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Disfunção endócrina

Disruptores Endócrinos, Saúde Pública e a Segurança Nacional e Internacional.

4 de dezembro de 2014 por Luiz Jacques

De uma perspectiva da segurança nacional e internacional, a disfunção endócrina pode estar no topo de todas as nossas preocupações. Espere um momento, perguntam-me, mas o que vem a ser disfunção endócrina? Bem, a disfunção endócrina é uma insidiosa transgressão de substâncias químicas artificiais, criadas pela mão humana, nos sistemas orgânicos vitais nos corpos vivos que abrangem ou são controladas pelo sistema endócrino, como a tireoide e a paratireoide, o pâncreas, as adrenais, o timo, os órgãos reprodutores masculinos ou femininos, o coração, o sistema digestivo e o sistema esquelético  — todos participam tanto na construção do feto no útero como na forma que estamos funcionando nos dias de hoje.

 

 

http://www.psr.org/environment-and-health/environmental-health-policy-institute/responses/endocrine-disruption-public-health-and-national-and-international-security.html

 

 

 

Physicians for Social Responsibility

(MÉDICOS POR UMA RESPONSABILIDADE SOCIAL)

By Theo Colborn, PhD

Este ensaio responde à questão: qual perigo ambiental emergente deve ser a próxima pauta da agenda política (What emerging environmental hazard should be next on the policy agenda?) ?

Animais, incluindo os seres humanos, evoluíram juntamente com muitas substâncias químicas naturais, Elas podem interferir com o sistema endócrino, mas isso aconteceu somente até a metade dos anos 50, do século XX. Neste momento histórico, vastos volumes de incontáveis novas substâncias químicas, sintetizadas artificialmente pelo ser humano e derivadas do petróleo, foram introduzidas no ambiente através do mundo comercial. Geraram então, amplas disfunções do sistema endócrino e que emergem globalmente como um fato de saúde pública internacional.

A moderna toxicologia que remonta o século 18 (nt.: vale a ressalva de que foi no final do século 18, início do século 19, que surgem, pela primeira vez como curiosidade de laboratório,as primeiras moléculas artificiais), que permanece até os anos 50 que brota o “período pós moderno da toxicologia”, concomitantemente à liberação de muitas moléculas artificiais geradas pela mão humana, depois da IIª Guerra Mundial. Como resultado, esta nova toxicologia cresceu sob a determinação daqueles que fabricavam estas moléculas artificiais e daqueles que as usavam em seus produtos de consumo geral. O objetivo declarado era determinar a que concentração um químico destes poderia ser liberado no ambiente antes que causasse danos. Mas no final dos anos 70 e início dos anos 80 (nt.: lembrar que a bióloga norte americana, Rache Carlson, ícone do movimento ecológico mundial, publica seu livro, ‘Primavera Silenciosa’, em 1962), foi tornando-se óbvio que alguma coisa estava vindo perturbadoramente errado. A vida selvagem, os animais de laboratório e estudos epidemiológicos humanos foram se conectando a uma série de efeitos adversos sobre suas saúdes que apareciam com substâncias específicas ou mesmo classe delas (nt.: exemplo típico desta percepção foram os agrotóxicos organo-clorados, família onde estão os famigerados DDT e dioxinas). Efeitos sobre o sistema endócrino foram negligenciados pelos procedimentos toxicológicos tradicionais que haviam sido desenvolvidos para determinarem a segurança de produtos químicos. Desordens do sistema endócrino, agora em proporções epidêmicas, incluindo desfunções de aprendizagem, problemas de comportamento e de humor, infertilidade, desenvolvimento gonadal anormal, cânceres dos órgãos reprodutivos, início incomum da puberdade, diabetes, obesidade, reações asmáticas e alérgicas, e muito mais.

Nas últimas décadas, os cientistas com credenciais impecáveis têm atuado ao largo da disciplina de toxicologia usando procedimentos inteiramente novos para testarem os produtos químicos quanto sua segurança. Com base em princípios da endocrinologia do desenvolvimento, começam com exposições no útero e tomando uma abordagem (não sob base química) fundada na doença, conectaram produtos químicos amplamente dispersos no ambiente com muitos distúrbios que estão atualmente pesando sobre a sociedade e os governos com custos incalculáveis para o diagnóstico, tratamento, alívio e cuidados de longo prazo. Uma infinidade de estudos de revisão aos pares, rastreiam a exposição a substâncias químicas antes da concepção e ao longo da vida, utilizando ensaios projetados para detectar os efeitos moleculares e celulares sutis, confirmando a complexidade e a sensibilidade do sistema endócrino.

Infelizmente, a legislação sempre fica para trás da ciência e atualmente os efeitos brutos tanto reprodutivos como de desenvolvimento, detectados nos ensaios toxicológicos tradicionais, são do conhecimento dos governos. A presente abordagem quanto à regulamentação dos produtos químicos, sob o pretexto míope de utilizar só os defeitos da reprodução e de nascimento grosseiramente observáveis como um substituto para desfunção endócrina não está protegendo nem a saúde humana nem a ecológica. É chegado o tempo dos governos protegerem a atividade global de todos os subsistemas endócrinos como um só. Assim como o termo “câncer” tornou-se o termo abrangente para todos os diferentes tipos de câncer, que envolve vários órgãos e tecidos, e que diferem em sua intensidade e capacidade de metástase, o termo “disruptor endócrino” deve ser aceito para o seu derradeiro dano para a estrutura como para a função de todo o sistema endócrino. Nenhuma norma e nenhum regulamento novos, destinados a proteger a saúde humana, devem deixar de fora a disfunção endócrina, incluindo todas as alterações subsequentes nos vários subsistemas do sistema endócrino.

A riqueza da literatura de revisão aos pares do século 21, combinado com as últimas estatísticas de saúde pública, demonstra que uma estratégia míope levará apenas à maior disfunção a nível da população. Menos e menos pessoas vão ser saudáveis e inteligentes o suficiente para fornecerem à sociedade  a liderança que precisa trabalhar na direção da paz mundial. Produtos químicos derivados do petróleo estão privando a humanidade de sua integridade e o destino da raça humana já não deve ser posto em risco por causa dos atuais testes toxicológicos que falharam em detectar os danos causados pela exposição a substâncias químicas que não se enquadram no âmbito da antiquada rubrica regulamentar . De uma perspectiva de segurança econômica e nacional, os custos são muito altos para adiar mais a quaisquer outros tempos.

*The Environmental Health Policy Institute, uma iniciativa do Physicians for Social Responsibility, é um fórum online  de médicos, profissionais da saúde e outros especialistas ambientais centrados nos perigos mais prementes de nosso tempo. Para maiores informações sobre o trabalho desta grande organização liderada por médicos no país, trabalhando para a proteção pública da proliferação nuclear, mudanças climáticas e tóxicos ambientais, favor visitar o link: www.psr.org.

Theo Colborn é a fundadoras e presidente da entidade TEDX/The Endocrine Disruption Exchange, www.endocrinedisruption.org. 

Colborn T., 04 de novembro de 2010. Endocrine disruption, public health, and national and international security [Uma resposta à questão do Environmental Health Policy Institute, “What emerging environmental hazard should be next on the policy agenda?”] Website: www.psr.org/environment-and-health/environmental-health-policyinstitute/responses/endocrine-disruption-public-health-and-national-and-international-security.html.

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, novembro de 2014.

Arquivado em: Aditivos / Plastificantes, Agrotóxico, Corporações, Destaques, Disruptores Endócrinos, Ecologia, Estrogênios Artificiais, Globalização, Princípio da Precaução, Química Artificial, Resíduos, Revolução Industrial, Saúde, Toxicologia Marcados com as tags: Disfunção endócrina, Disruptores endócrinos, Feminização dos machos, Fertilidade, Interferentes ambientais, Poluição industrial, Saúde Pública, Sistema endócrino, Venenos ambientais, Xenoestrogênios

EPA defende seus testes químicos para baixas doses quanto a efeitos hormonais.

3 de outubro de 2013 por Luiz Jacques

A Agência de Proteção Ambiental dos EUA (nt.: U.S. Environmental Protection Agency/EPA) concluiu que os seus atuais testes para produtos químicos que alteram hormônios estão adequados para detecção dos efeitos em baixas doses que podem por em risco a saúde pública. Esta afirmativa veio em resposta a um relatório feito no ano passado por 12 cientistas que criticaram a antiga estratégia governamental de décadas atrás quanto aos testes que estariam ultrapassados em relação a muitos químicos encontrados tanto no ambiente como em produtos de consumo. Os cientistas focaram especialmente no fenômeno chamado de “dose resposta não monotônica” (nt.: ver quadro colocado abaixo de todo o texto), significando que químicos que mimetizam hormônios não agem de forma típica. Eles podem ter efeitos sobre a saúde em baixas doses, enquanto isso podem não apresentar efeitos ou mesmo serem diferentes quando em altas doses. A conclusão da EPA foi elogiada pela indústria química que chamou esta evidência de “no máximo, muito frágil”. No entanto, uma cientista da Universidade de Tufts, em Boston, diz que esta visão do governo ‘viola todo o nosso conhecimento de como os hormônios atuam”.

 

http://www.environmentalhealthnews.org/ehs/news/2013/epa-low-dose

 

darius novilas/flickr
By Brian Bienkowski
Staff Writer
Environmental Health News

27 de Junho  de 2013.

European Commission

Robert Kavlock, secretário assistente substituto para ciência da EPA, que assinou o relatório que considerou os atuais testes para químicos que alteram hormônios adequados para detecção dos efeitos em baixas doses.

A  EPA frequentemente avalia os riscos das substâncias químicas com testes que expõem os animais de laboratório a altas doses e então extrapolam para doses mais baixas que são detectadas tanto na população em geral como na vida selvagem.

Dezenas de substâncias que mimetizam ou bloqueiam o estrogênio, a testosterona ou os hormônios da tiroide são detectados no ambiente, no alimento, nos agrotóxicos e nos produtos de consumo. A ideia de que estes químicos lesionam a população em doses minúsculas, permanece controvertida.

O trabalho esboçado pela EPA draft “State of the Science” report (nt.: http://www.environmentalhealthnews.org/ehs/news/2013/pdf-links/EPA%20draft%20report.pdf), completado em junho último (nt.: 2013), encontrou que tais respostas em baixas doses não monotônicas “ocorrem nos sistemas biológicos, mas geralmente não são comuns”.

“Atualmente não há nenhuma evidência reprodutível” de que os efeitos em baixas doses vistos em testes de laboratórios “são prenúncio de resultados com efeitos adversos que podem ser vistos em seres humanos e populações da vida selvagem para os pontos finais quanto aos estrogênios, androgênios e hormônios da tiroide”, afirma o relatório da EPA.

“Logo, as estratégias atuais de avaliação são improváveis de descaracterizar … um químico que tenha um potencial para perturbações adversas das vias dos estrogênios, andrógenos ou dos hormônios da tiroide”.

O relatório escrito por funcionários da EPA com dados de uma equipe de cientistas e executivos da Food and Drug Administration/FDA, do National Institute of Environmental Health Sciences e do National Institute of Child Health and Development revisaram a pesquisa e a ciência quanto às substâncias químicas que causam disfunção endócrina. Ele foi assinado por Robert Kavlock, secretário assistente substituto para ciência da EPA.

formalfallacy @ Dublin (Victor)/flickr

Atrazina, o agrotóxico mais utilizado em milho, tem sido conectado a alterações hormonais em baixas doses em animais.

A equipe federal foi constituída em junho último em resposta a um relatório publicado por cientistas há poucos meses atrás com a liderança autoral de Laura Vandenberg, uma pesquisadora da Universidade de Tufts, em Boston, além de outros colegas. Pete Myers (nt.: um dos autores do livro “O Futuro Roubado”), fundador da Environmental Health News e cientista chefe do departamento estatal Environmental Health Sciences, foi o autor sênior do relatório.

O esboço de relatório da EPA será revisado por um painel da National Academies of Sciences.

O American Chemistry Council, o ‘lobby’ que representa as companhias químicas, aplaudiu as conclusões da EPA.

A EPA “conclui o que a maioria dos cientistas vem afirmando por anos: a pretendida evidência científica para a curva não monotônica para exposições de baixas doses, leva à disfunção endócrina e efeitos adversos é, na melhor das hipóteses, muito fraca”, diz o lobby das indústrias em uma declaração já articulada previamente.

A pesquisadora Vandenberg disse que apesar do debate de como se avaliar o risco destes químicos permanece, só o reconhecimento da EPA que a dose resposta não monotônica existe já é um passo a frente, o que culmina com anos de pesquisa científica.

No entanto, acrescenta ela, a EPA tomou algumas “decisões estranhas e possivelmente de cunho político” neste novo relatório.

Laura Vandenberg, Universidade de Tufts, foi a autora líder do relatório que criticou os atuais métodos de avaliação da EPA.

A EPA acreditar de que os testes para altas doses podem predizer o mesmo tipo de segurança quanto às baixas doses “viola todo nosso conhecimento de como os hormônios atuam”, contou a cientista Vandenberg ao Enviromental Health News em um email. “Eles [os químicos disruptores endócrinos] são declaradamente tóxicos em altas doses, mas como agem como hormônios, com ações completamente diferentes quando em baixas doses”.

No relatório de 2012, Vandenberg e seus colegas apontavam para substâncias químicas tais como o bisfenol A (BPA) – que é detectado nas resinas plásticas policarbonato e em alguns alimentos enlatados e mesmo em notas de compras termo-impressas – e a atrazina, um agrotóxico muito usado em plantio de milho, como exemplos de substâncias químicas que são inadequadamente testados no sentido de proteção da saúde humana.

“Se os compostos em baixas doses influem em distúrbios na saúde humana já não é só uma conjuntura, como os estudos epidemiológicos mostram de que exposições ambientais estão associadas com doenças e deficiências nos seres humanos”, dizem os cientistas em seu relatório publicado no periódico Endocrine Reviews.

Eles citaram evidências de uma vasta gama de efeitos sobre a saúde das pessoas – desde a fase fetal à terceira idade – incluindo conexões com a infertilidade, doenças cardiovasculares, obesidade, cânceres e outros distúrbios.

Vandenberg disse que a EPA utilizou estudos desatualizados quanto à atrazina, quando deveriam ter usado uma nova publicação com dezenas de autores de várias partes do mundo mostrando os “efeitos consistente das baixas doses deste químico em anfíbios, répteis, peixes, pássaros e mamíferos”.

Sua argumentação dos efeitos de baixas doses de Bisfenol A/BPA sobre a próstata “é também de uma década e ultrapassada e ainda dá credibilidade a estudos financiados pela indústria que teve falhas tanto de projeto experimental como dos controles positivos”, diz ela.

 

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, outubro de 2013.

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