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http://www.protectingourhealth.org/newscience/prostate/2002/2002-0515wetherill.htm Wetherill, YB, CE Petre, KR Monk, A Puga, and KE Knudsen. 2002.
Algumas informações de fundo sobre câncer de próstata (adaptado de Wetherill et al):
Assim as descobertas de Wetherill et al. de que o Bisfenol A inicia a proliferação de células de câncer de próstata independente de androgênios em níveis de exposição extremamente baixos são de grande interesse. Seu trabalho foi feito em cultura de células. Se os mesmos mecanismos acontecem em homens adultos, o Bisfenol A pode estar interferindo com uma das armas fundamentais utilizada no tratamento contra o câncer de próstata. Para assim, primeiramente, estabelecerem os efeitos para a seguir estimularem o processo com seus mecanismos bioquímicos.
O quê eles detectaram? Wetherill et al. primeiro observaram uma dramática relação de dose-resposta não monotônica entre a exposição ao bisfenol A e a proliferação de células de adenocarcinoma prostático. Todos os seus experimentos foram conduzidos em níveis muito baixos de BPA (em níveis de nanomolar, ou seja, partes por bilhão ) [nt.: BPA é a sigla em inglês de bisphenol A]. Como é mostrado no quadro abaixo, a maior resposta ao BPA foi observada no meio da curva dose-resposta, em 1 nanomolar - nM. Como requerido, para o experimento bem sucedido, o controle positivo, a diidrotestosterona, aumentou a proliferação. Níveis baixos de BPA também estimulavam a proliferação enquanto o nível mais alto de BPA empregado, 100 nM, na verdade suprimiu levemente a proliferação.
Como se poderia esperar com base nestes resultados, os números de células do controle positivo (DHT) e as culturas expostas ao BPA aumentaram no decorrer do processo, demonstrando a proliferação.
Pesquisas anteriores em seu laboratório junto à Universidade de Cincinnati, havia caracterizado a via em que o DHT estimula uma série de eventos bioquímicos nas células LNCaP (nt.: sigla em inglês de lymph node carcinoma of the prostate-nódulo linfático de carcinoma da próstata) que as leva a proliferar. Na rodada seguinte de experimentos, Wetherill et al. mostraram que o BPA é capaz de estimular as mesmas séries, demonstrando que o BPA pode iniciar a proliferação em células de adenocarcinoma prostático através das mesmas vias bioquímicas e assim permitindo que as células “cheguem ao requerido pelo androgênio”. Indo mais a fundo nos mecanismos bioquímicos envolvidos, Wetherhill et al. demonstraram através de uma série de experimentos que o BPA ativa uma forma mutante do receptor do androgênio presente nas células androgênicas independentes da próstata (AR-T877A) (nt.: AR sigla em inglês de androgen receptor – receptor celular do hormônio masculino androgênio) e que o complexo BPA-AR-T877A então induz a expressão gênica, explorando a mesma via bioquímica usada pelo DHT nas células androgênicas dependentes. Seus dados demonstram que "a ativação do AR-T877A resulta na indução dos genes alvo do AR endógeno."
O quê isto significa? Como os autores observaram, "estes dados indicam a exposição ao BPA como um mecanismo potencial que pode facilitar a transição de adenocarcinomas prostáticos para uma independência androgênica”. A transição é o que causa a falha do tratamento hormonal para o câncer de próstata, conduzindo à depressão e morte do paciente. O que faz esta descoberta muito mais importante é de os níveis foram em nanomolar, tendo sido os efeitos altamente significativos. E estes são níveis que outros cientistas detectaram em homens adultos levando vidas normais (1.4 to 6.5 nM). Muitas perguntas científicas surgiram. É o receptor androgênico mutante AR-T877A a única forma alterada com a qual o Bisfenol A conecta e então ativa a expressão gênica? Manifestam outros xenoestrogênios efeitos similares, através do AR-T877A ou de outras formas? Está este mecanismo em operação nas células prostáticas dos homens? Existem efeitos detectáveis de que o BPA ou outros xenoestrogênios estejam fazendo avançar o câncer de próstata? Atualmente, nenhuma destas questões pode ser respondida. O que estes resultados significam para os homens que estão sob o tratamento de câncer de próstata? Até que estudos posteriores estabeleçam que o BPA não manifeste esta influência sobre os homens com câncer de próstata (o oposto do que se constata com células em teste de laboratório), aqueles que estiverem sob tratamento hormonal para este câncer e que estejam procurando meios para torná-lo mais efetivo, deveriam considerar formas de reduzir suas exposições ao Bisfenol A como uma medida de precaução. A exposição ao BPA vem de múltiplas fontes. Por exemplo, a resina plástica policarbonato, originada do BPA, é utilizada em resinas e selantes para prevenir caries dos dentes como para a película que protege as latas metálicas do contato com os alimentos ali contidos. É empregada da mesma forma como resina plástica de embalagens de alimentos, para se fazer prateleiras de refrigeradores, mamadeiras de nenês, garrafões retornáveis para sucos, leite e água mineral bem como em vasilhas para microondas e utensílios que se faz talheres plásticos (more...). A mais simples e menos controvertida destas exposições a ser reduzida é a dos produtos que se utiliza para se aquecer (por exemplo, no microondas) como em vasilhames feitos com policarbonato. Não faça isto. As quantidades da liberação do BPA do policarbonato são diretamente relacionadas à temperatura: quanto mais quente mais rápida será a liberação. Existem outros vasilhames prontamente disponíveis que se pode aquecer alimentos. Da mesma forma armazenar alimentos em embalagens feitas de policarbonato no refrigerador não demonstra ser a maior fonte de contaminação em função da baixa temperatura. Também não é pior se o vasilhame for velho quanto à rapidez ou não da liberação se comparado com novos produtos feitos com policarbonato. Enquanto esta recomendação é simples de programar em casa, o desfio é o fast food, onde plásticos de inúmeras variedades, incluindo policarbonato, são comumente utilizados como vasilhames para aquecimento de alimentos. O uso do Bisfenol A como película de proteção no interior das latas é muito problemático porque é impossível dizer, dado as exigências atuais de rotulagem, quais as latas de alimentos utilizam estas películas e quais não. Para aquelas latas com a película de Bisfenol A, o tipo de comida (gorduras?) e a forma como foi envasada na lata (ainda quente?) irão também afetar o quanto poderá ter contaminado. Um passo de precaução poderá ser a redução do consumo de alimentos envasados, especialmente aqueles que são ou contém gorduras (como os que são originários de carnes e/ou lácteos), pelo menos até a rotulagem atualizar-se com estes fatos. A "Food Standards Agency" (nt.: Agência de Padrões em Alimentos) inglesa supervisionou o conteúdo de Bisfenol (surveyed canned foods) e detectou uma grande variabilidade entre produtos e países. Concluíram que não havia risco à saúde. Esta conclusão foi feita (2001) quando ainda havia controvérsias sobre os efeitos serem de baixos níveis de BPA em razão das reclamações da indústria de que os resultados que demonstravam efeitos adversos não poderiam ser replicados. Estes resultados foram rebatidos e estão agora confirmados (now been confirmed). Além disso muitos outros estudos foram agregados a este rosário de preocupações quanto ao BPA, incluindo este feito por Wetherill et al. Esta decisão da “Food Standards Agency” da Inglaterra precisa ser prontamente revista. A “US Food and Drug Administration” (nt.: a Agência norte-americana de Alimentos e Fármacos) deve rever isto também. Alguns dos selantes plásticos odontológicos liberam Bisffenol A, outros não. De acordo com algumas estimativas (some estimates), o uso do Bisfenol A em selantes diminuiu (nt.: NOS ESTADOS UNIDOS E NÃO NO BRASIL QUE NEM SE SABE DISTO!!). Atualmente os selantes recomendados pela American Dental Association (nt.: Associação dos Odontólogos dos EUA) não lixiviam BPA. Pergunte ao seu dentista sobre este detalhe: qual o tipo de selante e resina que ela/ele está utilizando. http://products.mercola.com/natural-body-butter/
Tradução livre feita por Luiz Jacques Saldanha, abril de 2008. |