site original: http://www.ehjournal.net/content/4/1/28

 

Um estudo seccional cruzado da associação entre poluentes organoclorados persistentes (POP’s) e diabetes.

Lars Rylander , Anna Rignell-Hydbom  e Lars Hagmar

Environmental Health: A Global Access Science Source 2005, 4:28     doi:10.1186/1476-069X-4-28

Publicado me 29 Novembro 2005.


Resumo (provisório) 

Retrospectiva 

Evidências experimentais sustentam a hipótese de que os poluentes organoclorados persistentes (POPs) podem causar a diabetes mellitus tipo 2, apesar de não haver convencimento epidemiológico completo para tal associação. Na Suécia a fonte mais importante de POPs é a exposição à gordura de peixes. Nós estimamos a associação entre os níveis de POPs no soro e a prevalência de diabetes entre os pescadores e suas mulheres na Suécia, face seu alto consumo de gordura de peixes do Mar Báltico. 

Métodos 

Em 196 homens (idade média de 60 anos) e 184 mulheres (idade média de 64 anos), nós analisamos o 2,2',4,4',5,5'-hexaclorobifenilo (CB-153) [nt.: esta é uma das 209 substâncias que fazem parte da família dos PCB’s] e o 1,1-dicloro-2,2-bis(p-clorofenil)-etano (p,p'-DDE) [nt.: este é o metabólito mais conhecido do agrotóxico DDT] em soro empregando espectrômetro/cromatógrafo de massa. Perguntamos aos participantes se eles tinham diabetes e, caso positivo, desde que ano e também sobre medicação e dieta. A relação de probabilidade para diabetes com respeito às variáveis da exposição continuada foram analisadas com regressão logística, ajustando às confusões potenciais. Além disso, a tendência da prevalência da diabetes com relação às exposições variáveis tricotomizadas foram avaliadas com o teste de “Jonckheere-Terpstra”. 

Resultados 

Seis por cento dos homens e 5 % das mulheres tinham diabetes. Depois de ajustar a mistura para chegar ao CB-153 foi significativa a  associação com a prevalência de diabetes usando ambas categorias e os  dados da exposição continuada (um crescimento de 100 ng/g de gordura correspondeu a uma relação de probabilidade de 1.16, 95% do intervalo de confiança [IC] 1.03, 1.32, p=0.03). Associações semelhantes foram observadas para o metabólito p,p'-DDE (um crescimento de 100 ng/g de gordura correspondeu a uma relação de probabilidade de 1.05, 95% IC 1.01, 1.09, p=0.006). Uma análise estratificada de gênero mostrou, entre homens, associações positivas consistentes com o CB-153, mas um padrão mais ambíguo com respeito ao DDE. Em contraste, entre as mulheres as associações com o p,p'-DDE foram fortes do que com o CB-153.  

Conclusões 

O estudo forneceu sustentação de que a exposição aos POP’s pode contribuir para a diabetes mellitus tipo 2.

 

Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2005.