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| A 
          CRÍTICA DA INDÚSTRIA AO TRABALHO 
          – DECRÉSCIMO 
          NA DISTÂNCIA ANOGENITAL ENTRE MENINOS COM EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL A FTALATOS 
          – DESENVOLVIDO 
          POR SWAN ET AL. E MINHAS RESPOSTAS. Environmetal Health Perspectives, 27 de maio 
          de 2005. http://www.ourstolenfuture.org/NewScience/oncompounds/phthalates/2005/2005-0624swanresponds.htm Shanna H. Swan, Ph.D.  RETROSPECTO Em 27 de 
          maio p.p., nosso estudo Decrease 
          in anogenital distance among male infants with prenatal phthalate exposure 
          (Decréscimo na distância anogenital entre meninos com 
          exposição pré-natal a FTALATOS) foi editado no Environmental 
          Health Perspectives On-line. 
          No mesmo dia, uma crítica, escrita por Rebecca Goldin, com o seguinte 
          título Media 
          Claims Phthalates (Might) Cause Genital Defects «Afirmativa da Mídia: Ftalatos (podem) causar defeitos 
          na genitália», apareceu num website associado com a George Mason University denominado Stats.org. Representantes da indústria, incluindo a American Chemistry Council-ACC (Conselho Americano da Indústria Química) e o Phthalate Esters Panel (Painel 
          sobre Ésteres Ftálicos), citaram esta crítica. Aqui, primeiramente eu 
          me dirijo aos aspectos específicos levantados pela ACC para então contestar os argumentos de Goldin, ponto 
          por ponto. Nenhum dos pontos levantados nestes documentos ofereceu desafios 
          significativos quanto à validade científica de nosso trabalho.   Síntese de 
          nossa publicação: Aqui está o que afirmamos em nosso trabalho: 
          
          ·        
          
          
          A distância anogenital (AGD-Anogenital Distance), um indicativo sensível sobre a desmasculinização 
          em roedores, foi inversamente associado em meninos com concentrações 
          de quatro ftalatos comumente utilizados – substâncias químicas largamente 
          empregados em produtos como cosméticos, fragrâncias e acessórios médicos 
          – na urina pré-natal de suas mães. Tais associações foram estatisticamente 
          significativas para mono-ethyl phthalate (MEP), mono-n-butyl phthalate (MBP), mono-benzyl 
          phthalate (MBzP) e mono-isobutyl phthalate (MiBP).  
 
          
          ·        
          
          
          As mais fortes associações foram detectadas quando a mãe havia sido 
          altamente exposta a vários desses quatro metabólicos ftálicos mono-ethyl phthalate (MEP), mono-n-butyl phthalate 
          (MBP), mono-benzyl phthalate (MBzP) e mono-isobutyl phthalate (MiBP). 
           Por 
          exemplo, entre todos (9 entre 10) os meninos com os mais elevados escores 
          de exposições combinadas de ftalatos possuíam uma pequena AGD (AGD abaixo 
          dos 25% para sua idade e peso).  
 
 
 As críticas 
          da indústria e as respostas A crítica está em texto convencional (sem itálico). Os comentários de Shanna Swan estão em itálico e negrito. 
          
           
          
           I. Declaração provisória do Painel de Ésteres 
          Ftálicos (American Chemistry Council), 01 
          de junho de 2005.   Estas organizações que representam as corporações que manufaturam ftalatos ou utilizam-nos em suas resinas plásticas e outros produtos, tentaram lançar dúvidas sobre nosso trabalho: “Um estudo recentemente publicado diz, afirmativamente, que haveria uma correlação estatística entre a exposição a alguns ftalatos e alterações estruturais na genitália de meninos. O trabalho em si não faz efetivamente tal afirmativa. Ele somente faz uma correlação entre a exposição a ftalatos e uma pequena mudança anatômica de desconhecida significância. O estudo será inteiramente analisado pelo Grupo de Trabalho de Pesquisa Toxicológica do Painel de Ésteres Ftálicos e um relato será emitido.” Nós não afirmamos existir uma “correlação” 
          (palavra técnica que é somente apropriada para acessar a uma relação 
          linear entre duas variáveis). Os resultados com os quais nós encontramos 
          associações significativas são, de fato, “mudanças estruturais da genitália 
          de meninos.” Pelo menos uma conclusão atingida, a descida incompleta 
          testicular, é conhecida por ter conseqüências adversas em termos de 
          saúde tanto em humanos como animais em geral. O encurtamento da AGD 
          pode ser “uma alteração de significância desconhecida” em humanos – 
          a significância disto tornar-se-á aparente na infância –, no entanto 
          os dados sobre roedores sugerem que estas alterações são sinalizadores 
          de outras alterações de considerável significância. “As análises iniciais indicam que o estudo 
          tem uma série de fragilidades, sugerindo que ele poderia não suportar 
          uma análise científica rígida.” O estudo submeteu-se a rigorosa revisão de 
          avaliação por especialistas nas ciências de saúde ambiental.   “Os autores, eles mesmos, declaram que os 
          resultados necessitam ser validados.” Nenhum trabalho científico necessita ser validado. “Eles admitem que a relevância clínica da 
          indexação-chave utilizada no trabalho, chamada “anogenital index – AGI”, 
          é desconhecida. Também afirmam claramente que nenhum dos meninos no 
          estudo apresenta defeitos ou malformações genitais.” Nós afirmamos que: “não foram detectadas malformações 
          ou doenças das genitálias diretas e nenhum parâmetro grosseiramente 
          anormal apareceu”. Entretanto, já está bem estabelecido que em roedores 
          o AGI é um sensível sinalizador  de 
          outros efeitos de desmasculinização que poderão aparecer mais tarde. 
          Nosso trabalho, por isso, gera fundamentos para estudos posteriores 
          e correlacionados.      “A questão chave conecta-se ao modo pelo qual 
          os dados do estudo foram analisados. Os métodos estatísticos que foram 
          utilizados como base para a tese do trabalho já foram contestados. Num 
          estudo do Serviço de Avaliação Estatística da George Mason University, a matemática Dra. 
          Rebecca Goldin questiona se as correlações estaticamente significantes 
          entre ftalatos foram efetivamente  encontradas 
          pelos autores ou o quanto houve “manipulação de dados para chegar aos 
          resultados”. A Dra. Goldin levanta uma série de questões sobre o trabalho 
          que precisam ser respondidas e conclui que quando são aplicados padrões 
          estatísticos apropriados “nenhum ftalato passou pelo teste da correlação 
          estatisticamente significante.’” Os argumentos da Dra. Goldin, não publicados 
          em um periódico científico, não provê, como se vê abaixo, nenhum razão 
          para questionar as conclusões que nós publicamos. “Questões também foram levantadas sobre o 
          trabalho, já que ele está em desacordo tão dramaticamente com uma série 
          de estudos desenvolvidos por décadas. Primeiro, os níveis de ftalato 
          encontrado nas mães dos bebês analisados foram centenas de vezes menores 
          do que os níveis que causaram alterações similares em roedores – e a 
          maioria das pesquisas indicou que primatas são menos sensíveis que roedores 
          aos ftalatos, não mais sensíveis. Por exemplo, uma recente pesquisa 
          de laboratório (Kessler et al.) mostra que quando alimentados com doses 
          equivalentes de um ftalato, roedores e sagüis (primatas como os humanos) 
          absorveram o ftalato diferentemente. Os sagüis absorveram entre 7,5 
          e 16 vezes menos ftalatos do que os ratos, sugerindo que pode se esperar 
          que a substância cause menos e não mais impacto em humanos do que em 
          roedores. Além disso, a pesquisa contraria algumas das informações previamente 
          reunidas, cientificamente validadas, sobre ftalatos.”  Existem muitos exemplos de incremento à sensibilidade 
          em humanos relacionada aos roedores. Por exemplo, um recente trabalho 
          de Fraser et al. sobre genisteína e a habilidade do espermatozóide em 
          fertilizar um óvulo detectou serem os humanos de 10 a 100 vezes mais 
          sensíveis do que os roedores. “Um ftalato que mostra poucos efeitos em ratos 
          e é geralmente considerado muito benigno foi identificado tendo uma 
          correlação com o AGI neste trabalho. Porém, o ftalato mais amplamente 
          conhecido por seus efeitos em roedores mostrou não ter correlação com 
          o AGI neste estudo.” Este não é o caso em que metabólitos do DEHP 
          – “o ftalato mais amplamente conhecido por seus efeitos em roedores” 
          – não mostraram qualquer associação com os resultados finais do trabalho. 
          A intensidade das associações para MEOHP e MEHHP são de similar magnitude 
          para aqueles observados para MBP e MBzP, apesar deles não terem alcançado 
          significância estatística. O metabólito do DEHP que não mostrou associação 
          em nosso trabalho (MEHP), também não mostrou toxicidade reprodutiva 
          em trabalho com roedores.   Finalmente, nenhum dos estudos que pretendia mostrar um efeito sobre saúde humana pela exposição a ftalatos foi validado. No grupo da Universidade de Harvard (Hauser, 
          Duty et al.) publicou recentemente quatro trabalhos mostrando impactos 
          negativos dos ftalatos sobre a saúde da reprodução em machos humanos.   "Quanto mais nosso olhar é exigente quando 
          posto sobre o trabalho, mais questões ele suscita,” diz Marian Stanley, 
          executiva do Painel de Ésteres Ftálicos. “Foi também consideravelmente 
          supervalorizado graças, aparentemente, aos comentários feitos na teleconferência, 
          promovendo assim por outras pessoas que não seus autores, o trabalho. 
          No todo, uma publicação de um estudo de dados preliminar e pequeno cuja 
          significância é desconhecida, editado em um periódico não avaliado por 
          especialistas de forma independente, deve ser tratado com extrema cautela 
          até que possa ser propriamente avaliado.   O periódico Environmental Health Perspectives 
          é avaliado por especialistas de forma independente. II. Crítica da Dra. Rebecca Goldin Os comentários da matemática e Professora Goldin refletem falsos juízos sobre ambos os métodos, biológicos e epidemiológico/estatístico, empregados neste tipo de trabalho. Resumo dos argumentos da dra.Goldin, com minhas respostas 
 O resultado final que nós examinamos (distância anogenital, descida testicular, volume do pênis e o tamanho do escroto e sua descrição) são todos relacionados à genitália . 
 A distância anogenital (AGD) – ou índice anogenital 
          (AGI), que é a AGD ajustada por peso – foi selecionada para ser o resultado 
          final prioritário para esta análise. Esta decisão foi feita por duas 
          razões: a AGD é um resultado final mais fortemente relacionado a ftalatos 
          em trabalhos toxicológicos; e foi reconhecida como o resultado mais 
          sensível à ação anti-estrogênica. Também esta foi a medição que os pediatras 
          do nosso trabalho sentiram ser mais confiável; e ainda apresentava o 
          menor coeficiente de variação entre as medidas sobre genitais. Posteriormente, 
          nós examinamos correlações entre o AGI, tamanho do pênis e descida testicular. 
          AGIs mais curtas demonstraram estar associadas com a redução do tamanho 
          do pênis e a descida testicular, ao mesmo tempo em que níveis mais altos 
          de ftalato mostraram estar relacionados com AGIs mais curtos.        
 Nós declaramos em nosso manuscrito que obtivemos 
          medidas genitais em 134 meninos (todos incluídos nas análises que geraram 
          os valores verificados para AGD), mas somente tivemos amostras de urina 
          materna de 85 meninos, o que é uma conseqüência do fato de termos adicionado 
          a coleta de urina ao protocolo pré-natal apenas na metade da execução 
          do estudo. Afirmamos que as análises estatísticas e as conclusões do 
          trabalho deles originadas estão baseadas nas amostras de 85 meninos.   
           
 De fato, nós analisamos urina em nove mono-ésteres 
          ftálicos que eram metabólitos de sete ftalatos. Estes mono-ésteres foram 
          selecionados porque foram incluídos no padrão do painel de metabólitos 
          ftálicos que podem ser testado junto aos CDCs (Centers for Desease Control 
          and Prevention). Quatro destes metabólitos estão significativamente 
          associados com o AGI. Três outros são metabólitos de um único ftalato 
          (DEHP); dois deles foram inversamente associados com o AGI, uma relação 
          de significância estatística limite, o terceiro metabólico DEHP foi 
          detectado em níveis comparativamente baixos. Os dois mono-ésteres remanescentes (MCPP e MMP) não 
          foram associados com o AGI em nosso trabalho; estes são metabólitos 
          de ftalatos que não são considerados tóxicos à reprodução em animais 
          de laboratório. Em suma, nós testamos metabólitos de sete ftalatos e 
          encontramos associações inversas para cinco deles; quatro deles foram 
          estatisticamente significantes. 
 Nós não dissemos que os meninos teriam problemas 
          de fertilidade. As descobertas nas medidas das genitálias destes meninos 
          que nós reportamos, são consistentes com a síndrome do ftalato. Além 
          disso, a conclusão principal do trabalho é que os estudos com roedores 
          são relevantes para várias considerações finais em humanos. A próxima 
          questão deve ser: que outras considerações finais respondem similarmente 
          à exposição pré-natal a ftalatos tanto em roedores como humanos? 
 Nós não afirmamos que estes meninos seriam 
          nacionalmente representativos. Nós esperamos examinar, no futuro, esta 
          questão em uma ampliação do trabalho a outras populações.   
          
          ·        
           
          
          “Por 
          que ter uma amostra com homogeneidade é significativo? 
          Imagine se houvesse uma disposição genética entre certo grupo 
          de pessoas em relação à baixa AGI. Imagine se este mesmo grupo tivesse 
          tendência a viver em áreas com alta poluição e altas concentrações de 
          ftalatos no ambiente. Então podemos medir concentrações mais altas de 
          ftalato do que o usual, e AGI mais baixa do que o comum e assim o AGI 
          resultante pode ser inteiramente relacionado a questões genéticas.  
           Situações inexplicáveis não medidas são sempre 
          uma possibilidade que nunca podem ser eliminadas, completamente, de 
          estudos epidemiológicos, em razão de sua natureza não aleatória. Por 
          isso cientistas procuram examinar efeitos de exposição tanto em estudos 
          com humanos como com animais. Isto é também particularmente convincente 
          quando nós observamos concordância entre estudos de animais e humanos. 
          E este é o caso da exposição pré-natal a ftalatos e alterações em genitais, 
          visto que estes são randomizados de forma que situações inexplicáveis 
          não medidas não podem explicar resultados. 
 É altamente improvável que estes resultados 
          sejam uma “coincidência”, como demonstrado pelo alto nível de significância 
          estatística dos resultados.  
 Esta crítica sugere a utilização de uma técnica chamada “correção Bonferonni” para ajustar à possibilidade de taxa de erro crescente quando mais de uma hipótese é testada.Tal “correção”, no entanto, assume independência de comparações – uma afirmação não encontrada aqui, em razão do alto grau de correlação entre metabólitos. Posteriormente, a “correção Bonferonni” foi, com freqüência, criticada por ser muito conservadora, mas também por serem, fundamentalmente, tais ajustes estaticamente suspeitos (vide Rothman, Epidemiology, 1990, 1: 43-46). Além disso, nós observamos quatro metabólitos significativamente associados, não um apenas. A probabilidade que quatro metabólitos possam ser associados, ao acaso, somente com o AGI é enormemente pequena. 
 Como afirmamos em nosso trabalho todas as escolhas de modelos, índice e pontos de corte (“cut-points”) foram priorizados ao examinar as concentrações de metabólitos e ftalatos. Consultamos toxicologistas que trabalham nesta área e fomos informados que a AGD era a medida mais semelhante àquela utilizada em roedores, além de ser a mais confiável. 
 Como dito no estudo, a “AGD estava significativamente associada com o volume do pênis; R 2 = 0.24 (p = 0.006) e o volume do pênis dividido pelo peso estava correlacionado com (R 2 = 0.41, p = 0.001)”. Não examinamos volume de pênis em relação aos níveis de metabólitos separadamente. Para este trabalho, AGD/AGI foi o resultado final primordial. 
 Ambos os resultados finais, sensibilidade androgênica e estudo das exposições, foram previamente selecionadas precisamente para avaliar as associações de estudos anteriores com animais agora em meninos. A única exceção foi de alguns poucos metabólitos, incluídos pelos testes de laboratórios, como parte de um cenário multimetabólico. Nós os relatamos como um enriquecimento, já que foram feitos, embora não os tenhamos requerido. Conclusão Nenhum dos argumentos trazidos pela Dra. Goldin ou pelo Painel dos Ésteres Ftálicos enfraqueceram as conclusões do trabalho. Especialmente que “ essas alterações em meninos associadas com exposição pré-natal aos mesmos metabólitos de ftalatos que causam alterações similares em roedores machos sugerem que os ftalatos comumente utilizados podem sub-virilizar humanos, tal como em roedores.” Esta conclusão está apoiada em diversos cientistas que estão atualmente trabalhando nesta área de pesquisa (enquanto a Dra. Goldin não). Por exemplo, o Professor universitário Richard Sharpe (nt.: considerado um dos maiores andrologistas da Inglaterra: ver o vídeo da BBC de Londres de 1997, “Agressão ao homem” e o livro de Theo Colborn e outros, “O Futuro Roubado”) disse sobre o presente estudo:  “É 
          o primeiro trabalho que lança pontes sobre o vazio entre a pesquisa 
          animal e as exposições humanas”.(nt.: 
          ênfase dados pelos tradutores). 
          
           
          
           Co-tradução 
          livre de Laura Knijnik Baumvol e Luiz Jacques Saldanha, junho.2005. 
          
           
          
           
          
           
          
           
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