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Reuters
Health http://www.ourstolenfuture.org/Commentary/News/2003/20030604RHpedphthalates.htm Pediatras clamam por mais ações sobre ftalatos por Keith Mulvihill O
que são os ftalatos e o porquê de tantas preocupações em termos de saúde?
(What are phthalates, and why are there
health concerns?) NEW YORK. Uma organização
norte-americana de pediatras está clamando por mais pesquisas sobre os
efeitos em crianças de substâncias químicas utilizadas para tornar os
perfumes mais persistentes e macias as resinas plásticas de brinquedos
e acessórios cirúrgicos e de uso médico. Estes químicos, conhecidos
como ftalatos, têm sido conectados, em estudos anteriores, a defeitos
de nascimento e outros efeitos danosos em animais, conforme o relatório
publicado no presente mês no periódico da American
Academy of Pediatrics-AAP (nt.: Academia Americana
de Pediatria), elaborado por seus associados. O Comitê em Saúde Ambiental do AAP observa neste relatório de que "nenhum estudo foi realizado para se avaliar a toxicidade sobre a pessoa humana quanto à exposição a estas substâncias". O fato que os mobilizou
para a elaboração deste documento foi o estudo publicado pelos Centers for Disease Control and Prevention-CDCs (nt.:Centros de Prevenção e Controle de Doenças)
que detectou de que algumas pessoas
apresentam em seu sangue altos níveis de ftalatos, explicou o Dr. Michael
W. Shannon, um dos membros do comitê da AAP. Shannon também observou que a atenção da mídia sobre os ftalatos é como se ter pais fazendo perguntas e demonstrando preocupação. "Nós queremos ter a certeza de que os pediatras estão sendo suficientemente informados e habilitados para advogarem pela saúde das crianças,” disse o Dr. Shannon numa entrevista com a Reuters Health. No relatório, sob a
liderança da Dra. Katherine M. Shea e de outros membros do comitê, declara-se
que dois ftalatos, DEHP e DINP, estão sob forte preocupação “em razão
de suas conhecidas toxicidades e pela significativa exposição potencial
que estão expostas as populações sensíveis.” Especificamente, a preocupação
é especialmente alta quanto aos bebês prematuros tratados nas Unidades
de Tratamento Intensivo onde podem estar expostos ao DEHP presente tanto
nas bolsas de soro e sangue como na tubação médica, explicou o Dr. Shannon.
Ressalta de que estes bebês são imaturos tanto em seu desenvolvimento
como em sua fisiologia. Em face disto, diz o
Dr. Shannon, “nós queremos incisivamente ver mais pesquisas sendo conduzidas.” Comentando sobre o relatório,
disse Marian Stanley, executiva do Painel de Ésteres Ftálicos, do American
Chemistry Council (nt.: organizações
que pertencem ao lobby da indústria química), “que o relatório ...
é incompleto e injustificadamente alarmista porque não inclui descobertas
significativas de pesquisas recentes.”
Mas a Dra. Shea contesta,
afirmando que ela e os membros do comitê levaram em conta todas as informações
publicadas e disponíveis até a data em que o relatório foi emitido. Em resposta à crítica
de ser alarmista diz a mesma pediatra que “em nenhum lugar no documento
afirmamos ou inferimos de que os pais deveriam tomar qualquer ação específica.
De forma mais adequada, nós invocamos a que os pediatras devam se tornar
mais informados e participantes no processo de determinar o que é seguro
para os bebês.” E ela observa que o
objetivo maior ao escreverem este documento foi apropriar os pediatras
sobre a complexidade em relação à determinação e quantificação dos riscos
ao bebê face à exposição química, utilizando os ftalatos como exemplo,
e preparando-os para serem participantes ativos neste processo. “Até aqui os dados sobre
exposição aos ftalatos em crianças são incompleto. Já as informações sobre
sua toxicidade são muito boas, no entanto dirigidas a animais e não a
bebês,” diz a Dra. Shea. “Não imagino que alguém
tenha todas as respostas, mas nós precisamos ser protetores da saúde e
eliminarmos as exposições desnecessárias. Além do que, quando possível,
minimizarmos a exposição a certos acessórios médicos, especialmente bebês
prematuros em UTIs,” afirmou a Dra. Shea à Reuters Health. Em dezembro do último
ano (nt.: 2002) o US Food and Drug Administration-FDA (nt.: Administração sobre Alimentos e Fármacos dos EUA) informou às associações
profissionais da área médica de que certos acessórios cirúrgicos e de
reabilitação podem contaminar os pacientes com doses tóxicas de DEHP.
Os responsáveis pela área de alimentos e fármacos dos EUA disseram, ao
mesmo tempo, de que o DEHP pode ser encontrado em bolsas e tubos, para
sangue e soro, na tubulação nasogástrica, bolsas e tubos para diálise,
além de outras tubulações utilizadas para dar suporte e alimentar bebês
prematuros. A FDA advertiu de que
devem ser empregadas alternativas aos ftalatos, quando disponíveis, para
tornar os plásticos maleáveis. Até agora, o governo
dos EUA tem se recusado a banir o emprego dos ftalatos. A União Européia
baniu, em 1999, seu uso em alguns produtos, incluindo brinquedos para
bebês. Nos EUA e no Canadá todos os ftalatos foram retirados, voluntariamente,
dos bicos de mamadeiras, mordedores e brinquedos que as crianças levam
à boca. FONTE:
Pediatrics 2003;111:1467-1472.
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha,
junho de 2005.
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