente.

No fim de 2015, algumas dessas mais notórias substâncias polifluoralquil e perfluoralquil, ou PFASs, deixam de ser usadas nos Estados Unidos. Mas em seu lugar surgiu outro grupo de PFASs que tem muitas das mesmas características preocupantes.

“Sabemos que esses substitutos são igualmente persistentes. Eles não se decompõem no tempo geológico”, disse Arlene Blum, química da Universidade da Califórnia, em Berkeley, e diretora executiva da organização sem fins lucrativos Green Science Policy Institute.

Recentemente, a revista Environmental Health Perspectives publicou um documento conhecido como Declaração de Madri , assinado por mais de 200 cientistas de 38 países.

A declaração destaca o potencial dano dos químicos PFAS, antigos e novos. Você provavelmente os conhece como o negócio que protege seu carpete contra manchas, impede que a comida grude em embalagens ou panelas, repele a chuva do seu casaco e evita que o rímel escorra pelas suas bochechas.

“É uma decisão séria produzir químicos que durem tanto tempo, e colocá-los em produtos dirigidos ao consumidor final com altos níveis de exposição humana é preocupante”, disse Blum, que também é a autora principal da declaração.

Em um editorial que acompanha a declaração, Linda Birnbaum, chefe do programa nacional de toxicologia do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, e Philippe Grandjean, chefe de medicina ambiental da Universidade do Sul da Dinamarca, citam a prática comum das empresas de substituir químicos proibidos por outros estruturalmente similares, como no caso da troca do bisfenol A pelo bisfenol S.

Outros especialistas culpam esse padrão na legislação desatualizada do país, que permite que os químicos sejam considerados inocentes até prova em contrário.

“Hoje as empresas podem produzir outros químicos sem ter uma clara ideia do seu impacto na saúde e no ambiente”, diz Alex Stone, químico sênior do Departamento de Ecologia do Estado de Washington e signatário da Declaração de Madri.

Os cientistas pedem cooperação mundial para limitar a produção de PFASs e para identificar alternativas seguras. Grupos da indústria, por sua vez, continuam a afirmar a segurança das novas versões dos químicos.

Os substitutos têm cadeias menores de átomos de carbono fluorados, o que, segundo os especialistas, reduziria sua toxicidade e ajudaria o corpo a excretá-los com mais rapidez.

“Existem dados científicos substanciais sustentando a conclusão de que os PFASs de cadeia curta não devem representar riscos significativos”, escreveu Jessica Bowman, diretora-executiva do FluoroCouncil, um braço do grupo industrial American Chemistry Council, em declaração enviada por email ao The Huffington Post.

Bowman publicou na época da publicação da Declaração de Madrid, como resposta à Environmental Health Perspectives, enfatizando que os químicos são “essenciais” para “coisas que encaramos como se fossem garantidas”, incluindo produtos que reduzem as emissões de gases causadores do efeito estufa em carros e que protegem aventais cirúrgicos de patógenos que circulam em fluidos.

“Não acreditamos que a Declaração de Madri reflita uma consideração verdadeira dos dados disponíveis sobre as alternativas aos [PFASs] de cadeia longa”, disse ela ao HuffPost.

Ainda assim, os críticos afirmam que não existem informações suficientes para ter certeza de que os químicos substitutos sejam substancialmente mais seguros que as versões anteriores.

“Os fabricantes disseram [que os PFASs de cadeia longa] não tinham problemas durante décadas”, disse Blum.

A Declaração de Madri menciona dados que ligam a exposição aos PFASs a certos tipos de câncer, puberdade atrasada, redução de fertilidade, problemas imunes em crianças e colesterol elevado, entre outros problemas de saúde.

Um estudo dinamarquês publicado no ano passado levanta novas preocupações, ligando altos níveis de PFAs no sangue, inclusive das novas versões, a um risco até seis vezes maior de abortos naturais

Quando o HuffPost perguntou exatamente quando ficou claro que os PFASs de cadeia longa usados anteriormente no Teflon e em outros produtos eram “perigosos para a saúde humana”, Bowman disse apenas que as empresas associadas tinham começado a trabalhar com a Agência de Proteção Ambiental americana e outros reguladores para eliminá-los “há uma década”.

Há dez anos, em 2005, a EPA multou a DuPont em 16,5 milhões de dólares, a maior multa de todos os tempos, dizendo que a empresa tinha segurado décadas de informações relativas aos efeitos perigosos dos PFASs.

Isso segundo um lembrete útil do Environmental Working Group, uma ONG sem fins lucrativos, em um relatório separado, também publicado nesta mesma época.

Eles observam que os documentos internos revelam que a DuPont sabia havia muito tempo que os produtos químicos “causam câncer, tinham envenenado a água potável no River Valley, em Ohio, e poluíram o sangue de pessoas e animais em todo o mundo.”

“Mesmo quando a EPA consegue punir uma empresa, não é um impedimento suficiente. Um par de anos de produção facilmente cobre a multa que eles receberam”, disse Bill Walker, co-autor do relatório do grupo, que foi acompanhado por um guia que ensina o consumidor a evitar PFASs potencialmente perigosos.

O grupo recomenda evitar panelas antiaderentes em favor de aço inox ou ferro fundido, por exemplo, e fazer pipoca do jeito antigo — no fogão.

A porta-voz da DuPont Janet Smith disse em um e-mail que o relatório do grupo continha “uma série de observações imprecisas e enganosas”. Instada a especificar as imprecisões, Smith disse ao HuffPost que ela “não poderia discutir” por causa de um “processo em andamento”.

A Patagonia é uma das empresas que estão eliminando os PFASs de cadeia longa. Mas, ao invés de simplesmente abraçar seus primos de cadeia curta, o porta-voz Adam Fetcher sugeriu que a empresa está “trabalhando duro para encontrar uma alternativa” aos produtos químicos fluorados.

Ele destacou o recente investimento da Patagonia na Beyond Surfaces Technologies, uma startup suíça que está desenvolvendo produtos químicos substitutos à base de plantas. “Vemos um enorme potencial”, disse Fetcher.

Stone ainda apontou o potencial uso de biomimetismo como proteção de superfícies sem o uso de produtos químicos. “Certos designs em forma de folhas realmente ajudam a acumular e fazer escorrer a água”, disse ele.

No final, nenhuma das alternativas pode ser tão eficaz como os sintéticos de hoje. Mas, como observou Blum, elas podem ser boas o suficiente, pelo menos em alguns casos.

“Se você for escalar o Monte Everest, talvez precise desse nível de repelência à água”, disse Blum, que foi a primeira mulher americana a tentar subir a montanha. “Mas você precisa disso para ir à praia?”

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Teflon, DuPont, A Mestre do Engodo

29 de outubro de 2015 por Luiz Jacques

Teflon, DuPont, A Mestre do Engodo.

 

http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2015/10/21/pfoa-dupont-non-stick-cookware.aspx

 

By Dr. Mercola

Resumo da História

  • Teflon, DuPont, A Mestre do Engodo. A substância química PFOA (nt.: ácido perfluorooctanóico e em inglês PerFluoroOctanoic Acid) também conhecido como C8, foi durante décadas um ingrediente essencial para utensílios de cozinha antiaderentes da DuPont, usado para fazer o Teflon. Também utilizado em centenas de outros produtos resistentes a manchas e antiaderentes (nt.: como sacos de pipoca de micro-ondas, lubrificantes, ceras, revestimentos de papel e embalagens de alimentos do tipo caixa de de papelão com revestimento interno);
  • Esta molécula de PFOA agora é tema de cerca de 3.500 processos por lesões contra a DuPont, incluindo 37 considerados como homicídio culposo;
  • O primeiro caso apresentado já resultou em condenação; a DuPont foi obrigada a pagar $1.6 milhões de dólares por danos a uma mulher que desenvolveu câncer por contato com água tratada contaminada com PFOA.

 

 

Teflon, DuPont, A Mestre do Engodo. Estratégias de relações públicas enganosas e manipuladoras são o foco padrão da indústria química.

Poderíamos imaginar que as empresas químicas se esforçam em criar produtos químicos que são o menos danosos possíveis e forneçam instruções de segurança restritas ao seu uso quando não forem seguros. No entanto, a história tem demostrado ser bem outra.

Contrariamente, a indústria tem apresentado seus produtos químicos como inofensivos ainda que estejam muito conscientes de seus riscos.

E o que é pior: o dia a dia vem demonstrado que as empresas, repetidas vezes, estão mentido aos funcionários públicos, responsáveis pela regulamentação destes produtos, tanto federais como estaduais, além de seus consumidores e até mesmo de seus próprios empregados, quanto à toxicidade de diversos de seus produtos químicos.

Também estão ignorando deliberadamente os problemas de contaminação causados por suas atividades fabris.

Um exemplo clássico disso é o recente artigo que publiquei sobre o uso de chumbo pela indústria da gasolina que lançou milhões de toneladas desta substância química no ambiente, durante mais de 80 anos.

A Batalha Legal “Épica” Contra a DuPont Desmantela Suas Práticas Enganosas

A DuPont é uma destas empresas.

Recentemente constatou-se grande quantidade de mídia negativa como consequência das milhares de demandas por lesões pessoais no que o  “The Intercept”1, 6, 7, 14 (nt.:  uma publicação on-line, lançada em fevereiro 2014, para servir como uma plataforma para informar sobre os documentos divulgados por Edward Snowden, no curto prazo, bem como “produzir jornalismo destemido e contraditório em uma ampla gama de questões”, no longo prazo), chama de uma “batalha legal épica” contra esta empresa–uma batalha que estava meio escondida, nos últimos 15 anos, por pouca cobertura dos meios de comunicação.

The Washington Works DuPont plant in Parkersburg, WV on Wednesday, August 5, 2015.

The Washington Works DuPont plant in Parkersburg, West Virginia, on Wednesday, August 5, 2015. Photo: Maddie McGarvey for The Intercept/Investigative Fund

De acordo com o ‘The Intercept‘:

“As preocupações sobre a segurança do Teflon, C8 e outras substâncias químicas perfluoradas de cadeia longa chamou a atenção do público pela primeira vez faz mais de uma década, mas a longa história de implicação da DuPont quanto ao C8 nunca se soube em sua totalidade… (nt.: ressalvas da tradução)

Uma longa lista de documentos resultou no esclarecimento de muitas coisas a respeito do C8, da DuPont e das ações intermitentes da Agência de Proteção Ambiental (nt.: EPA) de como abordar as ameaças à saúde pública.

Esta história se baseia em muitos destes documentos que, até o momento em que se evidenciaram por estas pesquisas, haviam ficado escondidos nos arquivos da DuPont.

Entre eles encontram-se os textos dos experimentos em ratos, cachorros e coelhos, demonstrando que o C8 esteve relacionado a uma ampla gama de problemas de saúde que, às vezes, até mataram os animais de laboratório”.

O Legado Tóxico da DuPont: O PFOA

O ácido perfluorooctanóico (PFOA, também conhecido como C8) (perfluorooctanoic acid), foi durante décadas um componente essencial para os utensílios de cozinha antiaderentes da DuPont.

O químico também é utilizado em centenas de outros produtos antiaderentes e resistentes a manchas, desde embalagens de pipocas de microondas, envoltórios de comida rápida como pizzas, até roupas impermeáveis bem como em tratamentos para móveis e tapetes repelentes de terra.

Também se encontra em substâncias químicas retardadores de chama (flame retardant chemicals) e como consequência em produtos de consumo tratados com retardadores de chama, que vão desde artigos para crianças como carrinhos de nenê até móveis e eletrônicos.

PFOA é uma substância química fluorada — são os átomos de flúor que proporcionam essa característica ‘escorregadia’ da antiaderência. A primeira vez que soube dos perigos dos recobrimentos antiaderentes impregnados com flúor foi em 2001 e desde então venho advertindo sobre o uso deste tipo de produtos.

De acordo com o “Quarto Informe Nacional sobre a Exposição Humana aos Químicos Ambientais”,2 publicado em 2009 pelos CDCs (nt.: equivalente ao Ministério da Saúde no Brasil), detectaram 12 diferentes compostos perfluorados (PFCs) nas pessoas incluindo o PFOA.

De acordo com a Agência para Substâncias Tóxicas e Registro de Enfermidades (ATSDR por sua sigla em inglês):3

“Uma vez no seu corpo, os perfluoralquil tendem a permanecer sem alterações durante longos períodos de tempo. Os perfluoroalquil mais utilizados (PFOA e PFOS) permanecem no corpo durante muitos anos. Seu corpo demora aproximadamente quatro anos para baixar o nível à metade, mesmo que já não o consuma mais”.

Mesmo que haja uma incrível variedades de nomes químicos neste grupo de produtos químicos, se um produto é antiaderente, impermeável ou resistente a manchas, terá algum tipo de recobrimento impregnado com flúor, o que o faz ser ‘escorregadio’, podendo-se supor que já será problemático.

Documentos Internos Sugerem que a DuPont Ocultou Danos Causados pelo PFOA

O PFOA agora é o foco de mais de 3.500 demandas por lesões pessoais contra a DuPont, incluindo 37 por homicídio culposo.

Este processo legal descobriu centenas de documentos internos da empresa que revelam que a DuPont sabia do perigo deste químico para o público e os empregados, provavelmente já pelo ano de 1961. Entretanto, continuou utilizando-o sem advertir seus riscos.

De fato, faz 10 anos, a Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) multou a DuPont em $16,5 milhões de dólares por reter durante décadas, valiosa informação sobre os riscos para a saúde relacionados ao PFOA. Nesse momento, esta multa foi a maior que a EPA havia emitido, contudo foi excessivamente pequena para ter um efeito dissuasório.

Como se indicou no informe 4 do Grupo de Trabalho Ambiental/EWG intitulado “Poisoned Legacy” :

” A DuPont durante muito tempo já sabia que o PFOA causa câncer e envenena a água potável no Vale do Rio do Meio-Ohio, além de ser um contaminante do sangre das pessoas e dos animais de todo o mundo. No entanto, nunca informou estes fatos aos seus trabalhadores, funcionários, residentes locais e aos reguladores estatais, nem mesma à EPA”.

Em 2005, um painel com três pesquisadores foi constituído como parte de um acordo para determinar os efeitos do químico nas pessoas. Depois de sete anos de investigação, os resultados foram detalhados em mais de três dezenas de artigos revisados por pares 5. O Painel Científico C8 vinculou o PFOA a:

  • Colite ulcerosa
  • Colesterol alto
  • Hipertensão induzida pela gravidez
  • Enfermidade da tiroide (Thyroid disease)
  • Câncer de rins e testicular.

Seus efeitos sobre a saúde foram considerados generalizados e se produziram inclusive em níveis muito baixos de exposição. De acordo com o ‘The Intercept‘, a DuPont tinha, sem dúvida, conhecimento de muitos destes riscos e manteve em segredo este informação, até de seus próprios trabalhadores. Eles, pelo ofício, entraram em contato direto e prolongado com este produto químico.

Documentos confidenciais de 1980 mostram que a companhia sabia que a dose oral letal do C8 em macacos ‘rhesus’ era 28 gramas por 68 quilos (nt.: no original – one ounce per 150 pounds). As provas também demonstraram que o químico era mais tóxico ao ser inalado, mesmo que os risco para os trabalhadores tenha se considerado inconclusivo.

A Contaminação por PFOA Poderá Ser Permanente

A explanação destes fatos em uma reportagem feita em três partes pelo ‘The Intercept‘ 6, intitulada: The Teflon Toxin: Dupont and the Chemistry of Deception” (A Toxicidade do Teflon: A Dupont e a Química do Engodo), detalha a longa e extensa história de enganação feita pela DuPont assinalando que:

“Outra revelação sobre o C8 que torna tudo isso mais inquietante, dando margem a futuros ensaios… sua significância mundial: este químico mortal que a DuPont continuou usando, bem depois de saber que estava vinculado a problemas de saúde, está agora praticamente em todos os lugares do planeta.

Um composto artificial que não existia há um século, o C8, está presente no sangre de uns 99,7% das pessoas. De acordo com uma análise de dados dos CDCs, de 2007, também está presente nos bebês recém nascidos, no leite materno e no sangue do cordão umbilical.

Um grupo crescente de pesquisadores esteve monitorando a propagação do químico através do meio ambiente, documentando sua presença na vida silvestre, incluindo tartarugas cabeçudas, golfinhos nariz-de-garrafa, focas, ursos polares, caribus, morsas, águias carecas, leões, tigres e aves árticas.

Mesmo que a DuPont nunca mais utilize o C8, eliminar completamente este químico de todos os corpos d’água e da corrente sanguínea de todos os seres que contaminou, agora é, definitivamente, impossível.

E em função de ser quimicamente tão estável — de fato, os pesquisadores reconhecem que ele nunca se degradará — a expectativa é que o C8 permanecerá em nosso planeta muito depois que os seres humanos venham a desaparecer da face da Terra”.

Segundo o artigo, se a DuPont e as outras sete companhias químicas (incluindo a 3M), responsáveis pela contaminação mundial de C8/PFOA, forem obrigadas, efetivamente, a limparem sua desordem, os custos seriam “astronômicos”.

O PFOA Alcunhado como o “Tabaco da Indústria Química”

Igualmente como foi com o tabaco, o litígio contra o C8 pode mudar, para sempre, a maneira de como as pessoas vêm estes produtos químicos. De fato, o PFOA está sendo chamado de “tabaco da indústria química” em razão do acobertamento corporativo, durante décadas, de seus efeitos sobre a saúde, pelas demandas judiciais e pela dificuldade que é responsabilizar estas empresas por produzirem produtos que causam enfermidades e lesões, mesmo depois que esta evidência seja clara e indiscutível.

No caso da DuPont, tinham a evidência dos danos aos animais — desde sua toxicidade ao fígado e o dano renal, levando até à morte — e, por décadas. No entanto, a empresa não informou aos reguladores sobre nenhum problema destas substâncias.

A seguir veio a situação das trabalhadoras da empresa. Algumas delas tiveram bebês com defeitos de nascimento depois de trabalharem na divisão de fabricação da substância PFOA, na companhia. A DuPont sabia dos problemas e estava monitorando os efeitos na saúde de suas trabalhadoras, mas de novo não informou aos reguladores sobre seus achados. Pior ainda, quando a 3M apresentou uma pesquisa problemática em ratas à EPA, sugerindo danos, a DuPont ignorou estes resultados e disse à EPA que acreditava ser falha esta pesquisa.

Conhecendo os Riscos, a DuPont Não Fez Nada para Frear as Emissões Aéreas

Espectadores sensíveis cuidado! Este vídeo contém imagens de animais doentes e mortas..

Embora continuasse estudando os efeitos do químico em seus trabalhadores, a DuPont também estava monitorando a propagação do químico nos mananciais hídricos no entorno da fábrica, assim como suas emissões aéreas expelidas de suas chaminés. A empresa sabia que o químico estava se espalhando amplamente pelo ambiente e por isso convoca uma junta de especialistas para tratar do tema. Mesmo assim, não chegaram a nenhum acordo. Conforme o ‘The Intercept‘: 7

“… A partir deste momento, a DuPont incrementou não só a continuação do uso dos produto, mas as emissões do químico… em 1984, ano da junta, a fábrica emitiu algo mais do que 8 toneladas de C8 na atmosfera. Para 1999, que foi o ano que mais emissões foram emitidas, a planta fabril de West Virginia emitiu mais de 39 toneladas de C8 tanto na atmosfera como nos mananciais d’água de seu entorno. Neste mesmo ano, a companhia lançou mais de 11 toneladas do químico tanto no ar como na água das redondezas de sua indústria em New Jersey…

Essencialmente, a DuPont decidiu duplicar a quantidade de C8, apostando de que, a qualquer momento, a empresa poderia,  de alguma maneira, “eliminar todas as emissões de C8 numa forma ainda desconhecida, desde que não penalizasse economicamente a indústria…

 Os executivos, embora tivessem conhecimento de uma provável futura responsabilização, não atuaram com grande urgência quanto à possível situação legal que enfrentavam. Se houvessem decidido diminuir as emissões ou paralisassem por completo o uso desta substância química, não haveria maneira de corrigir os danos que já haviam feito por anos a fio. Como indica o relatório da junta: “Já somos responsáveis pela  operação dos últimos 32 anos”

A DuPont Foi Considerada Culpada pelo Caso de Câncer em Ohio

Desde o meio dos anos 60, os resíduos de Teflon foram despejados rotineiramente nos esgotos. No passado, a DuPont também se desfez do químico perigoso, descartando barris cheios destes resíduos, nos oceanos — na realidade, isso era considerado legal nestes tempos. Além disso, unos 200 tambores de C8 também foram descartados perto da planta industrial nas margens do rio Ohio.

Este último aspecto foi o que resultou em uns 3.500 processos judiciais apresentadas contra a DuPont. O primeiro caso que chegou em juízo foi o de uma mulher de Ohio, chamada Carla Bartlett, que demonstrou que a água da torneira contaminada com C8 fez com que se desenvolvesse nela, câncer de rim.8 O caso passou em juízo em setembro último (nt.: de 2015).

Como reportou a agência de notícias Bloomberg:9

“A DuPont orientava a seus empregados que utilizassem máscaras de gás e luvas no momento que fossem trabalhar com o C-8. No entanto, ‘ninguém disse à senhora Bartlett que pusesse luvas e máscara de gás, antes de tomar seu banho’, disse ao jurado, Mike Papantonio, advogado da Sra. Bartlett, na sala do tribunal de Columbus, Ohio, no início de suas poderações…

Os danos seriam suportados pela corporação Chemours, uma indústria que surgiu em 1 de julho último, e que assumiu os negócios do Teflon e que havia concordado assumir muitas das obrigações legais da DuPont. Com base nas liquidações passadas por lesões pessoais e homicídio culposo, essa ação poderá ser de uns $ 498 milhões de dólares… Qualquer coisa além dos $ 500 milhões que levará a Chemours à falência… “

No dia 7 de outubro de 2015, a DuPont/Chemours foi declarada neste caso, culpada por negligência.10 Depois de menos de um dia de julgamento, o jurado concedeu à Sra. Bartlett um total de $1,6 milhões de dólares pelos danos: sendo $ 1,1 milhões por negligência e outros $ 500.000 pela angústia emocional. O veredito é uma mostra do que espera a DuPont já que os 3.500 casos pendentes estão avançando. Como reportou o ‘The Intercept‘:11

“A apresentação de documentos históricos (historical documents) foi intencionada para ser o convencimento do jurado de que a empresa atuou com irresponsabilidade… Os advogados de Bartlett criaram um cronograma, que começa na década de 50 quando a DuPont soube, pela primeira vez, da possível toxicidade desta substância química.

Em 1966, alguns empregados da DuPont se deram conta de que o C8 se filtrava nas águas subterrâneas. Em 1980, depois que a companhia ordenou a realização de testes regulares em seus próprios empregados, fez com a DuPont tivesse provas de que o C8 estava presente no sangue dos trabalhadores — e dentro de dois anos já havia provas de que a contaminação persistia nos tecidos humanos.

Em 1984, segundo o testemunho, as mesmas provas da DuPont estabeleciam que  o C8 havia se infiltrado na água tratada local. Em 1989, a DuPont sabia que o C8 causava tumores testiculares em ratos — tendo inclusive classificado o C8 como um possível carcinogênico. Mas em lugar de reportar estes acontecimentos, Mike Papantonio informou ao jurado que: “Durante, pelo menos 16 anos, a DuPont escondeu do público esta informação.”

O PFOA É Perigoso em Níveis 1.300 Vezes Menor do que os Níveis Reconhecidos pela EPA

A ONG de Washington, Grupo de Trabalho Ambiental/EWG, recentemente publicou um relatório 12 sobre o Teflon, sugerindo que o PFOA na água tratada pode ser una ameaça significativa não só em Ohio como também em muitas outras áreas. Ao menos seis milhões de pessoas, em 27 estados de Estados Unidos, poderiam estar expostos a níveis potencialmente perigosos de PFOA no meio ambiente.

O EWG também destaca recente pesquisa que mostra que o PFOA é perigoso em níveis de 1.300 vezes menores do que os níveis previamente reconhecidos pela EPA. Segundo o informe:

“…Dois especialistas, líderes em saúde ambiental, publicaram pesquisa com implicações alarmantes: a contaminação de PFOA em água tratada é uma ameaça muito mais grave para a saúde, tanto no Vale do Meio-Ohio como em todo o país, do que anteriormente se pensava.

Sua pesquisa mostra que inclusive concentrações muito pequenas de PFOA — bem abaixo do limite requerido pela EPA para o suprimento público de água — são prejudiciais. Isto significa que a dose aceitável da EPA para a saúde é centenas ou milhares de vezes mais frágil para proteger plenamente a saúde humana, com uma margem adequada de segurança”.

Quatro Trabalhadores Morreram na Indústria da DuPont

Um acidente fatal numa planta fabril de inseticida da DuPont no Texas cobrou a vida de quatro empregados também está criando perguntas importantes de segurança. Como reportado pelo Chemical and Engineering News 13 em 5 de outubro passado, o Conselho de Segurança Química está solicitando uma revisão de uma metodologia “inerentemente mais segura em seus processos que utilizam produtos químicos tóxicos.” De acordo com o reporte:

“Uma torrente de erros de processo e garantias inadequadas provocou a morte de quatro trabalhadores em uma planta fabril de inseticida da DuPont em La Porte, Texas, disse um informe sobre o acidente temporal do Conselho de Investigação de Seguridade e Risco Químico (Chemical Safety & Hazard Investigation Board/CSB). O conselho publicou esse informe e um vídeo sobre seguridade em 30 de setembro de 2015. “A DuPont foi considerada, por muito tempo, como líder em seguridade entre as indústrias químicas”, disse a Presidente do Conselho, Vanessa Allen Sutherland, “mas esta investigação pôs a descoberto as debilidades ou falhas na planificação e nos procedimentos de seguridade da DuPont”.

Quando a Ciência Já Não É Um Indicador da Verdade…

A história da DuPont, que agora está sendo pública é fascinante, ainda que inquietante.  Sharon Lerner, que escreveu os textos da reportagem em três partes da agência de notícias ‘The Intercept‘, discute este caso em profundidade. Em uma nota, o legado tóxico da DuPont também inclui a gasolina com chumbo (leaded gasoline), um produto que causou danos graves à saúde humana e ao meio ambiente por quase 80 anos antes do chumbo ter sido retirado finalmente do combustível para os automóveis…

No final da jornada, neste caso, é um lembrete severo de que a ciência NÃO é utilizada corriqueiramente para nos ajudar a tomar decisões boas e sólidas. Em vez disso, estamos diante de um mundo repleto de problemas causados pelas próprias ciências que seriam supostamente para nos manter saudáveis, seguros e produtivos. Em certo sentido, o papel fundamental da própria ciência foi sequestrado pelo lucro devastador.

Fazendo-se uma retrospectiva, deixa bem claro que a indústria primeiro cria seus objetivos de negócios com pouca preocupação com os perigos para saúde, seguido da criação de “evidências científicas” que sustentam seu modelo de negócio estabelecido. Quando a ciência não sustenta os planos econômicos da empresa, ela é varrida para debaixo do tapete, mesmo que as pessoas estejam morrendo e o planeta se tornando irremediavelmente envenenado, como resultado esta sua prática.

Hoje vivemos em um mundo onde as empresas químicas e gigantes da biotecnologia podem facilmente comprar e pagar por seus próprios estudos e pesquisas, bem como exercerem um lobby para apoiar qualquer que seja a legislação que precisem que seja aprovada a seu favor. Os conflitos de interesse nas pesquisas tornaram-se norma dentro de praticamente todos os campos da ciência, criando uma situação completamente insustentável – além de perigosa -, no longo prazo.

É muitíssimo claro que estamos indo, todos, em direção a mais do que um moro de concreto, a menos que algumas mudanças dramáticas sejam feitas. Neste momento, dezenas de milhares de substâncias químicas, não regulamentadas, são sendo usadas nos EUA, e a maioria delas não foram testadas quanto à sua segurança. Isso efetivamente deve mudar.

Fontes e Referências
  • 1,6,7,14The Intercept August 5, 2015
  • 2CDC.gov Fourth National Report on Human Exposure to Environmental Chemicals, 2009
  • 3Agency for Toxic Substances & Disease Registry, Public Health Statement for Perfluoroalkyls
  • 4Environmental Working Group May 1, 2015
  • 5C8 Science Panel Research Studies
  • 8Reuters October 6, 2015
  • 9Bloomberg September 15, 2015
  • 10Salt Lake Tribune October 7, 2015
  • 11The Intercept October 8, 2015
  • 12EWG.org Teflon Report August 2015 (PDF)
  • 13Chemical and Engineering News October 5, 2015

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2015.

 

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