“Os Estados que abraçam a tecnologia transgênica perdem soberania alimentar, pois sua capacidade de controlar e regular a produção doméstica de alimentos é diminuída. Abandonam seu papel reitor no desenvolvimento agrícola e passam a converter-se em simples consumidores de mercadorias do Norte. Em certo sentido, contribuem para a consolidação da divisão internacional do trabalho, o padrão primário exportador e as condições comerciais desfavoráveis que historicamente marcaram as relações entre o Sul e o Norte”, escreve Enrique Castañón Ballivián, em artigo publicado no sítio Rebelión, 07-02-2015. A tradução é de André Langer.
Segurança alimentar
Movimentos sociais e cientistas pedem apoio do papa contra transgênicos.
Integrantes de movimentos sociais e cientistas pediram o apoio do papa Francisco para convencer o governo brasileiro a suspender todas as licenças ambientais que autorizam o cultivo e o uso de transgênicos e derivados no Brasil. Em carta enviada ao Vaticano no final de abril deste ano, oito pesquisadores de seis países sustentam que a possibilidade de as empresas multinacionais registrarem a propriedade de formas de vida, como sementes, e processos vivos ameaça a segurança alimentar, estimula a biopirataria e, portanto, deve ser impedida.
Sementes robustas da agroecologia brasileira.
Crianças de mãos dadas com seus pais, idosos, indígenas, grupos de pessoas calçando chinelos e vestidas de forma simples. Não, não estamos observando a circulação de pessoas em algum parque, praça ou feira, mas sim no centro de eventos da PUC do Rio Grande do Sul. Esse não costuma ser o público usual de ambientes universitários, mas estamos falando de um evento científico e também político: o VIII Congresso Brasileiro de Agroecologia, realizado de 25 a 28 de novembro de 2013, em Porto Alegre, promovido pela Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), com organização e patrocínio de várias entidades e órgãos estatais.
Insegurança alimentar é resultado de um contexto político, econômico e social.
A fome no Brasil é um “fenômeno socialmente produzido e reproduzido, pela mão do homem, que iniciou com a usurpação de terras indígenas pelos colonizadores, que deram origem a nossa aristocracia rural”, diz Brizabel da Rocha, autora de Política de segurança alimentar nutricional e sua inserção ao sistema único de assistência social (São Paulo: Paco Editorial, 2012). Ao avaliar as políticas públicas brasileiras de combate à fome, ela enfatiza que “desde a República até o nosso século encontramos políticas públicas reprodutoras da pobreza, na tentativa de sua superação, com supremacia dos interesses econômicos sobre os direitos sociais”.
A alimentação é um direito humano básico negado a quase 850 milhões de pessoas.
No dia 16 de outubro comemora-se em todo o mundo o Dia Mundial da Alimentação, um direito humano básico que não parece ser aplicável a cerca de 850 milhões de pessoas. Trata-se de um direito que se satisfaz quando “todo homem, mulher, criança, sozinho ou em comunidade, tem em qualquer momento acesso físico e econômico aos alimentos adequados ou aos meios para adquiri-los”.
Venda de terras de comunidades tradicionais em larga escala pode agravar insegurança alimentar, alerta ActionAid.
A venda de terras de comunidades tradicionais em larga escala pode agravar a insegurança alimentar, principalmente com a concentração da posse por grupos estrangeiros. O alerta está no relatório Situação da Terra, divulgado hoje (16), Dia Mundial da Alimentação, pela organização não governamental (ONG) ActionAid.
‘Sem segurança alimentar não haverá paz’, diz José Graziano, diretor-geral da FAO.
“A cúpula da Rio+20 será a última oportunidade para solucionar o problema do impacto da mudança climática sobre o sistema alimentício e sem segurança alimentar não haverá paz”, afirmou nesta quarta-feira o diretor-geral da FAO, José Graziano Da Silva, em entrevista à Agência Efe. Matéria de Carmen Postigo, da EFE, no Yahoo Notícias.