
O Professor Richard Sharpe, da Medical Research Council, afirma que esses produtos químicos que geram disfunção hormonal, “feminizam” os meninos no útero. Alertou que estes produtos químicos são encontrados em alimentos, cosméticos e produtos de limpeza, ameaçando a fertilidade masculina, com defeitos congênitos e baixa contagem de espermatozóides.
http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2009/06/04/Common-Chemicals-Threaten-Male-Fertility.aspx
June 04 2009
O Professor Sharpe diz que estes Disruptores endócrinos presentes em muitos alimentos também geram câncer testicular.
Pensa-se que todas essas condições, coletivamente chamadas de síndrome de disgenesia testicular (Testicular Dysgenesis Syndrome/TDS), estão ligadas à disruptura do hormônio masculino testosterona. O Dr. e Professor Sharpe concluiu que a exposição ambiental a um coquetel de produtos químicos que agem como disruptores hormonais é provavelmente, pelo menos em parte, a responsável ao bloquear a ação da testosterona no útero.
Seu último relatório foca pesquisas com animais que demonstram que estes químicos que geram disrupturas na testosterona podem causar desordens do tipo TDS.
Fontes:
Comentário do Dr. Mercola:Em anos recentes, mais e mais evidências têm emergido, mostrando que certos químicos estão causando danos no sistema endócrino tanto da vida selvagens como dos seres humanos. Infertilidade masculina, em particular, está em crescimento e em torno de 250 mil meninos a menos nascertram nos últimos 30 anos nos EUA e Japão.
Cientistas estão conectando estes fenômenos a uma acumulação de tóxicos “vinculados aos gênros”, chamados Disruptores endócrinos.
Baseado em evidências iniciais, o Congresso norte-americano passou a lei de proteção aos alimentos (nt.: Food Quality Protection Act) em 1996, que determinou à EPA a iniciar o programa de triagem dos Disruptores endócrinos (nt.: http://www.epa.gov/scipoly/oscpendo/index.htm) para identificar os Agrotóxicos e os contaminantes ambientais quanto ao seu potencial de afetar os sistemas endócrinos tanto de animais como dos seres humanos.
Entretanto, apesar do fato de que mais do que década se passou desde o começo do programa, o mercado está literalmente inundado com substâncias químicas que têm o potencial de causar estragos sobre nossa saúde. Especialmente quando estamos expostos a eles em miríades de combinações nunca avaliadas.
Diz a diretora do CHEM Trust (nt.: http://www.chemtrust.org.uk/), Elizabeth Salter Green:
“As substância químicas que têm sido mostradas que agem conjuntamente afetando a saúde reprodutiva masculina, devem ter seus riscos avaliados conjuntamente. Infelizmente não é o que está acontecendo atualmente. Elas são avaliadas isoladamente.
Assim, a afirmativa governamental de que as exposições são muito baixas para terem efeitos não tem nenhuma lógica já que está baseada na perspectiva de que os regulamentadores não estão levando em conta as ações aditivas destas substâncias que geram disfunções hormonais.”
Por que precisamos proteger nosso sistema endócrino?
O nosso sistema endócrino é uma complexa rede de glândulas, hormônios e receptores que trabalham em parceria com nosso sistema nervoso para controlar todas as funções e processos de nosso organismo.
As glândulas de nosso sistema endócrino e os hormônios, liberam sua influência praticamente sobre todas as células, órgãos e funções de nosso corpo. São o instrumental que regula nosso ânimo, crescimento e desenvolvimento, função dos tecidos, metabolismo como também a função sexual e os processos reprodutivos.
Os Disruptores endócrinos são substâncias ou misturas que alteram as funções de nosso sistema endócrino e consequentemente causam efeitos adversos de sáude tanto ao nosso próprio organismo como aos nossos descendentes.
Estes tipos de químicos podem produzir seus efeitos por:
- Mimetizar a atividade biológica de nossos hormônios ao se ligar ao seus receptores celulares. Podem iniciar nossa resposta normal das células à ocorrência natural do hormônio em momento errado ou em extensão excessiva (efeito agonístico).
- Conectar-se ao receptor, mas não o ativa. Com a presença deste químico sobre o receptor impede a conexão do hormônio natural (efeito antagonístico).
- Conectar-se às proteinas de transporte da corrente sangüínea, alterando assim a quantidade de hormônios naturais que estão presentes na corrente sangüínea.
- Interferir com os processos metabólicos nos nossos organismos, afetando a relação de síntese ou a degradação dos hormônios naturais.
Até agora, as principais áreas das pesquisas científicas têm se focado na disfunção dos hormônios, destacadamente estrogênios e androgênios, que desempenham papel maior no desenvolvimento e na reprodução.
Estes hormônios também influenciam nosso sistema imunológico e o metabolismo em geral.
A mais forte evidência demonstrando que a exposição aos químicos ambientais podem levar à disruptura da função endócrina vem das bizarras alterações observadas em numerosas espécies da vida selvagem, como os peixes machos que se transformam em fêmeas, rãs desenvolvendo uma variedade de defeitos (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2009/12/26/Prevail-Against-Pests-without-Pesticides.aspx) como múltiplos testículos ou ovários e ursos hermafroditas, só para citar alguns poucos.
Os Doze Sujos – potenciais Disruptores endócrinos a serem evitados.
Químicos que geram disfunção endócrina estão em atualmente todos os lugares. Somos expostos a eles através de inúmeras fontes, incluindo incontáveis produtos de consumo doméstico diário, brinquedos, produtos de cuidado pessoal e cosméticos (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2006/03/30/antiperspirant-use-increases-breast-cancer-risks.aspx).
Aqui está uma lista de doze agentes comuns coom atividade hormonal, ou seja, Disruptores endócrinos em potencial:
- Ftalatos (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2011/06/04/new-study-finds-major-toxins-in-many-cosmetics.aspx) – Exposição aos ftalatos pode levar à descida incompleta testicular em fetos. Ftalatos são encontrados em piso de vinil ou PVC, detergentes, plásticos automotivos, sabonetes, xampus, desodorantes, perfumes, spray de cabelo, esmalte de unhas, sacolas plásticas, embalagens de alimentos, mangueiras de jardins, brinquedos infláveis, bolsa de sangue e tubos intravenosos.
- Bisfenol A (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2008/04/15/synthetic-estrogens-wreak-havoc-on-your-reproductive-system.aspx) – ingrediente comum em muitas resinas plásticas, incluindo aquelas de garrafas d’água reutilizável e em lâminas plásticas de latas de alimentos e ainda em selantes odontológicos. Ele pode alterar o curso do desenvolvimento fetal de tal forma que aumenta o seu risco de câncer de mama.
- Ácido perfluoroctanóico (nt.: perfluorooctanoic acid/PFOA) — detectado em revestimentos anti-aderente (contra gordura e umidade) tipo Teflon e Gore-Tex, é um possível carcinogênico.
- Metoxiclor e Vinclozin — um inseticida e um fungicida respectivamente, que têm sido identificados como geradores de alterações em camundongos machos nascidos em até quatro gerações subsequentes após a contaminação inicial.
- Nonilfenol etoxilato (NPEs) (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2007/07/26/alarm-over-gender-bender-chemical-in-household-cleaning-products.aspx)– conhecido como sendo um potente disruptor endócrino, este químico afeta a expressão gênica por ligar ou desligar certos gens e interferir com a forma como opera o nosso glandular. Mimetiza o hormônio feminizante estrogênio e tem sido realcionado como uma das razões por trás do porquê algumas espécies marinhas estão passando de machos a fêmeas.
- Hormônios bovinos de crescimento (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2010/05/04/the-estrogen-dilemma.aspx) – comumente adicionado à pecuária leiteira comercial dairy eles têm sido realcaionado como um contribuidor à adolescência prematura.
- Produtos de soja (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2008/10/07/the-evidence-against-soy.aspx) – que estão contaminados com substâncias tipo hormônios (nt.: as chamadas isoflavonas, ou fitohormônios).
- MSG (nt.: glutamato monossódico) — um aditivo alimentar que tem sido relacionado à redução da fertilidade.
- Flúor — este químico presente nos suprimentos de água tratada nos EUA tem sido relacionado às menores taxas de fertilidade, disfunção endócrina e menores números de espematozóides.
- Fármacos produzidos sinteticamente – que são intencionados a serem hormônios altamente ativos, como as pílulas anticoncepcionais e os tratamentos para cânceres sensíveis a hormônios. Nossos organismos não são projetados para serem expostos a estes hormônios sintéticos e uso por longo tempo invariavelmente aumentarão o nosso risco ao desenvolvimento de doenças crônicas.
- Outros químicos naturais – incluindo toxinas produzidos componentes de plantas [os assim chamados fitoestrogênios, como a genesteína (nt.: isoflavona da soja) ou coumestrol (nt.: fitohormônio de leguminosas)] e certos fungos.
- Outros químicos sintetizados artificialmente – e subprodutos liberados no ambiente. Estes incluem alguns Agrotóxicos (como os piretróides, linuron, vinclozolin, fenitrotion, DDT e outros oganoclorados) além de numerosos químicos industriais como os policlorados bifenilos e as dioxinas (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2008/01/02/pvc-and-breasts.aspx).
Como fazem estes químicos para afetarem nossa saúde?
Certos padrões de saúde ao longo de décadas recentes sugerem que químicos que geram disfunção hormonal agem no silêncio. E incluem:
- declínio na contagem de espermatozóides (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2011/03/08/7-surprising-sperm-killers-that-could-leave-men-shooting-blanks.aspx);
- aumento da incidência de meninos nascidos com malformações genitais;
- aumento da incidência de certos tipos de cânceres sensíveis a hormônios;
- prejuízos no desenvolvimento neural, causando problemas de memória e baixo QI;
- prejuízo no comportamento sexual;
- puberdade precoce (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2007/10/06/puberty-at-8-girls-earlier-puberty-puts-them-at-higher-risk-for-cancer.aspx); e
- retardo no desenvolvimento sexual.
Um dos exemplos mais infames dos perigos dos Disruptores endócrinos.
O exemplo mais claro dos efeitos desastrosos e de longo prazo de um disuptor endócrino é o do dietilestilbestrol (DES) (nt.: http://articles.mercola.com/sites/articles/archive/2008/04/15/synthetic-estrogens-wreak-havoc-on-your-reproductive-system.aspx), um etrogênio sintético prescrito entre as décadas de 50 e 60, para 5 milhões de mulheres grávidas para a prevenção de aborto espontâneo.
Muitas destas crianãs terminaram com deformidades físicas e anormalidade em seus desenvolvimentos e algumas das meninas desenolveram uma forma inusual de câncer vaginal quando alcancaram a puberdade.
Consequentemente, o DES foi banido nos anos 70. Mas o dano ainda perdura e alguns casos continuam se mostrando nos bebês na segunda geração. E, embora o DES não esteja mais no mercado (nt.: conforme informações informais, este medicamento ainda é fornecido a homens com metástese de câncer de próstata para aliviar dores nos ossos), outros químicos similares como o Bisfenol-A (BPA), citado nestes textos em várias ocasiões.
Como proteger nossa saúde e de nossas crianças.
Se tivermos crianças ou planejamos engravidar, este é efetivamente um assunto que precisamos prestar atenção. Ainda porque muitos são os produtos que contêm Disruptores endócrinos de variados tipos. Na verdade, tentar evitá-los todos pode parecer uma tarefa impossível .
É difícil, sim, mas há ainda numerosas estratégias práticas que podemos implementar para limitar a exposiçção aos Disruptores endócrinos e outros tóxicos comuns.
Aqui estão treze medidas práticas que podemos tomar conosco e nossas crianças para nos protegermos destas substâncias tóxicas comuns que podem ser devastadoras com o nosso delicado sistema endócrino:
- armazenar os alimentos em vidros sempre que possível, já que este é o recipiente mais inerte que se pode utilizar;
- usar prodtuos de limpeza naturais em nossas casas. A maioria das lojas de produtos naturais têm estes produtos à disposição ou se pode procurá-los online;
- comprar e comer produtos orgânicos e de animais criados ao ar livre já que os alimentos orgânicos reduzem nossa exposição a Agrotóxicos e fertilizantes. Isto também se aplica ao leite que frequentemente é contaminado com hormônios bovinos de crescimento;
- evitar peixe convencional ou criado em fazendas artificialmente que estão muitas vezes fortemente contaminados com PCBs e mercúrio. Em vez disso, suplementar com óleo de alta qualidade de ou comer peixe que seja pescado em ambiente selvagem e testado sobre sua pureza em laboratório;
- evitar alimentos processados e aditivos alimentares artificiais de todos os tipos, incluindo adoçantes artificiais e MSG;
- desfazer-se de tudo que for de Teflon;
- ter a água tratada testada e, se contaminantes forem detectados, instalar um filtro d’água apropriado em todas as torneiras (mesmo naquelas no chuveiro e na banheira);
- somente use produtos naturais de limpeza em nossas casas;
- evitar o uso de purificadores de ar artificiais, secantes de lençóis, amaciantes ou outras fragrâncias sintéticas;
- mudar para produtos de toilete naturais, incluindo xampus, pasta de dentes, antiperspirantes e cosméticos;
- quando remodelarmos nossas residências, procurar por produtos alternativos “verde” e livre de tóxicos no lugar de tintas convencionais e revestimentos feitos com vinil e PVC;
- trocar as cortinas de vinil ou PVC por uma feita de tecido; e
- nt.: título do livro em inglês Our Stolen Future e pesquisar no site: http://www.ourstolenfuture.org/) que é uma excelente fonte para este tópico.