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Crianças e os  Telefones Celulares: Existe Algum Risco à Saúde?É o Caso de Precaução  Extra.
   Por Don MaischEMFacts Consultancy
 26  de Março de 2003   Introdução  No dia 03 de  março de 2003, a US Environmental  Protection Agency (Agência Americana de Proteção Ambiental) – EPA – propôs novas diretrizes para  avaliação dos riscos de câncer em crianças, levando em consideração que as  crianças podem ser 10 vezes mais vulneráveis do que os adultos quando expostas  a uma ampla faixa de produtos químicos. Esta é a primeira vez que a EPA  considera oficialmente a diferença entre adultos e crianças ao avaliar os  riscos de câncer devido à exposição a produtos químicos. A agência considera  tão significativa a questão da exposição química que divulgou um artigo específico  de orientação sobre os riscos de câncer em crianças, com a preocupação de que a  exposição a produtos químicos mutagênicos pode ser significativamente mais  perigosa para os jovens em geral. [1]À primeira  vista isto pode parecer irrelevante com relação à discussão do uso do telefone  celular pelas crianças. No entanto tem-se constatado que existe um grande  volume de evidências científicas, algumas das quais examinadas no presente  artigo, indicando que elas são também muito mais vulneráveis que os adultos aos  efeitos sobre a saúde da exposição à radiação de microondas oriundas dos  telefones móveis.
  As novas  diretrizes propostas pela EPA deveriam servir como um alerta geral. Elas  salientam que se deve oferecer uma maior atenção à proteção dos jovens quando  as evidências disponíveis apontarem para um maior risco à saúde de qualquer  agente ambiental, seja ele químico, de microondas ou de qualquer outra  natureza.   A  possibilidade de que as crianças possam incorrer em maior risco à saúde devido  ao uso do telefone celular é preocupante se levarmos em conta que é exatamente  esse universo que constitui o grupo de usuários do telefone móvel que mais  cresce atualmente. Esse crescimento é fortemente estimulado pelas campanhas  publicitárias profissionais da indústria de telefonia celular, porquanto elas  enaltecem que os celulares são indispensáveis ao estilo de vida desses jovens.  Parece até que na desesperada corrida para maximizar seus lucros corporativos  as indústrias trocaram a prudência pelos lucros de curto prazo.   Há, entretanto, custos de longo  prazo e esses constituem o foco deste artigo.  Na contínua campanha de publicidade do telefone  móvel em escala planetária, produzida pelas mesmas corporações transnacionais  que outrora nos brindaram com prazerosos personagens de desenhos animados, tais  como o “Joe Camel” da indústria de cigarros, não se costuma ouvir nenhuma  palavra de advertência. Entretanto dentro da comunidade científica há um número  crescente de especialistas clamando por urgentes medidas de precaução, pois se  existem efeitos adversos à saúde provocados pelo uso do telefone celular serão  justamente as crianças – na linha de frente da campanha publicitária – que  pagarão o preço mais elevado. Em prol da futura saúde de nossas crianças,  precisamos seriamente ouvir esses apelos e limitar o uso dos celulares por  elas. Estudo de Caso: Walt Disney Co. Um infeliz  exemplo de como a juventude está sendo deliberadamente focalizada pela  propaganda foi investigado pelo informativo Microwave  News (Notícias das Microondas), de Nova York. Na sua edição de maio/junho  de 2002, veiculou que, em novembro de 2000, ao mesmo tempo em que a ABC News difundia um programa de TV  expressando preocupações com o uso de celulares por crianças, a Walt Disney Co.  anunciava que não mais permitiria a utilização dos seus personagens de desenhos  animados na comercialização daqueles aparelhos. É importante salientar que a  ABC é uma subsidiária da Disney. Um porta-voz da Disney disse, naquela ocasião,  que a nova política permaneceria efetiva “até  que houvesse evidência confiável estabelecendo a ausência de quaisquer riscos  [à saúde],” e que “O bem-estar de  nossos consumidores é a nossa maior prioridade.” [2] À primeira  vista aquilo soava como uma postura responsável por parte da Disney, porém logo  apareceu como uma atitude vergonhosa daquela corporação, conforme publicado na  edição de julho/agosto da Microwave News:“A Disney e a  Motorola estão atuando em conjunto para explorar o mercado dos consumidores de  produtos eletrônicos, com idades entre 6 e 12 anos. Eles lançarão os primeiros  produtos no outono – um rádio bidirecional e um telefone sem fio de 2,45 GHz –,  acompanhados de outros no próximo ano. A Motorola afirma que os walkie-talkies terão um alcance de até  duas milhas. No último mês de julho a Disney anunciou que estaria lançando um  serviço que possibilitaria aos seus clientes de Taiwan transferirem imagens de  Mickey, Donald e Pateta para os visores de seus celulares. [Em 2000, a Disney  prometera não licenciar seus personagens para uso em telefones celulares “até  que houvesse evidência confiável estabelecendo a ausência de quaisquer riscos  [à saúde].” A Disney chegou mesmo a reafirmar esse compromisso, recentemente, à Microwave News.] ” [3]
  A única  conclusão que podemos tirar é que, enquanto todos os cientistas que pesquisam  os efeitos dos telefones celulares sobre a saúde não podem ainda anunciar boas  novas sobre os riscos, a Disney de alguma forma já descobriu “evidência  confiável estabelecendo a ausência de quaisquer riscos [à saúde].” Boas novas  para a Disney, pois agora eles podem prosseguir com sua nova iniciativa no ramo  das telecomunicações, em parceria com o paradigma da pesquisa realmente  independente, ou seja, a MOTOROLA.  Isso constitui  um sério conflito interesses, pois a Motorola, que está fornecendo ‘evidência  de segurança’, é quem ao mesmo tempo entra em uma importante parceria comercial  com a Disney.  Para sermos  compreensivos com a Disney, seus executivos, na melhor das hipóteses, teriam  tomado conhecimento apenas da opinião da Motorola sobre a segurança do uso de  telefones celulares pelas crianças e se constituiriam de felizes desinformados  de que a ciência não é assim tão preto e branco como lhes levaram a acreditar. Levando em consideração a grande influência da  Disney sobre muitos milhões de crianças no mundo, a possibilidade de que seus  produtos sem fio lhes causem danos deve ser considerada com seriedade.
 Opiniões de preocupação da comunidade científica 
        
          Em 1999, como resultado das preocupações do público       sobre possíveis riscos à saúde, provenientes da tecnologia de telefonia       móvel, o governo britânico constituiu o Independent Expert Group on       Mobile Phones (Grupo Independente de Especialistas em Telefonia       Móvel) – IEGPM – para examinar       os possíveis efeitos dos telefones móveis e estações transmissoras de       rádio base. Este grupo foi conduzido por Sir William Stewart, famoso       bioquímico britânico e presidente da British       Association for the Advancement of Science (Associação Britânica para       o Avanço da Ciência). O que fez da Investigação Stewart um questionamento       singular foi o fato de que a comissão era composta, quase que totalmente,       de especialistas da área biomédica – e, assim, capaz de enfocar muitos       anos de conhecimento especializado sobre o problema. Seu relatório, Mobile Phones and  Health (Telefones Móveis e Saúde), foi liberado em abril de 2000. Com  relação ao uso de telefones móveis pelas crianças o IEGPM afirmou:- “Se há atualmente efeitos adversos desconhecidos sobre a saúde,  provenientes do uso de telefones móveis, as crianças devem ser mais  vulneráveis, devido ao seu sistema nervoso ainda em desenvolvimento, à maior  absorção de energia nos tecidos da cabeça e a uma exposição mais prolongada  durante a sua vida inteira. De acordo com nosso enfoque de precaução, acreditamos  que o uso de telefones móveis por crianças, para ligações não essenciais, deve  ser desencorajado. Recomendamos também que a indústria de telefones móveis deve  abster-se de promover o uso de telefones móveis por crianças.” [4]
  Sir William afirmou numa  conferência científica na Universidade de Glasgow, em setembro de 2001, que os  fabricantes de telefones móveis freqüentemente anunciavam seus produtos como  itens “de volta às aulas” essenciais para as crianças. Tais anúncios são  irresponsáveis, disse Sir William. Ele acrescentou: - “Eles são irresponsáveis porque os crânios das crianças não estão  ainda totalmente desenvolvidos. Eles estarão usando telefones móveis por mais  tempo e seus efeitos não serão conhecidos, senão em longo prazo. A tecnologia  da telefonia móvel foi liderada pelas ciências físicas. Minha própria opinião é  que devemos fazer mais investigações sobre os possíveis efeitos biológicos.”  [5]
  Em janeiro de 2003, o Professor Lawrie Challis, que substituiu Sir  William Stewart como presidente da equipe Mobile  Telecommunications Health Research (Pesquisa sobre as Telecomunicações  Móveis e a Saúde) – The Stewart Committee – (A Comissão Stewart) –, reiterou a visão da comissão sobre crianças e o uso  de telefones celulares. Em uma entrevista a um jornal britânico, Prof. Challis  declarou-se horrorizado com o nível de uso do telefone móvel entre as crianças.  Ele disse que muito mais deveria ser feito no sentido de educar os jovens a  limitar o tempo que eles despendem ao celular. [6] 
        
          Preocupações a respeito do uso de telefones móveis       por crianças foram especificamente mencionadas em um recente relatório       (julho de 2002) da Science and Public Policy Institute (Instituto de Política e Ciência), com sede em Arlington, Virgínia, nos       Estados Unidos. O instituto foi fundado pelo Dr. George Carlo, que       anteriormente conduziu o programa de pesquisa de 28 milhões de dólares da       indústria americana dos sem fio sobre os possíveis riscos do uso do       telefone móvel sobre a saúde. O relatório “Proposals for  Supplementary Funding” (Propostas para Financiamento Suplementar) afirma na  sua página 4:“Uma especial preocupação com as crianças emergiu da pesquisa. Os  estudos revelaram que a radiação penetrava mais profundamente nas cabeças dos  adolescentes e crianças, resultando em uma maior exposição a ondas de rádio  potencialmente mais nocivas do que em adultos; o tipo de dano genético que foi  encontrado – presença de micronúcleos no sangue humano – é mais provável de  ocorrer em tecidos em desenvolvimento na fase de mitose, tais como o tecido  cerebral das crianças; a indústria dos sem fio dirigiu o crescimento do mercado  para as crianças e tem sido bem sucedida em aumentar o uso do telefone celular  entre elas e os adolescentes.”
  O relatório também recomenda o “desenvolvimento de material informativo  para crianças e seus pais, considerando a ciência e possíveis soluções que  podem ser adotadas nas escolas.” [7] 
        
          Em 8 de dezembro de 2000, a Deutsche Akademie Für       Kinderheilkunde undJugendmedizin(Academia       Alemã de Pediatria e Medicina de Adolescentes) emitiu um aviso aos pais       para que restringissem o uso de telefones celulares pelas suas crianças.       Eles aconselharam que todos os usuários de telefones móveis mantivessem       conversações as mais breves possíveis, porém que precauções adicionais       fossem adotadas com relação às crianças, em razão dos “riscos especiais à       saúde” associados com seus corpos ainda em desenvolvimento. [8]
   
        
          No dia 31 de julho de 2001, Wolfram Koenig, o novo chefe do Bundesamt fur Strahlenschutz,       a agência federal de proteção contra a radiação na Alemanha, afirmou em entrevista concedida       ao “Berliner Morgenpost” que “Os       pais deveriam manter seus filhos afastados daquela tecnologia [telefones       móveis]”. O Sr. Koenig, também um membro do Partido Verde alemão, disse       que “Algumas pessoas são muito sensíveis à radiação.” E encorajou as       companhias a não dirigirem suas campanhas publicitárias às crianças. [9]  
          Comunicado       feito perante uma reunião de um Inquérito do Senado Australiano em 2000:       Gerry Haddad, chefe da CSIRO       Telecommunications and Industrial Physics (CSIRO Telecomunicações e       Física Industrial) alertou que os novos padrões de exposição das       telecomunicações que estavam sendo propostos não se preocuparam em prover       um nível de proteção suficientemente elevado, particularmente com relação       às crianças. O Dr. Haddad afirmou “Restringir o uso do telefone celular às       crianças para propósitos essenciais... O Princípio da Precaução parece ser       uma boa idéia.” O Dr. Haddad queixou-se de que a opinião da CSIRO teria       sido rejeitada na formulação dos novos padrões de emissão, os quais se       omitiam de aconselhar que se restringisse o uso dos telefones celulares       pelas crianças. [10]   
        
          Um dia depois da liberação de um estudo dinamarquês       sobre telefonia celular, intitulado “Cellular       Telephones and Cancer – a Nationwide Cohort Study in Denmark”       (Telefones Celulares e Câncer – um Estudo de Coorte em toda a Dinamarca), uma equipe de cientistas dinamarqueses analisou as descobertas e questionou a validade das conclusões do estudo.       O Prof. Albert Gjedde, presidente da equipe e especialista em cérebro,       também manifestou preocupações de que as crianças seriam mais vulneráveis,       pois as suas células cerebrais estão ainda em crescimento e, por       conseguinte, o campo eletromagnético pode acarretar danos mais sérios aos       seus cérebros do que aos dos adultos. Além de aconselhar extrema cautela       quanto a acatar as promessas de segurança, ele sugeriu aos dinamarqueses       que reduzissem a exposição das crianças às emissões de telefones celulares       ao mínimo possível. [11] 
          Opinião de       Olle Johansson, Professor Associado da Unidade de Dermatologia       Experimental, Departamento de Neurociências do Instituto Karolinska,       na Suécia (setembro de 2001). “... Já em 1996, eu alertava publicamente sobre os efeitos das  radiações de microondas sobre as crianças devido ao seu uso de telefones  celulares. O debate também enfocava fortemente a responsabilidade a respeito de  anúncios e produtos voltados diretamente para as crianças e aqui na Suécia  houve uma grande reação com relação às propostas de até mesmo desenvolver e  vender telefones celulares para idades até 5 anos.” [12] 
        
          Opinião de       Sianette Kwee, professora do Departamento de Bioquímica Médica da       Universidade de Aarhus, na Dinamarca. (Membro do Comitê Editorial da       revista especializada Bioelectrochemistry,       representante dinamarquesa no grupo de Pesquisa Básica do projeto COST 281       da União Européia, intitulado “Potenciais Efeitos dos Sistemas de       Comunicação Sem Fio sobre a Saúde”). Campos de pesquisaBioeletroquímica: eletroporação – eletroquímica dos sistemas  biológicos;
 Bioeletromagnetismo:  efeitos biológicos dos campos eletromagnéticos ambientais (de freqüências  extremamente baixas e microondas) sobre o crescimento das células da placenta  humana.
 “Nossos estudos mostraram que havia uma mudança significativa no  crescimento dessas células depois de expostas a campos eletromagnéticos, tanto  de linhas de transmissão (ELF) quanto de telefones celulares (MW). Esses  efeitos eram mais pronunciados nas células jovens, que possuem crescimento mais  vigoroso, e muito menos nas células idosas. Esses resultados nos dizem, por  exemplo, que o campo de microondas dos telefones celulares deve afetar mais as  crianças do que os adultos.” [13]
 
        
          Opinião do       Dr. Gerard Hyland, da Universidade de Warwick, Coventry, Inglaterra e do       Instituto Internacional de Biofísica, Neuss-Holzheim, na Alemanha.       Resumo (tratando especificamente de crianças e o uso dos telefones       celulares) de seu Relatório dirigido ao Comitê STOA da Comunidade       Européia. “A maior vulnerabilidade das crianças pré-adolescentes:Espera-se um  risco (potencialmente) mais elevado das crianças pré-adolescentes do que dos  adultos – fato esse reconhecido no Relatório Stewart – pelas seguintes razões:
 
        
          a absorção de microondas na freqüência de  microondas usada em telefonia celular é maior (particularmente em 900 MHz) em  um objeto do tamanho da cabeça de uma criança – denominado efeito de  ressonância da cabeça – do que na cabeça dos adultos e, além disso, a  penetração da radiação no cérebro de uma criança é maior devido à menor  espessura da sua caixa craniana, quando comparada à de um adulto;o sistema nervoso ainda em desenvolvimento e o  grau de atividade das ondas cerebrais de uma criança (particularmente uma  criança epiléptica) são mais vulneráveis à agressão dos pulsos de microondas  usados no sistema GSM do que nos adultos já maduros. Isto se dá em virtude das  freqüências de repetição dos trens de pulsos, de 8,34 MHz, e de pulsação, de 2  Hz, que caracterizam o sinal de um telefone equipado com o modo DTX (transmissão  descontínua para economizar energia), caírem na faixa de freqüências das ondas  alfa e delta, respectivamente, que caracterizam a atividade cerebral. O fato de  que essas duas atividades elétricas particulares estão em constante mudança em  crianças até a idade de 12 anos, quando as ondas delta desaparecem e o ritmo  alfa finalmente se estabiliza, significa que o cérebro de uma criança deve ser  duplamente mais vulnerável a interferências dos pulsos de GSM;a maior atividade mitótica das células de uma criança  em desenvolvimento torna-as mais susceptível a danos genéticos;o sistema imunológico de uma criança, cuja  eficiência em todo caso é degradada pela radiação do tipo usado em telefonia  celular, é geralmente menos robusto do que o de um adulto, fazendo com que a  criança tenha menos capacidade de superar qualquer efeito adverso à sua saúde  provocado pela exposição (crônica) a tais radiações.” [14] 
          Dr. Hyland       foi também um consultor em um pequeno estudo espanhol, ainda não       publicado, que examinou modificações na atividade cerebral após uma       criança ter usado um telefone móvel. O referido estudo, conduzido pelo       Dr. Michael Klieeisen, do Instituto de Pesquisa Neurodiagnóstica, em       Marbella, Espanha, constatou que uma única chamada, durando apenas dois       minutos, pode alterar a atividade elétrica natural do cérebro de uma       criança, perdurando até uma hora após a exposição. Constatou-se também uma       grande penetração das microondas no cérebro e não apenas em torno da       orelha. Os expostos eram um garoto de 11 anos e uma garota de 13. Usando um  analisador CATEEN, conectado a uma máquina que monitorava a atividade cerebral,  os pesquisadores foram capazes de registrar imagens das mudanças de atividade  elétrica do cérebro.Durante uma entrevista, o Dr. Hyland comentou que os resultados eram  “extremamente perturbadores.” “Deve-se perguntar se as crianças, cujos cérebros  estão ainda em desenvolvimento, deveriam estar usando telefones celulares”,  acrescentou. “Os resultados revelam que os cérebros das crianças são afetados por  longos períodos, mesmo após ligações de curta duração... Seus padrões de ondas  cerebrais são anormais e assim permanecem por um longo período.” “Isso poderia  afetar o seu temperamento e sua capacidade de aprendizagem se eles, por  exemplo, estivessem usando um telefone durante o recreio.” “Nós não temos ainda  todas as respostas, mas as alterações das ondas cerebrais podem acarretar  problemas como falta de concentração, perda de memória, incapacidade de  aprendizado e comportamento agressivo.”
 “Se eu fosse um pai, seria extremamente cauteloso quanto a permitir que  meus filhos usassem um telefone celular, mesmo que por um período muito curto.  Meu conselho seria para que evitassem o uso dos celulares.”
 O Dr. Michael Klieeisen, coordenador do estudo, afirmou: “Nós fomos  capazes de ver com detalhes o que estava acontecendo no cérebro... Jamais  esperávamos ver essa atividade continua no cérebro... Preocupa-nos que os  delicados equilíbrios que existem – tais como imunidade a infecções e doenças –  possam ser alterados pela interferência com equilíbrios químicos existentes no  cérebro.” [15, 16]
 
        
          Professor       Leif Salford e colaboradores, autores de um estudo sobre possíveis danos       neurológicos provocados pela radiação do telefone móvel, advertem sobre as       possíveis implicações para os adolescentes. O Professor Salford e seus colaboradores na Universidade de Lund, na  Suécia, expuseram ratos de 12 e 26 semanas de idade, durante duas horas, a  radiações de microondas comparáveis às de um telefone celular do padrão GSM.  Foram escolhidos ratos com essas idades porque seu desenvolvimento corresponde  ao de humanos adolescentes. “A situação do cérebro em crescimento deve merecer  preocupação especial,” escreveram os autores, “uma vez que os processos  biológicos e de amadurecimento são particularmente vulneráveis.”Após cinqüenta dias de exposição, os cérebros dos ratos foram  examinados e descobriu-se que a exposição a microondas estava associada à perda  de albumina através da barreira hemato-encefálica e que o dano neurológico  crescia em proporção à duração da exposição. Embora o número de ratos do estudo  fosse pequeno, os autores afirmaram que “Os resultados combinados são altamente  significativos e exibem uma clara relação dose-resposta.” Eles alertaram: “Não  podemos excluir a possibilidade de que após algumas décadas de uso diário, toda  uma geração de usuários possa vir a sofrer efeitos negativos logo na  meia-idade.” [17]
 Numa entrevista à BBC News, o Professor Salford disse que “O cérebro de  um rato é muito parecido com o de um homem. Eles têm a mesma barreira  hemato-encefálica e o mesmo tipo de neurônios. Temos bastantes razões para crer  que o que acontece no cérebro dos ratos também acontece no dos seres humanos.”  [18]
 “Se extrapolássemos esses efeitos para os jovens usuários de celulares,  os resultados seriam assustadores. Podemos antever uma redução na capacidade de  proteção do cérebro, significando que aqueles que normalmente só viessem a  apresentar a demência de Alzheimer em idade avançada passassem a tê-la mais  cedo.” [19]
 O Professor Salford então alertou que os usuários de telefone móvel não  ficassem alarmados com as descobertas, já que resultaram de uma observação em  laboratório, com um pequeno número de animais e que havia a necessidade de  repeti-la.
 “No entanto,  esse resultado é suficientemente robusto para merecer mais pesquisa nesta  área.” Ele, então, acrescentou: “Talvez, colocar um telefone celular  repetidamente junto à cabeça é algo que não seja benéfico no longo prazo...  Quem sabe, deveríamos pensar em restringir o nosso uso dos telefones móveis.”  [20]
 O Prof. Salford disse, no programa da Rádio BBC britânica “You and Yours”, no dia 05 de fevereiro  de 2003, que não permitiria que suas crianças usassem um telefone móvel, a não  ser em uma emergência e que ele mesmo tomou a decisão de não usá-lo, a não ser  se absolutamente necessário. Ele disse ainda que considerava a realidade de um  dano cerebral como uma “probabilidade e não uma mera possibilidade.” [21]
 
        
          Opinião da       Diretora Geral da OMS sobre o uso de celulares por crianças:             (Citado  por Microwave News)“A Dra. Gro Harlem Brundtland, Diretora Geral da Organização Mundial da  Saúde (OMS), defende um enfoque de precaução com relação ao uso dos telefones  móveis,” segundo reportagens da Escandinávia.
 Em uma entrevista concedida ao “Dagbladet  Norge” (9 de março de 2002), um dos principais jornais da Noruega,  Brundtland desencorajou o uso de telefones móveis pelas crianças. Médica  pós-graduada em Saúde Pública, Brundtland já foi primeira-ministra da Noruega.
 Jon Liden, um assessor de imprensa do escritório de Brundtland, em  Genebra, confirmou a precisão do artigo norueguês no informativo Microwave News.
 O ponto-de-vista de Brundtland parece estar em conflito com o Projeto  Internacional de Campos Eletromagnéticos da OMS. “Políticas de precaução não se  aplicam aos campos eletromagnéticos,” disse, recentemente (vide MWN, S/O 01), o  Dr. Michael Repacholi, administrador do projeto. Na ocasião, ele não pode ser  localizado para comentar o assunto.
 Brundtland adverte  cada um a limitar a duração de uma chamada a um celular, embora ache que não  existe suficiente evidência científica que justifique editar um aviso formal.  Ela diz que tem dor-de-cabeça toda vez que usa um telefone celular. “No início,  eu sentia um calor moderado ao redor da orelha. Porém, o desconforto aumentava  até transformar-se em uma dor-de-cabeça, todas as vezes que eu usava um  telefone móvel,” disse Brundtland durante a entrevista. Ela acrescentou que  diminuir a duração das chamadas não ajuda. A entrevista foi destaque de primeira  página do “Dagbladet Norge” e foi  posteriormente veiculada pela imprensa sueca. [22]
 
        
          Opinião do       Professor Michael Kundi, do Instituto de Saúde Ambiental, da Universidade       de Viena, Áustria (artigo na edição de julho/agosto de 2002 do Microwave News): “Li com grande interesse o seu artigo na reunião de Roma sobre os  possíveis riscos dos telefones móveis para as crianças (MWN, M/J 02). Minha  instituição na Universidade de Viena e a ONG Médicos para um Ambiente Sadio  produziu um folheto informativo sobre os Telefones Móveis e as Crianças,  patrocinado pelo Partido Verde da Áustria. Ele desaconselha o uso dos celulares  pelas crianças. Os argumentos são semelhantes aos anteriormente veiculados por  outros. Além disso, entretanto, eles se baseiam em um fato não enfatizado antes  e, para minha surpresa, aparentemente não discutido em Roma. Além de possuir um  crânio mais fino e certamente um cérebro com diferentes propriedades  dielétricas por ser mais vascularizado – a cabeça de uma criança também possui  mais células-tronco que podem se transformar em células do sangue. Portanto, se as radiações de radiofreqüências e microondas têm uma  influência no desenvolvimento de câncer, seus efeitos serão maiores por duas  razões. Primeiro, as células mais vulneráveis estão apenas a alguns milímetros  da antena. (Ao que eu saiba, ninguém ainda calculou a SAR no interior da medula  óssea do crânio.) Em segundo lugar, quanto mais cedo na vida ocorrer uma  transformação maligna, maior a probabilidade de ela se transformar em uma malignidade  clínica.” [23]
 
        
          Carta de       Norbert Hankin, cientista ambiental da Agência de Proteção Ambiental dos       Estados Unidos, em resposta a George Carlo, coordenador do Projeto de       Proteção contra a Radiação. “Agradeço-lhe pela mensagem eletrônica comunicando sobre o novo projeto  para investigar a possibilidade de uma relação entre o uso dos telefones sem  fio e vários riscos à saúde... Sugiro que uma outra área de preocupação, que  não deve ser negligenciada devido ao potencial impacto sobre a qualidade de vida  de futuros adultos (hoje, crianças), é o possível impacto da tecnologia e dos  produtos das telecomunicações sem fio sobre a capacidade de aprendizagem das  crianças”.  O crescente uso das comunicações sem fio por crianças e nas escolas  resultará em exposição prolongada (possivelmente de algumas horas por dia), de  longo prazo (12 ou mais anos de exposição em salas de aula conectadas a redes  de computadores por enlaces sem fio) de crianças ainda em desenvolvimento, às  radiações de baixa intensidade de radiofreqüências (RF) moduladas por pulsos.  Estudos recentes envolvendo exposições de curta duração demonstram que  alguns efeitos sutis sobre as funções cerebrais podem ser produzidos por baixas  intensidades de radiação de RF moduladas por pulsos. Algumas pesquisas com  roedores mostram os efeitos adversos sobre a memória recente e remota. A  preocupação é que se tais efeitos podem ocorrer em crianças, então mesmo um  pequeno déficit na capacidade de aprendizagem durante anos de educação, pode  afetar negativamente a qualidade de vida desses indivíduos quando adultos. O  potencial efeito da exposição [à radiação] dos dispositivos de telecomunicações  usados pelas crianças sobre o seu aprendizado deveria ser contemplado pelo  Projeto de Proteção contra a Radiação.  Norbert Hankin, Cientista Ambiental, Agência de Proteção Ambiental  (EPA) dos Estados Unidos, Serviço de Radiação e Ar Interno (6609J), 1200  Pensylvania Avenue, N.W., Washington, D.C. 20460” [24] 
        
          O governo       francês em 1 de março de 2002 reiterou um comunicado aos usuários de       telefones celulares, lembrando-lhes que, como medidas de precaução, os       pais deveriam informar aos filhos que limitassem o uso dos telefones sem       fio, que as gestantes, se usassem um fone de ouvido, deviam manter o       telefone afastado dos seus ventres e que as adolescentes o mantivessem       afastados de seus órgãos genitais, ainda em desenvolvimento. [25]   
        
          Em 9 de outubro de 2002, vinte e dois médicos da Interdisziplinare       Gesellschaft fur Umweltmedizin e.V. (Associação Interdisciplinar       de Medicina Ambiental da Alemanha) – IGuMED – reuniram-se para       discutir suas preocupações sobre o crescente volume dos problemas de saúde       considerados como conseqüência dos níveis crescentes de radiação de altas       freqüências (radiações de radiofreqüências e microondas associadas à  tecnologia de telecomunicações). Alguns problemas de saúde que eles viram como conseqüência da  tecnologia foram: distúrbios de aprendizagem, concentração e comportamentais  (por exemplo distúrbio de déficit de atenção, ADD); flutuações extremas de pressão  arterial (mais difíceis de controlar com medicamentos); distúrbios de ritmos  cardíacos; ataques cardíacos e derrames em uma população cada vez mais jovem;  doenças neurodegenerativas (por exemplo Alzheimer) e epilepsia; leucemia e  tumores cerebrais.Dentre outras recomendações eles exigiram a proibição do uso de  telefones móveis pelas crianças e restrições de uso pelos adolescentes. [26]
 
        
          A Comissão       de Ciência e Educação da Associação Médica Britânica emitiu um       relatório temporário, intitulado “Os Telefones Móveis e a Saúde”, no dia       24 de maio de 2001. O relatório declara que os indivíduos deveriam limitar       sua exposição à Radiação de Radiofreqüência (RRF) e adotar um enfoque de       precaução que compreende, especificamente, limitar o uso dos telefones móveis       pelas crianças. [27]   
        
          Opinião da       Comissão Nacional de Proteção contra a Radiação não Ionizante Russa a       respeito da questão dos efeitos biológicos dos campos eletromagnéticos       associados à telefonia móvel. Em uma reunião no dia 19 de setembro de 2001, a Comissão Nacional de  Proteção contra a Radiação não Ionizante Russa (RNCNIRP) discutiu e aprovou as  seguintes recomendações para a população em geral e para a indústria de  comunicações celulares: 
        
          Apoiar o Princípio da Precaução da Organização Mundial  da Saúde, com base em dados publicados por estudos estrangeiros, generalizações  científicas, opiniões das organizações científicas internacionais e opiniões  dos especialistas da RNCNIRP para divulgar, em nome desta última, a seguinte  informação à população a respeito das seguintes regras centrais de segurança e  higiene, considerando o uso dos telefones celulares:
            Crianças  abaixo dos 16 anos de idade não devem usar telefone celular. Mulheres gestantes não devem usar telefone  celular. Não devem usar telefone celular pessoas  sofrendo de problemas ou doenças neurológicos, inclusive distúrbios  neurastênicos ou depressivos, distúrbios mentais, neuroses, deficiência  intelectual ou de memória, distúrbios do sono, epilepsia e pré-disposição a  ela.Limitar  a duração das chamadas telefônicas a um máximo de três minutos e permitir um  período entre chamadas de, no mínimo, 15 minutos. Dar preferência ao uso de  fones de ouvido ou sistemas hands-free.  Além das especificações técnicas, os fabricantes e  revendedores de telefones celulares devem incluir as seguintes informações  específicas:
            Todas  as recomendações supracitadas, quanto ao uso. Dados e  conclusões de relevantes testes epidemiológicos e de saúde sobre telefones  celulares, medições de campos eletromagnéticos e a identificação do laboratório  que os executou. [28] 
        
          Extrato do       artigo “Exposição à Radiação de Radiofreqüência e Microondas: uma Crise       Crescente de Saúde Ambiental?”, de autoria de Cindy Sage, da Sage Consultants (Consultores       Sage). Extraído da página web da       Sociedade Médica de San Francisco. “Estarão as crianças sob riscos maiores? Provavelmente, uma vez que  elas estão em crescimento e suas células estão se reproduzindo com mais rapidez  do que nos adultos. Diversos estudos associando linhas de potência ao câncer mostram  que as crianças são particularmente sensíveis a exposições crônicas a campos  eletromagnéticos de baixa intensidade e, como resposta, desenvolvem leucemia. O  uso de “telefones celulares infantis”, com um botão para a mamãe e outro para o  papai, são idéias terríveis neste ponto.” [29] 
        
          Ministros       dos governos da Tailândia e de Bangladesh expressaram suas preocupações       acerca do uso de celulares pelas crianças. Na Tailândia, Purachai Piemsomboon, cuja campanha contra o vício  afastou as crianças dos bares e casas noturnas, citou um estudo japonês que,  segundo ele, concluiu que os telefones celulares emitiam radiação prejudicial  aos neurônios e demais células cerebrais, especialmente dos jovens. Ele  salientou que se os adolescentes continuassem a ignorar essa advertência, seria  necessário editar uma lei proibindo o seu uso. [30]  Em Bangladesh, o Ministro do Meio Ambiente mencionou a possibilidade de  aprovar leis proibindo o uso de celulares por menores de 16 anos, a fim de  protegê-los de exposições à radiação, que poderia danificar seus cérebros. Ele  descreveu o plano durante uma conferência de médicos e cientistas na capital,  Daca. A legislação também prevê coibir as companhias de venderem telefones  móveis para crianças. As famílias serão encorajadas a mantê-los fora do alcance  das crianças. As operadoras de telefonia móvel de Bangladesh criticaram a  proposta, alegando não haver base científica para a medida. [31] O que dizem as autoridades australianas: A Australian Communications Authority (Autoridade Australiana de Comunicações) – ACA – distribuiu um panfleto, para  cada escola do país, intitulado Telefones  Celulares... sua saúde e a regulamentação da radiação eletromagnética de  radiofreqüência. Com respeito aos possíveis efeitos sobre a saúde, o  panfleto da ACA afirmava apenas que “A importância da opinião científica  nacional e internacional é de que não existe evidência substanciosa de que o  uso do telefone celular possa trazer efeitos perniciosos sobre a saúde.” [32]  Esse panfleto  é deveras enganoso porque apresenta uma versão bastante preconceituosa do que  seja “ciência”. Quando se refere à “Importância da opinião científica nacional  e internacional”, está, na verdade, se referindo à opinião e diretrizes de  exposição a radiofreqüências, estabelecidas pela International Commission on Non-Ionizing Radiation Protection (Comissão Internacional de Proteção contra a Radiação não Ionizante) – ICNIRP –recentemente incorporadas no  padrão australiano de RF. Entretanto, o que o panfleto da ACA omite é a sua  admissão da relevância limitada da ICNIRP, no tocante à exposição humana.  As diretrizes  da ICNIRP são essencialmente baseadas em estudos com animais sob exposições  elevadas e de curta duração, com o objetivo de determinar limites de exposição  capazes de evitar riscos imediatos à saúde (tais como aquecimento do tecido  corporal, conhecido como efeito térmico), como resultado de altos níveis de  exposição. Citando a própria ICNIRP:“A maioria dos  efeitos biológicos reconhecidos da exposição a campos de RF é consistente com  respostas ao aquecimento induzido... A maioria deles examinou outros resultados  que não o câncer, muitos examinaram respostas fisiológicas e  termo-regulatórias, efeitos sobre o comportamento e sobre a indução de  opacidades do cristalino (cataratas), bem como conseqüências adversas sobre a  reprodução, resultantes de exposições agudas a níveis relativamente elevados de  campos de RF. Muito poucos estudos são  relevantes para avaliação da exposição de RF sobre o desenvolvimento de câncer  em seres humanos.” [33] O panfleto da ACA poderia ser mais verdadeiro se  ele adicionasse às suas conclusões: “... Não existe evidência substanciosa de  que o uso de um telefone móvel pode causar efeitos nocivos sobre a saúde.” – porque a necessária pesquisa não foi ainda  realizada.
 É realmente  uma boa ciência para a ACA confiar em estudos animais sob exposições agudas e  de curta duração, para dar garantias de segurança quanto ao uso dos telefones  celulares, especialmente quando se trata de crianças? Isto, com certeza,  significa propaganda enganosa que só beneficia a indústria de telefones móveis.Mais  importante ainda, a ICNIRP não examina nem mesmo a possibilidade de outros  efeitos não térmicos em conseqüência de exposições a campos de RF e microondas  de baixas intensidades e longa duração, tais como as de usar um telefone  celular durante anos a fio. Como tal, isso é cientificamente irrelevante para o  caso em apreço. Entretanto, de um ponto de vista de relações públicas,  declarações como “Importância da opinião científica nacional e internacional”  soam impressionantes, à primeira vista.
  Em 1995, Dr. Ross Adey, um dos mais respeitados e  veteranos cientistas pesquisadores comentou a respeito da “Importância da  opinião científica nacional e internacional”, declarando:“A evidência de  laboratório sobre os efeitos não térmicos de campos de freqüências extremamente  baixas [linhas de potência], bem como de RF e microondas, constitui atualmente  um importante volume de literatura científica em periódicos que passam por  processos de revisão e aprovação pelos próprios pares cientistas (peer-reviewed). É minha opinião pessoal  que continuar ignorando esses trabalhos, no processo de elaboração de padrões,  é irresponsável ao ponto de tornar-se um escândalo público.” [34]
 Conclusão: O que temos é  uma batalha ideológica entre um número cada vez maior de especialistas  qualificados, exigindo uma postura de precaução para salvaguardar a saúde das  nossas crianças, versus o poder corporativo de uma indústria de bilhões de  dólares, cujas preocupações se baseiam apenas em maximizar seus lucros, às  possíveis expensas do futuro bem-estar de nossas crianças. O resultado deste  conflito pode não ser conhecido durante muitos anos, até que os jovens usuários  de telefones celulares de hoje já estejam em sua maioridade. Até então, se as  advertências de perigos sobre a saúde forem comprovadas, um dano irreversível à  saúde de muitos desses indivíduos já terá acontecido.  Cada pai, por  ventura tentado a permitir o uso irrestrito do telefone celular pelos seus  filhos, deve perguntar-se: Vale a pena correr este risco?  Quanto à Walt  Disney Co., se o bem-estar de seus consumidores for realmente a sua principal  prioridade, deve reconsiderar seriamente a sua mudança para o setor de  telecomunicações. Caso contrário, eles ousariam correr o risco de enfrentar  processos na justiça, caso se confirmem as advertências de perigos para a  saúde? Referências 
        
          “EPA Proposes New Cancer  Risk Guidelines”, J. Hebert, Associated  Press News, March 3, 2003. Also see the EPA Newsroom: http://www.epa.gov/newsroom/headline_030303.htm“A Mickey Mouse Policy”, Microwave News, Vol. 22, No. 3, pp 19,  May/June 2002.“Wireless Notes”, Microwave News, Vol. 22, No. 4, pp 7,  July/August 2002.Independent Expert Group on  Mobile Phones, Mobile Phones and Health,  Advice to Industry (1.53), pp 8, April 2000.“Mobile Phone Adverts For  Children Irresponsible”, J. Radowitz, PA News, 10 Sept., 2001.“The Government want us to  say that these masts are completely safe and aren’t dangerous, but we can’t say  that”, Interview by Andy Mosley – Express & Echo – Friday, January, 24,  2003.http://www.health-concerns.org/health_concerns/resources/proposal.pdf“German Academy of  Pediatrics: Keep Kids Away from Mobiles”, Microwave  News, Vol. 21, No. 4, pp. 5, Jan/Feb. 2001Article in the Berliner Mornenpost, July 31, 2001.The Australian Senate  Environment, Communications, Information Technology and the Arts References  Committee: Inquiry into Electromagnetic Radiation, June 2000. Also: “Kids phone  usage fears”, The Sunday Tasmanian,  March 18, 2001.Maisch, D., “Mobile Phone  Use: it’s time to take precautions”, ACNEM Journal, Vol. 20, No. 1, pp 4, April  2001.Personal correspondence with  Prof. Olle Johansson, The Experimental Dermatology Unit, Department of  Neuroscience, Karolinska Institute, Sweden (September, 2001).Personal correspondence with  Prof. Sianette Kwee, Department of Medical Biochemistry, University of Aarhus,  Denmark (September, 2001).Personal correspondence with  Dr, Gerard Hyland, University of Warwick, Department of Physics, Coventry,  England. Excerpt from his Report to STOA Committee of the EU. (Specifically  dealing with children and mobile phone use).“The child Scrambler – What  a mobile can do to a youngster’s brain in 2 minutes”, U.K. Sunday Mirror, 27  December, 2001.Personal correspondence with  Dr. Gerard Hyland.Salford, L., Arne, A.,  Eberhardt, J., Malmgren, L. and Persson, B., “Nerve Cell Damage in Mammalian  Brain after Exposure to Microwaves from GSM Mobile Phones”, In press, Env.  Health Per., http://ehpnet.niehs.nih.gov/docs/2003/6039/abstract.pdf“Mobile phones may trigger  Alzheimer’s”, BBC News, Health Contents: Medical Notes, 5 Feb., 2003, http://news.bbc.co.uk/2/low/health/2728149.stm“Phones damage brains”, The Mercury, pp. 3, February 7, 2003.“Mobile phones may trigger  Alzheimer’s” (as above)“Mobile phone signals kill  of brain cells”, Powerwatch web site, http://www.powerwatch.org.uk/Feb.6.2003“WHO Director on Cell  Phones: Follow Precautionary Principle”, Microwave  News, Vol. 22, No. 2, pp 6, March/April, 2002.“More Reasons Children May  Be at Risk”, Microwave News, Vol. 22,  No. 4, July/August, 2002.Letter from Norbert Hankin,  Environmental Scientist, U.S. Environmental Protection Agency (EPA), Office of  Radiation and Indoor Air (6609), 1200 Pensylvania Avenua, N.W. Washington, D.C.  20460, to Dr. George Carlo, Radiation Protection Project, April 27, 2000.“Eye on Europe”, Microwave News, Vol. 22, No. 2, pp 5, March/April,  2002.As reported by the EMR  Network: http://www.emrnetwork.org/news/IGUMED_english.pdf“Mobile Phones and Health”,  The British Medical Association’s Board of Science & Education, 24th  May, 2001.Letter from Vladimir N.  Bindi, head of Radiobiology Lab, General Physics Institute, Russian Academy of  Science, Moscow, to the EMR Network, February, 2003.Website of the San Franciso  Medical Society, http://www.sfms.org/sfm/sfm301h.htm “Thai Minister mulls cellphone ban for  youngsters”, Channel Newa Asia: Southeast Asia News, April 5, 2002.“Bangladesh to ban mobile  phones for children”, Ananova-Orange mobile news service (http://www.ananova.com), June 3, 2002.“Mobile phones… your health  and regulation of radiofrequency electromagnetic radiation”, Australian  Communications Authority, April 2001.International Commission on  Non-Ionizing radiation Protection. Health Issues Related to the use of  hand-held Radiotelephones and Base Transmitters, June, 1995.Personal correspondence with  Ross Adey, August, 1995.    Don MaischPO Box 96
 North Hobart
 Tasmania, 7002
 Australia
 E-mail: [email protected]
 Internet: http://www.emfacts.com
 
        
           [1]Neste  artigo, os termos telefone celular e telefone móvel são usados  indiscriminadamente. |