02 de dezembro
de 2005.
US empurram limites quanto ao destruidor da camada de ozônio.
Significa
que o brometo de metila pode não ser ainda cancelado como agrotóxico.
Charlotte Schubert
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Methyl bromide is widely used as a pesticide on strawberries.
© Getty |
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Os
Estados Unidos está capitaneando a convocação para que continue o emprego
do brometo de metila como agrotóxico. É a derradeira substância química,
agressora à camada de ozônio,
que permanece sendo usada em larga escala e também é devido ao fato
de que este ano ela seria definitivamente cancelada em países desenvolvidos.
Sob os
termos do Protocolo de Montreal de 1987, os países acordaram remover
o emprego de uma série de substâncias químicas que agridem a camada
de ozônio. Mas quando as partes da convenção se encontrarem no próximo
dia 12 de dezembro, em Dakar, Senegal, os delegados deverão avaliar
o requerimento dos US para utilizar o volume, em 2007, de mais do que
6 mil e 500 toneladas de brometo de metila. A América do Norte emprega
esta substância mais do que qualquer outro lugar no mundo, principalmente
como agrotóxico em morangos, tomates e outras culturas.
Outros
países, incluindo Austrália e Japão, também demandaram por exceções
no passado, mas os Estados Unidos States liderava o grupo: sua demanda
para o emprego em 2005 é maior do que todos os outros juntos.
Sob
pressão
Para
alguns, demandas fora do comum refletem a capitulação dos US às pressões
dos grupos de agricultores e dos fabricantes de brometo de metila.
"É
o primeiro esforço sério de quebra do Protocolo de Montreal," diz
David Doniger, diretor de política junto ao Natural Resources
Defense Council/NRDC (nt.: Conselho
de Defesa dos Recursos Naturais), Washington DC. Doniger tem um processo contra a
US Environmental Protection Agency/EPA (nt.: Agência norte-americana de Defesa Ambiental) por falhar na implementação
das partes da Convenção.
É
o primeiro esforço sério de quebra da Convenção.
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David Doniger, diretor de política junto ao US
Natural Resources Defense Council |
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No entanto representantes da indústria do abribussiness
estão em oposição em razão do imenso valor da colheitas e pela eficiência do brometo
de metila como agrotóxico, o que significa que seu uso continuado é
justificável.
“Não há exatamente um substituto perfeito para este
ponto”, diz James Elkins, um físico especialista em temas ligados à
atmosfera do National
Oceanic and Atmospheric Administration (nt.: Agência
Nacional sobre Oceanos e Atmosfera) em Boulder, Colorado. "Mas poderíamos invocar a diminuição da possibilidade
de recuperação da atmosfera e assim estamos diante de uma espécie do
jogo cabo-de-guerra."
Clareando o firmamento
O brometo de metila é extremamente danoso, diz
Elkins. Na estratosfera, ele se metaboliza e libera o bromo, que destrói
o ozônio e permite que os raios ultravioletas do som penetrem na atmosfera
mais facilmente. O bromo é 45 vezes mais danoso do que o cloro, que
é liberado das terríveis substâncias que agridem a camada de ozônio
como os clorofluorcarbonos (CFCs).
Comparando com os CFCs que ficam de 50-100 anos atuando
na atmosfera, o brometo de metila persiste na atmosfera por somente
um ano. O consumo do brometo de metila foi cortado em mais do que a
metade desde 1991, ano base para a Convenção. Diz Elkin que estas medidas
já detectam efeitos positivos sobre a atmosfera.
Clamores injustos
Este ano, as isenções requeridas pelos US caíram a
poucos pontos percentuais depois das negociações e estão caindo por
completo. Mas o país ainda está importunando outros na mesa de negociações.
"Nós estamos muito preocupados que este campo
de negociações não está equilibrado entre os US e as outras partes,"
diz Tom Batchelor, um dos representantes políticos junto à Comissão
Européia em Bruxelas. Ele diz que os Estados Unidos requereu permissão
para empregar mais brometo de metila em 2005 do que consumiu em 2003,
"ou seja, mais permissão do que supressão”.
A Europa teve permissão de utilizar 4.400 toneladas
de brometo de metila em 2005, mas de acordo com Batchelor numa avaliação
interna a quantidade atualmente usada foi menos do que 3.000 toneladas.
"Não vemos os Estados Unidos indo por este mesmo sistema rigoroso
de avaliação."
Claudia McMurray, vice-secretária auxiliar ambiental
dos US, admite que está havendo conflitos. "Mas os US está levando
muito bem por fazer disto um caso técnico”, ela acrescenta.
Tradução
livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de 2005.
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