Para muitos, o racionamento de água em São Paulo já é uma realidade líquida e certa. Resta saber até quando políticos ganharão tempo para escondê-la ou se a população agirá, a ponto de, quem sabe, se repetirem as chamadas ‘guerras da água’, já vistas em locais onde os serviços hídricos e sanitários foram privatizados. De toda forma, o assunto não é passageiro e exige toda uma reflexão a respeito dos atuais modelos de vida e economia.
São Paulo
Água: o que há em comum entre Sikri, Ilha de Páscoa e São Paulo.
Crises não são novidade. Depois que ocorrem, após algum tempo para análise, surgem várias explicações sobre suas causas e sobre o que poderia ter sido feito para evitá-las. Em muitos casos, os estudos de crises passadas criam conhecimento que poderia prevenir futuras. Porém, em certos casos, evitar crises nos demandaria esforços maiores do que gostaríamos empreender e portanto nos entregamos à tendência coletiva de achar que desta vez será diferente. Mas será? Antes de falar da estiagem que aflige São Paulo, vejamos alguns episódios passados sobre crises hídricas, que nos transmitem valiosas lições.
Desmatamento agravou crise da água em SP.
Depois de atingir o menor nível já registrado – apenas 8,4% da sua capacidade –, o sistema Cantareira, principal fornecedor de água da região metropolitana de São Paulo, vai em busca das últimas gotas. Nesta quinta-feira (15/05), a Sabesp inicia uma operação emergencial para recuperar o chamado “volume morto” do reservatório. A crise no abastecimento de água não se deve apenas ao calor recorde e ao menor índice de chuvas já registrado nos últimos 84 anos. Especialistas defendem que o desmatamento em bacias hidrográficas contribui para diminuir a quantidade e a qualidade das águas, tanto superficiais quanto subterrâneas.
Debate sobre crise da água alerta para ameaça de desertificação da Região Sudeste.
“Sem a grande Floresta Amazônica, o destino climático de São Paulo é um deserto.” O alerta é do pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Antonio Donato Nobre, que participou nesta terça-feira (3/6), em São Paulo, do debate “Crise da água: desafios e soluções”.
Justiça determina que Shell e Basf depositem R$ 1 bilhão, em juízo, para indenizações no caso Paulínia.
A Justiça do Trabalho em Paulínia (SP) acolheu pedido do Ministério Público do Trabalho (MPT) e determinou que as empresas Basf e Shell garantam com bens ou depositem, em juízo, o valor atualizado de R$ 1 bilhão, relativo à indenização, por danos morais causado à coletividade, quando da contaminação do meio ambiente no laboratório das empresas em Paulínia, em 2002.
A vida sem sacolas plásticas.
As principais redes supermercadistas de São Paulo anunciam, por meio de cartazes e panfletos, que está chegando ao fim a entrega “gratuita” das sacolinhas plásticas em suas lojas.