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Science Society Sustainability
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ISIS Press Release 24/11/05
A REDENÇÃO DO MUNDO DE LIXO PLÁSTICO A fully referenced version of this article is posted on ISIS
members’ website. Details here O MUNDO DO LIXO PLÁSTICO Os lixos que espalham confusão nas cidades,
parques, praias e em todos os cantos transformam em deprimentes quaisquer
partes do globo. Tornaram-se o símbolo da cultura de massa do descartável:
barato, inútil, mesmo que passageiros obstinadamente não degradáveis
e inassimiláveis. Estes subprodutos da indústria petrolífera são os
ícones de uma economia industrial construída na super-exploração
do petróleo e outros combustíveis fósseis que transformam o planeta
literalmente num mundo do lixo terminal. Ocupar-se com os lixos plásticos
adquiriu significância não longe diante da redenção derradeira. O mundo consome 100 milhões toneladas de
materiais plásticos – 36,8 milhões na Europa, 5
milhões no Reino Unido – e crescendo de 3 a 4 por cento a cada ano
[1,2]. O maior setor isolado, 37,3 por cento, está nas embalagens.
Há em torno de 50 diferentes grupos de plásticos com centenas de diferentes
variedades. A quantidade de lixo plástico gerado anualmente
no Reino Unido estava estimada, em 2001, em 3 milhões de toneladas.
Apesar de todos os tipos de plásticos podem ser reciclados, somente
7 por cento atualmente são. O restante são
abandonados em aterros (80%) ou incinerados (8%). A maioria
dos plásticos não são biodegradáveis o que significa que eles levarão
um longo tempo para se decomporem, naturalmente. Quantidades significativas de combustível
fóssil são requeridas para se fazer plásticos, tanto como matéria
prima como energia para fabricá-los. Em torno de 4
por cento da produção anual do mundo de petróleo são utilizados como
matéria prima e outros 3 a 4% para fabricação.
A fabricação de plásticos exige uma boa
quantidade de água, produzindo resíduos e a emissão de gases estufa.
Envolve ainda a utilização de substâncias químicas perigosas, especialmente
com o PVC (polivinil cloreto), o segundo tipo de plástico mais comum
no mundo, gerando além disso substâncias
tóxicas durante a fabricação [3,4]. Enterrando resíduos plásticos
nos aterros ou queimando em incineradores cria ainda mais danos para
a saúde e o ambiente (ver quadro). A melhor maneira de cortar o lixo plástico
é reduzir seu uso, eliminando as embalagens desnecessária
e a reutilização de itens tais como sacolas plásticas, brinquedos,
frascos de cosméticos etc. O melhor uso a seguir é reciclar. PVC – O PLÁSTICO VENENOSO PVC, polivinil
cloreto, é o segundo plástico mais comumente empregado no mundo e
causador de grandes problemas para a saúde e o ambiente. É a maior
fonte de dioxina quando incinerado nas usinas ou em incêndios acidentais
em prédios. A dioxina também é gerada durante o processo de fabricação
e aditivos químicos tóxicos são incorporados aos produtos de PVC. Os maiores empregos do PVC são para fabricar
materiais como: cabos elétricos, esquadrias de janelas, forros, paredes,
divisórias, condutores para fios elétricos e tubulações para fornecimento
de água e esgotamento, pavimentos de vinil, portas pantográficas,
piscinas para crianças, papel de parede, venezianas
e cortinas de banheiro (box). Também está
presente em produtos de consumo como cartões de crédito, discos de
vinil, brinquedos (bonecas, mordedores e outros), mobiliário de escritório,
prospectos (folders), colas, juntas e canetas.
Na indústria automobilística como material de suporte, em hospitais
como utensílios médicos e cirúrgicos, como imitação de couro e mobília
de jardins. A produção de PVC envolve o transporte
de materiais explosivos perigosos tais como o monovinil
cloreto (um carcinogênico) e gerador de lixos tóxicos, notavelmente
o alcatrão dicloreto de etileno. Os resíduos de piche (ou alcatrão) contém
enormes quantidades de dioxinas que quando incinerado ou aterrado
dispersa dioxina no ambiente. Numerosos aditivos são incorporados
no produto de consumo, incluindo amaciadores
para torná-lo flexível, metais pesados como estabilizadores das cores
e fungicidas. Dioxinas são geradas durante a fabricação que acaba
indo junto com o descarte como lixo e algumas vezes no próprio produto
ele mesmo. Plastificantes não ficam confinados ao plástico e podem
lixiviar depois de algum tempo. Os plastificantes presentes nos pavimentos
de vinil evaporam ficando em suspensão nos ambientes dos prédios.
O mais comum deles é o ftalato DEHP (di(2-ethylhexyl)phthalate), é um carcinogênico suspeito e mais de 90% são
empregados somente para fazer produtos de PVC flexíveis, incluindo
brinquedos infantis e mordedores. Desde 1999, a União Européia proibiu
os ftalatos em brinquedos que são levados à boca das crianças abaixo
de três anos de idade [5]. A disposição final de produtos de PVC cria
mais problemas. Se queimados em fornos abertos ou incineradores, eles
liberam um gás tóxico em conjunto com a dioxina. Se aterrados, liberam
aditivos que contaminam as águas profundas e os fogos em aterros envolvendo
PVC são fontes adicionais de dioxinas. TCDD (2,3,7,8-tetraclorodibenzo-p-dioxina), o membro mais letal da família
das dioxinas, é um conhecido carcinogênico e disruptor hormonal e
é reconhecido como o composto sintético mais tóxico jamais produzido.
Todos os humanos e outros animais agora carregam uma carga de TCDD
e outras dioxinas em seus corpos. Vai a 3,2 milhões de toneladas de PVC o
que é descartado como lixo nos EUA a cada ano, onde 70%
consiste de embalagens e garrafas. O PVC é difícil de reciclar
e contamina outros plásticos. Grupos ambientalistas mais atentos querem
que ele seja gradualmente cancelado até a eliminação total. RECICLAGEM DE LIXOS PLÁSTICOS ECONOMIZA
ENERGIA E EMISSÕES DE CARBONO A produção de sacolas para carregar compras
oriundas da reciclagem em vez do polietileno reduz o consumo de energia
em dois terços e produz somente uma terça parte do dióxido de enxofre
e óxido nitroso. Reduz o uso de água quase que em 90%, além da emissão
de dióxido de carbono duas e meia vezes. Para cada tonelada de polietileno
reciclado produzida, 1.8 toneladas de petróleo são economizadas.[1] A reciclagem pode ser feita mecânica ou
quimicamente. No processo mecânico o lixo plástico é classificado,
fundido, triturado ou transformado em grânulos e moldado em novos
modelos. Na reciclagem química, os polímeros dos
plásticos são quebrados até seus monômeros que os constituem pelo
tratamento a calor (despolimerização térmica) e poderão então ser
novamente utilizados em refinarias ou na produção petroquímica e química.
No Reino Unido não há nenhuma fábrica de reciclagem química em escala
completa. De acordo com o Departamento de Indústria e Comércio inglês
[2] o capital requerido para investimento é muito mais alto do que
as indústrias de reciclagem mecânica. Mesmo com a vasta possibilidade de aplicações dos plásticos
reciclados, a atual tonelagem de lixo plástico que
retorna ao ciclo de consumo de materiais reciclados ainda é relativamente
pequeno. Corriqueiramente, plásticos reciclados são raramente
empregados para embalar alimentos – o maior mercado isolado para plásticos
– em razão da preocupação quanto à segurança alimentar. Outro constrangimento
no emprego de plásticos reciclados é que, para ser economicamente
viável, os processadores de plásticos requerem grandes quantidades
de plásticos reciclados produzidos para especificação rigidamente
controlada em relação a um preço competitivo quando comparado ao polímero
virgem. LEGISLAÇÃO SOBRE A RECICLAGEM A Normatização sobre Embalamento
e Resíduos de Embalagem 94/62 EC da União Européia, em 1994, intentou
estabelecer a responsabilidade dos produtores quanto ao resíduo das
embalagens. A norma foi implementada no Reino Unido através das Regulamentações
das Obrigações da Responsabilidade do Produtor (Resíduo de Embalagens)
de 1997 e pelas Regulamentações sobre Embalagens (Condições Essenciais)
de 1998. A anterior coloca metas para a coleta e reciclagem dos resíduos
de embalagens, incluindo resíduos plásticos de embalagens. O governo
inglês proclamou a reciclagem nacional de embalagens e as metas de
coleta para 2004 e anos seguintes. Isto exigiu 21,5% de resíduos plásticos
a ser reciclado em 2004, aumentando para 23,5% em 2008. O Programa de Ação sobre Resíduos e Recursos
foi estabelecido no Reino Unido em 2001 para promover o manejo sustentável
de resíduos. O foco particular do Programa de Ação é criar um mercado
estável e eficiente tanto para os materiais reciclados como para os
produtos. Este Programa atinge especificamente um
programa com resíduos plásticos. O Departamento Inglês de Negócios para
o Meio Ambiente, Alimentação e Rural colocou em ação, no ano passado,
um plano para a coleta nacional de plásticos das fazendas e processo de recuperação, e as Regulamentações
de Manejo de Resíduos serão aplicados para o lixo agrícola em 2005[7].
As propriedades rurais geram mais do que 80 mil
toneladas de resíduos plástico a cada ano, como sacos de fertilizantes,
de rações animais e embalagens de agroquímicos,
filmes para silagem, cobertura e filmes para cultivos em plasticultura.
A queima dos resíduos plásticos tanto ao ar livre como em tambores
incineradores – a opção de disposição corrente entre a maioria dos
fazendeiros – não deverá estar mais disponível no futuro. TERCERIZAÇÃO DOS RESÍDUOS PLÁSTICOS Mas, o que realmente acontece às embalagens
e garrafas plásticas que os consumidores ingleses diligentemente colocam
em containeres de reciclagem para serem coletados pelas autoridades
locais, e mais ainda, àqueles containeres que os supermercados, os
maiores deles, que se acredita serem responsáveis pela reciclagem? Foram excluídos já que mais de um terço
de todo o resíduo de papel e plástico coletado pelas autoridades locais
inglesas, supermercados e comércio para reciclagem foi enviado para
mais de 8 mil milhas (mais ou menos 12 mil km) para a China [8]. A
exportação para a China está alcançando as 200 mil toneladas de lixo
plástico por ano. As cadeias de supermercado inglesas, algumas das
maiores geradoras de resíduo plástico de embalagem na Grã-Bretanha,
estão conseguindo fazer sua reciclagem na China. Grupos ambientalistas
e membros do Parlamento estão chocados com a tremenda escala do negócio.
Nenhum estudo foi feito com relação aos custos ambientais desta viagem
dos lixos para a China. Tradução livre de Luiz Jacques Saldanha, dezembro de
2005.
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