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Nosso Futuro Roubado

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Agricultura orgânica

Agricultores estarão livres de vender suas próprias sementes

21 de maio de 2018 por Luiz Jacques

O bom e justo senso à casa torna! Pelo menos na Europa… mas já se abrem novas esperanças para todos nós, a humanidade.

 

https://www.theuniplanet.com/2018/05/uniao-europeia-autoriza-agricultores-biologicos-vender-sementes.html

 

 

MAIO 10, 2018  

 

O Parlamento Europeu adotou uma nova legislação que pretende apoiar a produção biológica. Entre as novas medidas, que entrarão em vigor em 2021, está a autorização da “reprodução vegetal de material biológico heterogêneo”, que permitirá aos agricultores biológicos comercializarem suas próprias sementes, explica o jornal francês Le Figaro.

Um decreto publicado em 1981 proibiu a comercialização de sementes não inscritas no catálogo oficial. Para serem registadas, as variedades propostas devem passar por uma série de testes, como os ensaios de DHE (distinção, homogeneidade e estabilidade) e de VA (valor agronômico).

Contudo, a inscrição de uma nova semente custa aos produtores entre 6000 e 15 mil euros. Sendo assim, não é de admirar que a maioria das variedades listadas no catálogo pertença a gigantes como a DowDuPont ou a Monsanto.

Com as medidas que receberam agora luz verde na UE e que terão de ser confirmadas no dia 22 de maio (uma simples formalidade), as sementes camponesas biológicas não precisarão de estar registadas nos catálogos oficiais, sendo da responsabilidade dos produtores, que terão de declarar a venda das suas sementes e enviar uma amostra para garantir a ausência de contaminação por pesticidas químicos ou fertilizantes sintéticos.

Os agricultores biológicos terão assim liberdade para desenvolver as suas próprias variedades e colocá-las no mercado, o que se espera que promova a biodiversidade, melhore a sustentabilidade das culturas e reavive as milhares de variedades de frutas e vegetais existentes. Segundo a FAO, 75% dos alimentos do mundo provêm de apenas 12 espécies vegetais e cinco animais.

 

http://www.lefigaro.fr/conso/2018/04/26/20010-20180426ARTFIG00424-l-ue-autorise-les-agriculteurs-bio-a-vendre-leurs-propres-semences.php

 

  • Par   Julie Ruiz
  • Publié le 26/04/2018 à 21:27

 

L’UE autorise les agriculteurs bio à vendre leurs propres semences

 

Les eurodéputés ont voté une nouvelle législation qui autorise les agriculteurs bios à vendre leurs propres semences. Jusqu’ici, seules les espèces figurant dans le cahier officiel pouvaient être commercialisées. Or la majorité appartenaient à des multinationales comme Monsanto.

La lutte des agriculteurs bio a porté ses fruits. Ce jeudi à Strasbourg, le parlement européen a adopté une nouvelle législation visant à soutenir la production biologique. Parmi les nouvelles mesures, qui entreront en application à partir de janvier 2021, on en trouve une qui autorise «la reproduction végétale de matériel hétérogène biologique». Derrière cette expression jargonneuse se trouve l’aboutissement d’un combat mené depuis plusieurs années par les agriculteurs bio: la possibilité de commercialiser les semences paysannes.

Les semences dites paysannes sont celle qu’un agriculteur va directement prélever dans sa récolte afin de les replanter, elles sont issues des semences utilisées par les paysans avant l’industrialisation de l’agriculture. Cette appellation s’oppose aux «semences de ferme» qui, elles, ont été achetées à un semencier (une entreprise qui commercialise des semences ). Cette transaction est rendue possible car contrairement aux semences paysannes, les semences de ferme sont inscrites au catalogue officiel.

Dans un souci de préservation de la sécurité du consommateur, un décret publié en 1981 au Journal Officiel prohibait en effet la commercialisation de graines non inscrites au catalogue officiel des semences autorisées. Afin d’être homologuées, les variétés proposées doivent réussir une série de tests précis. C’est-à-dire, être adéquates «aux normes de Distinction, d’homogénéité et de stabilité (tests DHS)» et présenter une «amélioration par rapport aux variétés existantes (test VAT: Valeur agronomique et technologique), lorsqu’il s’agit de plantes de grandes cultures». Le catalogue officiel des semences autorisées est élaboré en France par le Groupement national interprofessionnel des semences et plants (Gnis). Actuellement, plus de 3000 variétés de légumes y sont inscrites.

75% des aliments de la planète proviennent de 12 espèces végétales

Le problème principal de ce système de catalogue pour les agriculteurs bio réside dans le prix. Pour inscrire une nouvelle semence au catalogue et lui donner ainsi le sésame du marché, les producteurs doivent débourser des milliers d’euros. Il faut compter entre 6000 et 15.000 euros, une somme importante pour un petit producteur. C’est en partie pour cette raison que des géants tels que DuPont et Dow ou Monsanto détiennent la majorité des espèces répertoriées dans ce catalogue.

Les semences bio ne passeront donc plus par les cahiers des semenciers et relèveront directement de la responsabilité des producteurs. Selon les associations, cela pourrait inciter les producteurs à développer leur propre variété de population et ainsi créer une certaine dynamique sur le terrain de la biodiversité. En effet, selon la FAO, 75 % des aliments de la planète proviennent de 12 espèces végétales et cinq animales.

 

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O tamanho da minha alegria!

14 de outubro de 2016 por Luiz Jacques

Caras amigas e caros amigos.

Desde a década de oitenta, havia afastado minhas mãos e todo meu ser, da intimidade da terra. Não estava com o poder de conexão, no dia a dia, com toda a vida que lhe pertence. As atividades eram urbanas e, mesmo estando imerso em assuntos e com pessoas que sempre estivessem envolvidos com as práticas e ações ecológicas, ainda assim as mãos não estavam tocando fisicamente as coisas da terra.

 
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Depois de ter me aposentado, há quatro anos, e vindo para perto do mar,ainda estava longe da ‘terra’. Novamente assuntos e temas me levavam para longe dela, até que, há uns dez meses, resolvi retornar à ela, antes mesmo do meu corpo.

E então de forma discreta, tímida e com uma certa cerimônia, fui recolocando meus dedos e minhas mãos, meus joelhos e meus pés, meu olhar e meu coração, neste diálogo, mais de perguntas do que de respostas, com os seres, os habitantes, de todos os estratos e níveis, que estão e são do chão e do ar, da água e do fogo. Voltava a ser íntimo e me misturei com o seio da Terra. E plantei, com parcimônia como quem bate à porta, respeitoso, intrigado, mas alegre, sem saber se seria acolhido e reconhecido como aquele que retorna à casa.

E a partir de abril/maio, mas apropriado desta reconexão e inclusão, começo a realinhar esta relação e aí estão algumas fotos que mostram o tamanho da minha alegria.

Sim, é possível! Sim, a relação ‘dialógica’ é verdadeira, prazerosa e a colheita é concreta e inquestionável. Mesmo sem o ritmo, típico e reconhecido, do profissional da agricultura, daquele que gera cultura no campo, pude, a partir dos 70 anos, colocar-me a serviço do tempo e do espaço e balbuciar palavras e ações que geram forma e produção.

Sim, é possível! Todo tempo é o tempo para retornar. Eu estou sendo a prova de mim mesmo.

E este é o convite. Quem quiser, puder e sentir, retorne. Além de encantador e prazeirozo, é o reencontro com a saúde do teu corpo, do corpo da Terra e das almas de todos os seres, incluindo a ti mesmo. Ser agente de seu próprio alimento, torna-nos autônomos e livres para confirmar que estamos além de toda a parafernália da artificialidade, da contaminação e da devastação.

Abraços e gratidão, Luiz Jacques, Vargem do Braço, Sto.Amaro da Imperatriz, Santa Catarina.

 

Márcia, Zeca e Vinicius

Colheta de verduras

 

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Agroecologia é alternativa para cultivo agrícola mais sustentável

8 de março de 2016 por Luiz Jacques

Agroecologia é alternativa para cultivo agrícola mais sustentável. Esta é a proposição da Fiocruz , um dos maiores centros de saúde, e doença, país.

 

http://www.icict.fiocruz.br/content/agroecologia-e–alternativa-para-cultivo-agricola-mais-sustentavel

 

 

por Raíza Tourinho & Graça Portela, 24/02/2016

 

 

De um lado, um cenário de uso indiscriminado de agrotóxicos e intoxicações, do outro, cultivos mais sustentáveis, relações de trabalho e comercialização mais justas. É essa a solução que a Agroecologia promete oferecer ao Planeta. Mas dá mesmo para sonhar com um futuro sem agrotóxicos?

A vice-presidente executiva do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal – Sindiveg (que representa a indústria dos agrotóxicos), Silvia Fagnani,  argumenta que, considerando o modelo de produção “adotado” no Brasil, o uso de agrotóxicos “é a única forma viável de suprir a demanda por produção de alimentos e energia necessária para alimentar nove bilhões de pessoas em 2050”.

Fagnani não deixa dúvidas do pensamento que rege o modelo de produção agrícola hegemônico no Brasil: “O uso da tecnologia protege os cultivos, aumentando a produtividade, e poupa tempo de tarefas e, sobretudo, o enorme esforço físico dos agricultores e trabalhadores rurais. O consumo de defensivos agrícolas no Brasil é demandado, além disso, pelo fato de sua agricultura estar sob o clima tropical, o que exige emprego sistemático de tecnologias para controle de pragas e doenças. Além de contar com até três safras anuais, a produtividade no Brasil cresce de maneira muito mais acelerada do que a área plantada, aumentando a disponibilidade de alimentos preservando o meio ambiente”.

Para a presidente da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA-Agroecologia) e professora da Universidade Federal de Viçosa, Irene Maria Cardoso, a agroecologia é sim capaz de alimentar o mundo. “O que a agroecologia não é capaz é de alimentar o agronegócio, porque tem uma cadeia de insumos para agricultura que coloca o agricultor subserviente à indústria. Este pensamento de que o agronegócio o alimenta o Brasil, não é verdade. Ele alimenta a balança comercial. Se não repensarmos o Brasil como produtor primário, vamos ficar refém do agronegócio. Então é o modelo de desenvolvimento que tem de ser repensado”, afirma.

Esse novo modelo, segundo ela, passa por cadeias curtas de comercialização, cortando diversos intermediários, além da valorização e utilização do saber tradicional, e não apenas o técnico. “É uma outra lógica. Antes, quem sabia tudo da agricultura eram os técnicos. Só que esses agricultores desenvolveram conhecimento na compreensão ecológica e cultural dos sistemas alimentares, porque quando eles manejam tem um componente cultural, não é só técnico. Esse componente cultural, de conhecimento dos processos e interações dos sistemas alimentares, foi desenvolvido em 10 mil anos. Como é que pode pegar esse conhecimento e jogar no ralo? Sem ele, a agroecologia não vai sustentar o mundo”, afirma Irene Cardoso.

Mas, como fazer que esse conhecimento seja identificado, valorizado e reconhecido? A pesquisadora da Universidade Federal de Viçosa afirma que “é preciso dizer aos cientistas que eles não são os únicos detentores da verdade”: “Isso é derrubar um paradigma científico. Eles falam que agroecologia não pode alimentar o mundo, porque não querem perder o lugar na produção de alimentos no mundo. Uma produção de qualidade questionável, que traz resultados danosos ao meio ambiente e ao homem, comprovado em inúmeros estudos científicos. O que a agroecologia não é alimenta é este pensamento que quer se beneficiar de uma agricultura perversa, com os agricultores, com os consumidores, com a natureza”, destaca.

Nesta parte editada do documentário “Caminhos do Rio Experiências em agroecologia no Rio de Janeiro”, produzido pela ANA – Articulação Nacional de Agroecologia, é possível ver um pouco de como esse conhecimento é identificado e aproveitado. Veja o que dizem Seu Nelson e sua filha Indeco, agricultores orgânicos, e a pesquisadora Mônica Cox, do Departamento de Geografia Urbana, da Universidade Federal Fluminense (UFF)

 

 

Espaços de reencantamento

Para o pesquisador do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador (Ensp/Fiocruz), Marcelo Firpo, o fortalecimento da pauta da agroecologia passa pela parceria com a saúde coletiva. “A promoção da saúde é fundamental para se pensar em outro modelo de sociedade”, diz.

As feiras agroecológicas nas cidades seriam justamente os locais de construção deste novo modelo. “São espaços profundos de outro tipo de produção de conhecimento, de relação solidária, que resgatam também o processo de relação com as crianças modernas, que vão descobrir que o alimento não é algo que está nas prateleiras do supermercado, dentro de caixinhas coloridas. É preciso reencantar também a produção de alimentos no processo de produção de vida”, diz.

Segundo ele, a feira é um espaço importante, porque se compra produtos que estão fora das prateleiras convencionais. “Os supermercados lucram bastante em relação ao produtor. As feiras orgânicas têm o mecanismo de venda mais direta, sem intermediários”, diz. Ele ressalta que nas feiras existe ainda um processo cultural e político de interlocução entre consumidores e produtores, sobre como os produtos foram obtidos, a qualidade dos alimentos etc. “Há uma relação direta com os produtores muitas vezes de uma agricultura periurbana que é totalmente invisibilizada dentro da própria cidade”.

O Rio de Janeiro conta hoje com 17 feiras orgânicas pela cidade (no Brasil, ao todo, são 500). É um modelo que vem dando certo. Em 2006, no encontro estadual preparatório ao II ENA – Encontro Nacional de Agroecologia, foram mapeadas 32 experiências agroecológicas no Rio de Janeiro. Contudo o número já deve ser bem maior –  uma vez que somente a Associação Agroecológica de Teresópolis conta com 50 unidades produtivas associadas.

Veja abaixo uma parte do documentário “Caminhos do Rio Experiências em agroecologia no Rio de Janeiro”, produzido pela ANA – Articulação Nacional de Agroecologia (assista ao lado, a íntegra do documentário), que aborda as experiências agroecológicas. No vídeo, os depoimentos dos agricultores orgânicos Levy Gonçalves de Oliveira e Paulo Aguinaga, da Associação de Produtores Orgânicos do Vale do Rio Preto (Pretópolis/RJ) e da consumidora Patrícia.

 

 

A diversidade pelos neo-rurais

Uma dessas unidades é a Fazenda Arca de Noé, em Sapucaia (RJ), tocada por um grupo de quatro amigos oriundos do ‘êxodo urbano’. “Não estamos tão distantes assim dos nossos avós”. É deste modo que Hugo Souza justifica a opção de trocar a agitação da cidade grande pela calmaria do campo. Ele chegou a cursar Sociologia, mas foi mesmo com a pá e a enxada que encontrou seu caminho.

O retorno ao campo tem sido tão constante que até foi cunhada uma denominação para quem ousa ir da capital ao interior: são os neo-rurais. E são eles, principalmente, que têm ficado à frente do processo de transição da agricultura quimicamente-dependente, que utiliza intensivamente agrotóxicos, para a agroecologia.

A ex-produtora cultural Silvana Pedroni, também parte do grupo, diz que os amigos e familiares que vivem na cidade se preocupam com uma “suposta falta de recursos”, como garantias trabalhistas, seguro do carro, ou plano de saúde. “São coisas que para a gente não faz a menor diferença”.

Por outro lado, nem sempre a aceitação dos neo-rurais é fácil, especialmente no âmbito das associações e espaços coletivos. “Alguns de agricultores tradicionais têm uma postura meio grosseira com pessoas de minha origem, médio urbana. ‘Anda meio manco’ às vezes. Eu procuro estar dentro da realidade dos caras. Eu sou agricultor. Entrei no mundo deles. Mas tem um lado, que não vou negar, de formação intelectual”, afirma o ex-economista Roberto Celig, o Beto, um dos fundadores e ex-presidente da Associação de Produtores Agroecológicos de Teresópolis e que, por vezes, é chamado para intermediar reivindicações da comunidade devido a maior facilidade de oratória.

A Fazenda Arca de Noé surgiu em 2010, por meio de um projeto para o cultivo de pinhão manso, uma planta utilizada para a produção de biodiesel. O cultivo da planta foi pensado dentro de um Sistema Agroflorestal (SAF) – um sistema que reúne as culturas agrícolas com as culturas florestais gerando um meio de produção sustentável, no qual os vários elementos da floresta plantada trabalham em simbiose.

O primeiro problema que eles se depararam na implantação do sistema foi a braquiária (um capim de pasto, considerado “praga” em alguns cultivos), que tomou conta do cultivo no início. Para solucionar o problema, eles iniciaram outros cultivos, como milho, feijão, abóbora e, por fim, a mandioca. Então, eles começaram a roçar a braquiária, na medida em que cuidavam da mandioca e que o margaridão (outro cultivo introduzido) sombreava a planta. “Se você tem estratégia, para a sequência do sistema, uma coisa vai puxando a outra. A proposta deste sistema é que seja gratificante seu trabalho aqui dentro”, diz Victor Rolomcherault, também produtor da Arca de Noé.

Foram mais de 20 espécies introduzidas e outras mais que surgiram naturalmente. Atualmente o principal produto da SAF é a banana, mas a agrofloresta também dá hortaliças e outros cultivos, como cana. “É um sistema vivo. É impressionante a quantidade de bichos que vem aqui: cachorro do mato, guaxinim, tatu. O milho que a gente produziu foi em grande parte para [consumido por] os animais”, afirma Victor.

No entanto, Hugo ressalta que a implantação de um sistema desses necessita de um contexto de comercialização. “Você pode processar esses [alimentos], agregar um valor naquilo ali. A implementação de uma agrofloresta tem que ser em um local pronto para receber estes produtos”, diz.

Uma parte dos produtos da Arca de Noé chega à Feira Agroecológica de Teresópolis já processada, em forma de bolo de aipim, geleia de jabuticaba, bolo de amendoim, pão de biomassa de banana verde e fubá de milho branco. Mas a fazenda vai além da agrofloresta: no local, ainda há criação de frangos, produção de compostagem e apicultura.

“Esta é uma pequena ilha. A região serrana é a que mais consome agrotóxicos em todo Estado. Dá para ver que a agroecologia vai muito além da simples troca de insumo: é um processo de fortalecimento da autonomia”, afirma o analista técnico da Cooperativa de Trabalho, Consultoria, Projetos e Serviços em Sustentabilidade – Cedro, Juliano Palm, sobre os cultivos agroecológicos na região.

Ex-operários da verdura

A Associação de Produtores Agroecológicos de Teresópolis nasceu em 2005, junto a Feira Agroecológica de Teresópolis, que funciona tradicionalmente às quartas-feira e sábados na cidade. O produtor Roberto Celig afirma que o número de agricultores associados só cresce, mas que a marca da associação ainda é a união, como “uma família”. Questionado sobre os motivos que levam os produtores a começar a produzir alimentos agroecológicos, ele é categórico: “Quebra com o [cultivo] convencional, passa mal, fica doente [devido a exposição a agrotóxicos]”. Hugo Souza, também associado, explica: “O próprio viver dá uma castigada. Não é a gente que bate na porta”, diz.

De acordo com eles, a mudança da produção convencional para a agroecológica vai além da aplicação ou não de insumos químicos. “Na escala, quando você vai fazer conta com o tanto que se gasta com insumo, transporte etc., a pessoa pode até tirar uma receita maior, mas ainda está pensando na lógica anterior, de quantidade. É uma transição também este momento”, conta Silvana Pedroni.

Os agricultores são unânimes em afirmar que a vantagem não é financeira: afinal, embora o valor do produto seja maior, o manejo dos cultivos exige muito mais dos produtores, e consequentemente, a quantidade diminui. Até mesmo os insumos naturais têm valores mais elevados: a saca de ração orgânica para alimentar os frangos, por exemplo, custa em torno de R$ 100, o dobro da convencional.

O retorno é muito mais subjetivo e impalpável. Além da saúde, o prazer está, por exemplo, em cultivar alimentos diversos, de qualidade e de “verdade”, àqueles que os próprios agricultores consomem [é comum que os produtores que cultivam alimentos com os agrotóxicos tenham uma horta à parte para consumo próprio, realidade que se repete na região, segundo técnicos da Cedro, que acompanham 900 famílias].

Hugo acrescenta uma vantagem que a maioria dos produtores de sua região não possui: a feira. “A troca de energia é toda semana: as pessoas vêm e agradecem. Não é só dinheiro. É uma coisa que meu vizinho, que é agricultor de nascença, não tem”.  Beto concorda: “As pessoas vão na feira bater papo. Todo mundo conversa”. Em Teresópolis, toda a produção convencional é escoada para os centros de distribuição como o Ceasa. A única feira da cidade é a agroecológica. 7

A verdadeira mudança preconizada pela agroecologia é profunda porque atinge exatamente a visão de mundo dos agricultores. “Meu vizinho ganha mais do que eu, com certeza. Ele planta um mundo de alface. Nem precisa sair de casa, que o atravessador vai na porta buscar a produção. Mas essa vida eu não quero. Ele é um operário da verdura”, enfatiza Beto.

E o futuro?

Em plena instabilidade econômica, as previsões do mercado de orgânicos são otimistas: após crescer 25% em 2015, a expectativa é de um aumento de 35% em 2016. “Tem muito para crescer, até porque o convencional está em baixa também”, acredita a agricultora Silvana Pedroni.

Já Beto, que começou vendendo na Cobal [em Botafogo, no município do Rio de Janeiro] no final dos anos 1980 e vendeu para supermercados, mas hoje só comercializa seus alimentos na Feira Agroecológica de Teresópolis, não está tão otimista. Segundo ele, o consumo de orgânicos “está dentro da população há bastante tempo. Mas quando a renda baixa acaba a moda. Agora vai entrar em uma estagnação”, diz.

A professora Irene Cardoso lembra que a agricultura familiar já alimenta o mundo – 70% do que vai para a nossa mesa já vem dos pequenos agricultores. “Nem todo agricultor familiar é agroecológico, mas todos podem se transformar em um”, diz. Ela reconhece avanços desde quando a agroecologia começou a ser germinada, na década de 1980, com mais agricultores e consumidores sensibilizados e mais manejos agroecológicos consolidados, em todas as regiões do Brasil.

Mas será que realmente teremos a chance de ver essa mudança de paradigma no modelo agrícola?

“Claro que a gente gostaria que toda a agricultura hoje fosse agroecológica. Mas entendemos que isso não é possível sem reforma agrária, sem uma utilização da água diferenciada: a agricultura usa água demais, projetos enormes de irrigação. E isso é uma construção da sociedade”, finaliza Irene.

Esta é a sétima reportagem da série “Agrotóxicos: a história por trás dos números”, realizada pelo Icict, com matérias sobre uso de agrotóxicos no Brasil. Os depoimentos dos agricultores colhidos nesta série de reportagens foram realizados na Caravana Agroecológica Sudeste – RJ. Leia as outras matérias da série aqui:
Artigo relaciona morte de trabalhadores por agrotóxicos e sua subnotificação
A controvérsia sobre o uso seguro de agrotóxicos
O desafio de se comprovar na Justiça a intoxicação por agrotóxicos
A força dos agrotóxicos legais e ilegais no Brasil
Pressão política dificulta redução do uso de agrotóxicos no Brasil
Consumo intensivo de agrotóxicos no Rio de Janeiro revela cenário de intoxicações “invisíveis”

 

 

 

 

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Microorganismos Eficazes

19 de dezembro de 2015 por Luiz Jacques

Microorganismos Eficazes. Como produzi-los?

http://agroecologiasulminas.blogspot.com.br/2013/09/1.html

 

Microorganismos Eficazes são microorganismos vivos ( bactérias, leveduras, actinomicetos, fungos, bactérias e outros ).
Para que serve:
Estabelecimento do equilíbrio da flora microbiana ou seja estabelecimento do equilíbrio da vida do solo.
Servem para inocular visando provocar e acelerar a fermentação de Bokashi e compostos orgânicos .
Ajudam na fixação do nitrogênio e ajudam na decomposição putrefativa da matéria orgânica e ao mesmo tempo eliminamos vários efeitos nocivos causados pela matéria orgânica não decomposta.
Exerce uma grande ajuda auxiliar no controle de doenças de folhagem.
Provocam a mineralização da matéria orgânica.
Benefícios do uso:
– Melhoram a capacidade fotossintética das plantas;
– Aumentam a eficácia das matérias orgânicas como fertilizantes;
– Melhoram os aspectos físico, químico e biológico do solo;
– Eliminam doenças e patógenos do solo;
– Fermentam matéria orgânica ao contrário de deteriorá-la. Assim, qualquer tipo de matéria orgânica pode ser usada para fazer composto com EM, já que não há produção de odores ofensivos;
– Decompõem matéria orgânica rapidamente, uma vez incorporada no solo;
– Facilitam a liberação de quantidades maiores de nutrientes para as plantas.
Material :
– 1 gomo de bambu açú cortado ao meio
– 700 gramas de arroz cozido sem óleo e sem tempero
– 1 litro de garapa
– 5 garrafas pet’s
Captura dos Microrganismos Eficientes :
– Cozinhe aproximadamente 700 gramas de arroz sem sal.
– Coloque o arroz cozido em bandeja de plástico ou de madeira ou ainda em calhas de bambu.
– Cobrir com tela fina visando proteger.
– Coloque a bandeja com arroz e a tela em mata virgem (na borda da mata) e deste modo capturar os microrganismos.
– No local onde vai deixar a bandeja, afastar a matéria orgânica (serrapilheira). Após colocar a bandeja, a matéria orgânica que foi afastada deve cobrir a bandeja sobre a tela.
– Após 10 a 15 dias os microrganismos já estarão capturados e criados.
– Nas partes do arroz que ficarem com as colorações rosada, azulada, amarelada e alaranjada estarão os microrganismos eficientes (regeneradores). As partes com coloração cinza, marrom e preto devem ser descartadas (deixe na própria mata).
– Observação: as colorações no arroz variam em função do tipo de mata onde foram capturados os microrganismos.
– Quanto mais diversificada e estruturada for a mata mais cores estarão presentes.
Ativar os Microrganismos Eficientes :
– Distribuir o arroz colorido em mais ou menos 5 garrafas de plástico de 2 litros
– Colocar 200 ml de melaço em cada garrafa.
– Completar as garrafas com água limpa (sem cloro) ou água de arroz.
– Fechar as garrafas e deixar à sombra por 10 a 20 dias.
– Liberar o gás (abrir a tampa) armazenado nas garrafas, de 2 em 2 dias.
– Coloque a tampa e aperte a garrafa pelos lados retirando o ar que ficou dentro da garrafa (a fermentação deve ser anaeróbica, ou seja, sem ar, sem presença do Oxigênio). Aperte bem a tampa.
– Está pronto o EM (neste momento não há mais produção de gás dentro da garrafa).
– O EM tem coloração alaranjada. Pode ser mais clara ou mais escura, o que depende da matéria-prima, não implicando, porém, na qualidade do produto. O cheiro é doce agradável. No caso de apresentar mau cheiro, o EM não deve ser usado. Pode ser armazenado por até 1 ano.
Observações:
– A água tratada com cloro (água de rua, água de cidade) deve ser previamente colocada em recipiente destampado.
– Somente após 24 horas a água poderá ser usada. Isso porque o cloro mata os microrganismos. A água de mina é usada diretamente.
– O melado (pode ser substituído por caldo de cana) é alimento dos microrganismos. Por isso faz crescer a comunidade microbiana ativa que pelas reações de fermentação, produzem ácidos orgânicos, hormônios vegetais (giberelinas, auxinas e citocinina), além de vitaminas, antibióticos e polissacarídeos, enriquecendo a solução.
Onde e como usar:
– Usos Agrícola
– EM solo: 100 ml para cada 100 litros de água;
– EM planta: para cada 100 litros do EM solo, colocar 5 ml de vinagre.

– No Bokashi :
aplicar o EM até atingir 50% de umidade, ou quando se apertar um punhado da mistura e ela fica molhado sem escorrimento de água entre os dedos
– Inoculação em sementes (use somente sementes que não foram tratadas com fungicidas):
Coloque as sementes imersas em solução de EM/solo durante 1 hora. Sementes que absorvem mais água ficam tempo menor. Sementes que absorvem menos água ficam maior tempo imersas.
Pode ser feita a peletização das sementes. Umedecer sementes com a solução EM/solo. Acrescentar cinza de fogão ou farelo (pode ser farelo de arroz, soja, mamona, etc.) envolvendo as sementes. Pronto, está feita a peletização.
– Para animais
Como fonte de nutrientes dos animais o EM é acrescido ao alimento ou à água de beber.
Na água de beber, a cada 3 litros de água acrescente 1 colherzinha do EM.
No tratamento dos resíduos animais (cama-de-frango, estercos, fezes de cachorros e gatos) o EM/solo é pulverizado sobre os resíduos.
Pode também ser utilizado na limpeza das instalações e em banhos de higienização.
O uso do EM elimina mau cheiro e moscas. Ao iniciar o uso do EM, aplicar uma vez a cada três dias, durante o primeiro mês. Quando o mau cheiro diminuir a pulverização poderá ocorrer apenas 1 vez ao mês.
– Descontaminação de lagoas:
• Misture 1 litro de EM em 1.000 litros de água a ser tratada.
• Observe a água durante 1 a 6 meses. Se necessário repita a aplicação e aguarde o próximo mês.
• Ao alcançar os resultados esperados, há necessidade de manutenção do sistema. Aplique mensalmente 1 litro de EM por 10.000 litros de água.
O método de aplicação, assim como as dosagens, pode variar de acordo com as condições do sistema local. Em água corrente também pode ser usado. Pense nos custos, no modo de aplicar, no envolvimento com seus vizinhos e toda a comunidade.
– Aterro sanitários:
Prepare a solução a 5% de EM (5 partes de EM, por 95 partes de água). Pulverize diariamente sobre os resíduos. Em grandes aterros sanitários, o uso de caminhão pipa é fundamental nas aplicações. Supondo que o caminhão pipa de 10.000 L pulveriza toda a área do aterro sanitário, então adicione 500 L de EM no tanque do caminhão, complete com água e pulverize. É recomendável que as pulverizações sejam feitas nas primeiras horas da manhã.
Use esta mesma proporção (5%) na limpeza das ferramentas e máquinas, e principalmente na lavagem dos caminhões de coleta do lixo.
No meio rural, no tratamento dos resíduos de banheiro, a família agrícola pode usar o EM. É opção no tratamento das fossas sépticas.
No meio urbano pode ser aplicado nas caixas de gordura das casas.
– Preparo de solo ou berço (cova é de defunto 😀 ):
misture matéria orgânica vegetal (mato, adubação verde, etc…) com ½ de farinha de osso (200 g/m2) + ½ farelo de arroz (200 g/m2) a terra. Molhar BEM o terreno/leiras com uma solução de EM + caldo de cana + água a 1:1:1000 por m2 (em solos muito pobre pode-se usar até 1:1:300). Cobrir o solo com palha ou capim. Se você tiver pressa, após 10 dias pode-se fazer o plantio das sementes ou transplante das mudas. O ideal é aguardar 3 meses para usar o berço e, uma semana antes de plantar, regar com uma solução de EM a 1:1000.
– Nos solos e nos berçários de plantio:
Cada 1 litro do EM dissolver em 1000 litros de água e está pronto o EM/solo (solução de aplicação ao solo).
Lembrete: a água tratada com cloro deve ser colocada um dia antes em recipiente destampado, por 24 horas. No dia seguinte acrescente o EM. O cloro mata microrganismos.
O EM/solo é utilizado na pulverização da terra como ativador/acelerador da decomposição da matéria orgânica, contribuindo com o aumento da vida no solo. É tecnologia de mobilização dos nutrientes.
O bom preparo do solo é feito cobrindo o solo com produtos naturais de origem vegetal (folhas, adubação verde, capim picado, restos de cultura, etc.) e de origem animal (esterco, “cama de galinha”). Molhar o solo ou as leiras com a solução de EM/solo.
Atenção! Molhar bem as leiras. Após a aplicação do EM/solo cobrir as leiras com capim ou palha. Manter o solo úmido. Esperar 7 a 10 dias até o semeio ou o transplante das mudas.
– Pulverizações foliares: 
fazer uma solução de EM + caldo de cana + água a 1:1:1000 e fazer pulverizações foliares semanalmente até observar uma melhora na estrutura do solo e na saúde das plantas, então pulverize quinzenalmente.

– Preparos de compostos:

fazer os montes de no máximo 1 metro de altura, regar com uma solução de EM a 1:100. Proceder os tratos para como em uma compostagem normal. Não deixar que a temperatura sua alem de 55ºC, caso isso venha a acontecer, revolver o monte. Ao revolver, caso o monte apresente mau cheiro, regar novamente com a solução de EM indicada acima. Dependendo das condições ambientes, do material usado para compostar e do local o composto poderá ficar pronto em 15 dias, no mínimo.
– Pulverização de plantas:
A pulverização das plantas é feita com o EM/planta.
Adicione em 100 litros de EM/solo, ½ litro de vinagre e está pronto o EM/planta.
É indicado após a germinação ou em culturas já estabelecidas.
Aplicar via pulverizações foliares ou via regador.
Fazer aplicação semanal até melhorar a estrutura do solo ou melhorar a saúde da planta.
Depois fazer pulverizações quinzenais.
No ano em que se começa a usar o EM, o número de aplicações é maior.
Se as condições de crescimento das plantas estiverem em ordem, ano após ano, a frequência pode diminuir.
Pulverizar no período da manhã ou após a chuva
– Na recuperação de solos degradados
A sugestão de dosagem e frequência de uso é a seguinte:
• 100 a 200 L por ha, realizando 4 a 8 aplicações anuais.
• 1º ano ‒ 200 L por ha / 8 aplicações por ano
• 2º ano ‒ 150 L por ha / 6 aplicações por ano
• 3º ano em diante ‒ 100 L por ha / 4 aplicações por ano.
Dicas e cuidados:
– Não espere resultados imediatos. O EM é um organismo vivo e, para atuar sobre a matéria orgânica, tem
que, primeiro, se adaptar ao solo para, aos poucos, ir recuperando-o;
-Utilizar a solução (EM + caldo de cana + água) no mesmo dia de preparo;
– Não pulverizar em horário de sol forte, fazer as pulverizações no final da tarde ou em dias nublados;
– No caso de queimar as bordas das folhas, utilizar uma concentração menor, 1 ml para 2 litros de água;
– Não utilizar água tratada com cloro. Nesse caso separar um recipiente com água e ou deixar – descansar por 24 horas ou use desclorante comercial antes de misturar o EM;
– A aplicação de EM só terá bom resultado se observada outras técnicas da Agricultura Orgânica, como:
cobertura do solo com palha, adição de matéria orgânica (adubação verde, compostagem,biofertilizante), um bom manejo conservacionista do solo, rotação e consorciação de culturas, entre outras práticas.
Cuidados ao guardar e aplicar o EM
‒ Guardar em local fresco e ventilado.
‒ Utilizar a solução no mesmo dia de preparo.
‒ Não pulverizar em horário de sol forte, fazer as pulverizações pela manhã, bem cedinho, no final da tarde ou em dias nublados.
‒ Os microrganismos são muito sensíveis à seca, por isso, no período do verão, quando a insolação é muito forte, a aplicação deve ser feita ao entardecer ou em dias nublados. O ideal é aplicar antes e depois da chuva, quando o solo está úmido.
‒ Se queimar as bordas das folhas utilize concentração menor.
‒ Não utilizar água clorada (de cidade). Separar o recipiente com água e após 24 horas obter a solução de EM.
‒ As aplicações de EM podem ser feitas em conjunto com biofertilizantes.
‒ O pulverizador ou o regador utilizado com agrotóxico deve ser lavado com água e sabão, diversas vezes, até sair todo o veneno. Se possível compre novo, separe e deixe só por conta do EM.
– A aplicação de EM terá melhores resultados se forem observadas outras técnicas da Agricultura Orgânica, como: cobertura do solo com palha, adição de matéria orgânica (adubação verde, compostagem, biofertilizante), o bom manejo conservacionista do solo, rotação e consorciação de culturas, entre outras práticas.

Arquivado em: Agricultura, Biodiversidade, Ecologia, Globalização, Princípio da Precaução, Saúde, Soluções / Alternativas, Sustentabilidade, Tradições Marcados com as tags: Agricultura, Agricultura ecológica, Agricultura orgânica, Agroecologia, Conservação da natureza, Ecologia, Microrganismos

Agrotóxicos em crianças

4 de dezembro de 2015 por Luiz Jacques

Agrotóxicos em crianças. A percepção de que cada vez mais as pessoas estão preocupadas com a qualidade dos produtos que consomem.

 

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/549704-agrotoxicos-em-criancas

http://www.ihu.unisinos.br/noticias/549704-agrotoxicos-em-criancas

Eis o artigo que escreve Roberto Naime, colunista e doutor em Geologia AmbientalNaime .

A pesquisadora científica da Universidade Federal do Paraná, Sônia Stertz, doutora em Tecnologia de Alimentos, presidente da Sociedade Brasileira de Ciência e Tecnologia de Alimentos na Regional do Paraná, registra que as crianças apresentam níveis duas vezes mais elevados de pesticidas no sangue e seus efeitos são até 10 vezes mais intensos do que em adultos.

“Até a idade de dois anos, crianças produzem pouco de uma enzima chamada Paraoxonase-1, que auxilia na detoxificação ou eliminação de pesticidas organofosforados. Algumas crianças só atingem níveis normais dessas enzimas aos 7 anos”, assevera, citando investigação feita pela Universidade de Berkeley, na Califórnia.

Dados oficiais do governo americano revelam que pesticidas organofosforados são encontrados no sangue de 95% das pessoas testadas. Esta exposição se relaciona e é registrada como causa da hiperatividade, de distúrbios de comportamento, de distúrbios do aprendizado, também de atrasos do desenvolvimento e de disfunção motora.

A maior motivação para o consumo dos orgânicos deve ser o que estes alimentos estão isentos, pois são livres de resíduos e aplicações de agrotóxicos em geral. Alimentos orgânicos são produzidos sem hormônios, antibióticos, pesticidas, herbicidas, fertilizantes químicos, irradiação e modificações genéticas.

“O agrotóxico no alimento, ao ser ingerido pela população, tem um efeito cumulativo, vai se acumulando no organismo. Pode levar a algum tipo de doença crônica não transmissível”, alerta a Agência Brasileira de Vigilância Sanitária (ANVISA).

“Principalmente neurológicas, endócrinas, imunológicas e hoje a questão do aparelho reprodutor, como infertilidade, diminuição do número de espermatozoides e a questão do câncer”, explica Heloísa Pacheco, coordenadora do ambulatório de Toxicologia da UFRJ. Exposição a agrotóxicos é muito mais responsável por casos de câncer e neoplasias do que se imagina.

Os agrotóxicos podem ser hidrofílicos ou lipofílicos quando se combinam com moléculas de água ou gorduras respectivamente, e se acumulam no organismo. E por isso induzem a moléstias muito tempo depois d serem acumulados.

A médica Silvia Brandalise, pesquisadora da Unicamp, estuda as causas de câncer, principalmente entre crianças. Ela atesta que pesquisas já comprovaram que, a exposição aos venenos usados nas plantações estão relacionadas com a leucemia e tumores no cérebro. A alimentação com excesso de agrotóxicos e produtos químicos também faz parte dos fatores de risco, conforme já exposto, em proporção muito maior que se imagina.

Entre os alimentos bastante consumidos estão batata, morangos, cenoura, tomate, repolho, cebola, alface, trigo e leite.

Pesquisas mostram que os alimentos orgânicos apresentaram uma tendência, que pode ser considerada mais satisfatória, com teores mais elevados de nutrientes, como matéria seca, cinzas, fibra alimentar, carboidratos e alguns minerais considerados relevantes para a saúde, como o ferro e o selênio.

As amostras que mais se destacaram foram a batata com 33% de selênio, 54% de ferro, 36% de fósforo, 17% de cálcio e 21% de fibra alimentar, e o morango com 342% de ferro, 63% de fósforo, 183% de magnésio, 80% de potássio, 34% de cálcio, 26% de fibra alimentar, 24% de proteínas e 56% de sacarose, seguidos do agrião com 145% de Selênio e 82% de Ferro, a cenoura com 425% Selênio e finalizando a couve-flor com 95% de Selênio.

Para uma alimentação mais segura, se recomenda o consumo de alimentos certificados, como os orgânicos, e os alimentos de época, que a princípio necessitam de uma carga menor de agrotóxicos para serem produzidos.

A percepção de que cada vez mais as pessoas estão preocupadas com a qualidade dos produtos que consomem e também com o impacto ambiental causado pelo consumo exagerado tem levado ao incremento do mercado de orgânicos para recém-nascidos.

Os cardápios são preparados sem alimentos provenientes de agricultura convencional, conservantes ou produtos químicos, utilizando o ultra-congelamento como forma segura de preservar a textura, aroma e o valor nutritivo.

Na chamada agroecologia, por exemplo, se utilizam policultivos que já eram disseminados entre os primitivos indígenas, e que são incentivados por escolas como a da permacultura, como forma de manter o equilíbrio da biodiversidade de forma de insetos, plantas, bactérias e fungos convivam em harmonia, sem se reproduzirem de forma descontrolada. As “pragas” da agricultura convencional são tratadas como meras indicações da ocorrência de desequilíbrios, pelas práticas de agricultura agroecológica.

Os mecanismos mais comuns de operação dos agrotóxicos é a inibição da ação de enzimas que acabam gerando colapsos sinápticos, ou seja, de transmissão de informações ao cérebro através de conexões de neurônios. Convenhamos que ao menos as crianças devem ser preservadas destes cenários apocalípticos.

Arquivado em: Agricultura, Agrotóxico, Biotecnologia, Corporações, Destaques, Ecologia, Resíduos, Saúde, Toxicologia Marcados com as tags: Agricultura ecológica, Agricultura orgânica, Agroecologia, Agronegócio, Agrotóxicos, Venenos rurais

Conheça a brasileira pioneira da agroecologia.

22 de julho de 2015 por Luiz Jacques

Há exatamente dois anos, 2012, recebíamos no Brasil esta bela notícia. A dra. Ana Primaveri, a grande incentivadora de uma nova visão sobre a agricultura e a vida do solo, iria finalmente ter um reconhecimento internacional daquilo que, há muitos e muitos anos, já sabíamos deste o tempo em que com o seu marido, o Prof.Primavesi, fala sobre a ‘biocenose do solo’.  “Ana Primavesi, de 92 anos, receberá o One World Award – o principal título de agricultura orgânica mundial. Conferido pela International Federation of Organic Agriculture Movements (Ifoam), o prêmio honra ativistas cujo trabalho tenha impactado positivamente a vida de produtores rurais, sobretudo os mais desfavorecidos. Neste ano, a cerimônia será realizada em setembro, na Alemanha.”

 

http://asboasnovas.com/brasil/conheca-a-brasileira-pioneira-da-agroecologia

 

Conheça a brasileira pioneira da agroecologia

Para Ana Primavesi, “O segredo da vida é o solo. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as plantas, nutridas. Tudo está interligado.”

Uma das pioneiras do movimento orgânico no Brasil, a austríaca naturalizada brasileira foi escolhida pelo grande impulso que deu aos movimentos agroecológicos não só no Brasil, como na América Latina, contribuindo, segundo os organizadores, para moldar um paradigma alternativo à agricultura industrial.

Ana dedicou a sua vida a ensinar como é possível aliar a produção de alimentos à conservação do meio ambiente, nunca se esquecendo do pequeno produtor e das suas necessidades. “O segredo da vida é o solo, porque do solo dependem as plantas, a água, o clima e nossa vida. Tudo está interligado. Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio e as plantas, nutridas”, disse em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

Em 65 anos de trabalho, Ana não somente revolucionou a produção agrícola, mas também mudou a vida de muita gente para melhor. Por isso esse prêmio é mais que merecido. Se você quer se familiarizar um pouco mais com o trabalho desta agrônoma espetacular, vale a pena ler o livro Manejo Ecológico do Solo– escrito por ela e considerado uma das bíblias da produção orgânica e leitura obrigatória nas faculdades de Agronomia do país – ou assistir o documentário O Veneno Está Na Mesa.

 

 

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