Tempo de decomposição dos materiais. Tabelas mostram estimativa de prazos.
Obsolescência
A naturalização da obsolescência.
Você se lembra de quantos celulares já teve? Por que motivos trocou sua última geladeira? Por quanto tempo espera usar seu novo computador? E por quanto tempo usou o anterior? Quanto se fala em produtos eletroeletrônicos as questões relativas ao tempo de vida útil dificilmente são associadas à questão da sustentabilidade. Não é só falha dos consumidores. A própria regulação estatal (demarcada pela Lei Nacional de Resíduos Sólidos) omite falar no problema da obsolescência dos produtos.
Devemos criar aparelhos que não envenenem o planeta.
Vendas recordes de tablets, notebooks e smartphones. Computadores cada vez menores, televisores mais finos, telas mais luminosas e câmeras mais precisas. O que poderia haver de errado na explosão mundial das vendas de equipamento eletrônico e digital vista neste Natal?
O consumismo: uma doença?
No coração da selva do Petén, no que atualmente é a Guatemala, no cume do Templo IV, joia arquitetônica legada pelos maias do Período Clássico, duas jovens turistas norte-americanas – com roupa Calvin Klein, com sapatos Nike, óculos escuros Rayban, telefones celulares Nokia, câmeras fotográficas digitais Sony, videofilmadoras JVC e cartão de crédito Visa, hospedadas no hotel Westing Camino Real e tendo viajado com milhas de “viajante frequente” por meio de American Air Lines, hiperconsumidoras de Coca-Cola, Mc Donald’s e de cosméticos Revlon – comentavam, ao escutar os gritos de macacos nas copas das árvores próximas: “Pobrezinhos, gritam de tristeza, porque não têm por perto um ‘super’ onde possam fazer compras”…
Os perigos de um mundo descartável.
Quando seu aspirador de pó quebrou, a italiana Giovanna Micconi se revoltou ao saber que a peça de reposição sairia quase o preço de um novo. Valia mais a pena comprar outro, escutou do atendente, apesar dos poucos anos de uso do aparelho. “Algo de muito errado está acontecendo com a nossa sociedade”, postou aos amigos no Facebook. Doutoranda em literatura africana pela Universidade de Harvard e residente há alguns anos nos Estados Unidos, ela compartilha um sentimento universal – o de que o tempo de duração das coisas, assim como a percepção do nosso tempo, também parece acabar de forma bem mais rápida.