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Asbesto, Suas Propriedades Químicas e Físicas
Segundo de uma série de três artigos sobre asbesto: Sua história, propriedades químicas e físicas, usos, perigos à saúde e as implicações legais da asbestose e da mesotelioma. By Roberta C. Barbalace Descrição geral do Asbesto O asbesto é o nome dado a um grupo de fibras, que naturalmente ocorre em minerais de sílica, os silicatos. Geralmente existem na natureza em rochas ígneas metamórficas ou básicas ou ultrabásicas alteradas. Apesar do nome “asbesto” vir de tempos bem antigos, a U.S.EPA criou uma definição legal para a palavra asbesto, limitando o termo a seis minerais fibrosos específicos de dois grupos distintos: crisólitos (do grupo Serpentina); e amosita, crocidolita, tremolita, actinolita e antofilita (do grupo Anfibólio). O OSHA define a fibra do asbesto como tendo o comprimento > 5 mm e a razão entre comprimento:largura de 3:1 quando analisando amostras principais. O asbesto é resistente ao calor e à maioria dos químicos (a maioria das formas é quimicamente inerte). As fibras não evaporam na atmosfera ou se dissolvem na água. Não possuem odor ou sabor e não migram no solo. Na verdade, mesmo em tempos pré-históricos, foi considerado ser um material maravilhoso que tinha usos ilimitados. Nos tempos modernos existe, pelo menos, 5 mil tipos de diferentes produtos que são fabricados com asbesto. Propriedades químicas e físicas Para todas as propostas práticas, a maioria das formas de asbesto é inerte. Esta é uma qualidade que faz dele tão desejável para a indústria. São insolúveis tanto na água como em solventes orgânicos além de serem não inflamáveis. Enquanto o crisólito é solúvel em ácido, os anfibólios amosito, crocidolito e antofilito são resistentes aos ácidos. Bastante interessante, a maioria dos minerais de asbesto tem contrapartes não asbesto com composição química idêntica. No caso do tremolito, antofilito e actinolito, a palavra “asbesto” é acrescida depois do nome do mineral para distingui-los das formas não asbesto. Crisólito, crocidolito e amosito não precisam agregar asbesto ao seu nome porque as formas não asbesto têm nomes diferentes. Formas fibrosas e não fibrosas de um mineral podem ocorrer em um mesmo depósito. Isto faz sentido quando se considera como o asbesto é formado. Parece muito provável que temperatura e pressão possam ser suficiente para metamorfosear completamente alguma coisa, mas não com toda a rocha ígnea para formar asbesto. Características físicas do asbesto. Suas fibras não têm odor nem sabor detectáveis. Elas são todas sólidas que não se movem através do solo e são insolúveis em água. Sua cor variará muito de acordo ao seu tipo e composição metálica. O crocidolito que tem ferro e sódio somente como seus elementos metálicos, é o mais colorido, adornado com uma gama de cores incluindo matizes lavanda, azul e verde. Em geral, o asbesto que contém ferro pode mostrar uma cor verde que varia do verde claro ao escuro dependendo da quantidade de ferro presente. Tremolito não contém ferro, mas é parte de uma série mineral contínua com actinolito no qual o ferro e o magnésio podem livremente ser substituídos um pelo outro. Como resultado, alguns espécimes de tremolito podem mostrar uma gama de verde pálido. Crisótilo e tremolito que em forma pura não contêm ferro, tendem a ser brancos, juntos com actinolito e antrofilito que são agrupados como “asbestos brancos” e classificados como UN2590 (sob o sistema numérico químico ID das Nações Unidas). Amosito e crocidolito são classificados como UN2212. Foram utilizados extensivamente para uso comercial e são considerados extremamente perigosos. O crisótilo é mais flexível e é considerado ser menos perigoso do que o amosito e o crocidolito. Até agora, antofilito, actinolito e tremolito foram agrupados com o “menos perverso” crisótilo sob o sistema numérico das Nações Unidas. Sua ocorrência na indústria tem sido menos extensivo. Tremolito foi usado em laboratórios para filtragem de substâncias químicas. Actinolito é utilizado para asbesto industrial. Não há muita coisa reportada sobre o uso de antofilito. Todos os três tipos de anfibólios também têm formas não asbestos associados a eles na natureza. Estrutura Única O asbesto pode ser subdivido em duas grandes classificações de minerais: anfibólios e serpentinas. Todos menos uma forma, a crisólito, são anfibólios. Crisólito é serpentina. Tanto o asbesto anfibólio como o asbesto serpentina são fibrosos, mas eles têm diferentes formas. Os anfibólios são silicatos de dupla cadeia também chamados inossilicatos. A unidade estrutural básica é (Si4O11)-6,com grupos laterais que são responsáveis para estrutura completa dos anfibólios. Estes se distinguem dos outros pela quantidade e posição dos átomos metálicos, incluindo: sódio, cálcio, manganês, magnésio, ferro (2), ferro (3) e o alumínio. Há uma solução sólida completa entre membros finais de Na (sódio) e Ca (cálcio) e entre os membros finais de Mg (magnésio) e Fé (ferro). O grupo de minérios serpentina tem na fórmula Mg3Si2O5(OH)4 . Existem somente três serpentinas conhecidas. Duas são massivas e granulada fina (não tem formas asbesto). Crisólito é o único no qual as placas são contínuas e estruturadas para formar tubos contínuos que dá uma semelhança ao asbesto. Ele é muito flexível e menor quase sendo “friável” como os anfibólios. A fragilidade do asbesto é geralmente definida como a habilidade de facilmente transformar-se em pó só com a pressão do dedo. É esta sua fragilidade que libera as fibras do asbesto para a atmosfera resultando em problemas de saúde. O asbesto na natureza e em produtos sintéticos Há uma tendência entre as pessoas de imaginarem que todos os químicos que são perigosos à saúde foram criados em laboratório. Asbesto é um mineral de ocorrência natural que é encontrado em todo o mundo. É estimado existir em 2/3 das rochas na crosta terrestre. É freqüentemente detectado com seu contraparte não asbesto (um minério com a mesma fórmula química que não pode ser alterado tanto pela pressão como pelo calor). As fibras do asbesto são liberadas para o ambiente através da erosão e carreadas pelo vento. Os seres humanos inalam uma média de 10 mil a 15 mil fibras de asbesto por dia. Exposições ocasionais a níveis baixos aos asbestos parecem não trazer aspectos negativos em termos de saúde. Exposições contínuas em níveis elevados por outro lado, pode levar à morte. O asbesto tem sido utilizado em mais ou menos 3 mil produtos tanto para uso domiciliar como industrial. A indústria automotiva tem empregado em lonas de freio, materiais que envolvem as válvulas e para cobrir a embreagem. A indústria da construção é responsável pela vasta maioria do asbesto empregado e que pode ser encontrado em quase todas as partes dos prédios. Uma lista parcial destas construções inclui: isolamento da tubulação, ladrilhos de asfalto para piso, placas de vinil (nt.: é como os norte-americanos chamam os produtos de PVC), placas de gesso acústico e decorativo, produtos de cimento (chapa artificial para revestimento de paredes, divisórias, tubos, painéis, coberturas, produtos para separação, dutos, lâminas, telhas), condutos para aquecimento e elétrico, pinturas texturizadas, telhas para telhados e feitas de feltro, chapas moldadas para isolamento, spray utilizado para isolar, material de vinil para revestimento e toda a sorte de selantes. O uso de asbesto friável foi interrompido no final dos anos setenta, mas pode ainda ser encontrado em prédios mais antigos. Em razão de sua associação com doenças como a mesotelioma e a asbestose, novos empregos do asbesto foram sendo banidos nos EUA pela U.S.EPA. Em outubro de 1991, corte federal norte-americana derrubou uma regulamentação da EPA que bania a maioria dos usos do asbesto a partir de 1997. Somente produtos que não tivessem sido manufaturados, importados ou processados em julho de 1989 permaneciam sujeitos a proibição do asbesto. Enquanto a exposição ao asbesto foi sendo diminuída como resultado de programas de redução, foi recentemente levantada sua presença problemática em materiais que nunca se pensou que pudessem conter asbesto. Na vermiculita minerada no Monte Zonolite em Libby, Montana, detectou-se que contém asbesto do tipo tremolito e actinolito como também em outros quatro tipos de minérios (winchita, ricterita, ferro-edenita e magnesioarfvedsonita) que não estão listados pela EPA como minérios com asbesto, mas apesar disso todas têm as mesmas propriedades dele. Evidências confirmam a crença de que estas “formas não asbesto” provocam asbestose e mesotelioma entre os trabalhadores das minas em Libby, Montana. Agrega-se que os asbestos friáveis presentes nos asbestos minados em Libby, sob o nome de zonolito, podem ser perigosos à saúde para trabalhadores de viveiros (nt.: a vermiculita é empregada como substrato para mudas de plantas), para os encarregados de aplicar vermiculita como isolante e mesmo indivíduos ou trabalhadores em um dos milhões de prédios que contêm isolamento com zonolito. Em alguns talcos classificados como industriais detectou-se serem portadores de asbesto. Por outro lado, talcos classificados como cosméticos parecem ser livres de asbesto. A resposta à pergunta “o asbesto foi eliminado mesmo?”, é não. Ele não foi eliminado nem ele será definitivamente excluído. Diferentemente dos PCBs, DDT e dioxinas, o asbesto faz parte do ambiente natural. A resposta não é livrarmo-nos dele, mas mantermos os ambientes de trabalho e de vida nos quais o asbesto na atmosfera, com concentrações baixas suficientes que não resultem em saúde debilitada ou mesmo mortes originárias de asbestose, mesotelioma etc. Quando o asbesto detectado demonstra estar num estado no qual não será friável ou mesmo de se tornar como tal, a tendência atual é deixá-lo como está. Algumas vezes remover o asbesto não friável de construções pode aumentar mais do que diminuir as chances de exposição ao asbesto friável. Se ele é constatado como friável (esfarelado ou pulverulento, ou mesmo de um que já em sua forma natural está quase se transformando em poeira), a remoção é freqüentemente a única saída. Mas este processo precisa ser deixado para ser feito por especialistas em redução de danos do asbesto. E mais importante é que o manejo com asbesto deve ser também controlado desde a sua origem. Como se dá sua entrada em produtos industriais e de consumo? Anteriormente o único meio considerado importante na introdução do asbesto em nossos lares e locais de trabalho era via produtos nos quais foi de maneira intencional. Subitamente, é detectado que existem formas de impureza acidental (como na vermiculita e no talco). Soma-se agora, tipos de minérios que antes se pensava não serem associados com os asbestos, mas que foram detectados terem propriedades do mesmo tipo deles. Análises nas fontes de asbestos são necessárias para limitar a exposição aos trabalhadores e ao público em geral. Será necessário que governos, industrias e população em geral, trabalhem juntos para enfrentarem os novos desafios da contaminação com asbesto. Bibliografia
Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, julho de 2006.
http://environmentalchemistry.com/yogi/environmental/asbestosproperties2004.html NO BRASIL VER SITES: http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=6461
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